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terça-feira, 26 de agosto de 2025

Uso de IA Cresce Globalmente, Jovens Lideram Adoção

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Relatório da Kantar revela que assistentes virtuais são essenciais para 81% dos usuários, com velocidade e criatividade como principais valores

Assistentes virtuais se consolidaram como ferramentas indispensáveis para consumidores que buscam agilidade em suas interações digitais, seja para compras, obtenção de respostas rápidas ou gerenciamento de tarefas diárias. A evolução da inteligência artificial tem impulsionado a capacidade desses assistentes, que agora compreendem melhor o contexto, automatizam processos e oferecem recomendações personalizadas.

Um novo relatório da Kantar, empresa global de dados e insights, intitulado "Connecting with the AI Consumer" (Conectando-se com o Consumidor de IA), revela que 81% dos usuários de ferramentas de IA utilizaram assistentes de voz, chatbots ou assistentes de compras nos últimos meses. O estudo aponta que 76% desses usuários fazem uso semanal ou diário dessas ferramentas, indicando uma integração significativa da IA no cotidiano.

A pesquisa da Kantar destaca que o uso de assistentes de IA é mais prevalente entre as gerações mais jovens: 83% da Geração Z e 81% dos Millennials utilizam essas ferramentas. A Geração X apresenta um uso moderado, com 66%, enquanto apenas 51% dos Boomers as utilizam semanalmente ou diariamente. Esses dados sugerem que a IA está mais integrada à rotina dos consumidores mais jovens, que cresceram em um ambiente digitalizado.

Em termos de diferenças regionais, a Índia lidera o uso diário de assistentes de IA, com 67% dos entrevistados, seguida pela China (50%) e Brasil (46%). Em contraste, o uso é consideravelmente menor em algumas partes da Europa, como na França (18% utilizam menos de uma vez por mês) e na Alemanha (14%). Essas variações podem ser atribuídas a fatores como infraestrutura, maturidade digital, preocupações com privacidade e atitudes culturais em relação à tecnologia.

Velocidade, Criatividade e Economia de Tempo: Os Pilares da Valorização

Quando questionados sobre o que mais valorizam nos assistentes de IA, os usuários apontam a velocidade como prioridade. Cerca de 61% afirmam que a capacidade de responder perguntas rapidamente é a característica mais útil. "Faz sentido: em vez de abrir um navegador e digitar uma busca, o usuário quer perguntar em voz alta e receber uma resposta imediata. Isso reduz atritos e torna as tarefas do dia a dia mais simples", explica Luis Bosisio, diretor de brand da Kantar Brasil.

A geração de ideias criativas surge como a segunda função mais valorizada, com 48%. Isso indica que a IA é vista não apenas como uma ferramenta funcional, mas como uma parceira para ideação, brainstorming e criação de conteúdo, desde sugestões de receitas a rascunhos de e-mails ou roteiros de viagem.

"Consumidores valorizam IA que os ajuda a economizar tempo e pensar de forma criativa. Ferramentas rápidas, eficientes e inspiradoras têm o maior apelo", diz Bosisio. Ele complementa: "Ao desenvolver um assistente digital para varejo ou integrar IA ao seu aplicativo ou site, a marca deve focar em tornar as interações úteis e ágeis."

O que os Consumidores Desejam dos Assistentes de IA

Com o avanço dos assistentes de IA, os usuários buscam funcionalidades que vão além das tarefas básicas. Eles desejam ferramentas que auxiliem na tomada de decisões (45%), planejamento financeiro ou elaboração de orçamento (42%), otimização de viagens e roteiros (36%), e recomendações personalizadas de entretenimento (33%).

Interessantemente, as capacidades menos atraentes para os usuários estão relacionadas ao suporte interpessoal, como auxílio em relacionamentos ou networking. "Isso mostra que, embora consumidores estejam abertos ao uso da IA para ajuda prática e logística, ainda há hesitação em confiar nela para tarefas emocionais ou sociais", explica Bosisio. Ele reforça que "Os usuários enxergam a IA como uma assistente útil, não como substituta das interações humanas."

Ao analisar os dados por faixa etária, observa-se que os Boomers, em particular, dão grande ênfase à proteção de dados: 54% valorizariam ferramentas que monitoram ou protegem suas informações. Em contrapartida, os usuários mais jovens demonstram maior interesse na geração de conteúdo criativo e no apoio à tomada de decisões. Por exemplo, 48% da Geração Z gostariam que a IA os ajudasse a tomar melhores decisões, e 46% são atraídos pelo potencial criativo.

Bosisio ressalta a importância da transparência e privacidade: "Transparência e privacidade são centrais para a confiança e adoção a longo prazo". Ele também destaca que adaptar as experiências por geração é crucial, pois as necessidades e prioridades variam significativamente entre os grupos etários.

O que isso significa para as marcas

Assistentes de IA estão amplamente presentes e integrados às rotinas digitais de milhões de consumidores globalmente. As pessoas querem assistentes rápidos, inteligentes e úteis — mas também respeitosos com seus dados e necessidades.

De acordo com a análise da Kantar, as marcas devem considerar os seguintes pontos:

• Investir em ferramentas de IA que sejam intuitivas e centradas nas pessoas. Foque em recursos que facilitem o dia a dia (especialmente acesso à informação, criatividade e organização).

• Construir confiança desde o início. Consumidores são cautelosos ao compartilhar dados pessoais sem limites claros. Transparência, segurança e escolha devem estar presentes em toda interação com IA.

• Observar o contexto cultural e geracional. Os padrões de adoção e prioridades variam conforme a região e idade. Uma experiência bem-sucedida na Índia pode não funcionar da mesma forma na França. E o que importa para a Geração Z talvez não seja prioridade para Boomers.

"No fim, assistentes de IA deixaram de ser novidade: já fazem parte do cotidiano das pessoas, influenciando como vivem, pensam e interagem com marcas", diz Bosisio. "Empresas que entendem isso e projetam pensando nesse cenário estarão mais aptas a conquistar confiança, lealdade e valor de longo prazo dos clientes."

Sobre o estudo

O relatório "Connecting with the AI Consumer" foi conduzido online com mais de 10.000 consumidores em dez mercados globais (Austrália, Brasil, China, França, Alemanha, Índia, Singapura, África do Sul, Reino Unido e Estados Unidos), entre 11 de abril e 2 de maio de 2025.

Para o estudo, "assistentes de IA" referem-se a qualquer ferramenta baseada em inteligência artificial que responda a comandos, automatize tarefas ou forneça recomendações e informações, incluindo assistentes de voz, chatbots, assistentes virtuais e ferramentas de compras orientadas por IA. "Usuários de assistente de IA" são aqueles que utilizaram uma ou mais dessas ferramentas nos últimos meses. As definições de gerações são as seguintes: Geração Z (18 a 27 anos), Millennials (28 a 43 anos), Geração X (44 a 59 anos) e Boomers (acima de 60 anos).

