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sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Como PCC usa a Faria Lima para lucrar bilhões, segundo investigações da Receita e a PF

Foto de dinheiro apreendido durante megaoperação da Polícia Federal e
outros órgãos - Imagem: reprodução

A Polícia Federal, a Receita Federal e órgãos como o Ministério Público de São Paulo (MPSP) deflagraram na quinta-feira (28/8) três operações contra um esquema supostamente utilizado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).

Segundo as autoridades, o esquema utilizava fundos de investimentos e empresas financeiras que operam na avenida Faria Lima (principal centro financeiro de São Paulo) para gerar, lavar, ocultar e blindar recursos da atuação da facção no tráfico de drogas e no setor de combustíveis.

De acordo com reportagem do portal G1, ao menos 42 endereços alvos da megaoperação ficam na Faria Lima.

O PCC é considerado uma das maiores organizações criminosas do Brasil com atuação tanto no tráfico de drogas doméstico e internacional quanto no setor de combustíveis.

Ao todo, a estimativa da PF é de que o esquema investigado tenha movimentado pelo menos R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024.

Foram expedidos 14 mandados de prisão, mas até o início da tarde, apenas seis pessoas haviam sido presas.

Em suas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que a operação foi a "maior resposta do Estado brasileiro ao crime organizado de nossa história".

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, também disse que as três operações, em conjunto, seriam a maior investida das autoridades brasileiras contra o crime organizado até hoje.

O governo federal realizou uma entrevista coletiva nesta quinta sobre a operação. Nela, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a ação foi "exemplar" pois conseguiu "chegar na cobertura do sistema, no andar de cima do sistema".

Haddad também afirmou que o monitoramento de fintechs (empresas de tecnologia que oferecem serviços financeiros) será ampliado.

"As fintechs, a partir de amanhã, terão de cumprir rigorosamente as mesmas obrigações que os grandes bancos. Porque com isso aumenta o potencial de fiscalização da Receita", afirmou à imprensa na saída da entrevista coletiva.

Para a subsecretária da Receita Federal, Andrea Costa Chaves, as investigações revelaram o grau de infiltração do crime organizado na sociedade brasileira.

"Percebemos uma invasão do crime organizado na economia real e no mercado financeiro", disse Chaves durante a entrevista coletiva.

As três operações se chamam Carbono Oculto, Quasar e Tank.

A primeira foi realizada pelo MPSP em parceria com a PF e com a Receita Federal. As duas últimas foram realizadas pela PF e pela Receita Federal.

De acordo com as autoridades, o principal esquema, investigado pela Operação Carbono Oculto, funcionava em quatro etapas.

Na primeira, importadoras de combustíveis financiadas com recursos da facção compravam remessas de combustíveis no exterior.

O produto então era distribuído a redes de postos controladas pelo PCC em diversos Estados. Estes postos, por sua vez, sonegavam impostos da venda desses produtos ao consumidor final.

A Receita Federal estima que o esquema tenha gerado uma perda de receita de aproximadamente R$ 8,67 bilhões.

De acordo com o MPSP, o esquema também envolvia a adulteração de combustíveis vendidos ao consumidor final, especialmente gasolina.

Na segunda fase, a facção também usava os postos e outros estabelecimentos comerciais para lavar dinheiro do tráfico de drogas. Também haveria indícios de que a facção usava lojas de conveniência e padarias para "esquentar" o dinheiro ilegal.

O PCC teria usado uma rede de aproximadamente mil postos de gasolina distribuídos em 10 Estados: São Paulo, Bahia, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Maranhão, Piauí, Rio de Janeiro e Tocantins.

De acordo com as investigações, o papel dos postos e de outros estabelecimentos vinculados ao esquema era receber dinheiro em espécie ou por meio de máquinas

O recebimento de dinheiro em espécie, segundo os investigadores, dificulta o rastreio da origem exata dos recursos.

A terceira fase era a da ocultação dos recursos ilícitos gerados pela facção. É nesta fase que entraram em cena, segundo a PF, fintechs.

Uma delas, o BK Bank, é apontada em um documento da investigação ao qual a BBC News Brasil teve acesso como um "buraco negro" financeiro, uma vez que a instituição receberia recursos dos estabelecimentos controlados pelo PCC e os misturaria com dinheiro de outros clientes, tornando o rastreio mais difícil.

