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terça-feira, 23 de abril de 2024

Grupo Officina leva o design brasileiro pela terceira vez consecutiva ao Salone del Mobile Milano 2024

Imagem: reprodução

A peça representa o nordeste brasileiro e recebe destaque internacional

De 16 a 21 de abril, Milão se transformou no centro mundial do design com a realização do Salone del Mobile Milano 2024. Reconhecido como um dos eventos mais importantes da Semana de Design, esta edição promete destacar não só oito empresas com suas coleções, mas também apresentar uma exposição especial sobre Design + Indústria, sob a organização do Projeto Brazilian Furniture.

Neste ano, um total de 25 marcas brasileiras expuseram suas novas criações no Rho Fiera Milano. Ao todo, foram 41 peças brasileiras em exibição, refletindo o talento e a criatividade do design nacional.

Para o Grupo Officina, esta foi a terceira participação consecutiva no evento. Soni Cassiano, cofundadora do grupo, destaca o movimento de internacionalização da marca nos últimos três anos e a parceria com o designer Marcelo Bilac dentro desse projeto Brasil Mais Indústria realizado pela a ABIMÓVEL e a ApexBrasil. “Este ano, a peça escolhida foi a Prateleira Onda, inspirada nas cores e formas do mar paraibano, com tons de verde e curvas que simulam as ondas do mar, representando o movimento da vida”, destaca. Marcelo Bilac, mais uma vez ressalta o nordeste do Brasil nesse contexto do Design Mundial, uma vez que o item apresentado prima e valoriza a sofisticação e singularidade das paisagens da região, trazendo características locais para o universo do design.

Já Adeilton Pereira, cofundador do Grupo Officina, expressa sua felicidade por mais uma vez levar a marca ao principal palco do design mundial. “A participação no Salone del Mobile Milano não é apenas uma oportunidade de exposição, mas também uma maneira de mostrar ao mundo a qualidade e a originalidade do design brasileiro”, pontuou.


Imagem: reprodução / divulgação

Com uma combinação única de inovação, criatividade e inspiração, o Grupo Officina reafirma o compromisso de elevar o nordeste brasileiro no cenário internacional do design. O Salone del Mobile Milano 2024 se apresentou como uma oportunidade para as marcas brasileiras brilharem, evidenciando a competência do design nacional para se destacar no cenário mundial.

FonteLucky Comunicação /  Karol Romagnoli


quinta-feira, 4 de abril de 2024

Brasileiro que visitou a Finlândia mais de 50 vezes explica porque o país é o mais feliz do mundo

Imagem: reprodução

País foi considerado o mais feliz do mundo, pela sétima vez consecutiva, por ranking da ONU.

Em um anúncio feito no final de março, a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou seu aguardado relatório anual sobre a felicidade em diferentes nações. 

O estudo, realizado desde 2012, oferece uma visão abrangente das tendências globais de bem-estar, além de revelar mudanças significativas no ranking de felicidade ao longo dos anos. A Finlândia, mais uma vez, se destacou como um farol de felicidade no mundo, conquistando o primeiro lugar pelo sétimo ano consecutivo.

Logo após a Finlândia, aparecem Dinamarca, Islândia, Suécia, Israel, Países Baixos e Noruega, nessa ordem. Marco Brotto, brasileiro caçador de auroras boreais que lidera expedições pelos países da Região Ártica, comenta o resultado. 

“Durante boa parte do ano eu viajo por cinco dos sete países mais felizes do mundo: Finlândia, Dinamarca, Islândia, Noruega e Suécia. O que me chama atenção é perceber que nesses lugares a felicidade não significa pessoas sorrindo ou festando. A felicidade é o quanto elas se sentem amparadas, realizadas e seguras com a vida que levam”.

Para ele, entre os principais motivos pelos quais os países do ártico firmaram-se nos primeiros lugares do ranking da ONU está a autossuficiência das pessoas. “Os Nórdicos têm condições de escolher o que querem ou precisam fazer, obviamente dentro da Lei. A autossuficiência é muito grande. Felicidade, para eles, é ter saúde, condições físicas, financeiras e de tempo para tranquilamente desfrutar sua vida, sem depender de outras pessoas e amparadas pelo Estado”.

Ele destaca que os países listados no estudo são reconhecidos por apoiarem os seus cidadãos. “O mais fragilizado é protegido, o coletivo é respeitado e a individualidade de cada morador também. A confiança nas instituições, a transparência governamental e o acesso universal a serviços de saúde e educação, elevam a sensação de segurança e prosperidade e por consequência, a felicidade”, conta Brotto.

Os seis fatores considerados no relatório da ONU incluem o PIB per capita, apoio social, expectativa de vida, liberdade, generosidade e corrupção. A metodologia da pesquisa envolve a coleta de opiniões dos habitantes de cada país, que respondem a perguntas relacionadas a esses indicadores, fornecendo insights valiosos para a classificação.

O caçador de aurora boreal destaca a proximidade com a natureza como outro exemplo de felicidade diariamente experimentada pelos finlandeses. “A felicidade de estar em contato com a natureza - de poder, por exemplo, testemunhar uma aurora boreal a olho nu - é uma experiência de beleza transcendental que enche a alma de encanto e renovação”, descreve. 

Para ele, em meio a esse espetáculo celestial, encontra-se não apenas a magia do universo, mas também uma conexão profunda com a própria essência. “É nesse encontro com a natureza que percebemos a verdadeira medida da qualidade de vida, onde o equilíbrio entre o homem e o meio ambiente se torna a pedra angular da felicidade e do bem-estar”.

Nos últimos 12 anos, Brotto já realizou 145 expedições pelos países do Ártico, em centenas de viagens pela região, levando grupos de brasileiros interessados em ver a aurora boreal. “Enquanto celebramos os feitos da Finlândia e de outros países líderes em felicidade, somos lembrados do valor intrínseco de cuidar não apenas de nós mesmos, mas também uns dos outros e do mundo ao nosso redor”, finaliza.

Fonte: Agência Souk


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Deputado italiano relata horror na Faixa de Gaza: “amputam perna com arame”

Imagem: reprodução

Com início em outubro de 2023, a guerra entre Israel e o Hamas já dura 174 dias. Quase seis meses depois, o que se vê na região é horror, segundo o deputado italiano Angelo Bonelli em entrevista ao Congresso em Foco.

Segundo Bonelli, ao menos 1.500 caminhões de ajuda humanitária chegaram a ficar retidos por Israel na barreira de acesso à cidade de Rafah, na Faixa de Gaza, com o Egito, “em uma fila interminável” de caixas enviadas por diversos países. Com isso, a situação para crianças e pessoas feridas se agravou, segundo ele.

“Existem crianças morrendo de fome e falta de água, com os caminhões com farinha e água parados”, disse Bonelli. “Eu conversei com muitos doutores, cirurgiões e eles me falaram que não têm anestésico para fazer cirurgias. Amputações de pernas são feitas com arame farpado. Não tem nada, não tem medicamentos, instrumentos sanitários, anestésicos. É uma situação indescritível”.

Bonelli fez parte de uma comitiva de 14 deputados italianos que esteve, no início de março, na região. Segundo ele, mesmo itens básicos para atendimento médico foram parados na fronteira de Gaza.

