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quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Seis verdades que impulsionarão o futuro do design de experiências

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Estudo da Marriott International, PCMA e a CEMA, aponta seis “verdades” que prometem impulsionar o design de experiências nos próximos anos.

A Marriott International, proprietária de um conglomerado de hotéis de luxo espalhados por todo o mundo, se une a PCMA e a CEMA, associações globais de eventos de negócios, para lançar o estudo “Princípios Orientadores no Design de Experiências”, com foco em eventos e reuniões.

Conduzido pelo Storycraft Labs, o relatório aponta seis “verdades” que prometem impulsionar o design de experiências nos próximos anos: Explorando Identidades, Arquitetando Escolhas, Criando pertencimento, O Valor dos Valores, Dados Emocionais e O Poder do Jogo.

“O que há de diferente neste estudo é a sua abordagem muito humana. É sobre humanidade, é sobre pessoas, é sobre indivíduos e é menos sobre logística”, explica Gladys O’Mahony, vice-presidente global de vendas da Marriott Internacional.

Para chegar nessas seis verdades, Marriott, PCMA e CEMA conduziram mais de 60 entrevistas individuais. Cada uma foi seguida por uma série de mesas redondas globais com especialistas em design e líderes de opinião, que avaliaram como essas verdades devem ser integradas às estratégias do evento.

1. Explorando Identidades: Essa verdade revela que os humanos estão em busca da sua individualidade, mas também de encontrar semelhanças com os outros. Isso destaca as necessidades da construção de laços com as comunidades locais. Com isso, o papel do organizador de experiências será reinventar a dinâmica do networking e criar um ambiente onde as pessoas se sintam à vontade para participar plenamente.

2. Arquitetando Escolhas: O público procura recursos para tomar decisões claras e informadas. Ele quer ter a opção de fazer suas próprias escolhas e ser considerado na seleção das várias opções disponíveis. Dessa forma, os organizadores de eventos precisam entender o problema do ponto de vista do usuário e perguntá-lo pode ser um passo na direção certa.

3. Criando Pertencimento: Essa verdade deve ser a principal missão dos organizadores de eventos. Isso porque as experiências criadas por eles devem criar esse sentimento de pertencimento. Quando o público se sente pertencente, eles podem ter experiências mais gratificantes e impactantes, segundo o estudo. Nessa seara, a inclusão deve estar presente. Neste sentido, o Marriott International colaborou com o Google Experience Institute (XI) no The Neu Project, para proporcionar mais reuniões e eventos neuroinclusivos.

4. O Valor dos Valores: Cada vez mais, as pessoas buscam por experiências que agreguem valor além do monetário às suas vidas, como inclusão, sustentabilidade, comunidade e singularidade. “Não se trata do retorno sobre investimento que as organizações estão considerando, trata-se de um retorno pessoal sobre investimento e um retorno pessoal do seu tempo”, complementa Kristin Metropoulos, Experience Strategist, do Storycraft Labs. Neste sentido, o estudo revela que a experiência híbrida virtual continuará sendo essencial para se manter conectado com suas comunidades onde quer que estejam.

5. Dados Emocionais: Esta verdade mostra que entender o estado emocional dos participantes das experiências é essencial para promover lealdade e impulsionar as tomadas de decisão. Logo, os organizadores de eventos precisam entender como aproveitar os dados emocionais, medi-los e analisá-los de maneira eficaz. Quando as ferramentas de segmentação de público são utilizadas antes do evento como um veículo para design de experiência, elas podem demonstrar como os dados emocionais coletados foram usados para elevar as experiências do público.

6. O Poder do Jogo: Esta verdade revela como o processo de jogar cria oportunidades de brainstorming e colaboração. “É realmente uma mentalidade de design atraente que beneficia o bem-estar, a inovação e a produtividade. Play conecta função e experiência e ajuda a catalisar conteúdo, formar equipes para encontrar culturas, introduzir novas ideias, sintetizar novos aprendizados e despertar alegria”, pontua Kristin.Com os avanços da inteligência artificial, designers de eventos podem criar espaços lúdicos que permitem que público experimente, brinque, para entender melhor novas ideias e consolidar o aprendizado.

O estudo é o mais recente de uma série de trabalhos fruto da parceria entre a PCMA e a Marriott International, iniciada em 2015.


Fonte: meioemensagem


quarta-feira, 19 de julho de 2023

O W.H.O. Diz que o aspartame é ‘ Possivelmente carcinogênico. ’ O que isso significa?

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Especialistas dizem que não há necessidade de entrar em pânico com o seu hábito de fazer dieta.

Na quinta-feira (13), duas agências da Organização Mundial da Saúde divulgaram suas descobertas sobre o aspartame, o adoçante artificial encontrado em milhares de produtos sem açúcar, como refrigerantes dietéticos, gomas de mascar, iogurtes e bebidas energéticas.

A Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer da organização classificou o aspartame como possivelmente cancerígeno para humanos. Um grupo separado, o Comitê Conjunto de Peritos em Aditivos Alimentares, disse que não havia evidências convincentes de uma ligação entre aspartame e câncer em humanos e que as pessoas ainda podiam consumir com segurança o adoçante em quantidades moderadas.

O anúncio não significa que o aspartame cause definitivamente câncer, especialistas da W.H.O. disseram em uma entrevista coletiva; que se trata de um pedido de pesquisa adicional sobre seus efeitos na saúde.

O W.H.O. não está aconselhando as empresas a retirar produtos que contenham aspartame ou instando as pessoas a parar de consumi-lo completamente, disse o Dr. Francesco Branca, diretor do Departamento de Nutrição e Segurança Alimentar da agência. “ Estamos apenas aconselhando um pouco de moderação, disse ”.

Quanto aspartame é demais?

De acordo com o W.H.O., é seguro consumir até 40 miligramas de aspartame por quilograma de peso corporal por dia. Usando refrigerante diet como medida, o limite significa que, segundo algumas estimativas, uma pessoa de 68 Kg precisaria beber mais de uma dúzia de latas por dia para superá-la.

Administração de Alimentos e Medicamentos é um pouco mais permissiva com seu limite diário de segurança. Ele afirma que as pessoas podem ter até 50 miligramas de aspartame por quilograma de peso corporal por dia.

Um funcionário da F.D.A. disse que os cientistas da agência não se preocuparam com a segurança do aspartame quando o adoçante é usado “nas condições aprovadas.”

“Aspartame sendo rotulado por I.A.R.C. como ‘possivelmente cancerígeno para humanos’ não significa que o aspartame esteja realmente ligado ao câncer,” escreveu o funcionário.

Dadas as vastas quantidades de adoçante em discussão, vários especialistas disseram que os consumidores não deveriam necessariamente se preocupar com o risco de câncer em seu consumo de aspartame. Atingir esse nível diário superior de ingestão de aspartame “não é consumo casual, disse o Dr. Dale Shepard, oncologista médico da Cleveland Clinic.“

O que mais o I.A.R.C. considera um possível agente cancerígeno?

A Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer classificou o aspartame como “possivelmente cancerígeno para seres humanos,” uma categoria que inclui mais de 300 vírus, produtos químicos, exposições ocupacionais e muito mais. Certos legumes em conserva, exaustão do motor, alguns tipos de vírus do papiloma humano e trabalho na lavagem a seco caem na mesma categoria do I.A.R.C.

A nova classificação para o aspartame é baseada em evidências limitadas que vincularam o adoçante artificial ao câncer de fígado em humanos. Há evidências inadequadas para mostrar que isso pode causar outros tipos de câncer, e os especialistas não sabem exatamente como o adoçante pode contribuir para o câncer. O grupo também encontrou evidências limitadas de que o aspartame estava associado ao câncer em animais.

Por outro lado, bebidas alcoólicas caem na classificação mais extrema: “carcinogênico para humanos.” O I.A.R.C. também classifica a poluição do ar, tabaco e carnes processadas como cancerígeno para os seres humanos.

“O maior desafio é que, com o aspartame, como outros aditivos, não há ciência suficiente para dizer definitivamente: ‘Sim, isso causa câncer’ ou ‘Não, não,’ ” disse o Dr. Dariush Mozaffarian, cardiologista e professor de nutrição na Escola de Ciências e Políticas Nutricionais Friedman da Universidade Tufts.

Em termos de redução do risco de câncer, as pessoas devem primeiro pensar em outros fatores que podem torná-las mais suscetíveis, como obesidade e uso de álcool e cigarro, disse o Dr. Neil M. Iyengar, oncologista médico e cientista médico do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York.

O que sabemos sobre outros adoçantes?

Há uma variedade de adoçantes artificiais no mercado, com estruturas químicas variadas. Faltam dados sobre seus efeitos a longo prazo na saúde.

"Não há um vencedor claro que seja o melhor para você", disse Joanne Slavin, professora de ciência e nutrição alimentar da Universidade de Minnesota-Twin Cities.

Na primavera, o W.H.O. disse que adoçantes artificiais como aspartame, estévia, sucralose e sacarina podem não ajudar as pessoas a perder gordura corporal e que consumi-las pode estar associado a um maior risco de doença cardiovascular, diabetes e mortalidade geral. O eritritol, um substituto do açúcar com zero teor calórico, foi recentemente examinado por seus possíveis vínculos com questões cardiovasculares, embora essa evidência seja inconclusiva.

Alguns especialistas em saúde recomendam a eliminação progressiva de adoçantes artificiais da sua dieta, Quão desafiador pode ser. “Se eles não fazem nenhum bem e não são necessários na dieta, e não há vantagem real — por que se preocupar com eles?” disse Marion Nestle, professora de nutrição, estudos de alimentos e saúde pública na Universidade de Nova York.

Mas o açúcar também traz preocupações. Qualquer coisa que aumente consistentemente o açúcar no sangue pode ser um problema, especialmente se você tiver diabetes ou outro distúrbio metabólico. Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças vincularam o consumo frequente de bebidas açucaradas, como refrigerantes regulares, com diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares, doenças renais, obesidade e outras preocupações com a saúde.


“Sempre há risco,” Dr. Slavin disse. “No final, se você aguenta as calorias, talvez um pouco de açúcar na limonada seja melhor do que um adoçante alternativo. Essa é a sua ligação, dependendo do seu estado de saúde e do que você deseja fazer.”

 

Fonte: nytimes.com


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terça-feira, 18 de julho de 2023

CAR-T: conheça o tratamento contra o câncer com células do próprio paciente

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O método terapêutico é uma espécie de imunoterapia; tecnologia cria uma droga que "ensina" o sistema imunológico a combater a doença.

Células CAR-T. Essas são responsáveis por uma terapia inovadora no combate ao câncer, que está sendo encarada por muitos especialistas como uma nova era na oncologia. A sigla CAR é proveniente da expressão em inglês "chimeric antigen receptor", receptor quimérico (o que significa que houve a combinação de elementos diversos) de antígeno, em português.

O "T" faz referência ao linfócito T, uma das principais células do sistema imunológico. Elas são unidas em laboratório, dando origem às CAR-T e, depois, são devolvidas ao corpo do paciente. Assim, o próprio organismo se transforma em um tratamento contra o câncer.

Segundo os especialistas, os efeitos colaterais tendem a ser mais controláveis, desde que haja equipes multiprofissionais bem treinadas. Além disso, como essas células modificadas permanecem ativas por muito tempo, elas agem a longo prazo e têm potencial para curar a doença.

O novo método terapêutico, que é um gênero de imunoterapia, é indicado para alguns tipos específicos de câncer sanguíneo, como a leucemia linfoblástica aguda (conhecida como LLA) de células B, os linfomas não Hodgkin e o mieloma múltiplo. Ele deve ser utilizado em pacientes refratários, ou seja, que não responderam bem a outros tratamentos.


"Estamos muito confiantes, pois é uma terapia que demonstra ser bastante promissora. Acredito que, após passar por todas as etapas necessárias, poderá vir a mudar o tratamento de alguns tipos de câncer", destaca Gustavo Mendes, diretor de Regulatório, Controle de Qualidade e Estudos Clínicos do Instituto Butantan.

 

“O uso dessas células transformadas têm mostrado importantes resultados no combate de leucemias e linfomas refratários e é uma opção transformadora que vem ao encontro de uma grande necessidade não atendida”, afirma Lenio Alvarenga, diretor médico da Novartis no Brasil, empresa fabricante do Kymriah, nome comercial do tisagenlecleucel, primeiro produto desse tipo liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que ocorreu em 22 de fevereiro de 2022.

A aprovação do preço do medicamento pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) veio mais tarde, em 5 de outubro do mesmo ano, e foi a última etapa para permitir a sua comercialização por aqui. Ele teve suas primeiras aplicações no país em janeiro de 2023.

Tratamento pouco acessível

Apesar de já estar disponível, o Kymriah ainda é inacessível para a maioria dos brasileiros: a droga está à venda no fabricante por mais de R$ 1,7 milhão sem o ICMS, que varia de estado para estado. O custo do tratamento completo, considerando as visitas ao hospital e a administração do tratamento, pode facilmente ultrapassar os R$ 2,5 milhões, estima Nelson Hamerschlak, coordenador do Programa de Hematologia e Transplantes de Medula Óssea do Hospital Israelita Albert Einstein.


Para tentar contornar o alto custo da imunoterapia, pesquisas que buscam viabilizar a produção nacional de drogas similares já estão em andamento em entidades públicas, como o Instituto Butantan, a Universidade de São Paulo (USP), o Instituto Nacional do Câncer e a Universidade do Ceará, assim como entidades privadas, como o Einstein. Em todos os casos, o financiamento é público, realizado por meio do Sistema Único de Saúde (SUS) e por agências financiadoras de pesquisa.