Essa "mistura" se daria por meio de um mecanismo chamado "conta bolsão", em que a fintech deposita todos os recursos de seus clientes numa única conta.

A BBC News Brasil enviou questionamentos à BK Bank, mas não recebeu resposta.

De acordo com o jornal Valor Econômico, a empresa divulgou uma nota sobre o assunto.

"A instituição de pagamentos é devidamente autorizada, regulada e fiscalizada pelo Banco Central do Brasil e conduz todas as suas atividades com total transparência, observando rigorosos padrões de compliance", diz a nota.

"A fintech era usada ainda para efetuar pagamentos de colaboradores e de gastos e investimentos pessoais dos principais operadores do esquema", diz uma nota da Receita Federal sobre a operação.


Viatura da Polícia Federal em frente a um prédio localizado na Avenida Faria Lima
durante operação contra a PCC - Imagem: reprodução

Blindagem

A suposta participação de fundos de investimento sediados nas imediações da Faria Lima faz parte, segundo as investigações, da quarta etapa do esquema: a blindagem do patrimônio do PCC contra eventuais investigações.

Um dos alvos da operação foi a gestora de fundos Reag Investimentos.

Segundo o site da empresa, ela é responsável pela gestão de um patrimônio de R$ 299 bilhões.

Em nota, a Reag Investimentos disse estar colaborando com as investigações.

"Trata-se de procedimento investigativo em curso. As Companhias esclarecem que estão colaborando integralmente com as autoridades competentes, fornecendo as informações e documentos solicitados, e permanecerão à disposição para quaisquer esclarecimentos adicionais que se fizerem necessários", afirmou a empresa.

A blindagem patrimonial ocorreria por meio do investimento em fundos oficialmente controlados por gestoras situadas no coração financeiro de São Paulo.

De acordo com os investigadores, a facção teria usado 40 fundos de investimentos com um patrimônio de R$ 30 bilhões ligados ao esquema.

Mas esses fundos seriam controlados, na verdade, pela organização criminosa.

Eles receberiam aportes de dinheiro "lavado" para fazer aquisição de bens e empresas usados pelo esquema.

A Receita Federal diz ter identificado que os fundos controlados pelo PCC foram responsáveis pela compra de 1,6 mil caminhões para transporte de combustíveis, um terminal portuário, quatro usinas de álcool, 100 imóveis — entre eles, seis fazendas no interior de São Paulo — e uma mansão em Trancoso, no litoral da Bahia.

Ainda de acordo com a Receita Federal, os administradores dos fundos estariam cientes da vinculação com o PCC e teriam contribuído para o esquema.

Após a publicação original desta reportagem, a Reag enviou esclarecimentos adicionais à BBC News Brasil.

"Sobre os fatos objeto de apuração, [a Reag] esclarece que diversos Fundos de Investimentos mencionados na Operação nunca estiveram sob sua administração ou gestão."

"Quanto aos Fundos de Investimento apurados em que a empresa atuou como prestadora de serviço, informa que agiu de forma regular e diligente. Cumpre registrar que tais fundos foram, há meses, objeto de renúncia ou liquidação."

"Reforça, ainda, que não possui nem nunca possuiu qualquer envolvimento com as atividades econômicas ou empresariais conduzidas por esses clientes."

Brechas e fake news

Andrea Costa Chaves, da Receita Federal, disse que o esquema usado pelo PCC usou uma brecha legal sobre o funcionamento de fintechs que foi alvo de críticas da oposição no início do ano, durante a chamada "crise do Pix".

Uma série de vídeos, entre eles um divulgado pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), levantaram suspeitas sobre uma instrução normativa da Receita que aumentava a fiscalização de operações realizadas por fintechs.

Nesses vídeos, uma das críticas era a de que a mudança nas regras teria o objetivo de aumentar o monitoramento da Receita sobre os gastos de cidadãos e aumentar a arrecadação.

O governo, na época, tentou se defender afirmando que o objetivo era combater crimes financeiros, mas acabou recuado em meio à pressão da opinião pública e revogou as medidas.

Para Andrea Costa Chaves, a megaoperação desta quinta-feira mostra que é preciso aumentar o controle sobre as movimentações destas empresas.