“Não tem nada, não tem medicamentos, instrumentos sanitários, anestésicos. É uma situação
indescritível”, diz Angelo Bonelli. Foto: Reprodução/Instagram

Entre os caminhões de ajuda humanitária barrados, estão 30 caixas com filtros de água e freezers enviadas pelo Brasil como ajuda humanitária às vítimas dos bombardeios na Faixa de Gaza. Veja aqui a ajuda humanitária barrada. “Fui na tenda da Cruz Vermelha no lado egípcio onde fica as cargas humanitárias rejeitadas. Nessa tenda tem muitas caixas do Brasil”, disse Bonelli. O parlamentar italiano fala português fluentemente, resultado do período em que morou em Santarém (PA).

Brasil e Israel vivem uma crise diplomática desde que o presidente Lula (PT) acusou Israel de promover um genocídio, e o governo de Benjamin Netanyahu, em resposta, chamou o embaixador brasileiro em Tel-Aviv e declarou o petista “persona non grata“.

De acordo com o Itamaraty, Israel dá justificativas técnicas para não entregar os kits, entre elas o fato de que a energia solar que mantém os filtros em funcionamento representam um risco para a segurança israelense. O argumento é que as pequenas placas poderiam ser utilizadas pelo Hamas.

O governo brasileiro, no entanto, questiona a escolha de Israel de barrar a ajuda humanitária. Segundo o ministro Mauro Vieira, há uma estimativa de que 15 mil toneladas de itens estejam paradas na fronteira. “Sem sombra de dúvidas, o bloqueio à ajuda humanitária consiste em uma violação do direito internacional”, disse o ministro ao Senado nesta semana.

Para Bonelli, não é necessário fazer comparações com a Segunda Guerra Mundial ou com o Holocausto sofrido por judeus durante o governo nazista da Alemanha. Para ele, é claro que o que está acontecendo contra palestinos é um crime contra a humanidade

“Não preciso fazer comparação com o passado. É analisar o que está acontecendo agora, que é um genocídio. É uma política que está procurando um genocídio“, disse Borelli. O deputado europeu destacou ainda que falas nesse sentido não são um ataque aos judeus. “Não é uma responsabilidade do povo de Israel, mas do governo de Netanyahu”.

Desde que o Hamas atacou Israel, deixando mais de 1.400 pessoas mortas e sequestrando outras 240, mais de 30 mil pessoas foram mortas e cerca de 72 mil ficaram feridas na Faixa de Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde da Palestina.

Um dos momentos que classifica o momento atual como um crime contra a humanidade foi o chamado “massacre da farinha”, quando cerca de 120 pessoas morreram e outras 750 ficaram feridas em meio a um bombardeio sobre a população civil da Palestina, que fazia fila para receber ajuda humanitária.

Fonte: congressoemfoco


quarta-feira, 13 de março de 2024

Entenda os principais pontos da nova legislação da União Europeia, que regulamenta o uso de IA

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Lei é aprovada no Parlamento Europeu e pode refletir em outras legislações pelo mundo, inclusive no Brasil.

Aprovado nesta quarta-feira (13) pelo Parlamento Europeu, a lei que regulamenta o uso de inteligência artificial (IA). Foram 523 votos a favor, 46 contra e 49 abstenções.

O projeto de lei original, considerado inédito no mundo, foi apresentado pela Comissão Europeia, braço Executivo da União Europeia em abril de 2021, mas com o surgimento do ChatGPT, o projeto precisou ganhar novas dimensões e ajustes.

Quais são os aspectos centrais da legislação da UE sobre a IA e de que forma isso poderá impactar legislações de outros países fora do bloco? Sócio do Godke Advogados e especialista em Direito Digital e Proteção de Dados, Alexander Coelho, traz os pontos principais da regulamentação:

  1. Enfoque Centrado no Ser Humano: “A legislação da UE prioriza o desenvolvimento de IA com um enfoque centrado no ser humano, promovendo a utilização da tecnologia de maneira que respeite os direitos fundamentais e valores éticos”, explica o especialista.
  2. Transparência e Conformidade com Direitos Autorais: “Os modelos de IA de uso geral devem aderir às obrigações de transparência e estar em conformidade com as normas europeias de direitos autorais, garantindo que a tecnologia seja usada de forma responsável e respeitosa”, pontua.
  3. Regulamentação de Sistemas de Alto Risco: Sistemas de IA considerados de alto risco, especialmente aqueles usados em infraestruturas críticas, estarão sujeitos a requisitos mais rigorosos. “Isso inclui análises de impacto nos direitos fundamentais, assegurando que seu uso não comprometa a segurança ou os direitos individuais”, avalia.
  4. Proibições Específicas: Nesse quesito, a o especialista explica que a legislação proíbe práticas como a classificação massiva de cidadãos, vigilância em massa e identificação biométrica remota em espaços públicos. “Estas proibições são fundamentais para proteger a privacidade e a liberdade individual”, acrescenta o especialista.
  5. Fiscalização e Sanções: “Um Gabinete Europeu de IA será responsável pela fiscalização da legislação, com a autoridade para aplicar multas significativas em caso de violações”, defendeu Coelho.

As implicações e desafios da legislação aprovadas na UE entram em aspectos como a batalha entre inovação e regulação. “A legislação busca um equilíbrio entre fomentar a inovação e proteger os interesses essenciais. No entanto, críticos argumentam que as regras podem atrasar o desenvolvimento de aplicações inovadoras de IA devido à falta de clareza nas regulamentações”, pontuou o advogado.

Organizações expressam preocupação com a possível influência dos grupos de lobby na implementação da legislação, o que destaca a necessidade de um processo transparente e equitativo na formulação de políticas. Por outro lado, a UE está se posicionando como líder na definição de padrões para a IA confiável. Nesse sentido, Coelho acredita que essa postura pode influenciar outros países e regiões a adotarem abordagens semelhantes.

“Observo que esta legislação da UE sobre IA é um passo crucial na direção certa. Ela reflete a necessidade de regulamentações abrangentes e bem fundamentadas para enfrentar os desafios e riscos apresentados pela IA, equilibrando a inovação tecnológica com a proteção dos direitos humanos e a ética digital. É fundamental que haja um equilíbrio entre o fomento da inovação e a garantia de que a IA seja desenvolvida e utilizada de maneira responsável e ética, alinhada com os valores fundamentais da sociedade”, concluiu.

Alexander Coelho - sócio do Godke Advogados, advogado especializado em Direito Digital e Proteção de Dados. CIPM (Certified Information Privacy Manager) pela IAPP (International Association of Privacy Professionals). É membro da Comissão de Privacidade e Proteção de Dados e Inteligência Artificial (IA) da OAB/São Paulo. Pós-graduando em Digital Services pela Faculdade de Direito de Lisboa (Portugal).


Fonte: M2 Comunicação Jurídica / Natasha Guerrize

quarta-feira, 6 de março de 2024

Miguel Nicolelis anuncia parceria para criação do Polo de Neurotecnologia San Raffaele, em Milão

Foto: reprodução

Instituto Nicolelis de Estudos Avançados do Cérebro anuncia parceria com Hospital IRCCS San Raffaele e Universidade Vita-Salute San Raffaele para criação de um Polo de Neurotecnologia em Milão na Itália.

