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sábado, 20 de abril de 2024

Em ano de eleição, IAS amplia medição de segurança e adequação de marcas em anúncios digitais para evitar desinformação

 

Imagem: reprodução

Tecnologia da Integral Ad Science (IAS), parceira das maiores plataformas globais, utiliza IA para detectar vinculação de publicidade a postagens falsas e tópicos correlatos

A Integral Ad Science (IAS), plataforma líder global em análise e otimização de mídia, acaba de anunciar que está expandindo sua ferramenta de Brand Safe and Suitability para os anúncios digitais veiculados com postagens de stories e de reels no Facebook e no Instagram. As melhorias contemplam a detecção de conteúdos classificados como desinformação segundo os critérios da GARM¹ (Aliança Global para Mídia Responsável, da sigla em inglês).

As duas redes sociais já proíbem a exibição de publicidade junto a conteúdos que sejam rotulados como desinformação pelas equipes terceirizadas de checagem de fatos, ou que violem suas respectivas políticas de serviço. Entretanto, profissionais do marketing sempre buscaram exercer um controle maior sobre os tópicos abordados pelas postagens às quais seus anúncios são associados. 

As ferramentas da IAS já permitiam aos anunciantes verificarem se suas mídias eram associadas a  conteúdos potencialmente inadequados, conforme a GARM. Agora, os publicitários poderão revisar também uma eventual vinculação de suas peças comerciais a conteúdos que tratem do mesmo assunto das desinformações. 

A proteção é fornecida pela ferramenta Total Media Quality (TMQ), da IAS. Trata-se de uma tecnologia de Brand Safe and Suitability, baseada em inteligência artificial, que combina sinais de imagem, áudio e texto, com uma abrangente análise de vídeo quadro a quadro, para classificar com precisão os conteúdos no feed, em escala. A TMQ fornece uma garantia adicional de que as campanhas estejam sendo divulgadas junto a conteúdos que as marcas considerem adequados. 

“Estamos empolgados com a melhoria da nossa solução, TMQ, para incluir a categoria de desinformação GARM, que aprimora o controle dos profissionais de marketing sobre a reputação das marcas anunciantes, principalmente neste momento que antecede as eleições nos EUA”, afirma Lisa Utzschneider, CEO da IAS. “Estamos inovando continuamente e construindo parcerias com as maiores plataformas do mundo, como a Meta, promovendo confiança aos nossos clientes e garantindo, ao mesmo tempo, que eles obtenham resultados melhores a partir das  das tecnologias e dos dados da IAS”.

A Meta tem um política abrangente e abordagem à desinformação — remover a desinformação sempre que ela seja passível de contribuir diretamente para o risco de iminentes danos físicos e estabelecer parcerias com a maior rede mundial terceirizada de fact-checking, para rotular e reduzir a distribuição de desinformação. Anúncios não aparecem ao lado de conteúdos identificados como desinformação ou de qualquer publicação que viole as políticas da Meta. Além disso, o IAS monitora se os anúncios apareceram próximos a conteúdos que discutam ou tenham relação com a categoria de desinformação da GARM.

A IAS classifica o conteúdo de acordo com a definição de Brand Safe and Suitability da GARM, e fornece relatórios para que os anunciantes personalizem suas configurações de adequação na Meta. Os relatórios de conteúdo fornecidos pela IAS permitem que os anunciantes tenham uma visão completa e precisa dos assuntos e dos conteúdos aos quais seus anúncios estão sendo associados, e ajustem suas campanhas conforme os perfis de riscos desejados. 

A IAS também está lançando novos recursos e funcionalidades para anunciantes no Feed e Reels do Facebook e Instagram:

  • Transparência aprimorada a nível de conteúdo: IAS Signal, a plataforma unificada de relatórios da empresa que fornece dados e insights necessários para anunciantes gerenciarem facilmente suas campanhas digitais, agora produz relatórios aprimorados, a nível de conteúdo, alinhados à definição GARM, para toda publicação detectada que seja divulgada paralelamente aos anúncios nas seções de Feed e Reels do Facebook e Instagram.
  • Experiência de usuário simplificada: os anunciantes agora podem acessar recursos visuais para entenderem facilmente o desempenho de suas campanhas nas definições GARM, permitindo que os profissionais validem ou ajustem os controles de adequação das campanhas conforme necessário.
  • Relatórios  aprimorados: o IAS Signal agora permite que os anunciantes acompanhem visualmente performance de Brand Safe and Suitability da marca ao longo do tempo, proporcionando uma visão clara da eficácia da estratégia de ajustes. Esse recurso garante que anunciantes possam identificar o impacto das alterações, otimizando o alinhamento da marca e os resultados da campanha de forma precisa.

Em fevereiro, o IAS anunciou a disponibilidade de seu monitoramento de Brand Safe and Suitabiity, Total Media Quality (TMQ), orientada por IA nos Feeds e Reels do Facebook e Instagram em parceria com a Meta, para oferecer aos anunciantes  uma pioneira solução avançada de monitoramento.


Sobre Integral Ad Science

A Integral Ad Science (IAS) é uma plataforma líder global de medição e otimização de mídia que fornece os dados mais acionáveis do setor para gerar resultados superiores para os maiores anunciantes, editores e plataformas de mídia do mundo. O software da IAS fornece dados abrangentes e enriquecidos que garantem que os anúncios sejam vistos por pessoas reais em ambientes seguros e adequados, ao mesmo tempo que melhora o retorno sobre os gastos com publicidade para os anunciantes e o rendimento para os editores. Nossa missão é ser referência global em confiança e transparência na qualidade da mídia digital. Para mais informações visite integralads.com.

Fonte:  Sherlock Communications / Ricardo Bunduky

terça-feira, 16 de abril de 2024

Descubra sete formas pelas quais a IA pode facilitar a vida das pessoas em qualquer lugar

Imagem: reprodução

A inteligência artificial é muito mais do que uma ferramenta de escritório para trabalhadores ou um software de produtividade para empresas. Afinal, as pessoas também podem recorrer à IA para obter respostas rápidas quando estiverem fora de casa, tendo ajuda para obter ideias, informações e inspirações onde quer que estejam. 

Uma maneira simples para usar a IA é baixar o Microsoft Copilot gratuitamente em seu telefone iOS ou Android. A ferramenta é capaz de resumir as informações de toda a web e gerar texto e imagens com base em suas solicitações, ou “prompts”, facilitando a pesquisa, o planejamento e a criatividade em tempo real. Abaixo, estão sete maneiras pelas quais a IA pode ajudar a economizar tempo e facilitar o seu dia. 

1. Aprenda sobre as coisas legais que você vê em tempo real 

Digamos que você esteja fotografando flores desconhecidas em uma caminhada ou olhando para a Golden Gate Bridge de São Francisco e queira aprender mais. Normalmente, a pessoa usaria um mecanismo de busca tradicional, descreveria as flores e, em seguida, clicaria em um monte de links até encontrar o que está procurando. 

Com a IA Generativa, é possível economizar tempo e esforço ao tirarem uma foto e fazer perguntas como “quantos anos tem essa ponte?” ou “que tipo de flores são essas?”. O Copilot consolidará as fontes da internet em uma única resposta rápida e fornecerá links de onde obteve as informações, caso você queira se aprofundar mais. Além disso, como o aplicativo é baseado em bate-papo, é fácil fazer novas perguntas com base no que foi apresentado, sem ter que iniciar uma nova pesquisa. 

2. Obtenha inspiração culinária durante as compras de supermercado 

Ao fazerem compras no mercado, as pessoas podem se deparar com promoções inesperadas de peixe específicos e vegetais frescos. O problema, diante da surpresa, é que a pessoa pode não saber as melhores maneiras de preparar aquele ingrediente desconhecido e não ter tempo para pesquisar blogs e vídeos de comida durante as compras no mercado para se inspirar. 