"O aprimoramento dela [da instrução normativa] incluía as fintechs. Ela foi alvo de muitas fake news e a consequência disso, com essa operação, fica claro. A gente acaba perdendo poder de fazer análise de risco para identificar com mais rapidez e eficiência esquemas como esse", disse.

Chaves afirmou também que, apesar de parte da megaoperação se concentrar em endereços na avenida Faria Lima, a maior parte dos fundos estabelecidos no mercado financeiro brasileiro seriam "legítimos".

"Na Faria Lima, tem fundos legítimos que não têm nenhuma ligação com isso. É o normal e é o que se espera. Mas dentro deste arcabouço, identificamos 40 fundos que, sim, estavam ligados e eram utilizados para a blindagem patrimonial do crime organizado", afirmou a subsecretária da Receita Federal.

Fonte: BBC Brasil


quinta-feira, 29 de maio de 2025

OFICIAL! Laudo comprova ofensas do agressor, FELIPE CAMARÃO, a HONRA de 'Mical Damasceno' em mensagens de WHATSAPP, blogueiro estaria recebendo 'AMEAÇAS DE MORTE'

Imagem: reprodução / composição

O laudo da perícia policial sobre as mensagens via Whatsapp entre João Victor Santos Paes Landim e o vice-governador do Maranhão, Felipe Camarão (PT), ficou pronto na segunda-feira (26). O resultado confirmou a veracidade da conversa que Camarão manteve com Landim.

Nas mensagens, o vice-governador fala palavras de baixo calão sobre a deputada estadual Mical Damasceno, que foi vitima de declarações ofensivas e sexistas (ato de discriminação e objetificação sexual).

No depoimento à polícia, Victor Landim diz que Felipe Camarão fez uma ligação chorando e pedindo para que fosse retirado a publicação do site em que expõe a troca de mensagens entre eles (reveja aqui).

Agora a Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa do Maranhão, comandada pela deputada Dra. Vivianne (PDT), deverá pedir à polícia o resultado da perícia para se pronunciar sobre o ato do vice-governador.

Ainda na segunda (26), a deputada Mical, se pronunciou na tribuna ao que pareceu ser, uma provocação do vice-governador:

Sem citar nomes, a parlamentar publicou nas redes sociais: “pode ter doutorado, pós, mil títulos, mas se lhe faltar caráter, todo esse currículo não passa de enfeite. Caráter não se comprova com diploma, mas com atitudes”.

Mical finalizou o texto dizendo que “mais cedo ou mais tarde, o disfarce cai. Sempre cai”. A alfinetada da deputada vem um dia após Felipe Camarão postar algumas nomeações da experiência profissional que teve antes de se tornar vice-governador do Maranhão.

“Neste fim de domingo, ao som de Jorge Aragão ‘respeitem quem pode chegar onde a gente chegou'”, citou Felipe Camarão.

As farpas trocadas entre Mical e Camarão tiveram início após vazamento de uma suposta conversa entre o vice-governador e o blogueiro Victor Landim. Nas mensagens divulgadas pelo blogueiro, Camarão teria direcionado palavras de baixo calão à deputada Mical, QUE AGORA COMPROVARAM-SE VERDADEIRAS!

Após repercussão, o vice-governador negou tais declarações e afirmou que os prints da conversa eram falsos. No último dia 18, Victor Landim compareceu à sede da Delegacia Geral de Polícia Civil, onde prestou depoimento e entregou seu aparelho celular para ser periciado.


Imagem: reprodução - Blog do Luís Pablo

Imagem: reprodução - Blog do Luís Pablo


Os desdobramentos:

O depoimento de João Victor Santos Paes Landim, que divulgou em seu site uma conversa que manteve via WhatsApp com o vice-governador do Maranhão, Felipe Camarão (PT).

Victor Landim compareceu, no último domingo, dia 18, de forma espontânea na sede da Delegacia Geral de Polícia Civil, onde estava presente o superintendente de Polícia Civil do Interior, delegado Ricardo Pinto Aragão.

Landim entregou seu aparelho celular para ser periciado e extraído todo conteúdo da conversa que teve com Camarão, que direcionou palavras de baixo calão a deputada estadual Mical Damasceno, vitima de declarações ofensivas e sexistas (ato de discriminação e objetificação sexual).