O recém-criado Instituto Nicolelis de Estudos Avançados do Cérebro, vinculado à  Associação Alberto Santos Dumont para Apoio à Pesquisa anunciou hoje o lançamento de uma parceria de longo prazo com as organizações  italianas Hospital IRCCS San Raffaele e Universidade Vita-Salute San Raffaele, para  estabelecer um Polo de Neurotecnologia no campus destas instituições em Milão.  Resultado de um processo de planejamento de dois anos, que incluiu a elaboração de  um Plano Diretor, o Polo de Neurotecnologia San Raffaele será a primeira iniciativa deste  tipo na Europa, concentrada na implantação de larga escala de neurotecnologias e  protocolos de neuroreabilitação, baseados na aplicação de interfaces cérebro-máquina  não invasivas (ICMn) novas e genéricas (Figura 1). Essas ICMn serão a fundação de  múltiplos protocolos de neuroreabilitação e terapias para tratamento de pessoas  sofrendo de várias doenças neurológicas, tais como lesão medular, doença de  Parkinson, derrames, esclerose múltipla e epilepsia crônica.  


Imagem: reprodução / divulgação (Figura 1)

Estima-se que mais de 1 bilhão de pessoas no mundo todo são acometidas por algum tipo de disfunção cerebral, incluindo doenças neurológicas e psiquiátricas. Até os  anos de 2030, o custo global para tratar desse número massivo de pessoas pode chegar  próximo a seis trilhões de dólares. Portanto, terapias e tecnologias de neuroreabilitação inovadoras, clinicamente seguras e eficientes, e de baixo custo são necessárias para atender às necessidades de longo prazo dessas pessoas. Nos últimos 20 anos, a  demonstração recorrente de que é perfeitamente possível conectar um cérebro humano  à ferramentas robóticas, eletrônicas, ou virtuais, através das interfaces cérebro-máquina  para criar aparatos neuroprostéticos e estabelecer protocolos de neuroreabilitação  inovadores tem surgido como uma potente abordagem para enfrentar este enorme  desafio global no cuidado à saúde. Acessar e se beneficiar do potencial clínico das ICM não invasivas será a principal missão do Polo de Neurotecnologia San Raffaele.  

Inicialmente, o Polo de Neurotecnologia San Raffaele terá a missão central de prover aos pacientes em toda Itália e Europa o acesso integral aos modernos protocolos  de neuroreabilitação e neurotecnologias desenvolvidas originalmente pela equipe brasileira multidisciplinar liderada pelo Dr. Miguel Nicolelis, neurocientista e Professor  Emérito da Duke University Medical Center, nos Estados Unidos, e presidente do Instituto  Nicolelis de Estudos Avançados do Cérebro. Ao lado do Dr. John Chapin, Nicolelis criou, no final dos anos 90, a abordagem neurofisiológica que eles denominaram interface  cérebro-máquina. Nos últimos 25 anos, Nicolelis e sua equipe de pesquisadores nos  EUA e Brasil desenvolveram múltiplas aplicações clínicas, baseadas em diferentes  arranjos de ICM, combinadas com múltiplas ferramentas derivadas dos campos da  realidade virtual e robótica. Além da autoria do Plano Diretor - elaborado em colaboração com o Dr. Alan Rudolph, e que guiará as atividades do Polo Neurotecnológico - Nicolelis  assumirá a posição de Professor Visitante da Universidade Vita-Salute San Raffaele, e  co-liderará a colaboração Brasileira-Italiana. 

Desenvolvidos originalmente para a demonstração do primeiro exoesqueleto de  membros inferiores controlado pelo cérebro, que possibilitou que um jovem com  paraplegia desferisse o chute inicial da Copa do Mundo da FIFA em 2014, os protocolos  de neuroreabilitação que serão implementados no Centro de Neuroreabilitação do Polo de Neurotecnologia San Raffaele são baseados na combinação de ICM não invasivas,  realidade virtual, robótica, e mais recentemente em técnicas de neuromodulação não invasivas (Donati et al, 2016; Shokur et al, 2018; Selfslagh et 2019; Nicolelis et al 2022). 

De acordo com Nicolelis: “Estabelecer esta colaboração com um dos hospitais  mais prestigiosos do mundo é a realização de um sonho. Esta parceria internacional  permitirá às pessoas acometidas de doenças neurológicas o acesso a tecnologias de  ICM não invasivas de última geração, que são seguras, de baixo custo, e altamente  eficazes. Estou certo de que meu grande amigo John Chapin, que criou esta tecnologia  comigo, se orgulharia deste anúncio." Nós esperamos alcançar um grande número de  pacientes nos próximos anos, e demonstrar categoricamente que as ICM não-invasivas,  combinadas a outras tecnologias inovadoras e ferramentas de dados, se tornarão a  principal abordagem para tratar doenças neurológicas e psiquiátricas muito em breve.  

O Professor Enrico Gherlone, Reitor da Universidade Vita-Salute San Raffaele comenta: “É com prazer que anunciamos o início do projeto estratégico Polo  Neurotecnológico, resultado da parceria que estabelecemos com o Professor Nicolelis e  sua equipe. Após o período de dois anos de implementação do Plano Diretor, o Polo  Neurotecnológico está pronto para entrar em sua fase operacional, garantindo que nos próximos anos nós alcançaremos nossa visão estratégica: as neurotecnologias como  uma medicina avançada, nova e mandatória, com aplicações potenciais na melhora das  saúdes motora e cognitiva, e também na abordagem de doenças neurológicas e  psiquiátricas. Sem dúvida, tudo isso representa uma oportunidade crucial, especialmente  para nossos residentes, proporcionando a eles a oportunidade de interagir com  tecnologia de ponta, única na Europa” 

Marco Centenari, Engenheiro e CEO do Hospital IRCCS San Raffaele, comenta:  “O novo Polo Neurotecnológico representa um dos principais projetos estratégicos do  nosso Instituto. A colaboração com o Professor Nicolelis é uma prova tangível do nosso  compromisso em apoiar um esforço de longo prazo, que visa desenvolver a medicina  cada vez mais translacional. O grupo de Nicolelis contará com o apoio de uma equipe de  excelentes neurologistas do nosso hospital, liderada pelo professor Massimo Filippi, que  possui expertise reconhecida internacionalmente no teste de novas terapias para  doenças neuroinflamatórias e neurodegenerativas, bem como no desenvolvimento de  novos biomarcadores para prevenir e tratar tais doenças de forma mais eficaz. Estamos  confiantes de que, num futuro próximo, seremos capazes de avançar ainda mais no  campo transdisciplinar, como aquele que apoia o desenvolvimento neurotecnológico,  uma ajuda valiosa para um envelhecimento mais saudável do sistema nervoso”. 

Em adição a um Centro de Neuroreabilitação, a fase inicial do Polo de  Neurotecnologia San Raffaele também prevê o estabelecimento de um Laboratório de  Neurodados e uma Iniciativa de Neurotelemedicina. Além destes, uma série de iniciativas  educacionais também estão planejadas, incluindo a criação de um Programa de  Neuroreabilitação para profissionais da saúde, um curso global em ICM, um Programa  de bolsas de graduação, e, eventualmente, um Programa de Graduação em  Neuroreabilitação de ICM. 