Com o assistente de cozinha do Copilot, é possível obter receitas e planejamento de cardápio através do upload de uma imagem dos ingredientes em seu carrinho ou na prateleira. Basta escrever ou dizer: “Sou um cozinheiro iniciante. O que posso fazer para o jantar com esses ingredientes?” e o Copilot pode criar uma refeição personalizada de acordo com seu nível de habilidade e preferências alimentares. 

O Copilot também pode te ajudar com informações nutricionais e ideias para substituições de ingredientes. Além disso, em casa, é possível usar a ferramenta para obter uma receita com base em uma foto do que está na sua geladeira. 

3. Transforme seu telefone em uma agência de viagens 

Você e seus amigos se reúnem para planejar uma viagem internacional muito esperada para fazer compras, comer e beber com qualidade sem estourar o orçamento. O planejamento em grupo pode ser cansativo, mas o Copilot facilita a criação de ideias de itinerário enquanto você curte o momento com seus amigos. Basta dizer ao Copilot os seus critérios: “Vamos a Itália durante seis dias e adoramos arte e carros desportivos. Planeje nossa viagem”, por exemplo, e ele criará rapidamente um itinerário personalizado. A ferramenta também pode dar instruções sobre como reservar bilhetes, fazer reservas e fornecer uma lista de bagagem personalizada. É possível também obter instruções sobre os locais onde deseja ir mesmo quando já estiverem na estrada. 

4. Faça compras sem estresse! 

Imagine que você esteja testando carros em uma concessionária e se pergunte sobre características do veículo que o vendedor não lhe disse. Ou esteja em uma loja de departamentos tentando descobrir se uma máquina de café expresso   é mais barata em outro lugar. O Copilot pode ajudar você a pesquisar especificações, comparar preços e eliminar a sobrecarga de informações estressantes. 

Você pode pedir para que a ferramenta “crie uma tabela dos carros compactos mais bem avaliados classificados por preço e recursos”. Ou que analise uma foto daquela máquina de café expresso, ou qualquer item que deseja comprar, e forneça uma lista de preços e lugares para comprá-la ou produtos semelhantes. O Copilot também pode responder a perguntas específicas sobre um produto e fornecer resumos do que outras pessoas estão dizendo sobre ele online. 

O Copilot também pode criar ideias de presentes para quando você estiver no shopping, como jogos populares para sua sobrinha ou presentes econômicos para o seu amigo que ama ao ar livre. 

5. Faça suas tarefas mais rapidamente

As pessoas têm uma longa lista de tarefas em casa, como consertar uma torneira com vazamento ou remover uma mancha de óleo da camisa, mas não têm certeza de como fazer isso da melhor forma possível. O Copilot em seu telefone é um guia de bolso útil, esteja você em uma loja de utensílios ou muito ocupado em casa para sentar com um laptop. 

Você pode obter instruções claras e um passo a passo para tarefas comuns apenas perguntando “Como faço para trocar o óleo do meu carro?” ou “Como faço para remover um parafuso desgastado?”. É possível pedir instruções específicas para a marca e o modelo do seu carro, e o Copilot irá revisar e resumir o conteúdo para que você não tenha que ir atrás do manual. Ele também incluirá links, artigos, imagens e vídeos, caso você quiser mais informações. 

É possível também usar fotos para resolver problemas, como descobrir o que há de errado com sua planta murcha. Basta enviar uma foto e o Copilot fará previsões treinadas para identificar a planta, o que a deixou doente e como cuidar dela até que ela recupere sua saúde. 

6. Aumente seu desempenho nas redes sociais 

Imagine que você esteja na praia tirando fotos incríveis para compartilhar nas redes sociais, mas não consegue criar uma legenda interessante. Ou você está lendo uma longa notícia em um café e quer postar sobre isso, mas gostaria de usar um resumo rápido. 

O Copilot pode despertar sua criatividade escrevendo sugestões de legendas para fotos e resumindo artigos. Você pode pedir que ele escreva uma linha espirituosa para uma foto de seu gato, uma hashtag irônica sobre o clima do dia ou um resumo de uma frase de um artigo que você acabou de ler. 

Com prompts simples como “torne divertido” ou “seja mais descritivo”, eles podem refinar facilmente seu conteúdo para tom, humor e mensagem sempre que sentirem vontade de ser criativos. 

7. Obtenha ajuda para escrever uma mensagem de texto ou e-mail complicado 

Você está em um restaurante esperando por seu amigo que está sempre atrasado e tenta escrever uma mensagem no tom certo sobre sua preocupação e aborrecimento. Ou está viajando a trabalho e precisam enviar um e-mail cuidadosamente redigido para seu chefe sobre um projeto que deu errado. 

Quando escrever parecer difícil, o Copilot pode ajudá-lo a começar e polir suas palavras. É possível dizer à ferramenta o que quer dizer e ela iniciará um rascunho para você. Ou é possível incluir o que você já escreveu e pedir ao Copilot para verificar a gramática e a ortografia, ou torná-lo mais casual, profissional, engraçado ou o tom que deseja. 

É claro que a IA não é capaz de esticar o tempo para seu amigo, ou lavar roupa e fazer o jantar, mas pode tirar algumas tarefas tediosas da sua frente, para que você tenha mais tempo e energia para aproveitar as coisas que importam. 


Fonte: Edelman / Elson de Souza


quinta-feira, 28 de março de 2024

Desafio de criar leis sobre IA envolve proteção de direitos e da democracia

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A criação de marcos regulatórios para as novas tecnologias, como a inteligência artificial, passa pelo desafio de equilibrar a garantia da proteção de direitos sem a restrição aos avanços tecnológicos. Especialistas na área concordam que, sem uma regulamentação, o mau uso das ferramentas digitais pode impactar na manutenção da democracia. O debate central é como, e, inclusive, quando promover essa regulação.

Quando se fala em novas tecnologias, logo se pensa nas plataformas de redes sociais e, mais recentemente, em inteligência artificial. Ambas estão em constante mudança e têm sido incorporadas à vida das pessoas. Elas produzem efeitos nas áreas de governo, trabalho, comunicação, serviços, logística e também em processos eleitorais. A internet se tornou um palco para o exercício de direitos subjetivos e é também por isso que se torna necessário criar leis sobre o tema.

De acordo com o sociólogo e professor espanhol Manuel Castells, apesar de não serem a causa raiz, as novas tecnologias contribuem para ampliar a polarização e a crise de legitimidade de processos políticos. Nesse contexto tecnológico, a regulamentação é uma forma de garantir a preservação de direitos e, assim, evitar retrocessos.

— Acredito que a tecnologia por si mesma não causa efeitos sociais e políticos. [A questão] é como se utiliza a tecnologia, quem e para quem — declarou Castells em entrevista à TV Senado. — Hoje em dia, essas tecnologias porque tal e como são, podem aumentar a crise da democracia e, de fato, o fazem em muitos países. Não são a origem, não são a causa, mas amplificam enormemente. Mas não são a origem. A origem é a falta de confiança nos políticos e nas instituições políticas democráticas — afirmou.

Neste cenário, é papel do Legislativo elaborar normas que garantam aos cidadãos o uso seguro das novas ferramentas tecnológicas. O momento, segundo Castells, é de uma “nova política, honesta, inteligente, informada e adaptada à sociedade digital” sob o risco de ser necessário reconstruir os avanços já alcançados atualmente.