O Einstein obteve autorização da Anvisa em julho do ano passado para dar início à aplicação em seres humanos de células CAR-T produzidas em seu próprio laboratório. O processo é realizado localmente, sem a necessidade de enviar o material genético do paciente para um centro fora do país. Essa foi a primeira vez que uma organização hospitalar brasileira realizou esse tipo de procedimento e seu objetivo é tratar pacientes com linfomas de células B e leucemias linfocíticas agudas ou crônicas B.

Além de reduzir custos, a ideia é também diminuir o intervalo entre a coleta do material genético do paciente e o início da terapia para, no máximo, 12 dias. Atualmente, o processo industrial costuma demorar de 45 a 60 dias. "A primeira paciente recebeu as células em maio deste ano e foi super bem-sucedida com o desaparecimento total do linfoma”, comemora Hamerschlak, que coordena um dos poucos centros de tratamento credenciados no país para aplicar o remédio. “Atualmente, fizemos uma pequena modificação no protocolo para podermos usar células congeladas e estamos aguardando a aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) para continuá-la”, diz.

Já o trabalho coordenado pelo Butantan é realizado em parceria com a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) e o Hemocentro de Ribeirão Preto desde julho do ano passado. A iniciativa, batizada de Programa de Terapia Celular, ainda aguarda aprovação da Anvisa, mas prevê a participação de cerca de 80 voluntários com diagnóstico de linfoma difuso de células B refratárias.

Ambas as pesquisas são focadas em pacientes refratários, como são chamados aqueles que não responderam bem a outros tratamentos. No entanto, um novo estudo conduzido pela farmacêutica Janssen em parceria com o Einstein, A.C. Camargo Cancer Center e Hospital San Raphael testa a viabilidade do uso de células CAR-T em pacientes que não são elegíveis para transplante de medula após o tratamento medicamentoso inicial ou após seguir com a manutenção.


“Atualmente estamos com 13 pacientes incluídos no programa, dois estão sendo submetidos ao recurso terapêutico com CAR-T e cinco estão passando por quimioterapia prévia ao procedimento”, conta Michelli da Silva Diniz, gerenciadora de pesquisa clínica do Hospital. “O Cartitude-5 está de vento em popa aqui no Einstein e, por ser um estudo multicêntrico e multinacional, ainda não há resultados”, afirma Hamerschlak, que também participa do projeto.

Com todas essas iniciativas é provável que o método se popularize e chegue a quem precisa. “No futuro, a minha impressão é a de que, no setor privado e na saúde suplementar, a terapia gênica em breve vai entrar na rotina de uso clínico”, diz Hamerschlak. “E com esses avanços isso precisa ocorrer também na rede pública”, acrescenta.

 

Fonte: Agência Einstein / via revistagalileu


quinta-feira, 29 de junho de 2023

Dá ânimo mesmo? Café matinal pode ser só um placebo, diz estudo

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Estudo em Portugal sugere que o efeito da bebida não depende da cafeína, mas sim da experiência impulsionada por fatores como cheiro, sabor e expectativa psicológica.

Você não dispensa tomar um café logo cedo para ficar acordado? Pois saiba que o efeito da bebida pode ser apenas o de um placebo. É o que sugere um estudo publicado na quarta-feira (28) na revista Frontiers in Behavioral Neuroscience.

Pesquisadores da Universidade do Minho e da Universidade de Coimbra, em Portugal, e da Universidade Jaume, da Espanha, descobriram que o efeito do café não depende da cafeína, mas sim da experiência completa de tomar uma deliciosa xícara.

Os cientistas recrutaram para a pesquisa 47 portugueses que bebiam no mínimo uma xícara de café por dia. Eles pediram que os voluntários não comessem ou bebessem bebidas com cafeína pelo menos três horas antes do estudo.

Os pesquisadores entrevistaram os participantes para coletar dados sociodemográficos e, em seguida, fizeram duas breves ressonâncias magnéticas funcionais: uma antes e outra 30 minutos depois dos voluntários tomarem cafeína ou beberem uma xícara de café. Durante os exames cerebrais, as pessoas foram convidadas a relaxar e a deixar suas mentes vagarem.

Devido aos efeitos neuroquímicos do café, os cientistas esperavam que as ressonâncias mostrassem que os participantes que haviam tomado a bebida tivessem maior integração das redes ligadas ao córtex pré-frontal, associadas à memória executiva, e da rede de modo padrão, envolvida em processos de introspecção e autorreflexão.


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Mas, o que de fato ocorreu foi que a conectividade da rede de modo padrão diminuiu tanto depois das pessoas tomarem café quanto depois de ingerirem cafeína. Isso indica que consumir tanto a substância quanto o próprio café deixou as pessoas mais alertas.

Por outro lado, beber o café trouxe uma vantagem que tomar só a cafeína não trouxe: aumentou a conectividade na rede visual superior e na rede de controle executivo direito, partes do cérebro envolvidas na memória de trabalho, controle cognitivo e comportamento direcionado a objetivos.


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Ou seja, se você quer se sentir não apenas alerta, mas também pronto para o trabalho, a cafeína sozinha não resolve. É necessário ter a experiência de tomar uma xícara de café. Assim como em um placebo, o efeito psicológico também pode trazer benefícios, independente de não haver um impacto farmacológico significativo.


“Levando em conta que alguns dos efeitos que encontramos foram reproduzidos pela cafeína, poderíamos esperar que outras bebidas com essa substância compartilhassem alguns desses resultados”, observa Maria Picó-Pérez, primeira autora do estudo, em comunicado. “No entanto, outros efeitos eram específicos para o consumo de café, impulsionados por fatores como o cheiro e o sabor específicos da bebida ou a expectativa psicológica associada ao consumo dela.”

 

Apesar disso, a pesquisa não conseguiu diferenciar os efeitos da experiência isoladamente da experiência combinada com a cafeína. Existe também uma hipótese de que os benefícios relatados pelos voluntários possam ser devido ao alívio dos sintomas de abstinência, algo que o estudo não testou.


“Qualquer associação com processos psicológicos e cognitivos é interpretada com base na função comum atribuída às regiões e redes encontradas, mas isso não foi testado diretamente”, esclarece Nuno Sousa, autor correspondente do estudo e pesquisador da Universidade do Minho. “Além disso, pode haver diferenças individuais no metabolismo da cafeína entre os participantes que seriam interessantes de explorar no futuro.”

 

Fonte: revistagalileu


sexta-feira, 16 de junho de 2023

Depois do CE, dez estados podem proibir aplicação de agrotóxicos por aviões

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Após STF reconhecer a lei estadual do Ceará que proíbe a pulverização aérea de agrotóxicos, parlamentares de outros estados tentam barrar a prática também banida na União Europeia por riscos à saúde e ao meio ambiente.

O fim da aplicação de agrotóxicos por meio de aeronaves — também conhecida como pulverização aérea — está em discussão em dez estados do país, de acordo com levantamento inédito da Repórter Brasil.

Os projetos de lei (PLs) tramitam nas assembleias legislativas de unidades da federação que respondem por grande parte da produção agropecuária e por um elevado consumo de agrotóxicos do país, como Pará, Mato Grosso e São Paulo.