Figura 1 – ICM genérica não-invasiva concebida pelo Dr. Nicolelis e sua equipe de pesquisadores, que  será usada na neuroreabilitação de múltiplas doenças neurológicas no Centro de Neuroreabilitação e no  Polo Neurotecnológico San Raffaele.  

Em relação ao estabelecimento da parceria clínico-científica internacional, singular e abrangente lançada hoje, o Dr. Alan Rudolph disse: 

“Nós estamos entusiasmados com o lançamento deste programa, que vai ajudar  pessoas acometidas por doenças neurológicas e expandir nosso trabalho em técnicas  de reabilitação inovadoras que utilizam novos conceitos e protocolos para auxiliar  pessoas que precisam de tratamento, e também treinar uma nova geração de  profissionais”.  

A parceria com o Hospital e Universidade San Raffaele é a primeira iniciativa  desenvolvida como parte do Projeto “Treat 1 Billion” idealizado pelo Instituto Nicolelis de  Estudos Avançados do Cérebro. O objetivo central desta iniciativa é disseminar  globalmente múltiplas neurotecnologias e terapias baseadas em interfaces cérebro máquina não invasivas que sejam seguras, eficientes e de baixo custo de tal sorte que  elas possam atingir milhões de pacientes sofrendo de doenças cerebrais espalhados por  todo o mundo. Para alcançar este objetivo de longo prazo, o Instituto Nicolelis tem como  meta estabelecer polos regionais com parceiros de reconhecida competência médica em  todos os continentes.

Fonte: nr7.ag / Valéria Masson

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Julgamento do último recurso contra extradição de Julian Assange; veja 10 fatos sobre o caso

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Londres – A longa saga judicial em torno da extradição de Julian Assange entrou em 20 de fevereiro em sua fase decisiva, com um painel formado por dois juízes do Supremo Tribunal britânico ouvindo durante dois dias durante um julgamento final os fundamentos da defesa contra o envio do fundador do site Wikileaks para os EUA. Caso sejam rejeitados, não há novas instâncias para apelação no país. 

Defensores da liberdade de Assange, processado pelos EUA pela publicação de documentos militares secretos e sujeito a uma pena somada de 175 anos de cadeia, ficaram desde o início do julgamento diante do prédio da Suprema Corte. Em um palco, políticos e ativistas discursam referindo-se à ameaça à liberdade de imprensa e ao risco de morte caso ele seja extraditado e condenado. 

Assange enfrenta 18 processos movidos pelo Departamento de Justiça dos EUA. O australiano de 52 anos, preso há seis na penitenciária de Belmarsh, teve negadas todas as tentativas anteriores de impedir a extradição para ser julgado em solo americano. 

Se todos os fundamentos forem rejeitados, a extradição de Assange poderá ocorrer rapidamente. Ele teve autorização para comparecer, mas segundo sua defesa informou, disse não estar se sentindo bem e por isso não iria ao tribunal. Os juízes terão prazo até 5 de março para anunciar a decisão. 

O único recurso adicional seria recorrer ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, mas a possibilidade de que resulte em obrigação de reverter as acusações é remota. 

Stella Assange, mulher do ativista e integrante de sua equipe de defesa, disse na semana passada em uma entrevista coletiva na Foreign Press Association de Londres achar que ele não resistirá vivo na prisão. 

Stella Assange chegando para o julgamento do recurso final contra a extradição
(MediaTalks) - Foto: reprodução

A organização Repórteres Sem Fronteiras, uma das mais combativas na defesa da retirada dos processos contra Julian Assange, fez uma lista dos “equívocos mais comuns” no caso, considerado uma ameaça à liberdade de imprensa. Entenda o caso. 

De que Assange é acusado ?

O caso Assange está ligado à  publicação no WikiLeaks em 2010 de mais de 250.000 documentos militares e diplomáticos confidenciais vazados, conhecidos como Cablegate, o Diário da Guerra do Afeganistão e os Registros da Guerra do Iraque.

Entre eles está um vídeo mostrando um ataque contra civis, em que morreram dois jornalistas da agência Reuters. 

Ao todo são 18 processos – 17 ao abrigo da Lei de Espionagem e uma ao abrigo da Lei de Fraude e Abuso Informático. 

Onde está Julian Assange? 

Assange está detido numa prisão de segurança máxima em Londres há quase cinco anos. Depois de passar quase sete anos na embaixada do Equador, onde procurou refúgio de uma possível extradição para os EUA, ele foi forçado a sair em abril de 2019 e preso sob a acusação de violação das condições de refúgio em 2012, pelo que cumpriu então uma pena desproporcional, uma sentença de 50 semanas na prisão de Belmarsh.

Assange permanece detido na prisão de Belmarsh desde então, em prisão preventiva, enquanto aguarda o resultado do julgamento do processo de extradição contra ele. O último pedido de libertação sob fiança foi negado em janeiro de 2021.

Julian Assange é um “traidor” que deveria ser levado a julgamento nos Estados Unidos ? 

A RSF aponta que Assange não é cidadão americano, nunca viveu nos EUA e não tem quaisquer laços significativos com os EUA. Ele é um cidadão australiano que vivia e trabalhava em Londres quando o governo dos EUA abriu o processo contra ele. 

As acusações estão ligadas à publicação de materiais de interesse público (mais de 250 mil documentos secretos) pelo WikiLeaks, diz a RSF.

“A extradição de Assange estabeleceria um precedente perigoso que poderia colocar em risco outros editores e jornalistas em todo o mundo, independentemente da cidadania.

É preocupante que o governo dos EUA também tenha declarado que as proteções da Primeira Emenda não se aplicarão a Assange como não-cidadão.”

O governo da Austrália e o Parlamento tentam convencer os EUA e o Reino Unido a repatriá-lo. 

Julian Assange é um denunciante que vazou informações confidenciais? 

No entendimento da Repórteres Sem Fronteiras, Assange desempenhou um papel diferente do de um denunciante; ele próprio não vazou informações confidenciais, mas publicou informações que foram vazadas para ele: 

“A pessoa que divulgou a informação, a ex-analista do Exército Chelsea Manning, já cumpriu mais de sete anos de prisão até o então presidente Barack Obama comutar a sua sentença de 35 anos, afirmando que era “muito desproporcional em relação ao que outras fontes de informação receberam”.

Se extraditado para os EUA, Assange seria o primeiro editor julgado ao abrigo da Lei da Espionagem, que carece de defesa do interesse público, o que significa que qualquer pessoa acusada desta forma não pode defender-se suficientemente. Ele enfrenta a possibilidade de uma surpreendente sentença de prisão de 175 anos.”

Julian Assange é  jornalista? 

Existem muitas opiniões diferentes sobre o status de Assange como jornalista, editor de notícias ou fonte jornalística, reconhece a RSF. Mas para a organização – e todas as demais que defendem a liberdade de imprensa, unânimes na defesa do fundador do Wikileakso que mais importa é a razão pela qual Assange foi alvo e as implicações da sua extradição e acusação.