Primeiro-secretário da Casa, o senador Rogério Carvalho (PT-SE) apontou que o senso comum vem servindo como condutor das instituições e de parte da política na atualidade, diferentemente do que ocorria há pouco menos de duas décadas. A despeito da evolução da História com seus processos civilizatórios desde o Renascimento, no século 18, para Rogério, hoje falta um balizador mais consolidado sobre o que é consumido, especialmente nas redes.

— Quando você vive uma revolução tecnológica que conecta todas as pessoas num grande circuito neural, e abre o espaço para que as pessoas possam se manifestar, você está abrindo espaço para que esse senso comum inunde, ele seja a tônica do que vai circular. E obviamente que esse senso comum não é tensionado como dizia o [professor] Boaventura de Sousa Santos, nem tampouco esse senso comum passa por um crivo dos polos difusores. Então, nós não temos esse corte crítico, nós temos na verdade um behaviorismo embutido na relação da rede com os indivíduos criando o estímulo-resposta sem causa, sem o mediador mais consistente para você construir filtros civilizatórios — avalia o senador.

Desafios

Se a democracia e direitos fundamentais estão em jogo, como criar uma rede de proteção em um cenário tecnológico que evolui em ritmo acelerado e constante? Essa foi uma das questões que guiou os debates do Seminário Internacional Democracia e Novas Tecnologias: desafios da era digital promovido pelo Senado. A iniciativa faz parte das comemorações dos 200 anos da Casa, que tem a tradição de ser uma instituição de vanguarda em questões como direitos sociais, transparência e participação popular.

Ugo Pagallo, professor da Universidade de Turim, na Itália, define a inteligência artificial como um sistema tecnológico que pode atuar ou pode pensar como os humanos, em muitos casos até melhor do que as pessoas. Ele afirma que a definição fica mais complexa à medida que envolve questões éticas e morais, como em relação à IA generativa — ferramenta capaz de criar conteúdos textuais ou audiovisuais a partir de uma base de dados existente.

— Não temos que esperar a próxima catástrofe tecnológica para começarmos a criar as nossas leis [...] Temos diferentes abordagens e podemos intervir legalmente de várias formas — disse. Os riscos e oportunidades das novas tecnologias podem ser regulados, segundo o professor, de forma horizontal — durante todo o ciclo de vida da tecnologia — e vertical — de forma setorial e específica. 

Entre outras possibilidades, a criação de “agentes artificiais”, segundo o professor, pode desvalorizar as habilidades das pessoas e pode remover a responsabilidade humana se algo der errado em um processo. Ao mesmo tempo, pode capacitar e melhorar as realizações humanas, fortalecer os agentes humanos e aumentar essa capacidade da sociedade.

Urs Gasser, conselheiro do Berkman Klein Center da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, afirma que, quando a internet surgiu, havia a perspectiva otimista de aumento de participação nos processos democráticos. Ao longo do tempo, entretanto, o ambiente digital também contribuiu, por exemplo, para a disseminação de desinformação. Apesar de pesquisas sobre o tema serem realizadas há mais de 25 anos, ele afirma que, na prática, ainda não há evidências concretas ou uma resposta única sobre se a tecnologia é boa ou má para a democracia.

— A tecnologia pode ser útil, pode ser utilizada para coisas maravilhosas, como fortalecer a participação e criar novas formas de expressão política, mas também outros estudos mostram que essas mesmas tecnologias, como mídias sociais, podem criar bolhas de filtro ou então podem levar à exclusão de certas comunidades e, na verdade, prejudicar a sociedade — disse.

Comparado ao surgimento da internet, que contou com uma visão entusiasta, ele afirma que evolução da IA é vista como uma ameaça e com pessimismo. Neste novo ciclo de inovação tecnológica, Gasser defende a criação de “salvaguardas” para a boa governança e o uso de novas tecnologias no processo decisório na sociedade.

— Não podemos esquecer que isso também tem a ver com pessoas, tem a ver com os atores, organizações, nações e Estados. Talvez, mais do que antes, a questão se a inteligência artificial será uma ferramenta para alavancar e fortalecer a democracia ou não dependerá de como nós, as pessoas, estamos utilizando essas ferramentas. Eu acho que o desafio é, claro que é, muito mais difícil nós reprogramarmos as pessoas do que é reprogramar a tecnologia, software e IAs — declarou.

Professora da Universidade de Brasília, Christiana Freitas, afirma que a IA pode ter um uso benéfico para a elaboração de políticas públicas por meio da sistematização das demandas e sugestões, além de projeções de cenários para a ação governamental.

— Muito mais importante talvez que regular as tecnologias é regular os usos e as intenções de quem está elaborando o projeto político. A gente tem projetos políticos que vão construir esses instrumentos de IA e que vão gerar efeitos na sociedade — defendeu.

O professor da Universidade Técnica de Munique (Alemanha) Christian Djeffal defende que não necessariamente exista uma relação dicotômica entre inovação e regulação. Ele afirma ainda que as pessoas influenciam a tecnologia e também são influenciadas por ela.

Alternativas

Ricardo Campos, professor da Universidade Goethe (Alemanha), afirma que a democracia moderna é “profundamente dependente das novas tecnologias”. A dependência é, segundo ele, “ambivalente e paradoxal” já que a tecnologia funda e viabiliza a democracia moderna ao mesmo tempo que tem o potencial de prejudicá-la.

Ele avalia que há um “risco muito grande” em seguir o modelo de regulação europeu da IA e defende criar regras de forma setorizada para cada área, como saúde, indústria e telecomunicações.

— O modelo que eu tenho posto é o de observar o desenvolvimento europeu, a aplicação, principalmente quando entrar em vigor, e ver se vai impactar na inovação [...] Essa forma de setorizar e observar onde realmente surge dano e fazer uma cirurgia precisa para evitar a continuação desse dano seria a melhor forma para o Brasil enfrentar a questão da regulação da Inteligência Artificial — ponderou.

Na mesma linha, Juliano Maranhão, professor de direito da Universidade de São Paulo, defende que o debate sobre um marco regulatório no Brasil não deve se restringir às diretrizes que já foram aprovadas pela União Europeia, em especial em relação a criar uma autoridade de fiscalização. Ele afirma ser preciso considerar o patamar de desenvolvimento da tecnologia no país.

— A ideia é uma regulação que possa promover uma tecnologia confiável e será que a única forma de fazer isso é por meio de uma imposição de uma regulação externa e transversal, com uma autoridade fiscalizadora e sancionadora? [...] Talvez esse modelo sancionador externo não seja adequado de início. Talvez o contexto e o nosso desenvolvimento no país no mercado de IA está aquém do desenvolvimento europeu — disse.

Segundo ele, a necessidade de uma regulação no Brasil é principalmente para propiciar fomento e investimento no desenvolvimento da IA. Ele acredita que o Estado e os legisladores podem pensar em “arranjo institucional mais eficiente” para a cooperação dos agentes privados, para estimular a responsabilidade no desenvolvimento e uso de novas tecnologias.

Projetos

No seminário promovido pelo Senado, parte dos conferencistas defendeu a urgência para aprovar um marco regulatório, enquanto outros são favoráveis a esperar para ver os resultados das regras já aprovadas em outros países.

— O Brasil deveria se antecipar numa regulação pioneira novamente, como marco civil, em tecnologias complexas como a inteligência artificial, ou não? Será que deveríamos aprender com essas experiências internacionais e dar um passo mais cauteloso para que consigamos pavimentar um caminho mais fértil para a inovação? Essa é uma equação que não é óbvia — afirmou o professor de direito Eduardo Magrani, que é afiliado do Berkman Klein Center da Universidade de Harvard.