Na União Europeia, a pulverização aérea de pesticidas e outras substâncias tóxicas está proibida desde 2009, por causa de potenciais danos à saúde e ao meio ambiente gerados pelas chamadas “chuvas de veneno”.

No Brasil, por enquanto, só o Ceará tem uma legislação que veda a prática — a “Lei Zé Maria do Tomé”, batizada em homenagem a um ativista ambiental assassinado em 2010, no interior do estado.


Zé Maria do Tomé (de camisa amarela, segurando um avião) durante protesto em 2008,
em Limoeiro do Norte (CE), contra pulverização aérea de agrotóxicos
 - Foto: Arquivo / Deputado Renato Roseno

Há quatro anos, a lei vinha sendo questionada por uma ação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A entidade alegava que o estado do Ceará não poderia proibir uma atividade regulamentada pela União. Também argumentava que a lei violava a livre iniciativa.

No entanto, no final de maio, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade pela constitucionalidade da lei cearense — o que abre espaço para que a medida seja aprovada em outros estados.

Relatora da ação no STF, a ministra Cármen Lúcia destacou em seu voto “os perigos graves, específicos e cientificamente comprovados de contaminação do ecossistema e de intoxicação de pessoas pela pulverização aérea de agrotóxicos”.

Novas leis podem surgir


Imagem: Rafael Mantarro / reprodução


A recente medida do STF deu fôlego a parlamentares de todo país que tentam proibir a aplicação de agrotóxicos por aeronaves em seus estados.

“É uma decisão que vai mudar os parâmetros dessa prática que vem se tornando um dos maiores riscos ambientais ainda pouco percebidos pela sociedade”, avalia o deputado estadual Carlos Bordalo (PT-PA).

A Assembleia Legislativa do Pará conta com o projeto de lei (PL) em estágio mais avançado de tramitação no país. Apresentado em 2019, a proposta já recebeu pareceres favoráveis em três comissões. Agora, Bordalo tenta levar o texto para votação em plenário.

Outro a comemorar a decisão do STF é Lúdio Cabral (PT), deputado estadual do Mato Grosso. “A decisão do Supremo é importante porque assegura a competência que os estados têm para legislar sobre essa pauta”. Neste ano, Cabral já apresentou seis PLs que restringem o uso de agrotóxicos — um deles proíbe a pulverização aérea.

O Mato Grosso é o principal consumidor de agrotóxicos do país. Em 2021, cerca de 150 mil toneladas de pesticidas foram vendidas no estado, um aumento de 13% em relação ao ano anterior. Para ganhar mais visibilidade, Cabral planeja converter a proposta em um projeto de lei de iniciativa popular, com coleta de assinaturas da população.

Deputado estadual de São Paulo, Carlos Giannazi (PSOL) também assina um PL sobre o tema. Entidades ruralistas se manifestaram contra a proposta, sob o argumento de que o banimento da pulverização aérea reduziria a produção agrícola paulista.

O parlamentar, contudo, diz que a proteção à saúde pública e ao meio ambiente devem ser a prioridade. “Não dá para afrouxar, porque a situação é muito grave”, diz Giannazi, que está organizando uma audiência pública sobre o assunto.

Segundo reportagem publicada pela Repórter Brasil, diversos agrotóxicos cancerígenos são lançados de avião no estado.

No Ceará, apesar de a proibição da pulverização aérea ter sido confirmada pelo STF, o deputado estadual Renato Roseno (PSOL), autor da Lei Zé Maria do Tomé, afirma que as tentativas de esvaziar os efeitos da legislação não chegaram ao fim.

“A pulverização aérea estava proibida desde 2019, continua proibida, mas agora setores do agro estão se movimentando para tentar derrubar no legislativo a minha lei”, afirma Roseno. Além disso, dois PLs tramitam na Assembleia Legislativa do Ceará para autorizar a aplicação de agrotóxicos por drones, o que hoje é proibido no estado.

Os danos da pulverização aérea à saúde e ao meio ambiente são causados pelas chamadas “chuvas de veneno” (Foto: Pixabay)

Proibição nacional

Também há projetos de lei em tramitação na Câmara dos Deputados, em Brasília, para banir a pulverização aérea em nível federal. Até hoje, porém, nenhuma das propostas chegou a ser avaliada pelas comissões da Casa.

Uma delas é de autoria do deputado federal João Daniel (PT-SE). Segundo o parlamentar, a decisão do STF mexeu com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) que apoia projetos que intensificam o uso de agrotóxicos no país.

“A preocupação da bancada ruralista é que essa lei seja aprovada em outros estados. Eles estão preparando através da FPA modos de barrar esse prosseguimento”, diz o deputado. Ele avalia que a força da bancada ruralista e a composição da Câmara impedem que projetos como esse avancem em Brasília.

Apesar disso, Daniel afirmou que irá se reunir com o presidente Lula e tem encontro marcado com o presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania, Rui Falcão (PT-SP), para que seu PL seja encaminhado.

“Se virmos que não tem condições de a pauta passar, vamos chamar os movimentos e o Fórum que trabalha contra os agrotóxicos para acertar um acordo”, diz Daniel.

Uma das medidas em estudo é aumentar a distância entre as áreas pulverizadas e os locais frequentados por pessoas, como escolas e residências.

Atualmente, o Ministério da Agricultura proíbe a pulverização aérea a menos de 500 metros de cidades, povoados e mananciais, ou a menos de 250 metros de moradias isoladas.

Apesar de haver regras claras sobre a aplicação, a falta de fiscalização faz com que comunidades sejam atingidas por “chuvas” de veneno.

O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), que participou da ação no STF, afirma que o setor é altamente fiscalizado e que a decisão da corte reforça um “preconceito contra a aviação agrícola”.

“Devemos ampliar ainda mais as ações de comunicação do setor e aproximação com a sociedade – aprimorando canais para desmistificar a tecnologia aeroagrícola”, afirma o sindicato. Confira a resposta na íntegra.

Procurada, a CNA não respondeu às perguntas da reportagem.

Lei Zé Maria do Tomé

Aprovada em 2019, a lei leva o nome de José Maria Filho, conhecido como Zé Maria do Tomé, executado com 17 tiros em abril de 2010.

O líder comunitário e ambientalista lutava pela proibição da pulverização aérea de agrotóxicos em Limoeiro do Norte (CE), município na Chapada do Apodi — região produtora de banana e que sofre com o aparecimento de câncer, doenças neurológicas, puberdade precoce, entre outras enfermidades e distúrbios relacionadas ao uso de pesticidas.

Ainda vivo, Zé Maria chegou a ver a aprovação de uma lei municipal que proibia a aplicação de agrotóxicos por aviões. Contudo, um mês após sua morte, o texto foi derrubado. A prática só seria banida no Ceará nove anos depois, por lei estadual.

Durante a tramitação, porém, também houve pressão de entidades ligadas ao agronegócio.

“Eles perderam o debate técnico, perderam o debate político, perderam na pressão, e aí foram pro judicial”, afirma o deputado Renato Roseno, autor da lei.