“A RSF defende Assange por causa das suas contribuições para o jornalismo, uma vez que a publicação dos documentos confidenciais pelo WikiLeaks serviu como subsídio para extensas reportagens de interesse público em todo o mundo.

A sua acusação teria implicações alarmantes para o futuro do jornalismo e representaria um golpe sem precedentes para a liberdade de imprensa.”

Se Julian Assange for condenado, haverá impacto para o jornalismo? 

A condenação de Assange teria impacto no futuro do jornalismo em todo o mundo e sobre todo o nosso direito de saber, salienta a Repórteres Sem Fronteiras.

“Ele seria o primeiro editor julgado ao abrigo da Lei de Espionagem dos EUA, que carece de defesa do interesse público e necessita urgentemente de reforma. A sua condenação abriria caminho a processos semelhantes contra outros que publicam reportagens baseadas em informações confidenciais vazadas, estabelecendo um precedente perigoso para o jornalismo.

Isto colocaria em risco muitas organizações de comunicação e jornalistas e criaria um efeito inibidor nas reportagens de interesse público. O impacto final seria no direito do público de saber.”

Julian Assange colocou conscientemente pessoas em risco?

A Repórteres Sem Fronteiras afirma que Assange nunca colocou ninguém em risco intencionalmente e procurou proativamente proteção para qualquer pessoa que pudesse ser prejudicada como resultado da publicação do conjunto de dados não editado, numa situação incomum que estava fora do seu controle.

“Não foi o WikiLeaks quem inicialmente publicou o conjunto de dados não editados e, quando Assange soube que a publicação estava prestes a acontecer, instou o governo dos EUA a tomar medidas para proteger qualquer pessoa que pudesse ser prejudicada. O WikiLeaks trabalhou em parceria com uma coalizão de organizações de mídia profissionais – The New York Times , The Guardian , Le Monde , Der Spiegel e El Pais – para tratar jornalisticamente as informações vazadas.

A senha foi divulgada publicamente por um dos parceiros de mídia e outras partes obtiveram acesso e publicaram o conjunto de dados não editado. Posteriormente, o WikiLeaks republicou o conjunto de dados. O Departamento de Justiça nunca processou ninguém que tenha publicado o conjunto de dados, exceto Assange. Até agora, o governo dos EUA não apresentou provas de qualquer dano real causado a qualquer pessoa como resultado da publicação.”

Julian Assange foi protegido durante os seus anos de refúgio na embaixada do Equador? 

Segundo a Repórteres Sem Fronteiras, Julia Assange continuou a ser um alvo ativo do governo dos EUA e dos seus representantes ao longo dos seus anos na embaixada do Equador em Londres. Uma reportagem investigativo publicada pela primeira vez no YahooNews expôs discussões alarmantes de funcionários da CIA sob a administração Trump propondo o possível sequestro ou assassinato de Assange.

“Assange e os seus visitantes – incluindo a sua equipa jurídica e jornalistas – foram ativamente vigiados por uma empresa de segurança espanhola contratada para fornecer segurança à embaixada. O Grupo de Trabalho da ONU sobre Detenção Arbitrária concluiu que o período de Assange na embaixada do Equador constituiu detenção arbitrária, e o antigo Relator Especial da ONU para a Tortura concluiu que Assange apresentava sintomas de exposição prolongada à tortura psicológica.

Depois de quase sete anos, a embaixada acabou por entregar Assange, permitindo que a polícia do Reino Unido o prendesse, e funcionários do governo equatoriano fizeram alegações de comportamentos absurdos de Assange durante o seu tempo na embaixada, o que alimentou intensas difamações contra ele nos meios de comunicação."

Os funcionários da embaixada também teriam removido a navalha de barba de Assange várias semanas antes, resultando na sua aparência desleixada nas fotos tiradas durante a sua remoção forçada da embaixada e prisão, que permanecem em frequente circulação na mídia como suas últimas fotos públicas.

Os direitos humanos de Julian Assange foram respeitados?

Assange enfrentou extensas violações dos seus direitos humanos no caso do governo dos EUA contra ele, na sua vigilância na embaixada do Equador e no seu tratamento pelos tribunais e sistema prisional do Reino Unido, afirmam a Repórteres Sem Fronteiras e outras organizações como a Anistia Internacional.

“Ao visar Assange e nenhum outro editor para a republicação do conjunto de dados não editados em 2010 e ao persegui-lo incansavelmente durante 13 anos, o governo dos EUA destacou-o para perseguição legal. Na embaixada do Equador, as conversas legalmente privilegiadas de Assange com os seus advogados foram vigiadas e os jornalistas que o visitaram tiveram os seus dispositivos adulterados.

Na prisão de Belmarsh, durante um longo período durante a pandemia de Covid 19, os direitos de visita de Assange foram totalmente suspensos e ele foi por vezes confinado totalmente na sua cela devido a infecções de Covid no seu bloco prisional. Durante o seu processo de extradição, Assange foi excessivamente revistado, de uma forma aparentemente punitiva, e teve documentos legalmente privilegiados confiscados por funcionários penitenciários.

Apesar de ter pedido para comparecer pessoalmente em tribunal em todas as audiências, Assange não foi autorizado a fazê-lo desde a audiência de fiança em 6 de janeiro de 2021, apenas sendo autorizado a participar remotamente a partir de uma ligação de vídeo na prisão.”

Quem iniciou o processo de extradição contra Assange: Obama, Trump ou Biden? 

Embora Assange tenha permanecido na embaixada do Equador em Londres durante a presidência de Obama, foi o Departamento de Justiça sob Donald Trump que apresentou a acusação contra Assange e começou a perseguir ativamente a sua extradição.

Quando o Presidente Biden assumiu o cargo, o Departamento de Justiça continuou a apresentar recursos seguidos, após a decisão de primeira instância do tribunal do Reino Unido para impedir a extradição de Assange por motivos de saúde mental – uma decisão que foi posteriormente.

Fonte: mediatalks.uol.com.br


☝As imagens tornadas publicas pela WikiLeaks em 2010 de um vídeo secreto das forças de ocupação dos EUA no Iraque, mostraram-nos como a tripulação de um Apache abate um grupo de homens nas ruas de Bagdade sem justificativa.

As pessoas que quiseram prestar primeiros socorros também foram massacradas pelo fogo do helicóptero. Os comentários desumanos feitos pela tripulação e pelo comandante no rádio também indignaram o mundo.

Ficou demonstrado que as tropas norte-americanas tinham definitivamente cometido crimes de guerra, o que prejudicou gravemente a imagem dos EUA.

Por isso Julian Assange está pagando com a sua vida e liberdade; para que soubéssemos como foi a invasão que supostamente levaria a democracia aos iraquianos.


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Gaza: Médicos Sem Fronteiras condena ataque israelense que matou duas familiares de um profissional da organização

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Ataque a abrigo de MSF em Al-Mawasi, Khan Younis, também deixou seis pessoas feridas

Médicos Sem Fronteiras (MSF) condena veementemente o ataque israelense em Al-Mawasi, Khan Younis, em Gaza, que matou duas familiares de um profissional de MSF. Outras seis pessoas ficaram feridas no ataque.