No depoimento, Victor Landim diz que; o vice-governador, em uma ligação telefônica, estava chorando e pedindo que a publicação fosse retirada do site. 

Ele também fala que Felipe Camarão, chegou a dizer; “se o declarante precisaria de algo para retirar a referida postagem”, dando a entender que fosse dinheiro.

Durante o depoimento, Landim afirma que recebeu 'ameaças de morte' de várias pessoas dizendo: “não saia na rua não, a qualquer hora vão te matar”. Ele diz ainda que; teme pela sua vida e da família, porque ameaçaram matar todos.

VEJAM O 'B.O.'

LAUDO PERICIAL


Fonte: Blog do Luís Pablo e Domingos Costa


Comentário

É simplesmente inacreditável a postura e o comportamento do vice-governador Felipe Camarão, diante dos fatos e das circunstâncias.

Ao invés de fazer a publicação de um pedido de desculpas públicas, à deputada, ele publicou em uma rede social, seu currículo profissional em tom de deboche, no último domingo (25), e ainda fez referência a uma canção, cuja letra faz menção a uma; 'exigência de respeito'.

Essa postura diante da gravidade das acusações que pesam sobre ele e das consequências que podem trazer, 'se assemelha ao comportamento psicológico; de um 'narcisista assoberbado', não que eu seja um especialista no assunto, mas é o que o comportamento e as atitudes demonstradas por ele, refletem.


Imagem: gerada por IA - narcisismo


É como se os títulos e nomeações fizessem dele, um ser superior, acima do bem e do mal e pertencente a uma 'casta superior', que está aquém de julgamentos mundanos.

É uma completa desconexão da real gravidade, que seus 'comentários infelizes', em relação a deputada Mical Damasceno, divulgados em prints de conversas privadas com o blogueiro, representam.

Mas o mais grave de tudo isso, são as 'ameaças de morte' que o blogueiro diz ter recebido, por ter feito a referida publicação, e ter declarado isso em seu depoimento. Receberá ele, 'os mesmos direitos de proteção', de um promotor de justiça já citado aqui, ou até o de parlamentares que dispõe dessa proteção em nossa capital, providências estão sendo ou foram tomadas para garantir a integridade física do blogueiro e de sua família?

Já se passaram quatro dias da publicação e divulgação do 'laudo pericial', que atesta a veracidade da troca de mensagens entre ele, Camarão, e Victor Landim, e o teor da conversa com o referido blogueiro, e, a postura dele e de seu grupo político, continua sendo exatamente a mesma, 'negar a veracidade dos fatos' e 'tentar desviar o assunto na tribuna da Assembleia Legislativa do Maranhão', como pudemos acompanhar nos últimos dias 27 e 28.

A distinção que se deve fazer é uma só; o Filipe Camarão, figura pública, que todos acham conhecer, é um mero personagem, 'esse que vimos se pronunciar de forma estarrecedora nas mensagens', autenticadas com laudo pericial da polícia civil, é o 'verdadeiro', aquele que não é mostrado na frente das câmeras.

"Todo homem é três homens, aquele que ele pensa que é, aquele que os outros pensam que ele é, e aquele que ele realmente é!" A trindade do ser... 'Mestre Lin'.

Enfim, uma postura inaceitável do vice-governador, cometendo ato de 'violência política' e de 'gênero' e mais inaceitável ainda, de uma figura pública que pretenda ser candidato a 'Governador do Estado do Maranhão', só demostrando sua imaturidade emocional e seu despreparo político, se apoiando na conduta desastrosa de seus pares, que 'o colocaram na mesma condição da vítima', antes de um laudo que atestasse a veracidade das mensagens e até mesmo depois da apresentação do laudo. Lamentável!

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terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

TUDO ESTARIA À VENDA?! A Polícia Federal concluiu inquérito da operação “18 Minutos”

 

Gonzaga, Guerreiro, Marcelino, Nelma, Cristiano e Alice
- Imagem: reprodução / composição

A Polícia Federal concluiu, na quinta-feira (06), o inquérito da operação “18 Minutos” e pediu o indiciamento da desembargadora Nelma Sarney, do deputado federal Edilázio Júnior e do prefeito de Paço do Lumiar, Fred Campos, além de juízes, desembargadores e advogados ligados a um esquema de corrupção no Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA). 