Antes da conclusão do julgamento no STF, no fim de maio, outras três ações já haviam tentado derrubar a Lei Zé Maria do Tomé na Justiça. Mas nenhuma foi vitoriosa.

Por Hélen Freitas e Beatriz Vitória


Fonte: reporterbrasil


sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

14 mil pessoas foram intoxicadas por agrotóxicos durante governo do inominável

Imagem: Reprodução

Casos levaram a uma morte a cada três dias, segundo levantamento feito pela Agência Pública e Repórter Brasil, com dados de 2019 a março de 2022 do sistema de notificações do Ministério da Saúde.

Durante o governo do "inominável" (PL), 14.549 pessoas foram intoxicadas por agrotóxicos no Brasil. Levantamento inédito feito pela Agência Pública e Repórter Brasil, com dados de 2019 a março de 2022 do sistema de notificações do Ministério da Saúde, mostra que essas intoxicações levaram a 439 mortes — o que equivale a um óbito a cada três dias.

Nesse período, o Brasil bateu o recorde de aprovações de pesticidas, com mais de 1.800 novos registros, metade deles já proibidos na Europa. O governo de Bolsonaro também foi marcado pelo avanço na tramitação do Projeto de Lei 1459/2022, apelidado de “Pacote do Veneno”, que pode facilitar ainda mais a aprovação dessas substâncias.

Segundo o levantamento, homens negros são as principais vítimas de agrotóxicos. As circunstâncias que mais levaram às intoxicações foram tentativas de suicídio, com cerca de 5 mil casos, seguidas por acidentes, uso habitual dos pesticidas e contaminações ambientais, por exemplo, quando o químico é dispersado pelo ar. As intoxicações aconteceram principalmente nas lavouras de soja, fumo e milho. 

Intoxicações e mortes por agrotóxicos no Brasil — Foto: Agência Pública / Reprodução

Os dados também mostram que os estados da região Sul concentraram a maioria das notificações, considerando o número de habitantes. Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul registraram 4,2 mil intoxicações. Nove entre os dez municípios com mais casos em relação à população estão na região.

Estados do Sul concentram mais intoxicações por número de habitantes

Os municípios com mais intoxicações notificadas considerando o tamanho da população estão na região Sul. Em Santa Catarina, o município de Rio do Campo registrou 61 casos para uma população de apenas 5,8 mil habitantes. 

Na análise do engenheiro-agrônomo e integrante da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA) e da Campanha Permanente contra os Agrotóxicos e Pela Vida, Leonardo Melgarejo, os números altos da região podem indicar que os serviços de saúde estão fazendo um melhor trabalho de identificação destes casos do que em outros estados. “Acredito que o dado não seja porque aqui no Sul os agricultores sejam mais descuidados, mas sim ao fato de que profissionais da saúde têm mais zelo com relação aos casos de intoxicações”, diz. 

Já em números absolutos, o município que mais registrou intoxicações por agrotóxicos foi Recife, com 938 notificações no período. A pesquisadora da Fiocruz Pernambuco e vice-coordenadora do GT de Agrotóxicos da instituição, Aline Gurgel, reforça que o número maior de registros de casos em um território não significa necessariamente uma maior ocorrência de casos.

Ela cita a criação do programa de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos (VSPEA), que instituiu ações como o cadastro na atenção primária dos aplicadores de agrotóxicos e a vigilância participativa dos trabalhadores expostos a agrotóxicos. 

Homens negros: o perfil da vítima dos agrotóxicos

Além das diferenças regionais, os dados obtidos pela Agência Pública e Repórter Brasil revelam que homens negros foram o perfil mais comum entre os intoxicados.  

Para o médico e professor aposentado que coordenou o Observatório do Uso de Agrotóxicos e Consequências para a Saúde Humana e Ambiental da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Guilherme Cavalcanti de Albuquerque, a intoxicação recorde desse recorte da população pode estar relacionada ao racismo estrutural, que faz com que homens negros executem trabalhos mais precarizados, como o de aplicador de agrotóxicos. “A população negra é uma população a quem foi negado por séculos o acesso à educação e, mesmo quando há educação qualificada, o racismo estrutural impõe maior dificuldade para acesso a trabalhos menos agressivos. Resta mais aos negros esse tipo de trabalho prejudicial à saúde”, afirma.

Na mesma linha, Gurgel lembra que a baixa escolaridade dificulta a compreensão das instruções e dos riscos e perigos associados à exposição aos agrotóxicos. “Mais grave ainda é que as recentes modificações nas normativas brasileiras vulnerabiliza ainda mais a população, porque retiraram informações de alerta dos rótulos e bulas de agrotóxicos, assim como o pictograma da caveira com duas tíbias cruzadas, de vários agrotóxicos comercializados no Brasil. Para trabalhadores com baixa escolaridade, essa mudança na comunicação de risco pode levar a um maior número de casos de intoxicação, pois dificulta a identificação do perigo”, comenta a pesquisadora, referindo-se às mudanças no critério de classificação e nas embalagens de agrotóxicos feita pela Anvisa em 2019.

Lavouras de soja, fumo e milho são campeãs em intoxicações

Os casos de intoxicação registrados entre 2019 e 2022 aconteceram principalmente em lavouras de soja, fumo e milho. A soja correspondeu a 802 registros e o milho, 523. Os números altos nesse tipo de lavoura, de acordo com os pesquisadores, podem estar relacionados ao tamanho das plantações desses cultivos, onde os pesticidas costumam ser pulverizados em larga escala, normalmente por aviões, o que aumenta as chances do agrotóxico se espalhar para fora da plantação. 

A pesquisadora da USP Larissa Bombardi indicou que as plantações de soja, milho, cana-de-açúcar e algodão são o destino de 79% das vendas de agrotóxicos no Brasil. O Atlas Geografia do uso de agrotóxicos no Brasil e conexões com a União Europeia, publicado em 2017, mostra que 52% do veneno vai para plantações de soja e 10% para o milho. 


Plantações de soja foram o tipo de lavoura com mais registros de intoxicações por
agrotóxicos agrícolas desde 2019 — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
— Foto: Agência Pública / Reprodução

Já os produtos usados em plantações de fumo registraram 734 intoxicações nos dados do Ministério da Saúde. O professor Albuquerque aponta que, apesar de não estar entre as principais lavouras em extensão no país, o cultivo de fumo é um dos que mais usa agrotóxicos. “Além disso, o cultivo exige contato muito próximo do trabalhador com o fumo contaminado pelo agrotóxico. Isso faz com que a incidência de intoxicação nesse plantio seja proporcionalmente maior”, comenta, lembrando que a aplicação de agrotóxicos nas lavouras de fumo muitas vezes é feita via costal.

Mais de 5 mil intoxicações foram tentativas de suicídio

Os casos de tentativa de suicídio são a circunstância mais comum das intoxicações, com 5.210 registros. Segundo os pesquisadores, dois fatores ajudam a interpretar o dado.