No fim da noite de terça-feira (20/02), as forças israelenses realizaram uma operação militar em Al-Mawasi, localizada na costa de Gaza, durante a qual um tanque israelense disparou contra uma casa que abrigava profissionais de MSF e seus familiares. O ataque matou a nora e a esposa de um de nossos colegas e feriu seis pessoas, cinco das quais são mulheres ou crianças. Os disparos foram feitos contra um edifício claramente identificado como de MSF, atingindo o portão da frente, o exterior do prédio e a parte interior do andar térreo.

As equipes de ambulância ficaram impedidas de sair por mais de duas horas devido ao bombardeio na área. Mais tarde, os profissionais conseguiram chegar ao local e levar os feridos, alguns com queimaduras, para o hospital International Medical Corps Field, em Rafah.

“Estamos indignados e profundamente tristes com essas mortes”, lamenta Meinie Nicolai, diretora-geral de MSF, que atualmente coordena nossas atividades médicas em Gaza. “No mesmo dia em que os Estados Unidos optaram por vetar um cessar-fogo imediato, duas filhas viram sua mãe e sua cunhada mortas por um projétil de um tanque israelense.”

“Essas mortes ressaltam a triste realidade de que nenhum lugar em Gaza é seguro, que as promessas de áreas seguras são vazias e os mecanismos de desconflito não são confiáveis”, ressalta Nicolai.  “A quantidade de força usada em ambientes urbanos densamente povoados é impressionante, e atacar um prédio sabendo que está cheio de profissionais humanitários e suas famílias é inconcebível.”

No momento do ataque, 64 pessoas estavam abrigadas na casa. Todas as partes envolvidas na guerra, incluindo as forças israelenses, são regularmente informadas sobre a localização e têm conhecimento da presença de equipes de MSF em locais específicos. As forças israelenses foram claramente informadas da localização precisa deste abrigo de MSF em Al-Mawasi. Além disso, uma bandeira de MSF de dois por três metros estava pendurada do lado de fora do prédio. Nenhuma ordem de evacuação foi emitida pelas forças israelenses antes do ataque. Entramos em contato com as autoridades israelenses e estamos buscando mais informações.


Abrigo de MSF em Al Mawasi, Khan Younis. © Mohammed Abed/MSF - Foto: reprodução

Alguns de nossos colegas e seus familiares que viviam no abrigo de MSF, antes do ataque em Al-Mawasi já haviam sobrevivido ao ataque de 8 de janeiro em outro abrigo de MSF, em Rafah, que matou a filha de 5 anos idade de um integrante da equipe de MSF.

Isso demonstra, mais uma vez, que as forças israelenses não estão garantindo a segurança dos civis em suas operações militares e mostra um completo desrespeito pela vida humana e falta de respeito pela missão médica. Esse cenário torna quase impossível manter as atividades médico-humanitárias em Gaza. 

As equipes de MSF estão apoiando nossos colegas e seus familiares que sobreviveram ao ataque de ontem, assim como os entes queridos daqueles que foram mortos.

Quatro profissionais de MSF foram mortos desde o início da escalada da guerra, além de diversos familiares.

Reiteramos o nosso apelo por um cessar-fogo imediato e sustentado em Gaza. A violência contra civis deve acabar agora.

Fonte: ASSESSORIA DE IMPRENSA MSF


sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Por que olhar histórico é essencial para entender conflito na Faixa de Gaza

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Professora da Universidade do Arizona, nos EUA, que estuda a história palestina explica como área conhecida como "maior prisão a céu aberto do mundo" se formou.

O foco nos conflitos no Oriente Médio voltou novamente para a Faixa de Gaza, com o ministro da Defesa de Israel ordenando um "cerco completo" ao enclave palestino.

A operação militar, que envolve extensos bombardeios a residências, segue um ataque surpresa em 7 de outubro de 2023, por militantes do Hamas que se infiltraram em Israel a partir de Gaza e mataram mais de 900 israelenses. Em retaliação, as Forças Armadas de Israel mataram mais de 800 gazenses. E esse número pode aumentar nos próximos dias.

Enquanto isso, uma ordem de interromper o fornecimento de alimentos, eletricidade e água para Gaza só agravará a situação dos residentes naquilo que tem sido chamado de "a maior prisão a céu aberto do mundo."

Mas como Gaza se tornou uma das partes mais densamente povoadas do planeta? E por que ela é agora o lar da ação militante palestina ? Como estudiosa da história palestina, acredito que entender as respostas a essas perguntas fornece um contexto histórico crucial para a violência atual.

Breve história de Gaza

A Faixa de Gaza é uma estreita faixa de terra na costa sudeste do mar Mediterrâneo. Com cerca do dobro do tamanho de Washington D.C., ela está encaixada entre Israel, ao norte e leste, e o Egito, ao sul.


Mapa mostra a região da faixa de Gaza — Foto: Creative Commons / reprodução

Um antigo porto comercial e marítimo, Gaza faz parte da região geográfica conhecida como Palestina. No início do século 20, era habitada principalmente por árabes muçulmanos e cristãos que viviam sob o domínio otomano. Quando a Grã-Bretanha assumiu o controle da Palestina após a Primeira Guerra Mundial, intelectuais de Gaza se uniram ao emergente movimento nacional palestino.

Durante a Guerra de 1948, que estabeleceu o Estado de Israel, o exército israelense bombardeou 29 vilas no sul da Palestina, levando dezenas de milhares de habitantes a fugir para a Faixa de Gaza, que estava sob o controle do exército egípcio, implantado após a declaração de independência de Israel. A maioria deles e seus descendentes permanecem lá até hoje.

Após a Guerra dos Seis Dias de 1967, entre Israel e seus vizinhos árabes, a Faixa de Gaza ficou sob ocupação militar israelense. A ocupação resultou em "violações sistemáticas dos direitos humanos", de acordo com o grupo Anistia Internacional, incluindo a expulsão de pessoas de suas terras, destruição de residências e repressão até mesmo de formas não violentas de dissidência política.

Os palestinos promoveram duas grandes insurgências, em 1987-1991 e em 2000-2005, na esperança de pôr fim à ocupação e estabelecer um Estado palestino independente.

O Hamas, um grupo militante islâmico palestino com sede em Gaza, foi fundado em 1988 para lutar contra a ocupação israelense. Esse e outros grupos militantes lançaram ataques repetidos contra alvos israelenses em Gaza, levando à retirada unilateral de Israel da região em 2005.

Em 2006, foram realizadas eleições legislativas palestinas. O Hamas venceu seu rival secular, Fatah, que havia sido amplamente acusado de corrupção. Não houve eleições em Gaza desde então, mas pesquisas de março de 2023 indicaram que 45% dos gazenses apoiariam o Hamas em caso de votação, em comparação com 32% para o Fatah.

Após um breve conflito entre militantes do Hamas e do Fatah em maio de 2007, o Hamas assumiu o controle completo da Faixa de Gaza. Desde então, Gaza está sob controle administrativo do Hamas, embora ainda seja considerada sob ocupação israelense pelas Nações Unidas, pelo Departamento de Estado dos EUA e por outros órgãos internacionais.