O estudo completo pode ser encontrado em: Link

Fonte: ADNEWS

terça-feira, 12 de agosto de 2025

Por que os especialistas estão desconfiados do AEO?

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A nova ferramenta de otimização tem atraído diversas marcas, mas também preocupado profissionais de marketing

Alguns profissionais de marketing estão começando a duvidar da eficácia do answer engine optimization (AEO), que é a estratégia que marcas estão explorando para controlar como elas aparecem nas pesquisas por IA, em plataformas como ChatGPT.

Enquanto o AEO cresce em popularidade, seus críticos afirmam que os resultados gerados não são muito claros, com pouca diferença substancial do SEO tradicional, que as marcas utilizam há anos.

Esses críticos não são contra a missão fundamental do AEO, que é aumentar a visibilidade de marcas em plataformas de IA, mas eles discordam da maneira pela qual a ferramenta tem sido promovida na indústria publicitária.

Promessas infladas e possibilidades chamativas ameaçam decepcionar as marcas que buscam uma solução rápida para uma tendência de busca ainda nova e complexa demais para ser controlada, explicam os críticos ao Ad Age.

“[As marcas] estão investindo dinheiro em algo que elas nem sabem se funciona”, diz Eli Schwartz, consultor independente de SEO.

De fato, startups como Profound e serviços de agências como R/GA surgiram para ajudar marcas a analisar como elas aparecem nas respostas do ChatGPT, AI Mode e AI Overviews do Google, bem como ajudam com estratégias para aumentar sua visibilidade.

Os esforços incluem mais citações acadêmicas em blogs para aumentar o senso de expertise e reformatar o conteúdo para se adequar melhor às preferências dos rastreadores de IA por uma linguagem mais conversacional.

Entretanto, ainda não é claro quão efetivas essas estratégias são, não apenas no que tange à crescente exposição, mas também em termos de levar o consumidor a fazer compras reais.

A resistência contra o AEO cresceu conforme mais organizações aderem à estratégia. Agências de publicidade estão aplicando táticas de AEO para conquistar negócios, bem como estão lançando plataformas focadas em AEO para oferecer serviços aos clientes.

A R/GA, Tinuiti e Edelman são apenas algumas das agências que oferecem serviços de AEO para as marcas. A pesquisa por IA está começando a ter um impacto inegável na internet e em como os consumidores navegam na web.

O AI Overviews, lançado pelo Google ano passado, já conta com 2 milhões de usuários mensais. Mais de três quartos dos usuários do Chat GPT nos EUA tratam a plataforma como uma ferramenta de busca, segundo a Adobe.

Esses novos hábitos forçam os profissionais de marketing a procurar suas próprias respostas, o que explica o crescimento da popularidade do AEO, explica Schwartz. Marcas e agências estão obcecadas com novas terminologis, como “autoridade de conteúdo”, “dados estruturados” e “llms.txt” — todas partes das estratégias de AEO.

Ainda assim, o caminho para o sucesso da IA pode não ser claro. Alguns profissionais de marketing afirmam que conteúdo próprio ainda lidera quando se trata de aparecer para os rastreadores de IA; outros afirmam que mídia orgânica é o canal mais importante e outra parcela largou mão de tudo e atribui o sucesso à sorte.

O próprio Google também tem incertezas quanto ao AEO. Um representante do Google disso ao Ad Age que o guia para proprietários de sites sobre buscas por IA permanece consistentes com as diretrizes de busca tradicional.

O porta-voz mostrou ao Ad Age um documento da Google que diz: “Enquanto otimização específica não for necessária para o AI Overviews e AI Mode, todos os fundamentos de SEO continuam valiosos”.

O SEO não morreu

A preferência do Google pelo SEO tradicional, algo que a empresa reiterou em sua apresentação para o AI Mode, acerta em cheio no cerne das críticas ao AEO. Em sua opinião, o AEO não é diferente do SEO e requer ainda mais das mesmas táticas que as marcas usam há anos para aparecer nos mecanismos de busca tradicionais.

“O núcleo do que fazemos na área de SEO, em muitos casos, será suficiente para garantir que a maioria das marcas tenha muita visibilidade na busca por IA”, diz Lily Ray, vice-presidente de estratégia e pesquisa em SEO da agência Amsive.

“Pense na busca zero-clique”, explica Ray, “o que não é novidade, mas parece relevante porque o uso da busca por IA leva a menos visitas aos sites”. A busca zero-clique é quando os consumidores conseguem a resposta que buscam logo de cara, sem precisar visitar algum site, o que é motivo de preocupação para os publicadores que dependem de tráfego no site.

A busca por IA parece atrair mais zero-cliques, com cerca de 30% menos cliques em links se comparado a pesquisas tradicionais, de acordo com a plataforma Ahrefs. Muitos profissionais veem o crescimento do zero-clique como uma ameaça, mas a tendência já está no radar do universo do SEO há anos, explica Ray.

Mesmo que alguns mecanismos de busca por IA são remanescentes da busca tradicional, profissionais de marketing precisam atualizar suas estratégias com a IA em mente. Como o AEO é novo, as agências e startups que se especializam nisso não tem o mesmo acesso às métricas que impulsionaram o SEO por anos, explica Ray.

Por exemplo, plataformas de IA oferecem menos informação para os proprietários de website sobre atribuição, ou seja, sobre quem está clicando nos links e quais solicitações os levaram até lá.

Profissionais de marketing adquiriram um entendimento sólido sobre as atribuições em mecanismos de busca regulares por causa das métricas — incluindo cliques e impressões, oferecidas no Google Search Console. O caminho a seguir provavelmente dependerá do desenvolvimento de novas métricas específicas para a busca por IA, disse Ray.

Outro tópico importante no AEO são dados estruturados, que são basicamente metadados que mostram aos rastreadores de IA qual tipo de informação eles estão buscando quando scaneiam conteúdo online.

Esses detalhes técnicos precisam ser meticulosamente arranjados para os novos bots de IA, dizem os especialistas em AEO. O SEO já desenvolveu ferramentas para gerenciar dados estruturados, fazendo a com que a ênfase do AEO no assinto se torne redundante, explica Ray.

Schema markup, por exemplo, é um método de estruturar dados para que eles apareçam especificamente em grandes motores de busca, como Google, Yahoo e Bing.