O primeiro é a baixa notificação de outras causas de intoxicação, que faz com que os registros por tentativas de suicídio tenham destaque. O segundo é que o uso de alguns agrotóxicos pode levar à depressão e a alterações do sistema nervoso, o que seria um fator a mais que pode levar às tentativas.

“Como há muita subnotificação, os casos de suicídio e de óbitos em geral são mais difíceis de ocultar”, avalia Albuquerque. “Mas há grande vínculo entre a intoxicação por agrotóxicos e o suicídio, porque há agrotóxicos que induzem fortemente a doenças depressivas e ao suicídio”, complementa. 

Aline Gurgel comenta que os agrotóxicos do grupo químico dos carbamatos e organofosforados têm como um de seus principais mecanismos de ação a depressão do sistema nervoso. O propamocarbe é um exemplo do grupo dos carbamatos e é usado em mais de 40 culturas no Brasil, incluindo nas de abobrinha, alface e tomate. Os organofosforados compreendem uma ampla gama de agrotóxicos, entre eles o acefato, o quinto agrotóxico mais vendido no Brasil.

Pandemia reduziu registros de intoxicações

A quantidade de casos de intoxicações por agrotóxicos caiu durante os anos de pandemia do coronavírus: em 2019 foram 5.875 casos para 4.073 em 2020, e 3.816 em 2021. 

Segundo Leonardo Melgarejo, a queda era esperada e pode não significar uma diminuição real de intoxicações. “Durante a pandemia, as pessoas evitaram aglomerações, especialmente em locais de risco [como hospitais e postos de saúde]”, afirma, mencionando dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que apenas uma a cada 50 intoxicações por agrotóxicos é registrada. 

A pesquisadora da Fiocruz concorda com os impactos da pandemia nas notificações. “Os serviços de saúde foram sobrecarregados em decorrência da pandemia, a identificação de casos suspeitos de intoxicação, bem como a notificação de agravos como intoxicações, muito provavelmente foram prejudicadas”, pontua Gurgel.

Ela também reforça que as intoxicações por agrotóxicos são subnotificadas por diferentes motivos além da Covid-19, como a falta de treinamento dos profissionais e a baixa cobertura laboratorial para confirmação de casos.

Além disso, há dificuldade dos intoxicados chegarem aos postos de atendimento pela distância dos serviços de saúde e a dificuldade de locomoção. “Os agricultores nem sempre procuram atendimento e quando procuram é porque houve uma intoxicação aguda e sentiram medo de morrer. Então as outras intoxicações, de impacto mais baixo, mas que acontecem de forma crônica, sequer são registradas”, comenta Melgarejo.

Fonte: revistagalileu




Papinhas de bebês: estudo indica presença de agrotóxicos em refeições industrializadas




quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Projetos socioculturais combatem evasão escolar em regiões de alta vulnerabilidade social

Imagem: Divulgação

CADI oferece perspectivas de um futuro melhor para centenas de crianças e adolescentes com iniciativas direcionadas ao preenchimento de lacunas educacionais no país.

A cada ano, milhares de meninos e meninas são privados do acesso à educação no Brasil. Diversos estudos demonstram que a violação desse direito básico assegurado pela Constituição tem consequências sobre muitos aspectos da vida, como: menor empregabilidade, redução da produtividade, da longevidade e da qualidade de vida, maior exposição a atividades de risco e empoderamento limitado para a participação na vida comunitária e cívica. A situação é tão alarmante que o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) fez um alerta: é urgente priorizar a educação no país.

Após mais de dois anos de pandemia, um estudo inédito, realizado pelo Ipec para o UNICEF, constatou que 2 milhões de crianças e adolescentes de 11 a 19 anos que ainda não haviam terminado a educação básica abandonaram a escola no Brasil. Eles representam 11% do total da amostra pesquisada. Realizada neste ano com crianças e adolescentes de todas as regiões nacionais, a pesquisa revelou que a exclusão escolar afeta especialmente os mais vulneráveis. No total, 11% dos entrevistados não frequentam a escola. Na classe AB, o percentual é de 4%, mas na classe DE é 17%, quatro vezes maior.

Quase metade dos entrevistados que não frequentam a escola (48%) deixou de assistir às aulas para trabalhar, 30% relataram dificuldades de aprendizagem, 29% desistiram porque a escola não tinha retomado atividades presenciais e 28% afirmaram ter que cuidar de familiares. Outros entraves citados foram a falta de transporte (18%), gravidez (14%), desafios decorrentes de deficiência (9%), racismo (6%), entre outros. A evasão é um risco real para os estudantes que permanecem na escola. Nos três meses que antecederam a pesquisa conduzida em agosto deste ano, 21% dos alunos de escolas públicas pensaram em abandonar a sala de aula.

Capacitação profissional

Para mudar esse cenário, o Centro de Assistência e Desenvolvimento Integral (CADI Brasil), coalizão de organizações sociais cristãs, atua prioritariamente na proteção à infância, à adolescência e à família por meio do desenvolvimento comunitário em regiões de vulnerabilidade social.  “A educação é um direito da criança e do adolescente amplamente reconhecido em nossa sociedade. Porém, existe uma enorme diferença entre este direito estar devidamente previsto e descrito em diversas leis em nosso país e a realidade. Os projetos executados pelas unidades do CADI cooperam para o enfrentamento deste panorama, com soluções que estimulam o desenvolvimento da comunidade, provendo o acesso aos direitos de crianças e adolescentes. As ações executadas nos territórios servidos por nós fortalecem a permanência das crianças e adolescentes na escola, por meio de um ambiente motivacional favorável ao protagonismo dos alunos e suas famílias”, afirma Marcel Camargo, diretor-executivo do CADI Brasil.

Fundada em 2011, a unidade do CADI em Aratuba (CE) atende crianças e adolescentes de quatro a 17 anos nas comunidades de Matas e Pindoba por meio de duas iniciativas. Uma delas é o Projeto Capacita Aí, focado na qualificação profissional e fortalecimento das capacidades pessoais de adolescentes de 14 a 18 anos, contribuindo para o ingresso destes no mercado de trabalho, incluindo neste processo o estímulo e conscientização para que os atendidos estudem até a conclusão do Ensino Médio, e os desafiando para escolha de cursos técnicos ou graduação, o que fortalece suas perspectivas de futuro. 

Leitura e reforço escolar

Já o Projeto Um Toque de Esperança tem a finalidade de fortalecer o protagonismo de crianças e adolescentes, contribuir para sua formação cidadã e para o desenvolvimento de competências pessoais por meio das oficinas esportivas, culturais, reforço escolar e de práticas de leitura. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), criado em 2007 reúne, em um só indicador, o fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações. A escala do índice varia de 0 a 10 e um bom resultado é, no mínimo, 6. Em 2021, o Ideb de Aratuba para os anos iniciais foi de 0,57, nos anos finais do Ensino Fundamental foi de 5,3 e, no Ensino Médio, de 3,8.