Segundo ele, os países são desafiados atualmente a fazer um “balanço hipercomplexo” sobre a preservação de direitos e a posição de cada nação no cenário geopolítico de desenvolvimento tecnológico. Além disso, regular de forma “robusta” representaria um risco muito grande, assim como não regular poderia ser um risco ainda maior.

Como a Agência Senado mostrou, tramitam na Casa várias propostas sobre o uso de novas tecnologias e a regulamentação da inteligência artificial. Em 2022, uma comissão de juristas foi criada para discutir e apresentar um anteprojeto sobre o tema. O texto da comissão foi apresentado como projeto de lei pelo presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco. 

O PL 2.338/2023 é tratado com prioridade no Senado este ano. O texto está em análise em uma comissão temporária dedicada exclusivamente ao tema. Um dos desafios do projeto é propor regras abrangentes para não se tornar ineficaz rapidamente com a evolução de tecnologias futuras. Integrantes do colegiado esperam votar a proposta ainda neste semestre. O relator, senador Eduardo Gomes (PL-TO), pode apresentar sua versão do texto em abril.

Fonte: Agência Senado


quarta-feira, 13 de março de 2024

Entenda os principais pontos da nova legislação da União Europeia, que regulamenta o uso de IA

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Lei é aprovada no Parlamento Europeu e pode refletir em outras legislações pelo mundo, inclusive no Brasil.

Aprovado nesta quarta-feira (13) pelo Parlamento Europeu, a lei que regulamenta o uso de inteligência artificial (IA). Foram 523 votos a favor, 46 contra e 49 abstenções.

O projeto de lei original, considerado inédito no mundo, foi apresentado pela Comissão Europeia, braço Executivo da União Europeia em abril de 2021, mas com o surgimento do ChatGPT, o projeto precisou ganhar novas dimensões e ajustes.

Quais são os aspectos centrais da legislação da UE sobre a IA e de que forma isso poderá impactar legislações de outros países fora do bloco? Sócio do Godke Advogados e especialista em Direito Digital e Proteção de Dados, Alexander Coelho, traz os pontos principais da regulamentação:

  1. Enfoque Centrado no Ser Humano: “A legislação da UE prioriza o desenvolvimento de IA com um enfoque centrado no ser humano, promovendo a utilização da tecnologia de maneira que respeite os direitos fundamentais e valores éticos”, explica o especialista.
  2. Transparência e Conformidade com Direitos Autorais: “Os modelos de IA de uso geral devem aderir às obrigações de transparência e estar em conformidade com as normas europeias de direitos autorais, garantindo que a tecnologia seja usada de forma responsável e respeitosa”, pontua.
  3. Regulamentação de Sistemas de Alto Risco: Sistemas de IA considerados de alto risco, especialmente aqueles usados em infraestruturas críticas, estarão sujeitos a requisitos mais rigorosos. “Isso inclui análises de impacto nos direitos fundamentais, assegurando que seu uso não comprometa a segurança ou os direitos individuais”, avalia.
  4. Proibições Específicas: Nesse quesito, a o especialista explica que a legislação proíbe práticas como a classificação massiva de cidadãos, vigilância em massa e identificação biométrica remota em espaços públicos. “Estas proibições são fundamentais para proteger a privacidade e a liberdade individual”, acrescenta o especialista.
  5. Fiscalização e Sanções: “Um Gabinete Europeu de IA será responsável pela fiscalização da legislação, com a autoridade para aplicar multas significativas em caso de violações”, defendeu Coelho.

As implicações e desafios da legislação aprovadas na UE entram em aspectos como a batalha entre inovação e regulação. “A legislação busca um equilíbrio entre fomentar a inovação e proteger os interesses essenciais. No entanto, críticos argumentam que as regras podem atrasar o desenvolvimento de aplicações inovadoras de IA devido à falta de clareza nas regulamentações”, pontuou o advogado.

Organizações expressam preocupação com a possível influência dos grupos de lobby na implementação da legislação, o que destaca a necessidade de um processo transparente e equitativo na formulação de políticas. Por outro lado, a UE está se posicionando como líder na definição de padrões para a IA confiável. Nesse sentido, Coelho acredita que essa postura pode influenciar outros países e regiões a adotarem abordagens semelhantes.

“Observo que esta legislação da UE sobre IA é um passo crucial na direção certa. Ela reflete a necessidade de regulamentações abrangentes e bem fundamentadas para enfrentar os desafios e riscos apresentados pela IA, equilibrando a inovação tecnológica com a proteção dos direitos humanos e a ética digital. É fundamental que haja um equilíbrio entre o fomento da inovação e a garantia de que a IA seja desenvolvida e utilizada de maneira responsável e ética, alinhada com os valores fundamentais da sociedade”, concluiu.

Alexander Coelho - sócio do Godke Advogados, advogado especializado em Direito Digital e Proteção de Dados. CIPM (Certified Information Privacy Manager) pela IAPP (International Association of Privacy Professionals). É membro da Comissão de Privacidade e Proteção de Dados e Inteligência Artificial (IA) da OAB/São Paulo. Pós-graduando em Digital Services pela Faculdade de Direito de Lisboa (Portugal).


Fonte: M2 Comunicação Jurídica / Natasha Guerrize

terça-feira, 12 de março de 2024

Helisul se torna a primeira operadora de helicópteros no mundo a implantar uma frota aprimorada por IA

Foto: reprodução / divulgação

A Helisul Aviação irá equipar sua frota com o sistema visual de alerta de tráfego da Daedalean, com novas funcionalidades que vão além de radar ou transponders

A Helisul Aviação, maior operadora de helicópteros monoturbina civis da América Latina, e a Daedalean, desenvolvedora de aplicativos baseados em inteligência artificial (IA) para consciência situacional com sede na Suíça, anunciaram no último mês, durante a HAI HELI-EXPO 2024, evento anual da Helicopter Association International, que a Helisul selecionou o sistema de alerta de tráfego PilotEye da Daedalean para equipar sua frota. 

O PilotEye da Daedalean é um sistema de consciência de tráfego com ADS-B (Transponder de Precisão) habilitado para IA para a detecção visual de tráfego não cooperativo. Sob os termos do acordo, o PilotEye se tornará o primeiro sistema habilitado por IA a ser instalado em uma frota inteira de aeronaves. 

A Helisul irá modernizar seus helicópteros Airbus AS350 com IA e atuará como parceira de MRO (manutenção, reparo e revisão geral de aeronaves) da Daedalean atendendo toda a América Latina para futuras instalações e manutenção do sistema.

“A Helisul sempre busca aproveitar o que há de melhor em tecnologias inovadoras que estejam alinhadas ao seu compromisso com a segurança”, disse Humberto Biesuz, Superintendente Executivo da Helisul. “Estamos orgulhosos de adotar o sistema de IA da Daedalean e de nos tornarmos a primeira operadora de helicópteros a apresentar a cabina de comando mais avançada do setor. Vemos um grande potencial na utilização dos sistemas de assistência ao piloto da Daedalean para melhorar ainda mais a segurança das nossas operações.”

O PilotEye da Daedalean – desenvolvido em colaboração com a Avidyne – é um sistema de consciência de tráfego aprimorado. Ele mescla ADS-B com imagens de vídeo em tempo real, alimentadas por câmeras montadas nas aeronaves, por meio de um computador de bordo que processa como uma rede neural. O modelo machine-learned da Daedalean é capaz de reconhecer todos os tipos de perigos aéreos, incluindo pássaros, drones, planadores, parapentes e outros objetos de voo não equipados com transponders.

Atualmente, o sistema avança no processo de certificação junto à Agência Federal de Aviação dos EUA (FAA), com validação simultânea pela Agência de Segurança da Aviação da União Europeia (EASA). A Daedalean também fornecerá o suporte necessário para a integração do seu sistema na frota da Helisul, bem como apoiará as etapas para a certificação pela Agência Nacional de Aviação Civil do Brasil (ANAC).