Não existe um novo modo de estruturar dados que que as empresas de IA tenham apoiado e que obrigue as marcas a se adaptarem; na verdade, o Google ainda recomenda que os profissionais de marketing otimizem usando seu esquema típico de marcação (schema markup).

Profissionais de marketing também falaram sobre o llms.txt, um arquivo de metadados que fornece a um rastreador de IA um diretório ou orienta para obter informações em todo um site. O recurso promete ser uma evolução do robots.txt, que diz aos mecanismos de busca tradicionais quais informações indexar e quais deixar de fora.

Mas até agora nenhum grande provedor de IA está apoiando o padrão llms.txt, segundos posts de John Mueller, analista sênior de busca do Google. Mueller também comparou os arquivos llms.txt com meta tags de palavras-chave — uma tática antiga de SEO que perdeu a confiança porque os proprietários de sites a usava para manipular o sistema.

Ainda não se sabe como a mídia paga vai se comportar nas buscas por IA. A Perplexity já experimentou publicidade em seu mecanismo de busca, mas bloqueia anúncios por padrão em seu navegador, Comet.

A OpenAI ainda não integrou publicidade no ChatGPT, mas o CEO, Sam Altman, é receptivo à ideia. O Google, por sua vez, está fazendo grandes esforços para construir publicidade em seus mecanismos de busca por IA; a empresa expandiu ofertas publicitárias no AI Overviews e está apresentando modelos similares para marcas do AI Mode.

O veredito sobre quais dados de desempenho o Google fornecerá ainda não é certo, mas qualquer informação será de grande ajuda para os profissionais de marketing que também estão tentando aumentar visibilidade na busca por IA, explica Ray.

As percepções obtidas com a performance dos anúncios podem mostrar aos profissionais de SEO quais tipos de conteúdo fazem mais sucesso. À medida que o Google aprofunda sua transição de busca tradicional para a alimentada por IA, essas oportunidades podem aumentar.

“Eu prevejo que em um ano veremos anúncios no AI Mode da mesma maneira que vemos anúncios na busca orgânica atualmente”, finaliza.

Influência, não controle

Com o aumento do entusiasmo em trono do AEO, as expectativas sobre o que é possível também passaram a ganhar vida própria.

A Goodie AI é um dos novos serviços de marketing lançados desde que a busca por IA se popularizou. Sua proposta de valor, destacada em sua webpage, diz: “Goodie ajuda marcas a dominar LLMs e resultados de busca por IA, alcançando bilhões de consumidores que usam a IA para decisões de compra diariamente”.

O fundador e CEO da Goodie, Mostafa ElBermawy, disse ao Ad Age: “Como qualquer mudança de plataforma, [o AEO] é recebido com ceticismo. Também é fácil simplificar demais ou interpretar mal, mas nunca posicionamos a Goodie como uma solução rápida… quando dizemos ‘dominar’, estamos falando sobre visibilidade e presença em uma superfície de descoberta altamente fragmentada e em rápida transformação”.

Enquanto isso, a startup de IA Profound oferece às marcas a chance de “aprender exatamente onde, como e por que certas marcas aparecem nas repostas de IA”, de acordo com um post da companhia.

“Acho que qualquer nova tecnologia ou categoria vão ter críticos, mas, honestamente, os resultados falam por si mesmos”, diz o cofundador e CEO, James Cadwallader. A tecnologia da Profound tem sido usada por muitas marcas e agências para oferecer dados e analisar como as platafomas de IA caracterizam as marcas.

Em sua página inicial, a Behamics, outra empresa de serviços de busca por IA, afirma que o AEO “garante que seu conteúdo fique à frente em buscas guiadas por IA”.

Essas são apenas algumas das promessas associadas ao AEO, mas a realidade é que manipular resultados a favor próprio é difícil quando se lida com plataformas de busca por IA, explica Eugene Levin, presidente da plataforma Semrush.

“Controle não é a palavra certa para descrever”, diz Levin ao Ad Age. “Eu acho que, como uma marca, você tem a oportunidade de influenciar a narrativa”.

A Semrush ajuda as marcas a identificarem a narrativa específica ais importante para seu negócio. A ideia é que simplesmente existem muitas cnsultas de busca possíveis nas quais uma marca poderua aparecer, e que tentar execer influência sobre todas é inviável, afirma Levin.

Ao se limitar ao pequeno número que é considerado relevante para a marca, ela pode focar na parte da internet que realmente pode ajudar seus negócios.

Se auto-afirmar como uma fonte autorizada — uma marca registrada das estratégias de AEO — é mais complicado do que parece. Fazer isso exige que o site transmita uma narrativa de especialização apoiada por várias outras fontes autorizadas online, explica levin.

Uma marca precisa trabalhar junto com essas outras fontes para influenciar a narativa de forma que o mecanismo de busca por IA confie nela.

“Você não pode construir autoridade para tudo, instantaneamente”, finaliza Levin.

Schwartz, o consultor independente de SEO, acredita que as marcas perderam a linha ao ficarem obcecadas na visibilidade da busca por IA, ao invés de tentar fazer conexões reais com consumidores, o que pode gerar vendas de verdade.

“Se você foca nas nunaces a curto-prazo no que se trata de aparecer nas buscas por IA, a longo-prazo, você não vai ajudar o usuário e não vai ser necessariamente lucrativo”, finaliza Schwartz.

Fonte: meioemensagem


quinta-feira, 29 de maio de 2025

Por que a DeepSeek não pode abalar o Copilot, da Microsoft

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O anúncio do chatbot público da DeepSeek, ocorrido recentemente, trouxe uma série de questões à tona – principalmente porque seus criadores disseram ter gasto apenas US$ 6 milhões no seu desenvolvimento – ao contrário do seus concorrentes, que têm investido bilhões no desenvolvimento de soluções de IA generativa.

Logo após seu lançamento, parecia que a Inteligência Artificial criada por uma empresa chinesa dominaria todo o cenário – empresas norte-americanas, como a OpenAI, perderam bilhões de dólares do dia para a noite e a liderança de mercado exercida pela dona do ChatGPT, Google e Microsoft estava ameaçada. Porém, um mês depois, vemos que o cenário é muito mais complexo do que o que se imaginava.

DeepSeek: IA pode não ser tão barata assim

A empresa de análise de semicondutores SemiAnalysis conduziu uma investigação detalhada sobre a DeepSeek e o seu modelo de funcionamento. De acordo com a empresa, o valor de US$ 6 milhões anunciado pela DeepSeek é apenas uma fração do investimento total.