O relatório, enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), aponta corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

De acordo com a PF, o grupo manipulava decisões judiciais para liberar mais de R$ 17 milhões em alvarás do Banco do Nordeste. Nelma Sarney, no centro do esquema, redistribuía processos e assinava sentenças direcionadas para beneficiar advogados envolvidos. Mensagens interceptadas revelam que Edilázio Júnior influenciava as decisões da desembargadora, chegando a orientá-la sobre como despachar, incluindo a suspensão de um pagamento milionário.

Além de Nelma, outros três desembargadores que atuam no Maranhão foram indiciados: Antônio Pacheco Guerreiro Junior, Luiz Gonzaga Almeida e Marcelino Everton Chaves. A PF também mirou a atuação de dois juízes: Alice de Sousa Rocha, Cristiano Simas de Sousa e do ex-juiz Sidney Cardoso Ramos.


Ex-juiz Sidney Cardoso Ramos - Imagem: reprodução

A lista abrange ainda o Advogado e Chefe da Assessoria Jurídica da Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Estado do Maranhão, Ítalo Brown.


Ítalo Brown - Imagem: reprodução

A operação, deflagrada em agosto de 2024 por determinação do STJ, levou ao bloqueio de bens e ao afastamento de diversos envolvidos de suas funções públicas.



No inquérito, a PF apontou envolvimento dos magistrados em fraudes para a liberação de alvarás judiciais que somados chegaram a 18 milhões de reais. A rede de influência também contava com advogados. Um deles, inclusive, foi deputado federal pelo Maranhão: Edilázio Júnior (PSD). O ex-parlamentar é genro de Nelma Sarney e chegou a ser empulseirado com tornozeleira eletrônica em 2024.


Nelma e Edilázio - Imagem: reprodução

O inquérito também expõe a atuação de Fred Campos, que aparece com vínculo formal ao escritório Maranhão Advogados. A PF identificou um contrato de cooperação jurídica entre o prefeito e o escritório, além de documentos que revelam que Campos redigia minutas de votos e despachos, depois assinados por desembargadores. O empresário, advogado e então pré-candidato à prefeitura de Paço do Lumiar em 2024,também fez uso de tornozeleira eletrônica naquele ano.


Atual prefeito de Paço do Lumiar, Fred Campos - Imagem: reprodução

O que a PF encontrou com Edilázio Júnior na Operação 18 Minutos

Na residência do ex-parlamentar, os agentes encontraram dois cofres, um deles com fechadura eletrônica, cuja senha foi fornecida por um dos filhos de Edilázio. O segundo cofre, com tranca mecânica, precisou ser aberto por um chaveiro. Dentro, a Polícia Federal encontrou R$ 793.200,00 em espécie, 8.000 dólares americanos, 135 dólares canadenses, 770 euros, uma máquina de contar dinheiro, cinco cheques do Banco Bradesco, emitidos pela empresa Consultoria Barbosa Christ Ltda., totalizando R$ 100 mil, outros quatro cheques do Banco Bradesco, emitidos pela empresa Luongo Comércio de Semijoias Eireli, somando R$ 96 mil, um cheque do Banco do Brasil, no valor de R$ 11.600,00, emitido por Jaqueline Aurora de Jesus Chaves, e um cheque do Banco do Brasil, emitido por Abdon José Murad Junior, no valor de R$ 500 mil.


Imagens: reprodução

Durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão no Aeroporto de São Luís, em 14 de agosto de 2024, agentes federais encontraram R$ 8.050,00 em espécie na mala do ex-parlamentar, em notas de R$ 100 e R$ 50. O que mais chamou atenção na época, foi a apreensão de uma pulseira de ouro da marca Cartier, avaliada em R$ 58 mil. Edilázio foi indiciado pela Polícia Federal na quinta-feira (06).


Imagens: reprodução

O relatório ainda detalha pagamentos suspeitos a assessores de magistrados. Um dos beneficiados foi Lúcio Ferreira, auxiliar do desembargador Guerreiro Júnior, que recebeu R$ 169,5 mil de advogados investigados. Outros servidores do TJMA também estão na mira da PF por receberem transferências mensais sem justificativa aparente.