Com esta parceria, a Helisul se torna o primeiro cliente do PilotEye da Daedalean, permitindo à empresa ganhar experiência inicial com o sistema. A Helisul também poderá coletar dados em situações e ambientes específicos para seus projetos e serviços, como busca e salvamento. Esses dados permitirão que a Daedalean personalize seus algoritmos de acordo com as necessidades da Helisul.


Foto: reprodução / divulgação

“Este acordo permite que a Daedalean demonstre os benefícios de suas tecnologias inovadoras desde o primeiro dia”, afirmou a Dra. Yemaya Bordain, Presidente da Daedalean para as Américas. “Estamos entusiasmados em contribuir para a segurança das operações da Helisul, bem como em desenvolver em conjunto o sistema para criar o que chamamos de Inteligência Situacional, que é a capacidade do sistema não apenas de reconhecer o ambiente, mas de antecipar riscos futuros. Por meio desta colaboração, tanto a Helisul quanto a Daedalean poderão fazer grandes avanços em termos de segurança nos céus.”

Sobre a Helisul 

A empresa brasileira Helisul atua no mercado de aviação há 51 anos. Fundada em Foz do Iguaçu, é uma das maiores operadoras de helicópteros da América Latina. Com mais de seiscentos funcionários, possui uma frota de 55 aeronaves, 24 hangares e 14 bases espalhadas pelo Brasil. O portfólio da organização abrange um amplo espectro de serviços aéreos especializados (SAE) com helicópteros e aviões; hangar e suporte terrestre para aeronaves de terceiros (FBO); manutenção, gerenciamento e fretamento de aeronaves; transporte aeromédico e voos panorâmicos. A Helisul é um Centro de Serviços certificado pela Airbus, Safran, Rolls Royce e StandardAero e é revendedora oficial no Brasil da BLR e Garmin. Em 2020, a Helisul foi uma das primeiras empresas brasileiras a firmar parceria com a EVE Urban Air Mobility, da Embraer, para aquisição de 50 eVTOLs (veículos elétricos de pouso e decolagem vertical). Além disso, foi a operadora oficial no Brasil durante a simulação de voo desses veículos durante o EVE Rio Experience no final de 2021. Em 2022, a empresa lançou sua divisão de aeronaves pilotadas remotamente para atender o mercado de drones para inspeção industrial e patrimonial de energia, logística, segurança e monitoramento remoto. Em 2023, inaugurou seu sétimo heliponto para voos panorâmicos em parceria com o Beto Carrero World em Penha, Santa Catarina, no sul do Brasil.

REDES: LINKEDIN - FACEBOOK - INSTAGRAN

Sobre a Daedalean

A Daedalean desenvolve sistemas aviônicos baseados em machine learning para as aeronaves civis atuais e para a mobilidade aérea avançada do futuro. A empresa, com escritórios na Suíça, na UE e nos EUA, tem uma equipe de mais de 150 pessoas, incluindo 16 PhDs e 18 pilotos, com experiência em machine learning, engenharia de software de nível aeronáutico, testes de voo, avaliação de segurança e certificação. As aplicações desenvolvidas pela Daedalean incluem non-GNSS (posicionamento e navegação sem a ajuda do sistema global de satélites), orientação de pouso para aeronaves de asa fixa e orientação de pouso vertical para aeronaves com rotor. A empresa estabeleceu parcerias com reguladores da aviação e publicou relatórios conjuntos com a EASA e a FAA, abrindo caminho para a certificação de sistemas de Inteligência Artificial para aplicações de aviação essenciais para a segurança.

REDES: LINKEDIN - X - YOUTUBE


Fonte: apexagencia / Carol Veiga


sexta-feira, 1 de março de 2024

TSE regulamenta o uso de inteligência artificial nas eleições

Imagem: reprodução / composição - DB

Tribunal Superior Eleitoral proibiu a veiculação de deepfakes em propaganda eleitoral e estabeleceu que o uso da IA deve ser identificado.

Com proposta feita pela ministra Cármen Lúcia, e aceita por demais membros, ficou estabelecida a proibição do uso de deepfakes em propaganda eleitoral. A votação apontou a necessidade de identificar conteúdo sintético multimídia com rótulos. Entram na pauta materiais em áudio e vídeo, bem como conteúdos manipulados.

Caso a IA seja utilizada fora do padrão estabelecido pelo TSE, o candidato poderá ter mandato e registro cassados. As medidas fazem parte do esforço de combater a desinformação a partir do uso ilícito da IA, sobretudo durante o período eleitoral.

O artigo veda a utilização de: "conteúdo fabricado ou manipulado para difundir fatos notoriamente inverídicos ou descontextualizados com potencial para causar danos ao equilíbrio do pleito ou à integridade do processo eleitoral”.

De acordo com o presidente Alexandre de Moraes, a inteligência artificial pode acarretar problemas e até mesmo alterar o resultado das eleições. De acordo com ele, a resolução dá ferramentas para que a Justiça Eleitoral tenha “instrumentos eficazes para combater o desvirtuamento nas propagandas eleitorais, nos discursos de ódio, fascistas, antidemocráticos e na utilização de IA para colocar na fala de uma pessoal algo que ela não disse”, indica o TSE.

A preocupação não acontece só no contexto brasileiro. Outros países e regiões, como os Estados Unidos e Europa, buscam soluções para regulamentar a aplicação da IA em conteúdos eleitorais. Nesta semana, a Meta anunciou a formação de uma equipe para combater conteúdo falso fruto de inteligência artificial nas eleições parlamentares da União Europeia.

Vetos em tecnologia

Fica vetado também a aplicação de chatbots e outras ferramentas, como avatares, para realizar a interlocução com outras partes, entre candidatos e outros. Não deve-se aplicar as soluções para intermediar a comunicação de campanhas eleitorais.

Entre as demais decisões está a vedação da transmissão e retransmissão de lives eleitorais por canais na Internet ou veículos de rádio e TV. Isso acontece uma vez que tais transmissões ao vivo constituem ato de campanha eleitoral.

Mais decisões do TSE

O debate sobre o conteúdo eleitoral se estendeu, ainda, à cota de tempo de tela. O TSE decidiu que candidaturas indígenas deverão contar com distribuição proporcional de recursos financeiros do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), bem como cota de tempo de tela em rádio e TV.

A mesma medida já é aplicada à candidatura de pessoas negras.

Diferentemente das medidas envolvendo a IA, esta depende de estudos de impacto para ser regularizada. A Presidência da Corte fará a análise da possibilidade de implementação a tempo das Eleições de 2024 ou do pleito de 2026.

Fonte: meioemensagem

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Inteligência Artificial (IA) na área de atendimento e vendas

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Quando pensamos no impacto da Inteligência Artificial (IA) na área de atendimento e vendas, especialmente no segmento educacional, podemos nos surpreender em como a ferramenta já faz parte das mais variadas atividades do dia a dia. Já utilizamos com sucesso Chatbots com fluxos automatizados para atender prospects e alunos. Esse recurso, por meio de um fluxo pré-definido de informações, não só reduz a quantidade de atendimentos transbordados para atendentes humanos, mas também melhora a experiência do cliente. Em momentos de pico, a vantagem é clara, pois não há restrição na quantidade de atendimentos simultâneos.

A implementação desse meio automatizado já resultou em redução de 40% nos atendimentos de captação de alunos transbordados para consultores humanos em nossas operações, por exemplo. Com a chegada de outras tecnologias avançadas, como o GPT, expandimos o uso de Chatbots para captação de alunos, mantendo um padrão consistente de abordagem e fornecendo informações detalhadas durante o atendimento, graças à capacidade de aprendizado e armazenamento de informações da máquina.