Segundo o relatório da SemiAnalysis, a DeepSeek possui uma infraestrutura robusta, incluindo aproximadamente 50 mil GPUs da arquitetura Hopper da NVIDIA. Esses recursos são utilizados para treinamento de IA, pesquisa e modelagem financeira em várias localidades. O investimento total em servidores é estimado em cerca de US$ 1,6 bilhão, com custos operacionais adicionais de aproximadamente US$ 944 milhões.

Além dos investimentos em hardware, a SemiAnalysis também afirmou, em seu relatório, que a DeepSeek tem se concentrado em inovações arquitetônicas para otimizar o desempenho e a eficiência de seus modelos. Uma dessas inovações é o Multi-Head Latent Attention (MLA), introduzido no DeepSeek V2 em maio de 2024. O MLA reduz significativamente a quantidade de memória necessária para o KV Cache [mecanismo usado pela IA para processar e gerar texto] por consulta, diminuindo-a em cerca de 93,3% em comparação com os mecanismos de atenção usados pela concorrência – os processos de atenção são usados para determinar o sentido das mensagens.

Violações de segurança e censura

Em janeiro último, pesquisadores descobriram um banco de dados da DeepSeek exposto na internet, com mais de 1 milhão de registros sensíveis. Entre as informações vazadas estavam históricos de chats dos usuários, chaves de API e detalhes internos do sistema. Embora a empresa tenha corrigido rapidamente o problema, a facilidade com que o banco de dados pôde ser encontrado levanta preocupações sobre a maturidade dos protocolos de segurança da desenvolvedora chinesa.

Outro ponto diz respeito sobre a política de privacidade da DeepSeek. O texto informa os usuários sobre o envio de dados comerciais e pessoais para a China, incluindo texto ou áudio, prompts, arquivos enviados, feedback, histórico de bate-papo ou qualquer outro tipo de conteúdo enviado pelo usuário. Além disso, a IA também pode coletar informações sobre o dispositivo sendo usado, sistema operacional, e endereço IP. A questão é: o que a DeepSeek pode fazer com esses dados?

As empresas chinesas são obrigadas por lei a entregar qualquer informação ao governo chinês quando solicitado. Isso significa que qualquer empresa que opere na China, especialmente no setor de tecnologia e inteligência artificial, pode estar sujeita a regulamentações que exigem a concessão de acesso a dados, códigos-fonte e modelos de IA caso o governo considere necessário.

No caso da DeepSeek, essa obrigação levanta preocupações sobre a segurança e a privacidade dos dados, especialmente para empresas estrangeiras que possam utilizar seus serviços. Diferente de empresas ocidentais, que operam sob marcos regulatórios mais transparentes e com regras rígidas de proteção de dados, empresas chinesas frequentemente enfrentam desafios para ganhar a confiança do mercado global devido às potenciais interferências estatais. Esse fator pode limitar a adoção do DeepSeek fora da China, especialmente em mercados onde compliance e governança de dados são prioridades estratégicas, como União Europeia e Estados Unidos.

Qual é a vantagem competitiva da Microsoft?

A vantagem da Microsoft não está apenas na qualidade da sua inteligência artificial, mas na sua capacidade de criar um ecossistema interconectado, no qual a IA se torna um facilitador natural do fluxo de trabalho. O Copilot não é um assistente isolado: ele está embutido nas aplicações corporativas mais utilizadas no mundo. Isso significa que um profissional pode gerar relatórios detalhados no Excel, automatizar e-mails no Outlook, revisar documentos no Word e até melhorar a colaboração entre times no Teams — tudo com a IA da Microsoft integrada diretamente nesses sistemas.

Além disso, a Microsoft tem um diferencial essencial: confiabilidade e compliance. Empresas ao redor do mundo já utilizam seus serviços em larga escala e confiam na segurança e privacidade dos seus dados dentro da plataforma Azure. Com certificações de conformidade para diversas regulamentações internacionais, incluindo GDPR e a LGPD no Brasil, o Copilot se apresenta como uma solução que não apenas melhora a eficiência dos negócios, mas também oferece uma camada adicional de segurança e governança.

Esse é um fator crítico que diferencia o Copilot de soluções como a DeepSeek. Enquanto a DeepSeek enfrenta desafios de credibilidade devido à sua política de privacidade e à regulamentação chinesa sobre acesso a dados, a Microsoft já possui um histórico consolidado de proteção da privacidade dos usuários e empresas. Para empresas que lidam com dados sensíveis, especialmente nos setores financeiro, jurídico e de saúde, confiar em uma IA que opera dentro de um ambiente seguro e auditável não é apenas uma vantagem — é uma necessidade.

Outro ponto que reforça a posição do Copilot é o suporte contínuo e a evolução da plataforma. A Microsoft investe pesadamente em desenvolvimento, aproveitando a parceria com a OpenAI para garantir que seus modelos estejam sempre entre os mais avançados do mercado. O Copilot está em constante adaptação e aprimoramento, enquanto empresas como a DeepSeek ainda precisam provar que podem manter um ritmo sustentável de inovação, sem comprometer a experiência do usuário.

No fim das contas, o sucesso de uma IA generativa no mercado corporativo não depende apenas de sua eficiência técnica, mas também de sua capacidade de se integrar perfeitamente aos processos empresariais. A DeepSeek pode ter impressionado com seu lançamento e promessa de baixo custo, mas ainda precisa superar desafios estruturais que a Microsoft já resolveu há anos. E, nesse jogo, a confiabilidade, a segurança e a integração continuam sendo fatores decisivos para as empresas que realmente querem usar IA para impulsionar seus negócios.

Sobre a Solo Network  

Atuando desde 2002 no mercado brasileiro e atendendo mais de 6.000 clientes, a Solo Network é referência em consultoria e serviços de Segurança Digital, Soluções de Nuvem, Colaboração Corporativa, Criatividade e Engenharia. Premiada nacional e internacionalmente, possui os mais altos níveis de certificações técnicas, de governança, compliance e gestão de pessoas. 

Por Audreyn Justus, da Solo Network


Fonte: Intelligenzia Tecnologia e Marketing  / Emilia Bertolli


terça-feira, 20 de maio de 2025

Inteligência artificial e direito autoral: O desafio jurídico das artes na era digital

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A nova fronteira que une advocacia e criatividade

A crescente popularização de ferramentas de inteligência artificial (IA) capazes de gerar imagens, músicas, textos e até esculturas digitais abriu um novo e controverso capítulo para o mundo das artes. Para profissionais como a advogada e apreciadora de artes Dra. Marta Sahione Fadel, este cenário oferece um campo de estudo e atuação jurídico fascinante e ainda pouco explorado: quem é o dono da obra criada por uma máquina?