A PF solicitou ao STJ a quebra de sigilos bancário e fiscal dos investigados, além de medidas cautelares contra os magistrados suspeitos. O caso agora está nas mãos do Ministério Público Federal, que pode apresentar denúncia nos próximos dias.

Veja a lista completa de indiciados


Fonte: Blog marrarpa / oantagonista / metropolis / segundaopiniao / lupa1 / G1


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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

PGR acusou os deputados Josimar Maranhãozinho, Pastor Gil e Bosco Costa de comandarem uma 'organização criminosa'

Bosco, Josimar e Gil - Imagem: reprodução

Relatório da Polícia Federal sobre a investigação que levou à denúncia de três deputados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) detalha a atuação de cada um dos parlamentares no que foi descrito pela corporação como uma “organização criminosa”.

Os envolvidos no esquema são Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e Bosco Costa (PL-SE). Segundo a Procuradoria, entre janeiro e agosto de 2020, os parlamentares, com o apoio de outras pessoas, solicitaram ao prefeito Eudes Sampaio Nunes, de São José do Ribamar (MA), propina para liberação de recursos federais.

Josimar é apontado pela corporação como o líder da organização, que utilizaria de seu “know how” de captação, destinação e desvio de emendas parlamentares para exigir a devolução de parte dos recursos federais (oriundos dessas emendas).

Já Pastor Gil e Bosco Costa seriam um braço político do grupo. Enquanto Gil tinha papel ativo acerca da devolução de parte das verbas, Costa negociaria diretamente com lobistas a captação e o desvio de dinheiro.

Além dos três deputados, foram citados pela PF outros atores no esquema, como o agiota Pacovan, que atuaria na parte operacional e financeira da organização.

“Empresta dinheiro para a organização e cobra dos Prefeitos a devolução de parte dos recursos federais oriundos de emendas parlamentares, utilizando, inclusive, subordinados armados para tal fim”, afirma o relatório da PF.

JOSIMAR MARANHÃOZINHO

A partir da análise de elementos obtidos pela PF, a corporação diz ter sido possível concluir que o parlamentar seria o líder da organização não apenas porque “destina emendas de sua autoria para exigir o retorno de 25% dos recursos”, mas também comanda o direcionamento de emendas por outros parlamentares.

Dessa forma, ao comandar a verba, Josimar também garantiria o desvio e o retorno por meio da estrutura que lhe seria subordinada.

Os investigadores detalham que foi obtido, durante as apurações do caso, um documento com anotações que indicariam a divisão percentual de emendas parlamentares. Em um dos documentos, constava o nome de Josimar com os respectivos valores.

A PF também lista uma série de mensagens com Josimar que apontam para a proximidade dele com Pacovan, indicado como agiota.

“Diante da quantidade, da robustez e da coesão dos elementos de prova colhidos, inclusive por meio de fontes independentes, não restam quaisquer dúvidas no que concerne à participação do deputado federal Josimar Maranhãozinho nas condutas criminosas”, diz o relatório.

PASTOR GIL

A PF diz que a atuação do deputado gira em torno da destinação de R$ 1.048.000, fruto de emenda parlamentar para o município de São José de Ribamar.

O nome de Gil também aparece em documentos obtidos pela corporação durante a investigação.

“Em uma dessas anotações, consta o nome do Deputado Federal Pastor Gil, e, em seguida, os valores de R$ 1.048.000,00 e R$ 262.000,00 (o que equivale a 25% do montante anterior), o qual deveria retornar para a Orcrim (organização criminosa)”, diz a PF.

Dentre as mensagens às quais os investigadores tiveram acesso, há um áudio de Pacovan para Josimar que indica o envolvimento de Gil com as tratativas com o prefeito de São José de Ribamar.

“Eu falei com o Pastor, ontem à noite, pessoalmente. Ele disse que conversou com ele ontem, com o prefeito. Conversou com o prefeito ontem. E o prefeito disse para ele que hoje diria o horário que iria sentar. Entendeu? Esperar né? Se Deus quiser, vai dar certo. Entendeu? Só depende do Pastor dar uma pressãozinha lá, que ele é meio descansado”, diz Pacovan.

Em outra troca de mensagens usada como evidência de sua participação ativa na organização, Gil manda uma mensagem para Josimar solicitando orientação quanto à destinação de emendas parlamentares. Ao que Josimar orienta a “só deixar 1.048.000,00 de São José de Ribamar/MA”.