Quem são os palestinos de Gaza?

Os mais de 2 milhões de habitantes da Faixa de Gaza fazem parte da comunidade palestina global, de 14 milhões de pessoas. Aproximadamente um terço dos moradores de Gaza traça as raízes de suas famílias em terras dentro da própria faixa. Os dois terços restantes são refugiados da guerra de 1948 e seus descendentes, muitos dos quais são originários de cidades e vilarejos ao redor de Gaza.

Os palestinos de Gaza são predominantemente jovens: quase metade da população tem menos de 18 anos. O enclave é também muito pobre, com uma taxa de pobreza que chega a 53%.


Famílias em Gaza estão se abrigando em escolas da Agência das Nações Unidas de
Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) — Foto: © UNRWA/Mohammed Hinnawi / reprodução

Apesar desse quadro econômico sombrio, os níveis de educação são relativamente elevados. Mais de 95% das crianças gazenses de 6 a 12 anos estão na escola. A maioria dos estudantes palestinos em Gaza se forma no ensino médio, e 57% dos alunos da prestigiosa Universidade Islâmica de Gaza são do sexo feminino.

No entanto, devido às circunstâncias do entorno, os jovens palestinos em Gaza têm dificuldade em levar uma vida plena. Para os formados entre 19 e 29 anos, a taxa de desemprego chega a 70%. E uma pesquisa do Banco Mundial realizada este ano constatou que 71% dos gazenses apresentam sinais de depressão e altos níveis de transtorno de estresse pós-traumático.

Vários fatores contribuem para essas condições. Um dos principais é o bloqueio de 16 anos imposto a Gaza por Israel e pelo Egito, com apoio dos Estados Unidos.

Anos de bloqueio

Pouco depois das eleições de 2006, a administração Bush nos EUA tentou forçar o Hamas a sair do poder e trazer um líder rival do partido Fatah, considerado mais amigável a Israel e aos estadunidenses.

O Hamas antecipou o golpe e assumiu o controle total de Gaza em maio de 2007. Em resposta, Israel e o Egito, com apoio dos Estados Unidos e da Europa, fecharam as travessias de fronteira para dentro e para fora da Faixa de Gaza e impuseram um bloqueio terrestre, aéreo e marítimo.

O bloqueio, que ainda está em vigor, limita a importação de alimentos, combustível e materiais de construção; restringe a distância que os pescadores de Gaza podem ir ao mar; proíbe praticamente todas as exportações; e impõe rígidas restrições à movimentação de pessoas dentro e fora da região. Em 2023, Israel permitiu que apenas cerca de 50 mil pessoas saíssem de Gaza por mês, segundo dados da ONU.


Um edifício que abriga a sede da UNRWA em Gaza sofre danos significativos após
ataques aéreos nas proximidades — Foto: © UNRWA / reprodução

Os anos de bloqueio devastaram a vida dos palestinos em Gaza. Os habitantes não têm água suficiente para beber e para saneamento. Eles enfrentam cortes de eletricidade que duram de 12 a 18 horas por dia. Sem água e eletricidade adequadas, o frágil sistema de saúde de Gaza está "à beira do colapso", de acordo com o grupo de direitos médicos Medical Aid for Palestine.

Essas restrições atingem com mais intensidade os jovens e os mais vulneráveis de Gaza. Israel rotineiramente nega permissões a pacientes doentes que necessitam de cuidados médicos fora da faixa. Estudantes brilhantes com bolsas de estudo para estudar no exterior frequentemente descobrem que não podem partir.

Peritos da ONU afirmam que esse bloqueio é ilegal à luz do direito internacional. Eles argumentam que a medida constitui um castigo coletivo aos palestinos de Gaza, o que viola as Convenções de Haia e de Genebra, que formam a base do direito internacional.

Sem fim para o sofrimento

Israel alega que o bloqueio a Gaza é necessário para garantir a segurança de sua população e será suspenso quando o Hamas renunciar à violência, reconhecer Israel e cumprir acordos anteriores.

Mas o Hamas tem rejeitado consistentemente esse ultimato. Em vez disso, os combatentes militantes aumentaram os disparos de foguetes caseiros e morteiros em áreas povoadas próximas à Faixa de Gaza em 2008, buscando pressionar Israel a suspender o bloqueio. Eles esporadicamente atacaram o país dessa maneira nos anos seguintes.

Israel lançou quatro grandes ofensivas militares em Gaza — em 2008-09, 2012, 2014 e 2021 — na tentativa de destruir as capacidades militares do Hamas. Essas guerras mataram 4 mil palestinos, mais da metade dos quais eram civis, além de 106 pessoas em Israel.

Nesse período, a ONU estima que houve mais de US$ 5 bilhões em danos a residências, agricultura, indústria, infraestrutura de eletricidade e água de Gaza.

Cada uma dessas guerras terminou em um frágil cessar-fogo, mas sem uma resolução real do conflito. Israel busca dissuadir o Hamas de disparar foguetes. Este e outros grupos militantes afirmam que, mesmo quando mantiveram cessar-fogos anteriores, Israel continuou a atacar os palestinos e se recusou a suspender o bloqueio.

O Hamas ofereceu uma trégua de longo prazo em troca do fim do bloqueio a Gaza. Israel se recusou a aceitar a oferta, mantendo sua posição de que o grupo deve primeiro renunciar à violência e reconhecer seu Estado.

Nos meses que antecederam a escalada mais recente, as condições em Gaza se deterioraram ainda mais. O Fundo Monetário Internacional informou em setembro que as perspectivas econômicas de Gaza "permanecem sombrias". As condições se tornaram mais difíceis quando Israel anunciou, em 5 de setembro de 2023, que interromperia todas as exportações em um ponto-chave de travessia de fronteira de Gaza.

Sem um fim à vista para o sofrimento causado pelo bloqueio, parece que o Hamas decidiu romper com o status quo em um ataque surpresa aos israelenses, incluindo civis. Os ataques aéreos de retaliação de Israel e sua imposição de um "cerco completo" à Faixa de Gaza aumentaram ainda mais o sofrimento dos gazenses comuns.

É um lembrete trágico de que os civis sofrem mais com esse conflito.

*Maha Nassar é professora associada na Escola de Estudos do Oriente Médio e da África do Norte na Universidade do Arizona, nos Estados Unidos.

Por Maha Nassar* | The Coversation


Fonte: revistagalileu


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Embaixador palestino no Reino Unido esclarece o que 

acontece na Palestina ocupada



terça-feira, 10 de outubro de 2023

Por que o Hamas atacou Israel agora?

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O grupo militante palestino Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel, com seus combatentes adentrando comunidades próximas à Faixa de Gaza, matando mais de 900 pessoas e fazendo reféns.

Em resposta, Israel tem lançado ataques aéreos que já deixaram quase 690 pessoas mortas em Gaza. Outras 3,7 mil ficaram feridas.

Segundo o editor de Internacional da BBC News, Jeremy Bowen, esta foi a operação mais ambiciosa que o Hamas já lançou a partir de Gaza e o ataque transfronteiriço mais sério que Israel enfrentou em mais de uma geração.