Softwares de IA generativa como DALL·E, MidJourney e MusicLM permitem que qualquer usuário crie obras originais a partir de comandos simples. Essa revolução democratizou a produção artística, mas também levantou questionamentos éticos e jurídicos complexos:

  • Existe autoria em criações feitas por máquinas?

  • Os dados utilizados para treinar esses sistemas violam direitos autorais?

  • Como proteger os artistas cujos estilos foram replicados sem consentimento?

Segundo especialistas da área jurídica, ainda não existe consenso global. Países como Estados Unidos, Reino Unido e Japão já iniciaram discussões públicas e audiências legislativas sobre o tema.

Para a Dra. Marta Fadel, o momento exige reflexão e preparação. "Estamos diante de um campo jurídico em construção. A atuação dos advogados será fundamental para ajudar artistas, empresas e colecionadores a navegarem com segurança nesse novo ambiente criativo", afirma a advogada.

As áreas de maior impacto incluem:

  • Elaboração de contratos para uso ou licenciamento de imagens e músicas criadas por IA.

  • Orientação sobre direito de imagem e uso de obras inspiradas em estilos pré-existentes.

  • Análise de compliance e responsabilidade civil em plataformas que comercializam arte digital criada por IA.

Organizações internacionais como a WIPO (Organização Mundial da Propriedade Intelectual) já debatem formas de criar marcos regulatórios que protejam os artistas sem frear o avanço da inovação tecnológica.

advogada Marta Sahione Fadel destaca“O desafio será equilibrar proteção à criatividade humana e liberdade tecnológica. Essa discussão será uma das mais relevantes da próxima década para quem atua no cruzamento entre arte e direito.”

O surgimento da arte criada por inteligência artificial redefine os limites do direito autoral e da propriedade intelectual. Para advogados, artistas e o público, o debate apenas começou. E profissionais como a Dra. Marta Fadel estão na linha de frente para ajudar a moldar essa nova era.

Leia mais em: https://martafadel.com.br/ 

Fonte: Boost Assessoria de Imprensa  /  Bruno Cirillo

quinta-feira, 15 de maio de 2025

Inteligência artificial e deep fake: a nova fronteira na prevenção a fraudes

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Entenda como a integração da IA com abordagens proativas de prevenção está se tornando a linha de frente na proteção contra ataques cibernéticos.

A crescente sofisticação dos golpes digitais e fraudes cibernéticas representa uma ameaça crescente à segurança dos sistemas digitais, afetando diversos setores. Em resposta a esses desafios, empresas e organizações têm investido em soluções tecnológicas avançadas, destacando-se a inteligência artificial (IA) e sua aplicação na detecção de conteúdos falsificados, como os deepfakes.

Em janeiro de 2025, a Serasa Experian registrou 1,242 milhão de tentativas de fraude no Brasil, o maior número desde o início da série histórica do indicador. Esse aumento expressivo demonstra a necessidade urgente de adotar tecnologias integradas e soluções proativas para combater essas fraudes, tornando a segurança digital uma prioridade estratégica nas organizações.

O papel da IA na segurança digital

A IA vem revolucionando a segurança cibernética ao oferecer soluções que analisam padrões comportamentais, identificam anomalias e detectam tentativas de fraudes em tempo real. Técnicas como o aprendizado de máquina (machine learning) e o aprendizado profundo (deep learning) permitem que os sistemas reconheçam atividades suspeitas com alta precisão, contribuindo significativamente para a prevenção de fraudes.

A manipulação de imagens por meio da inteligência artificial tem avançado de forma notável nos últimos anos, alcançando níveis de realismo cada vez mais impressionantes aos olhos humanos. A melhor forma de prevenir esse ataque é utilizar a mesma tecnologia para detectar manipulações, exigindo monitoramento constante das validações para identificar novos padrões de ataque e o treinamento de modelos mais sofisticados. O Serpro investe na criação de modelos de IA especializados na detecção de deepfakes.

Liveness: proteção contra deepfakes

A solução de liveness, também conhecida como prova de vida, garante que a captura biométrica seja feita a partir de uma pessoa real e não por meio de artefato inanimado como imagens, vídeos ou até mesmo máscaras físicas realistas ou digitais.

O uso dessa solução permite analisar micromovimentos, texturas, variações de cor e frequência das imagens coletadas, além das diferenças no fluxo óptico gerado — inclusive realizando coletas e análises de múltiplos frames em uma única validação — para identificar sinais de autenticidade humana.

A combinação de múltiplas técnicas de segurança em uma única jornada de validação é essencial para garantir maior proteção nas transações. A integração de múltiplas análises torna essa abordagem mais segura e eficaz na detecção de fraudes, em comparação ao uso de uma única técnica.

Outro ponto que deve ser amplamente discutido é a garantia de que o indivíduo real — o usuário de boa-fé — consiga acessar a solução e seguir o fluxo de validação de forma segura. Pontos de segurança devem ser criteriosamente implementados para restringir o acesso do fraudador.

Análise comportamental: protegendo com identidade digital

Uma abordagem inovadora para combater fraudes é a análise comportamental. Através dela é possível criar uma identidade digital baseada em padrões de uso, como a maneira de segurar e operar o celular, a forma de movimentar o cursor ou o estilo de digitação em teclados físicos. Assim, a inteligência artificial consegue identificar comportamentos atípicos, indicando possíveis fraudes.

Ao mesmo tempo em que bloqueia atividades suspeitas de forma rápida e eficiente, a solução proporciona uma autenticação contínua e discreta, garantindo uma experiência fluida e sem obstáculos para o usuário legítimo. Seu uso representa um avanço significativo em relação aos meios tradicionais, como senhas e tokens.

Além disso, a análise de registros e o monitoramento em tempo real dos fluxos de negócios são fundamentais para identificar atividades fora do padrão. Algoritmos de machine learning geram alertas automáticos sempre que comportamentos anômalos são detectados, permitindo a adoção imediata de medidas preventivas. Esse monitoramento proativo é essencial para evitar fraudes antes que causem danos significativos, protegendo tanto as instituições quanto seus clientes.

O futuro do combate às fraudes com IA

A rápida evolução das fraudes digitais exige inovação constante nas soluções de segurança, sendo a inteligência artificial uma ferramenta essencial na luta contra ataques cada vez mais sofisticados, como os deepfakes. Soluções como liveness, análise comportamental e validações multibiométricas se tornaram não apenas diferenciais, mas uma necessidade urgente para proteger a confiança dos cidadãos e a integridade dos sistemas digitais. O investimento contínuo em tecnologia, aliado à capacitação das equipes antifraude, é imprescindível para garantir a segurança no futuro.