Além disso, é possível explorar funcionalidades como assistente de atendimento, em que o Bot sugere respostas para o atendente, elevando o padrão de qualidade da interação e reduzindo o tempo médio de atendimento. Outro aplicativo interessante faz correção de redações em processos seletivos, proporcionando uma experiência mais fluida na captação de alunos, com impacto positivo no percentual de conversão em matrículas.

Para se ter uma ideia dos avanços, recentemente, empresas tem começado a testar a IA na transcrição de atendimentos de voz para texto, visando avaliar a qualidade da abordagem e direcionar a qualificação do time de vendas. Além disso, estudos são feitos para definir modelos de atribuição e predição com IA para otimizar ainda mais o processo de vendas.

Do meu ponto de vista, o principal desafio das instituições de ensino agora é aproveitar a tecnologia para aprimorar a experiência do aluno e o processo de aprendizagem. Embora muitas instituições foquem na IA para captação e retenção, ainda não observei iniciativas significativas para entregar aos alunos, cursos mais dinâmicos e alinhados com a forma como as novas gerações aprendem, desenvolvendo competências essenciais à sua formação profissional.

Estamos diante de uma nova revolução, na qual a IA substituirá tarefas operacionais e, em breve, também atividades analíticas e estratégicas. No entanto, a tomada de decisão final ainda exigirá a intervenção humana. Portanto, empresas e profissionais devem se reinventar para encontrar seu papel nesse processo. Um desafio adicional para as instituições de ensino é formar profissionais para profissões que ainda não existem, capacitando-os a desempenhar funções complementares ao que a IA realiza.

Por Helen Toyama, CEO e fundadora da Persone, empresa pioneira e especializada em soluções de vendas para o segmento educacional.

Sobre Helen Toyama:

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Tem longa experiência no segmento educacional atuando nas áreas de marketing e gestão de vendas.

Ao longo de 20 anos de carreira passou por grandes players do setor educacional, atuando como gerente de marketing, diretora administrativa e consultora em empresas como Ibmec, Insper, Descomplica, Estácio (Yduqs), Anima. É bacharel em Publicidade e Marketing pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e pós-graduada em Gestão de Vendas pela ESPM.

Em 2013, tomou a decisão de abrir sua própria empresa, a Persone, pioneira, especializada e reconhecida no segmento educacional, pela sua atuação na implantação e gestão de processos de captação, atendimento e retenção de alunos.

Fonte: Oficina da Comunicação / Fran Oliveira


terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

PIX e Inteligência Artificial foram alvo dos cibercriminosos no último ano, aponta relatório

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Apura lança relatório anual sobre cenário de cibersegurança no mundo, e uso de Inteligência Artificial para realizar ameaças chama a atenção.

Podemos destacar o ano de 2023 pela audácia de grupos de ransomware, que exploraram vulnerabilidades em softwares e dispositivos amplamente utilizados em escala global. É o que pode ser observado no relatório anual da Apura Cyber Intelligence, empresa que monitora as ações de crimes cibernéticos no mundo todo e desenvolve soluções para combater esse tipo de contravenção.

“Esses ataques não apenas causaram prejuízos difíceis de mensurar, mas também paralisaram cidades, comprometendo sistemas críticos e privando cidadãos de serviços essenciais, inclusive os de emergência”, diz Sandro Suffert, CEO da empresa.

Um dos fatores que contribuiu para o crescimento do cibercrime foi o interesse pelas ferramentas de Inteligência Artificiail, ficando assim o ano de 2023 marcado como "O ano da IA". À medida que a utilização do ChatGPT e ferramentas similares ganharam popularidade, a cibercriminalidade acompanhou a tendência, dando origem a casos de uso malicioso e incidentes que se multiplicaram.

E mesmo as tentativas de bloqueio contra o uso mal-intencionado do ChatGPT não impediram os criminosos de inovar. Surgiram variações malignas, como o WormGPT e FraudGPT, explorando a capacidade dessas ferramentas para criar e otimizar códigos maliciosos. Além disso, a IA passou a ser adotada para a personificação através de deep fakes, uma tática amplamente buscada por criminosos interessados em engenharia social, bem como para iludir sistemas de autenticação baseados em voz ou biometria facial, frequentemente empregados em aplicativos financeiros em todo o mundo.

Pix no alvo dos cibercriminosos

No panorama brasileiro, surgiram malwares bancários que exploram o Pix, esvaziando as contas das vítimas automaticamente, por meio de recursos ATS (Automated Transfer System).

Os criminosos estão concentrando sua atenção em dispositivos móveis, especificamente no sistema Android, que facilita a execução de tarefas maliciosas. Entre os malwares identificados no fim de 2022 e ao longo de 2023 estão o PixStealer/MalRhino, BrazKing, PixPirate, BrasDex, GoatRAT, PixBankBot, Brat, GoPIX e o ParaSiteSnatcher.

A principal veiculação destes malwares ocorre por meio de engenharia social, seja via phishing ou pelo chamado golpe da "falsa central de atendimento". Uma vez que conseguem acesso aos dispositivos, os malwares empregam duas táticas: ou possibilitam ao criminoso acesso remoto ao dispositivo, ou manipulam transações Pix simulando interações do usuário. Destes, os mais sofisticados recorrem a um recurso conhecido como ATS (Automated Transfer System), que permite transferências fraudulentas rápidas e automáticas, sem interação do criminoso.

“Ao obterem controle sobre o dispositivo, os malwares alteram parâmetros de valor e chave Pix de destino quando o usuário tenta efetuar uma transferência, enviando o saldo da vítima para uma conta controlada pelo criminoso. Em seguida, esses valores são rapidamente realocados através de uma série de contas intermediárias até serem sacados ou convertidos em criptomoedas, de forma que se torna quase impossível rastreá-los”, explica Suffert.

Nem cidades inteiras escaparam

As gigantes do entretenimento MGM Resorts e Caesars Entertainment foram alvos de ataques cibernéticos de alto impacto em setembro de 2023. A rede de cassinos MGM enfrentou um ataque de ransomware orquestrado pelo grupo BlackCat/ALPHV, que comprometeu vários sistemas e resultou em um prejuízo de cerca de US$ 100 milhões. No mesmo período, a Caesars Entertainment também foi atingida e estima-se que o resgate pago pela Caesars para recuperar os dados roubados tenha sido de cerca de US$ 15 milhões.

Em 2023, as "cidades inteligentes" ficaram ainda mais vulneráveis às ameaças cibernéticas. Cidades americanas como Dallas, Texas, e Oakland, na Califórnia, foram alvo de ataques de ransomware que causaram desastrosos efeitos para os administradores e moradores.

Em maio, Dallas foi alvo de um ataque de ransomware que resultou no desligamento de sistemas de comunicação e TI da polícia local, levando os serviços de emergência a registrar chamadas manualmente, que ficaram comprometidos por mais de 15 dias. Uma das possíveis causas foi uma senha de serviço roubada.

Em novembro, a cidade de Long Beach enfrentou um grave incidente de segurança cibernética, que levou à retirada do ar do site principal da cidade, interrupção de processos de pagamento, do call center, do departamento de serviços públicos, além de outros serviços.

O contra-ataque

Embora o cenário de cibersegurança de 2023 tenha sido marcado pelo aumento intenso de ciberataques e ousadia de grupos de ransomware, o poder de reação e eficácia das forças da lei em todo o mundo não foram desprezíveis. As vitórias na batalha contra a cibercriminalidade incluíram inúmeros feitos, como a suspensão de fóruns e infraestruturas criminosas, bem como a captura e prisão de atores-chave.