No mesmo período, o índice de aprendizagem em relação a portugês, conforme mostra a plataforma do QEdu, foi de 55% nos anos iniciais, ou seja, 45% tiveram aprendizado básico ou insuficiente, indicando que precisam de reforço e recuperação de conteúdos. Já os índices nos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio foram de 36% e 24%, respectivamente. A análise do aprendizado de acordo com a condição socioeconômica mostra que, em geral, 37% das crianças e adolescentes de baixo nível socioeconômico aprendem o esperado em relação a português e 17% absorvem o conteúdo de matemática. Os alunos de alto nível socioeconômico têm um índice de aprendizagem de 54% e 35% das duas disciplinas, respectivamente. 

Além de possibilitar o acesso ao esporte e à cultura, o projeto Um Toque de Esperança promove melhorias na alfabetização, na leitura e na interpretação de textos, estimulando os beneficiários a permanecer na escola até a conclusão dos estudos. Com isso, os jovens têm perspectivas de um futuro com mais oportunidades e menos barreiras para seu desenvolvimento.

Sobre o CADI Brasil

O Centro de Assistência e Desenvolvimento Integral (CADI Brasil) é uma coalizão de organizações sociais cristãs que atua prioritariamente na proteção à infância, à adolescência e à família. Fundado em 1994, o CADI existe para combater as situações de vulnerabilidade e risco social vivenciadas por crianças e adolescentes que vivem em comunidades pobres no Brasil, para tanto possui unidades de intervenção social espalhadas pelo Brasil que executam projetos   sociais relevantes em diferentes áreas: cidadania, cultura, educação e tecnologia,  esportes  qualificação para o mercado de trabalho e saúde,  com o objetivo de aumentar a qualidade de vida dos beneficiados. A OSC atua em sete estados e oito municípios: Valença (BA), Camaçari (BA), Gaibu (PE), Porto Velho (RO),  Maré (RJ), Fazenda Rio Grande (PR), Palhoça (SC) e Aratuba (CE). Mais informações: https://cadi.org.br/

Fonte: DePropósito Comunicação de Causas


quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Cientistas dos EUA atingem ignição por fusão nuclear pela 1ª vez; entenda

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Pesquisadores do Laboratório Lawrence Livermore produziram mais energia no processo de junção de átomos do que a usada para impulsioná-lo, atingindo equilíbrio inédito.

A fusão nuclear é a reação que alimenta o Sol e funciona fundindo dois átomos. O Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE) e a Administração Nacional de Segurança Nuclear (NNSA) anunciaram na terça-feira (13) um feito inédito na área, que abrirá o caminho para avanços de energia limpa e defesa nacional.

De acordo com a transmissão ao vivo sobre o avanço, os cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Livermore (LLNL), nos Estados Unidos, conduziram, no último dia 5 de dezembro, o primeiro experimento de fusão controlada da história a atingir o chamado equilíbrio de energia científico, isto é, o ponto de ignição por fusão nuclear, quando essa fusão se torna autossuficiente.

Isso significa que o experimento produziu mais energia a partir da fusão do que a própria energia do laser usada para impulsioná-la. Assim, a reação energética não precisa de estímulos externos para se manter estável.

Em termos técnicos, os pesquisadores obtiveram uma base científica fundamental para a energia de fusão inercial (IFE), embora ainda faltem avanços para alimentar residências e empresas com a abordagem. O resultado ultrapassou o limite conhecido anteriormente ao fornecer 2,05 megajoules (MJ) de energia ao alvo, resultando em 3,15 MJ de saída de energia.

A ideia de fusão de confinamento inercial é perseguida há 60 anos por cientistas. Na década de 1960, um grupo de pesquisadores pioneiros do LLNL levantou a hipótese de que lasers poderiam ser usados ​​para induzir a fusão em laboratório. A teoria foi liderada pelo físico John Nuckolls, que mais tarde atuou como diretor da instituição de 1988 a 1994.

Em busca do conceito, o LLNL construiu uma série de sistemas de laser cada vez mais poderosos, levando à criação da National Ignition Facility (NIF) — maior e mais energético sistema do tipo no mundo, localizado em Livermore, na Califórnia. O aparato usa raios laser poderosos para criar temperaturas e pressões como as dos núcleos de estrelas, planetas gigantes e armas nucleares explosivas.

Anúncio sem precedentes

O novo marco na fusão nuclear foi divulgado por Jennifer M. Granholm, secretária de Energia dos EUA, e Jill Hruby, administradora da NNSA; acompanhadas de Arati Prabhakar, diretora de ciência, tecnologia e política na Casa Branca; Marvin Adams, administrador dos programas de defesa da NNSA; e Kim Budil, diretora do LLNL.

Segundo anunciou Budil, apesar de muito ceticismo rondando o experimento, em agosto de 2022 os cientistas atingiram a marca recordista de 1,35 MJ de energia. Na semana passada, previsões melhoradas por aprendizado de máquina e uma rica base de dados coletados indicaram haver mais que 50% de chance de sucesso.

Em comunicado, o Departamento de Energia dos EUA informou que a conquista histórica e inédita fornecerá capacidade sem precedentes para apoiar o Programa de Gerenciamento de Estoque da NNSA e fornecerá informações valiosas sobre as perspectivas de energia de fusão limpa.

A previsão de aplicação da tecnologia em plantas de energia é somente para daqui a algumas décadas, de acordo com Budil. Mas a diretora acredita que a espera desta vez deva ser menor do que 60 ou 50 anos.

“Tivemos uma cápsula de ignição uma única vez. Para ter fusão comercial é preciso muitas coisas, você tem que produzir muitos eventos de ignição por fusão a cada minuto, você tem que ter um sistema robusto de drivers para permitir isso”, explica a especialista.

Fonte: revistagalileu

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Pesquisa: 81% dos profissionais de marketing se sentem mais valorizados

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Apesar disso, a oitava edição do estudo da Salesforce, State of Marketing, mostra que incertezas econômicas têm preocupado profissionais do setor.

A oitava edição do relatório State of Marketing, estudo da Salesforce que divulga análises e tendências do setor de marketing para 2023, revela que 81% dos profissionais de marketing brasileiros se sentem mais valorizados em seu trabalho se comparado ao ano passado.

Apesar disso, 73% deles afirmaram que as expectativas dos clientes estão mais difíceis de atender em relação a 2021, e 23% citaram restrições orçamentárias como uma dificuldade em uma economia incerta.

Em nota, Daniel Hoe, Head de Marketing para a América Latina da Salesforce, salientou que a companhia tem notado duas grandes mudanças nas empresas em todo o mundo: fazer mais com menos e aprimorar a gestão de dados em linha com os requerimentos de privacidade. “E isso só será possível se as marcas estimularem suas equipes, possibilitando um maior destaque no setor e atraindo novos consumidores”, completou.

Realizado globalmente entre junho e agosto deste ano, em 35 países, com 6.000 líderes de marketing, incluindo 250 brasileiros, o estudo State of Marketing, ainda mostra que, no Brasil, o foco dos profissionais dessa área é alcançar públicos e construir relacionamentos mais duradouros por meio de uma combinação de canais e tecnologia.