Em um cenário onde os fraudadores estão cada vez mais criativos e sofisticados, a combinação de IA com estratégias de prevenção proativas emerge como a principal linha de defesa. Essa sinergia não só assegura a proteção de dados e sistemas, mas também fortalece a confiança do usuário, seja no setor financeiro, público ou privado.

Nesse contexto, o Serpro desempenha um papel estratégico fundamental na transformação do Estado brasileiro, oferecendo soluções tecnológicas inovadoras que garantem a integridade das políticas públicas, protegem os dados dos cidadãos e fortalecem a soberania digital do país. A evolução contínua e o aprimoramento das tecnologias de combate à fraude são vitais para a construção de um futuro digital mais seguro, e sua implementação eficaz será decisiva para o sucesso das políticas de segurança no Brasil e no mundo.

Referências

SERASA EXPERIAN. Brasil tem recorde nas tentativas de fraude registradas em janeiro, aponta Serasa Experian. Disponível em: https://www.serasaexperian.com.br/sala-de-imprensa/indicadores/brasil-tem-recorde-nas-tentativas-de-fraude-registradas-em-janeiro-aponta-serasa-experian. Acesso em: 19 maio 2025. 


Débora Sirotheau

Por Débora Sirotheau - gerente do Departamento de Combate à Fraude Cibernética do Serpro. Analista de TI com pós-graduação em redes de computadores pela UFPA. Advogada pós-graduada em Privacidade e Proteção de Dados Pessoais pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e pela Escola Superior do Ministério Público do RS.Certificada CIPM E CDPO/BR pela IAPP. Certificada NIST CSF 2.0 e NIST RMF. Conselheira titular do CNPD/ANPD. Vice-Presidente da Comissão Especial de Proteção de Dados da OAB Nacional. Palestrante. Professora convidada de proteção de dados em cursos de pós-graduação.

Fonte: Assessoria de Imprensa Serpro 

sábado, 26 de abril de 2025

Elon Musk e a venda do X para a xAI

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A recente decisão de Elon Musk de vender (transferir) o controle do X (antigo Twitter) para a xAI, sua empresa de inteligência artificial, não é apenas mais um capítulo na saga de reestruturações corporativas do bilionário. Trata-se de um movimento calculado, com implicações financeiras, tecnológicas e éticas que podem redefinir o futuro da IA e do próprio ecossistema digital.  A operação, e a proposta de Musk, pode ser entendida a partir de três pilares centrais: a estratégia financeira de under holding, os desafios de gestão do X sob o comando de Musk, e o papel crucial dos dados da rede social no desenvolvimento da IA da xAI.

A estratégia financeira: valuation questionável e a lógica do under holding

A estratégia financeira adotada por Musk se baseia no conceito de under holding, que consiste em consolidar empresas sob uma holding controladora, possibilitando sinergias internas e valorações estratégicas. Ao transferir o X para a xAI, Musk estabelece valores referenciais para suas empresas: a xAI é avaliada em US$ 80 bilhões, enquanto o X, considerando uma dívida de US$ 12 bilhões, chega a US$ 45 bilhões. Esses números, porém, são alvo de ceticismo no mercado.

A valoração da xAI em quase o dobro do X reflete não apenas o potencial da inteligência artificial, mas também a prioridade de Musk em posicionar a empresa como líder tecnológica. Já a avaliação reduzida do X — inferior aos US$ 44 bilhões pagos em outubro de 2022 — sinaliza a admissão tácita da desvalorização acelerada sob sua gestão.

Analistas questionam se os critérios usados por Musk são compatíveis com os padrões de mercado. A transação interna, embora legal, pode enfrentar escrutínio regulatório, especialmente se for interpretada como manobra para inflacionar artificialmente o valor da xAI (improvável no momento, dada sua influência política durante o segundo mandato de Donald Trump).

2. Os desafios de gestão: a queda do X e a gestão errática de Musk

Desde que Musk adquiriu o Twitter, a gestão da plataforma tem sido marcada por decisões polêmicas: demissões em massa, relaxamento na moderação de conteúdo e a introdução de assinaturas pagas.

O resultado foi a fuga de anunciantes — que representam cerca de 90% da receita — e a queda de no valor da empresa, que chegou perto dos 80% antes do novo valuation e incorporação pela xAI. A monetização, antes sustentada por publicidade, entrou em colapso após medidas como a reinserção de contas banidas por desinformação e um universo de polêmicas das mais distintas naturezas, o que afastou marcas preocupadas com reputação.

A tentativa de diversificar receitas por meio do X Premium (assinaturas para verificação) mostrou-se insuficiente. Além disso, Musk divide seu tempo com Tesla, SpaceX e outros projetos, e ainda se envolve na controversa gestão do DOGE, Departamento de Eficiência Governamental dos EUA, para o qual foi nomeado pelo presidente Donald Trump, defendendo visões alinhadas a setores ultraconservadores. Sua recente ação política sugere uma estratégia de influência, mas também levanta dúvidas sobre sua capacidade de administrar múltiplas frentes de forma eficaz.

Além disso, sua gestão no DOGE vem gerando críticas até entre os partidários de Trump e uma onda de repúdio a Musk nos EUA e em todo o planeta, que vem se materializando em protestos da população nas ruas e boicote a produtos ligados a Musk, como os veículos da Tesla.

3. A integração de dados e o futuro da xAI

O aspecto mais revolucionário da transação reside na integração dos dados do X com a xAI. Com acesso a bilhões de interações diárias — incluindo localização, preferências e comportamentos de usuários por meio do aplicativo instalado em celulares — a xAI pode alimentar seu chatbot Grok com informações absolutamente minuciosas em tempo real e volumes quase infinitos de dados.

Isso representa um diferencial inédito entre os modelos atuais de IA que estão na vanguarda dos usuários. Enquanto rivais como o ChatGPT dependem de dados estáticos ou menos dinâmicos, o Grok poderá analisar tendências sociais, humor coletivo e eventos globais à medida que ocorrerem, hipoteticamente em tempo real no futuro próximo. Isso não apenas melhora a precisão do modelo, mas também o torna valioso para aplicações em finanças, política, saúde e segurança, por exemplo. No entanto, a coleta massiva de dados levanta sérias preocupações éticas e regulatórias. Amparados pelo GDPR (Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados), reguladores europeus já sinalizaram possíveis investigações, e usuários criticam a falta de transparência na utilização dessas informações.

O futuro do conglomerado Musk

A fusão entre X e xAI não ocorre em um vácuo regulatório. Autoridades antitruste dos EUA e da União Europeia podem questionar se a concentração de dados sob uma única empresa representa risco de monopólio digital. Além disso, a dívida de US$ 12 bilhões do X pressiona a xAI a gerar lucros rapidamente, o que pode acelerar a comercialização do Grok antes da realização de testes robustos.