Instituições como a Europol, o FBI, o Ministério da Justiça, a Polícia Federal do Brasil e a INTERPOL foram protagonistas nestes sucessos. Dentre as operações de destaque estão a desarticulação do grupo de ransomware Hive, realizada pela Europol e que economizou US$ 130 milhões em pagamentos de resgate, e a prisão do administrador do fórum de cibercrimes Breached pelo FBI. Além disso, também merece atenção a operação "Africa Cyber Surge II", que resultou na prisão de 14 suspeitos e na identificação de mais de 20 mil redes suspeitas em 25 países africanos.

“Embora desafiador, o combate ao cibercrime tem demonstrado sua efetividade, exibindo sinais de progresso em um cenário que precisa cada vez mais de ações contundentes”, diz o CEO da Apura.

Fonte: APURAEngenharia de Comunicação

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

IA pode revelar os segredos de milhares de manuscritos medievais; entenda

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Uso da inteligência artificial ajuda na tradução de textos e torna coleções antigas acessíveis ao público.

Você já teve dificuldade para ler o que está escrito entre "cenouras" e "batatas" em sua lista de compras? Em breve, a inteligência artificial (IA) poderá ajudar.

Nos últimos dez anos, pesquisadores têm trabalhado gradualmente para ensinar os computadores a ler documentos escritos à mão. Como na maioria dos casos de aprendizado de máquina, um computador recebe dados de treinamento: neste caso, imagens de caligrafia e detalhes do que está escrito. Em seguida, ele aprende como as marcas em cada página correspondem às letras. Ele aprende que aquele meio círculo é um "c", que aquele traço vertical curto é um "i" e que, portanto, pode ser "arroz" o que você escreveu na sua lista de compras, por exemplo.

Ninguém sabe ao certo como ele faz isso — o aprendizado de máquina geralmente é uma caixa preta. Mas parece provável que ela esteja aprendendo, pelo menos em parte, quais caracteres provavelmente ocorrerão em sequência, determinando, assim, que é improvável que você queira comprar "qvjx", por mais que a palavra se pareça com isso.

Essa tecnologia foi aplicada à caligrafia de muitos países e períodos, desde manuscritos medievais até diários do século XIX (se não ainda listas de compras do século XXI), em idiomas que vão do latim ao francês antigo e ao hebraico.

Como a tecnologia funciona com base na análise de imagens, ela é, em teoria, aplicável a qualquer tipo de escrita, desde hieróglifos egípcios até placas de cobre. Dez anos após seu desenvolvimento inicial, algumas consequências realmente interessantes do desenvolvimento de técnicas de reconhecimento de texto manuscrito (HTR) estão se tornando claras.

Aplicativos de arquivo da IA

Uma delas é que ela democratiza o acesso ao conhecimento. A digitalização de manuscritos tornou as coleções de muitas bibliotecas acessíveis com o clique de um botão (apesar da cibercriminalidade). Mas ainda é necessário um longo treinamento, disponível apenas em universidades selecionadas, para ler o que eles dizem (e alguns roteiros, como o Beneventan, têm o poder de fazer até mesmo pós-graduados rangerem os dentes).

O HTR tem o poder de gerar uma versão toleravelmente precisa e legível por máquina de um manuscrito com mais ou menos o clique de um botão. Se o idioma ainda for uma barreira para o usuário, essa transcrição pode ser submetida à tradução automática e uma versão viável em inglês (ou francês ou chinês) pode ser fornecida, lado a lado com o manuscrito.

A grande quantidade de dados que esses processos disponibilizarão tem ramificações significativas para o estudo. Muitos manuscritos medievais não são lidos desde a Idade Média. No passado, questões importantes (como a data de composição de obras fundamentais como Beowulf) eram frequentemente resolvidas com os menores fragmentos de dados, como uma única ortografia. Agora estamos começando a procurar responder a essas perguntas com conjuntos de dados de dezenas de milhares de grafias: com o HTR, serão centenas de milhares, se não milhões. E as respostas que obtivermos serão diferentes.

Além do qwerty

Os dados que o HTR pode gerar também são mais ricos. No último meio milênio, a representação de textos medievais foi fundamentalmente limitada pela prensa de impressão e pelo teclado do computador.

Alguns escribas medievais usam três formas diferentes de "s", mas todas foram transcritas como o familiar "s" em forma de cobra em um teclado. Os sinais de pontuação, como o pobre punctus elevatus (que se parece com um ponto-e-vírgula invertido), tiveram que ser modernizados para não serem vistos.

Como o HTR se baseia na tecnologia de reconhecimento visual, ele pode reconhecer qualquer número de formas de letras, não apenas as cerca de cem existentes em um teclado qwerty, e reproduzi-las com mais precisão do que um ser humano que se acostumou a copiar todas as quatro formas de "s" como "s".

Realizar essas possíveis aplicações para o inglês escrito mais antigo, do período anterior a 1150, é o objetivo do meu novo projeto piloto, Ansund, no Trinity College Dublin.

O objetivo da Ansund é usar o HTR para criar um corpus digital exaustivo e de acesso aberto de textos em inglês antigo, que transcreva todo o inglês antigo existente pela primeira vez e com um nível de detalhe sem igual. Estamos particularmente empolgados para ver quantas novas formas de letras descobriremos e para reunir os primeiros dados substanciais sobre a divisão de palavras em inglês antigo (os escribas nem sempre colocavam espaços onde poderíamos esperar).

A Ansund é uma das várias iniciativas da Trinity que visa aproveitar as novas tecnologias para aumentar o acesso aos manuscritos, incluindo o Trinity Centre for the Book, que se concentra na história da escrita e no compartilhamento do livro. A Biblioteca Virtual Trinity digitalizou mais de 60 manuscritos e será lançada esta semana com o Simpósio Many Lives of Medieval Manuscripts (Muitas vidas de manuscritos medievais, em tradução livre).

A ética e os perigos da IA receberam atenção importante no ano passado, mas seu poder de tornar legível e navegável nosso patrimônio cultural também merece atenção. Um dia, em breve, ela poderá até mesmo garantir que você consiga decodificar suas listas de compras confusas.

Por Mark Faulkner - professor assistente de literatura medieval e diretor do Trinity Centre for the Book.  - The conversation


Fonte: revistagalileu


terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Qual é o impacto da sinalização de conteúdo gerado por IA?

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Profissionais de criação explicam importância de diretriz da Meta para o próximo ano e abordam a situação da IA para agências e usuário final.

A partir do ano que vem, conteúdos publicitários gerados digitalmente ou por inteligência artificial (IA) deverão ter sinalização no Facebook e Instagram. Com a diretriz, o objetivo da Meta é auxiliar usuários no entendimento de anúncios sobre questões sociais, políticas e eleições.

O anúncio, feito em novembro, acontece em meio à ascensão desenfreada da inteligência artificial. Seu uso e desdobramentos vêm proporcionando diversos benefícios à publicidade, uma vez que é capaz de acelerar processos e ampliar olhares e possibilidades criativas. Por outro lado, pode colocar em xeque a veracidade de conteúdos com a evolução e sofisticação da tecnologia.

Neste sentido, Sthefan Ko, diretor-executivo de criação na iD\TBWA, aponta que é importante entender a diretriz da Meta no contexto das eleições presidenciais nos Estados Unidos. A ação chega para minimizar a criação de conteúdos que possam confundir a população e ampliar o impacto das fake news. “Entendo que essa movimentação da plataforma visa proteger de alguma forma o consumidor. Porque, ao mesmo tempo em que a IA é maravilhosa e inspiradora, mal utilizada pode ser perigosíssima”, endossa.