Para alguns analistas, houve ainda uma grande falha da inteligência israelense, que apesar de ser a mais extensa e bem financiada do Oriente Médio não conseguiu prever ou agir com base em um aviso.

O conflito entre Israel e palestinos se estende por 75 anos - e a atuação do Hamas na guerra também não é nova.

Então por que o Hamas escolheu justamente este momento para um ataque surpresa de tamanha magnitude?

Retaliação

Embora o ataque do final de semana tenha ocorrido sem aviso prévio, ele ocorreu em um momento de crescentes tensões entre Israel e palestinos.

O ataque de surpresa pode ter sido uma retaliação à violência contra palestinos na Cisjordânia ocupada no ano passado.

Foram 146 palestinos mortos na Cisjordânia pelas forças israelenses em 2022, um número de mortos mais elevado do que em qualquer outro ano desde que as Nações Unidas começaram a manter registros, em 2005.

Soldado israelense prepara artilharia perto de Gaza - Foto: reprodução

Além disso, em uma gravação de áudio divulgada no momento do ataque, Muhammad al-Deif, comandante da ala militar do Hamas, a Brigada al-Qassam, disse que a violência foi uma retaliação ao que chamou de "ataques diários à mesquita Al-Aqsa" que "ousaram insultar nosso Profeta dentro dos pátios da mesquita".

Poucos marcos simbolizam mais as tensões entre israelitas e palestinianos do que a mesquita de Al-Aqsa em Jerusalém Oriental. Localizada em um complexo no topo de uma colina, é o terceiro local mais sagrado para o Islã, mas também é o lugar mais sagrado para os judeus, que o conhecem como Monte do Templo.

Mas um acordo em vigor desde 1967 proíbe que não-muçulmanos orem no templo.

Mesmo assim, nos últimos anos, nacionalistas religiosos israelitas aumentaram as suas visitas ao complexo, o que preocupou os palestinianos.

Alguns judeus chegam a se disfarçar de muçulmanos para orarem ali.

O complexo tem sido palco frequente de confrontos entre fiéis palestinos e forças de segurança israelenses. Em abril, a polícia israelense invadiu a mesquita usando granadas de efeito moral e balas de borracha, após uma disputa sobre atividades religiosas no local.

Em 2021, um ataque israelense desencadeou um conflito em grande escala de 11 dias entre Israel e o Hamas.

Negociação de prisioneiros

Segundo números divulgados pelas forças armadas de Israel, mais de 100 pessoas (civis e militares) foram capturadas por combatentes do Hamas durante o ataque e são mantidas em cativeiro.

Alguns estão vivos e outros já são considerados como mortos, declarou o porta-voz militar de Israel, o tenente-coronel Jonathan Conricus.

Crianças, mulheres, idosos e deficientes estão entre os reféns, acrescentou ele.

Segundo o Hamas, o número de israelenses capturados foi "bem maior" do que as dezenas inicialmente estimadas, e eles são mantidos em locais espalhados por toda a Faixa de Gaza.

No passado, grupos palestinos usaram reféns como moeda de troca para garantir a libertação de militantes detidos por Israel, o que pode explicar uma das motivações do ataque.

Cerca de 4,5 mil palestinos estão detidos em prisões israelenses atualmente – uma questão que é muito sensível para a população da Palestina.

Segundo a agência de notícias Reuters, o governo do Catar estaria tentar negociar a soltura de 36 mulheres e crianças capturadas pelo Hamas em troca de 36 prisioneiros palestinos.


Destruição na cidade de Gaza, na Faixa de Gaza - Foto: reprodução

Propaganda

O Hamas também pode ter usado o ataque como propaganda contra Israel para aumentar a sua popularidade na Palestina e radicalizar mais pessoas na região.

"O Hamas sabe que não pode sobreviver, especialmente diante das condições de ameaça na Faixa de Gaza, sem fazer propaganda de que eles estão lutando para um Estado da Palestina e contra Israel", diz Rashmi Singh, professora de Relações Internacionais da PUC Minas que tem mais de 20 anos de experiência em terrorismo e contra-terrorismo.


"Existe uma raiva e uma frustração muito grandes contra Israel que pode ser transformada em apoio. Qualquer facção ou grupo quer promover isso e até usar violência para esse fim."

 

Neste contexto, o crescimento de outros grupos menos, mas cada vez mais extremistas, podem estar sendo vistos como uma ameaça à autoridade do Hamas em Gaza.

Para Ian Parmeter, do Centro de Estudos Árabes e Islâmicos da Universidade Nacional Australiana, uma dessas organizações é a Jihad Islâmica.


"Um fator importante que motiva o Hamas para a violência é a necessidade de vigiar os seus flancos", afirmou Parmeter em um artigo publicado no site The Conversation.

"Estes grupos lançaram, por vezes, ataques de foguetes de forma independente contra Israel, o que traz retribuição contra todo o território."

 

Arábia Saudita

O Hamas também se opõe fortemente à perspectiva crescente de um acordo de paz histórico entre Israel e a Arábia Saudita.

Os governantes sauditas são historicamente críticos de Israel e defensores dos palestinos. Mas um compromisso com o governo israelense poderia mudar muitas coisas na política regional.

As conversas entre as nações foram privadas até o momento, mas no final de setembro o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse acredita que o acordo seria finalizado em breve.

A perspectiva de um entendimento também se torna maior diante dos Acordos de Abraham, por meio dos quais — graças ao apoio dos Estados Unidos — Israel normalizou suas relações com os Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Sudão em 2020.


O príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, e o presidente dos EUA, Joe Biden
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"Se a Arábia Saudita entrar de fato nesse processo, certamente mais países do Golfo farão isso também", diz Rashmi Singh. "E o Hamas sabe que esse período é muito importante em termos de criar tensão e tentar quebrar qualquer possibilidade de paz."


Segundo a especialista, que entrevistou militantes do Hamas durante suas pesquisas, dificilmente um país árabe ficará em silêncio diante de ataques indiscriminados de Israel contra os palestinos.


"O Hamas sabe disso e entrou nessa guerra esperando uma resposta violenta de Israel, para tentar prejudicar o processo de paz", diz.

 

Há também especulações de que o ataque foi orquestrado pelo Irã - o arqui-inimigo de Israel - embora o embaixador do país na ONU tenha negado qualquer envolvimento.

Uma guerra que se estende por gerações

Para Rashmi Singh, ataques como o do último final de semana costumam acontecer de forma cíclica, a cada 15 ou 20 anos.

Isso porque todas as vezes em que há um movimento maior de resistência contra Israel, os militantes envolvidos são mortos ou presos, diz a especialista.

E diante da continuidade do conflito nos últimos 75 anos, novos grupos ou integrantes sempre costumam surgir.


Ataque israelense em Gaza - Foto: reprodução

 

"E uma nova geração de resistência só surge dali uns 15 ou 20 anos novamente, quando podemos ter novos ataques."

 

Segundo a professora da PUC Minas, isso fica evidente nos vídeos do ataque que circularam nas redes sociais. "As pessoas nos vídeos são extremamente jovens. Ou seja, provavelmente não conhecem a vida na Faixa de Gaza sem guerra", afirmou.

Fonte: BBC Brasil


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