TV, mensagens móveis e ligações por voz foram os canais que registraram maior crescimento, entretanto, a comunicação por e-mail continua representando mais de 80% de todas as mensagens de marketing, de acordo com trilhões de envios da solução Salesforce Marketing Cloud.

Dados, velocidade, colaboração

Além das incertezas econômicas, outra questão também está no radar dos profissionais de marketing são os dados. De acordo com a pesquisa, embora 79% dos entrevistados ainda invistam em dados de terceiros, 68% afiram ter uma estratégia totalmente definida para utilizar outras referências.

Segundo o levantamento, a velocidade do insight continua sendo uma vantagem competitiva, visto  84% das organizações envolvem os clientes em tempo real em um ou mais canais de marketing.

Outro ponto levantado pelo estudo é que, com o trabalho remoto, as empresas estão investindo em novas ferramentas de colaboração. Para 70% dos profissionais de marketing é mais difícil colaborar agora do que antes da pandemia.

Fonte: meioemensagem


terça-feira, 6 de dezembro de 2022

Panela de Teflon libera milhares de partículas de plástico apenas com pequena rachadura

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Estudo surpreende ao registrar partículas e destaca necessidade de mais pesquisas sobre o risco à saúde dos chamados PFAS.

Pesquisadores das australianas Newcastle University e Flinders University mediram como milhões de minúsculas partículas de plástico potencialmente saem durante o cozimento e na lavagem, à medida que panelas e frigideiras antiaderentes perdem gradualmente seu revestimento. Segundo os cientistas: uma pequena rachadura na superfície de uma panela revestida de Teflon pode liberar algo em torno de 9.100 partículas de plástico.

A descoberta recém publicada chama atenção para a necessidade de novos estudos relacionados ao risco à saúde dos chamados PFAS (substâncias per e polifluoroalquil), uma classe de produtos químicos que as empresas adicionam a uma grande variedade de produtos de consumo para torná-los antiaderentes, impermeáveis e resistentes a manchas.

“Dado o fato de que o PFAS é uma grande preocupação, essas micropartículas de Teflon em nossos alimentos podem ser um problema de saúde, portanto, precisam ser investigadas porque não sabemos muito sobre esses contaminantes emergentes”, diz o pesquisador da Universidade de Newcastle, Dr. Cheng Fang em comunicado publicado no site da universidade.

O estudo desenvolveu uma abordagem de espectro molecular para visualizar e identificar diretamente os microplásticos e nanoplásticos de Teflon, que são mais difíceis de monitorar do que outros plásticos. Segundo o levantamento, em microescala, a partir da imagem Raman e de um modelo de algoritmo, ainda foi possível identificar a liberação de 2,3 milhões de microplásticos e nanoplásticos vindos a partir de um revestimento quebrado.

“Isso nos dá um forte aviso de que devemos ter cuidado ao selecionar e usar utensílios de cozinha para evitar a contaminação dos alimentos”, diz o professor Tang, da Faculdade de Ciências e Engenharia da Universidade Flinders.

O artigo, Imagens Raman para a identificação de microplásticos e nanoplásticos de Teflon liberados de panelas antiaderentes (2022) foi publicado por Yunlong Luo, Christopher T Gibson, Clarence Chuah, Youhong Tang, Ravi Naidu e Cheng Fang, na Science of The Total Environment

Fonte: revistagalileu


sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Papel de gene que predispõe ao Alzheimer é identificado em testes cerebrais

Imagem: Reprodução

Experimento com camundongos mostra que segmento de DNA se concentra em células imunes cerebrais que atuam para remover placas associadas à demência do distúrbio.

Em estudo com roedores, o gene inositol polifosfato-5-fosfatase D (INPP5D), que fica concentrado nas “células de limpeza do cérebro”, foi ligado a uma inflamação que contribui para o Alzheimer. Os resultados foram publicados na quarta-feira (30) na revista Alzheimer and Dementia: The Journal of the Alzheimer's Association.

As células onde o gene INPP5D está concentrado são chamadas de microglia. Entre outros papéis, elas têm função similar à dos glóbulos brancos na corrente sanguínea. Conforme a pesquisa, essas células imunes no cérebro atuam como “catadoras” para remover células moribundas e placas amiloides associadas à demência do Alzheimer.

O INPP5D já foi ligado anteriormente por estudos de genética ao risco da doença, enquanto outras pesquisas revelaram níveis elevados do gene no tecido cerebral pós-morte de pacientes vítimas do Alzheimer. Mas o papel que esse segmento do DNA desempenha no quadro inicial ou tardio da enfermidade são desconhecidos.

Para investigar isso, Michelle E. Ehrlich, coautora sênior do estudo, usou camundongos geneticamente modificados para desligar o INPP5D desses roedores em sua microglia no início da doença. Isso permitiu aos cientistas observarem o impacto da inativação desse gene no tecido do cérebro.

Cerca de três meses depois, os pesquisadores mediram o acúmulo de placas e o comportamento da microglia. A expectativa era que os camundongos com o gene inativado fossem protegidos das placas amiloides que são características do Alzheimer.

Porém, exatamente o contrário ocorreu. "Quando olhei através do microscópio, fiquei bastante surpreso ao ver que os camundongos sem INPP5D em sua microglia tinham mais placas do que os ratos com microglia normal", conta Emilie Castrânio, pós-doutora no laboratório de Ehrlich e coautora do novo artigo, em comunicado.

Os cientistas então recorreram à transcriptômica espacial, um método de perfil molecular que permite medir toda a expressão gênica em uma amostra de tecido e mapear onde a expressão está ocorrendo. Shane Liddelow, coautor sênior do estudo, é líder mundial nessa abordagem.

A técnica ajudou os cientistas a identificarem genes induzidos por placas (PIGs), expressados pela microglia perto de placas amiloides — sejam esses segmentos adicionais ou já descritos em pesquisas anteriores.

O PIG recém-identificado com o maior aumento de expressão nos camundongos foi CST7, um gene que codifica a proteína cistatina F, conhecida por ser impactada pelo Alzheimer e associada a doenças causadas por príons — família de distúrbios neurodegenerativos raros e progressivos, como a doença de Creutzfeldt-Jakob, que pode levar pessoas à demência e até à morte.

Com isso, os cientistas acreditam que tanto o INPP5D quanto a cistatina F devem ser considerados como alvos para o desenvolvimento de tratamentos contra a inflamação no cérebro gerada pelo Alzheimer.

Contudo, segundo Ehrlich, não se sabe ainda quais genes podem ser direcionados para a intervenção terapêutica em humanos. Como os experimentos não são possíveis em pessoas vivas, os pesquisadores contam com testes em animais para nos mostrar o caminho.

“Também usamos esses camundongos para nos ajudar a prever se um determinado gene está mais relacionado ao início ou à progressão da doença, com a ressalva de que a microglia de camundongos e humanos diferem de maneiras importantes”, afirma a especialista. “Apesar dessas diferenças, a assinatura do gene associado à placa que identificamos se sobrepõe às redes de genes do Alzheimer humano”.

Fonte: revistagalileu