Nos últimos meses, imagens falsas com toque de realidade — graças à inteligência artificial no âmbito político — viralizaram nas redes. Foi o caso da foto da falsa prisão de Donald Trump e um vídeo deep fake do atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. No início do mês passado, Biden emitiu uma ordem executiva sobre inteligência artificial. O propósito é dar destaque à mitigação de riscos e ao desenvolvimento responsável da tecnologia.

“Em tempos de fake news e deep fake, ter essa sinalização é um movimento necessário, ainda mais sabendo como as pessoas compartilham conteúdos nas redes sem nenhum questionamento prévio”, afirma Sabrina Villar, diretora de criação da Wunderman Thompson. Para ela, a importância de informar os usuários sobre a origem dos conteúdos é a transparência.

Sinalização de IA: grande público X indústria

A IA alcançou a sociedade na mesma medida em que chegou às empresas. O ChatGPT democratizou o acesso à tecnologia. Na sequência, o Google criou o Bard sinalizando para a corrida das big techs para ter a liderança no segmento. Nas redes sociais, usuários trouxeram à tona diversas outras plataformas que utilizam a IA para os mais variados fins, como edição de vídeos, criação de imagens, apresentações etc.

Enquanto a indústria já tem um olhar mais treinado e aprofundado para o conteúdo originado por IA, para o grande público, muitos detalhes passam despercebidos. O efeito cascata leva à disseminação de notícias falsas podendo gerar pânico e especulações, entre outros. “Já vi diversas vezes pessoas no grupo da família compartilhando deep fakes como se fossem reais. Quem nunca passou por isso?”, indaga Ko, da iD\TBWA. “O aviso que a Meta está nos dando, principalmente em alguns segmentos de serviço e consumo, e pensando no futuro, é essencial”, acrescenta.

Quando questionados sobre o cunho educacional acerca dos usos da IA na publicidade, os profissionais de mídia apontam que o movimento pende mais para a conscientização. “É menos sobre educar o público e mais sobre garantir que tenha consciência do que está consumindo, assim como foi com os posts pagos, em que os influenciadores passaram a deixar nítido o que é publicidade e o que não é”, exemplifica Alvin Shiguefuzi, diretor de criação da Wunderman Thompson.

Já Ko, da iD\TBWA, confessa que não é papel da indústria ensinar as pessoas a fazerem essa distinção, mas é necessário criar meios de informar ao grande público que nem tudo é 100% real. “Esse, sim, é um papel importante da indústria”, diz.

Tendência pontual?

Além da Meta, a Microsoft anunciou medidas para auxiliar no combate à desinformação nos Estados Unidos. Ainda em novembro, a big tech de Bill Gates comunicou que oferecerá serviços que ajudem políticos norte-americanos a se protegerem contra criações de IA, como os deep fakes.

Em postagem no blog oficial, a Microsoft aponta que os candidatos à eleição “devem ser capazes de afirmar quando o conteúdo provém da sua campanha e ter recurso quando a sua imagem ou conteúdo for distorcido pela IA com o propósito de enganar o público durante uma eleição”.

Entre as medidas, está o fornecimento de marca d’água que identifique a origem do conteúdo de indivíduos e demais organizações. Isso protegeria a veracidade do conteúdo e auxiliaria na identificação de possíveis adulterações.

Para Shiguefuzi, da Wunderman Thompson, é bem provável que outras plataformas adotem medidas semelhantes de sinalização de IA. Ao mesmo tempo, o diretor de criação da iD|TBWA afirma que esse é um movimento necessário. “Estamos lidando com algo muito rico de possibilidades e que, mal utilizado, pode criar grandes estragos. Como sabemos, o poder das fake news é gigantesco e, com as ferramentas da IA generativa, os cuidados precisam ser redobrados”, alerta.

Fonte: meioemensagem


quinta-feira, 16 de novembro de 2023

IA, sustentabilidade e sociopolítica: tendências de consumo para 2024

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Relatório Top Global Consumer Trends 2024, da Euromonitor, analisa impacto da IA, sustentabilidade e fatores sociais, econômicos e políticos no consumo.

A Euromonitor apresentou nesta quinta-feira, 16, o relatório Top Global Consumer Trends 2024. O estudo anual indica tendências emergentes que fornecem insights sobre os valores em evolução dos consumidores e analisa como o comportamento das pessoas está redefinindo suas motivações e necessidades de compra.

De acordo com o levantamento, as empresas precisam aumentar as inovações em torno da acessibilidade, à medida que os consumidores buscam incansavelmente as ofertas. As pessoas, por sinal, estão procurando melhorar a sua saúde e bem-estar. Esta edição aborda, ainda, o impacto da Inteligência Artificial, da sustentabilidade e de fatores sociais, econômicos e políticos para entender as tendências globais de consumo neste ano.

Segundo Alison Angus, chefe de inovação da Euromonitor International, as preferências dos consumidores estão intimamente ligadas à agenda da sustentabilidade, ao progresso tecnológico e ao impacto das questões sociopolíticas. “As empresas devem lidar com assuntos sensíveis com cautela, mantendo-se fiéis aos valores centrais de sua marca”, disse.

De acordo com o relatório, mais de 40% dos consumidores se sentiriam confortáveis com assistentes de voz oferecendo recomendações personalizadas, mas menos de um quinto sentiu o mesmo sobre o uso de bots para responder a perguntas complexas de atendimento ao cliente.

Além disso, mais de 60% dos consumidores tentaram ter um impacto positivo no meio ambiente em 2023, e 52% dos consumidores compraram apenas de empresas ou marcas em que confiavam completamente em 2023.

Já 53% dos profissionais disseram que escalar as iniciativas promocionais será uma prioridade estratégica para sua empresa nos próximos meses, enquanto 85% dos consumidores estariam dispostos a pagar mais por produtos de beleza com eficácia ou benefícios comprovados.


Confira as principais seis tendências de consumo para 2024:


1) Pergunte à IA

Novas ferramentas estão evoluindo para cocriações para os consumidores, influenciando suas decisões e remodelando suas expectativas de engajamento com a marca. Essas plataformas se tornarão cada vez mais integradas ao dia a dia dos consumidores. As empresas devem utilizar IA generativa para melhorar a personalização e melhorar a experiência geral do cliente.

2) Distrações deliciosas

Os consumidores buscam uma fuga do estresse e das ansiedades diárias para romper com o cotidiano. Cerca de 29% dos consumidores se sentiriam confortáveis com as marcas rastreando suas emoções e personalizando as experiências de acordo com seus humores.

3) Greenwashed fora

Embora os consumidores estejam tentando viver de forma mais sustentável, eles questionam se as empresas e os governos estão utilizando plenamente os recursos disponíveis para criar um impacto significativo. Eles querem que as organizações avancem nessa agenda e mostrem provas dos seus compromissos ecológicos.

4) Progressivamente polarizado

As questões políticas e sociais estão no cerne das identidades pessoais. Esses sistemas de crenças influenciam perspectivas, valores e atitudes. Os consumidores não deixarão de expressar as suas convicções. Responsabilidade social, filiação política e iniciativas de sustentabilidade motivarão os gastos.

5) Hackers de valor

Com a crise do custo de vida em curso, os consumidores estão ajustando sua mentalidade financeira e 44% dos consumidores planejam economizar mais dinheiro em 2023. Eles estão empregando estratégias cada vez mais inteligentes para obter os melhores negócios.

6) Pragmáticos do bem-estar

Os consumidores estão buscando soluções rápidas e eficazes para melhorar seu bem-estar físico e mental. A eficácia demonstrada desempenhará um papel significativo em suas decisões de compra.


Fonte: meioemensagem