Portanto, a venda do X para a xAI encapsula a ambição de Musk de liderar a revolução da inteligência artificial e demonstra parte de seu entendimento sobre esse business. Se, por um lado, a gestão conturbada do X revela suas fragilidades como administrador de redes sociais, por outro, sua visão de integrar dados sociais à IA é pioneira. O sucesso dependerá de sua capacidade de navegar pelos desafios regulatórios, recuperar a confiança de anunciantes e transformar o Grok em uma ferramenta não apenas inovadora, mas ética.

Enquanto o mercado especula sobre os valuations, uma coisa está clara: Musk está disposto a sacrificar o presente para moldar o futuro. Se a aposta der certo, a xAI poderá se tornar a espinha dorsal de uma nova internet, onde redes sociais e IA coexistem em simbiose. Extrapolando ainda mais, talvez de uma concentração sem precedentes de poder nas mãos de uma única pessoa, que controlará satélites, meios de transporte, comunicação entre as pessoas e muito mais. Se falhar, servirá como alerta sobre os limites da concentração de poder tecnológico. Se der certo... deixo com cada um de vocês a imaginação sobre que espécie de futuro poderá estar sendo agora construído.

Vejamos o que virá.

Por Fernando Moulin - Partner da Sponsorb, empresa boutique de business performance, professor e especialista em negócios, transformação digital e experiência do cliente e coautor dos best-sellers "Inquietos por natureza", "Você brilha quando vive sua verdade" e “Foras da curva” (todos da Editora Gente, 2024). - E-mail: fernandomoulin@nbpress.com.br.

Fonte: Nbpress / Deborah Fecini


terça-feira, 8 de abril de 2025

Inteligência artificial e a economia digital: Como a IA está Impulsionando novos modelos de negócios

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A Inteligência Artificial (IA) tem se consolidado como uma das principais forças de transformação no mercado global. Não apenas automatizando processos e otimizando resultados, a IA também está possibilitando a criação de novos modelos de negócios, especialmente no contexto da economia digital. Para entender melhor como essa tecnologia tem impulsionado as empresas, Cristina Boner, empresária e pioneira em soluções de TI,  compartilha sua visão sobre os impactos da IA e os desafios e oportunidades que ela oferece para os empreendedores.

Cristina Boner, reconhecida por sua atuação no setor de tecnologia, destaca que a IA não é uma simples tendência, mas uma verdadeira mudança de paradigma. "A Inteligência Artificial está criando novas oportunidades para negócios de diferentes portes, permitindo que as empresas se adaptem ao ambiente digital e se mantenham competitivas em um mercado em constante evolução", afirma. Segundo a especialista, a adoção da IA já se tornou fundamental para as empresas que desejam se destacar no mercado globalizado.

Um dos principais benefícios que a IA oferece às empresas é a automação de processos repetitivos, como atendimento ao cliente, logística e análise de grandes volumes de dados. Isso permite que os colaboradores se concentrem em tarefas mais estratégicas e criativas. "Automatizar processos não significa substituir o trabalho humano, mas sim liberar o time para se dedicar a atividades mais complexas e inovadoras", explica Boner. Para ela, esse ganho de produtividade resulta em mais tempo para que as empresas invistam em novas soluções e continuem a inovar, o que pode gerar uma vantagem competitiva importante.

A IA também está revolucionando a forma como as empresas se relacionam com os consumidores, permitindo a personalização de produtos e serviços com base em dados em tempo real. A análise de grandes volumes de informações oferece insights valiosos sobre os comportamentos e preferências dos clientes, o que pode ajudar as empresas a melhorar a experiência do usuário e a aumentar a fidelidade do cliente. Cristina Boner vê nisso uma grande oportunidade para a criação de novos modelos de negócios. "Com a IA, as empresas podem criar novas fontes de receita e oferecer uma experiência única para cada consumidor, o que pode acelerar o crescimento dos negócios", afirma.

No entantoCristina Boner também alerta para os desafios que a implementação de IA pode trazer. A adoção dessa tecnologia exige um investimento significativo em infraestrutura, treinamento e adaptação cultural dentro das empresas. "Não basta apenas adotar a IA, é necessário que as empresas se preparem para a transformação, capacitando seus colaboradores e ajustando seus processos para garantir que a tecnologia seja utilizada de forma eficaz", destaca. Além disso, a empresária ressalta que questões como segurança de dados e privacidade precisam ser tratadas com extremo cuidado, para que a IA seja implementada de forma ética e segura.

Para Cristina Boner, os empreendedores que souberem aproveitar as oportunidades trazidas pela IA terão uma vantagem competitiva significativa. Ela acredita que, mesmo diante dos desafios, a tecnologia oferece um caminho claro para o crescimento e a inovação nos negócios. "Embora existam obstáculos, a IA é uma ferramenta fundamental para aqueles que querem se destacar no mercado digital. As empresas que souberem utilizar essa tecnologia de forma estratégica estarão mais bem posicionadas para liderar o futuro", conclui.

Em um cenário econômico onde a digitalização é cada vez mais essencial, a IA surge como uma poderosa aliada para transformar as empresas. Desde a automatização de processos até a criação de novos modelos de negócios e a melhoria da experiência do consumidor, a IA pode proporcionar um grande diferencial competitivo. Com o apoio de especialistas como Cristina Boner, os empreendedores podem entender os desafios e as oportunidades dessa revolução tecnológica, posicionando suas empresas para prosperar no futuro.

Fonte: Boost Assessoria de Imprensa Michele Rocha


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Usando inteligência artificial, plataforma brasileira ajuda negócios a encontrarem oportunidades de licitação

 

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A Wavecode já auxiliou na conquista de mais de R$ 18 bilhões em contratos públicos, oferecendo automação e eficiência para fornecedores

São Paulo, abril de 2025 - No Brasil, o mercado de licitações públicas movimenta cifras bilionárias anualmente. Em 2024, segundo o Portal Nacional de Contratações Públicas do Governo Federal, foram realizadas 1.216.677 licitações com contratação, movimentando mais de 1 trilhão de reais por meio desses processos, incluindo dispensas e inexigibilidades. No entanto, muitas empresas enfrentam dificuldades para acessar oportunidades e participar dos processos de forma eficiente, tendo em vista as diversas etapas e burocracias que os cercam. Nesse contexto, a Wavecode, uma das maiores plataformas de gestão de licitações do país, tem auxiliado diversas empresas por meio de soluções de inteligência artificial (IA) capazes de simplificar e otimizar todo o ciclo de vida dos pregões.

A Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021, estabeleceu normas gerais de licitação e contratação para as Administrações Públicas e trouxe mudanças significativas, exigindo mais agilidade e precisão na participação dos pregões. Diante das alterações dispostas, a Wavecode desenvolveu uma IA dentro dos moldes do segmento e passou a empregá-la como uma solução para automatizar processos e reduzir riscos de desclassificação em seus clientes, garantindo maior eficiência para os fornecedores. A plataforma já ajudou empresas a arrematarem mais de R$ 18 bilhões em contratos públicos, enviando mais de 17 mil propostas, reduzindo erros manuais e otimizando a produtividade das equipes.

"Pequenas e médias empresas, que antes tinham dificuldades para competir, agora podem identificar editais alinhados ao seu perfil e aumentar suas chances de sucesso com automação e inteligência de dados", afirma Marcelo Sato, CEO e fundador da Wavecode. "A licitação pública sempre configurou um mercado burocrático e complexo, mas trabalhamos ativamente para simplificar o processo desde a prospecção de editais até a participação e monitoramento dos pregões."

A tecnologia da companhia monitora mais de 150 mil mensagens diariamente em tempo real, garantindo que os usuários estejam sempre atualizados sobre suas licitações. A plataforma é compatível com mais de 14 portais de licitações, incluindo Comprasnet, Licitações-e e BLL, ampliando o alcance das oportunidades para os fornecedores. Dentre seus diferenciais, destacam-se funcionalidades como a prospecção inteligente de editais, cadastro automático de propostas, robô de lances, monitoramento de licitações em tempo real e centralização de processos.

"Nossa atuação permite que empresas parceiras economizem tempo, reduzam custos operacionais e aumentem sua taxa de sucesso em licitações públicas, incrementando significativamente a competitividade que exercem nesses processos. Por meio da tecnologia baseada em IA, visamos eliminar atividades repetitivas, permitindo que as equipes se concentrem em estratégias e tomada de decisão", destaca Sato. Com mais de 12 anos de experiência de mercado, a Wavecode oferece suporte especializado e soluções end-to-end para companhias que desejam performar melhor no mercado de licitações.

Sobre a Wavecode

Fundada em 2015, a Wavecode é uma das maiores plataformas de gestão de licitações do Brasil, com soluções de inteligência artificial projetadas para automatizar e otimizar todo o ciclo de vida das licitações públicas. A empresa já auxiliou fornecedores a arrematarem mais de R$ 18 bilhões em contratos públicos, oferecendo soluções inovadoras que simplificam o processo de participação em pregões, reduzem riscos de desclassificação, otimizam lances e aprimoram a competitividade nos pregões digitais. Para mais informações, visite o SITE.

Fonte: Mention  / Pedro Assis


terça-feira, 18 de março de 2025

Ministério da Defesa adiciona novo PED com uso de IA

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O novo Produto Estratégico de Defesa é fruto da parceria estratégica da SST com o Grupo Bembras, com a aplicação do SSTOM, tecnologia proprietária para monitoramento inteligente e análise de dados com IA 

A SST (Smart Streams Technologies), pioneira em soluções de inteligência artificial para monitoramento inteligente e análise de dados em tempo real, celebra a aprovação de sua tecnologia SSTOM (SST Operational Manager), em parceria com  a Bembras, como Produto Estratégico de Defesa (PED) pelo Ministério da Defesa. O reconhecimento foi oficializado na Portaria GM-MD nº 5574, consolidando a SST como referência no setor de defesa e segurança.

Definida como uma plataforma SaaS disruptiva baseada em nuvem, a SSTOM foi projetada para integrar múltiplos dispositivos, como câmeras, drones e smartphones. Com inteligência artificial cognitiva e generativa, o sistema transforma imagens em dados acionáveis em tempo real, permitindo a tomada de decisões antes que eventos críticos escalem.

No setor de segurança, a tecnologia atua para:

  • Detecção de anomalias: identifica automaticamente comportamentos ou situações fora do padrão, acionando autoridades em tempo real.
  • Escalabilidade e eficiência: integra dispositivos existentes sem necessidade de novos investimentos em hardware, reduzindo custos operacionais.
  • Impacto preventivo: ajuda a evitar tragédias ao detectar incidentes antes que se tornem grandes problemas.

SegundAdriano Leão, CEO e fundador da SST, a certificação do SSTOM como Produto Estratégico de Defesa (PED) marca um momento de grande relevância para a tecnologia desenvolvida pela empresa.

“Esse reconhecimento é um marco na história da SST. Ter nossa tecnologia aprovada dentro do rigoroso processo do Ministério da Defesa reforça nossa missão de transformar a segurança e a gestão operacional com inteligência artificial de ponta. A parceria com a Bembras, referência há mais de 25 anos no setor, foi essencial para essa homologação e consolida o SSTOM como uma solução estratégica para defesa e segurança nacional”, destaca Leão.

A certificação é fruto da parceria entre a SST e o Grupo Bembras, empresa Estratégica de Defesa (EED), que agora detém a comercialização exclusiva do SSTOM para o setor de defesa. Esse reconhecimento habilita a Bembras a negociar diretamente com órgãos governamentais e grandes players da indústria, ampliando sua presença no mercado nacional e internacional com uma tecnologia inovadora e já homologada para aplicações críticas de segurança.

Os PEDs são tecnologias, sistemas ou serviços considerados essenciais para garantir a soberania e a segurança do Brasil. Ao integrar essa categoria, o SSTOM se posiciona como uma solução estratégica, validada pelo Ministério da Defesa e alinhada às demandas do setor.

Com a definição do SSTOM como Produto Estratégico de Defesa, a Bembras fortalece sua atuação no mercado de segurança e defesa, garantindo acesso privilegiado a projetos governamentais e oportunidades estratégicas para a aplicação de inteligência artificial e visão computacional em missões críticas.

A parceria com o Grupo Bembras

A colaboração entre SST e o Grupo Bembras foi essencial para consolidar essa conquista. Atuando como parceiro estratégico, o Grupo Bembras trouxe sua experiência no setor de defesa, reforçando a credibilidade e viabilizando a homologação do SSTOM como PED. Essa sinergia entre inovação tecnológica e expertise em segurança pública é um marco para o avanço da tecnologia no Brasil.

Sobre a SST

Fundada em 2023, a SST (Smart Streams Technologies) combina inteligência artificial cognitiva e generativa para transformar dispositivos comuns em ferramentas inteligentes e proativas. Focada em escalabilidade, eficiência e acessibilidade, a plataforma SSTOM está revolucionando indústrias como segurança, infraestrutura e varejo, conectando o Brasil ao futuro da inovação global.

Fonte: NR-7 Comunicação / Márcia de Britto