BOSCO COSTA

No caso de Costa, a PF aponta para uma situação peculiar. Apesar de ter sido eleito por Sergipe, ele estaria encaminhando emendas de alto valor para o Maranhão, “indicando que esse estado pode ter se tornado um ‘paraíso’ para o desvio de emendas parlamentar”.

Segundo o relatório, “não é corriqueiro que parlamentares destinem emendas para municípios situados fora de seus redutos eleitorais. Ao que tudo indica, a destinação da emenda para São José de Ribamar se deu pelo recebimento adiantado de dinheiro por meio do operador financeiro Pacovan e pela facilidade […] de que 25% dos recursos federais conseguiriam ser desviados”.

Segundo a corporação, a atuação de Bosco Costa foi na destinação de R$ 4,1 mil em emenda parlamentar para o município de São José de Ribamar.

Da mesma forma como os outros dois denunciados, o nome de Costa aparece em uma das anotações obtidas seguido dos valores de R$ 4.123.000 e R$ 1.030.750 (o que equivale a 25% do montante anterior), que deveriam retornar para o esquema criminoso.

Além disso, elementos de prova obtidos pela Operação Descalabro demonstrariam a participação de Costa na organização, “constatando-se que o congressista tinha ciência de toda a estrutura utilizada para o desvio de recursos públicos provenientes de emendas parlamentares”.

Zanin coloca em pauta

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou a inclusão em pauta da denúncia contra os deputados oferecida pela PGR.

“Inclua-se o feito em pauta de julgamento, a fim de que se delibere sobre a denúncia ofertada pela Procuradoria-Geral da República e sobre os demais pedidos”, diz decisão de Zanin na terça-feira (4).

Na denúncia, a PGR cita a participação de um lobista e de um agiota no esquema de desvios de emendas parlamentares.

Fonte: metropolis


quinta-feira, 15 de agosto de 2024

VERGONHA, TJ MARANHÃO! PF faz buscas em gabinetes de desembargadores e juízes do TJ do MA por suspeita de corrupção

Imagem: reprodução


A Polícia Federal abriu na manhã de quarta-feira, 14, a Operação 18 Minutos, para investigar suposta corrupção e lavagem de dinheiro no Tribunal de Justiça do Maranhão. Quatro desembargadores são alvo da investigação: Luiz Gonzaga Almeida Filho, Marcelino Everton Chaves, Nelma Celeste Sousa Silva Sarney Costa e Antônio Pacheco Guerreiro Júnior.

Também são investigados os juízes Cristiano Simas de Sousa e Alice de Sousa Rocha, além do ex-juiz Sidney Cardoso Ramos. Todos os magistrados foram afastados de suas funções. A reportagem busca contato com os juízes e desembargadores. O espaço está aberto para manifestações.

Segundo a corporação, a ofensiva mira uma organização criminosa que "manipulava processos" no Tribunal "com o intuito de obter vantagem financeira". A PF apura um suposto desvio de R$ 14 milhões, valor correspondente a um alvará expedido em processo com suspeita de fraude.

Nelma Sarney e Guerreiro Júnior já estavam afastados de seus cargos antes da abertura da ofensiva, por ordem do Conselho Nacional de Justiça.

A magistrada, que é cunhada do ex-presidente José Sarney, foi acusada de usar o cargo para ajudar um ex-assessor, com quem trabalhou entre 1991 e 2014, a ser aprovado em um concurso de cartórios no Estado. Já Guerreiro Júnior foi afastado no bojo de uma investigação sobre supostas irregularidades na obra do Fórum de Imperatriz.

Agentes vasculham 55 endereços em três Estados - Maranhão (53), Pará (1) e Rio de Janeiro (1). A Corte maranhense é alvo das buscas e os gabinetes dos magistrados estão sendo periciados.

As ordens foram expedidas pelo Superior Tribunal de Justiça, que determinou ainda o sequestro dos bens de investigados.

A Corte superior também impôs medidas alternativas à prisão aos investigados, como o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de acesso ao TJMA, afastamento de cargos e proibição de contato.

A investigação mira uma série de supostas fraudes processuais, como a manipulação de ações, cálculos de correção monetária injustificados ou inexistentes e até "celeridade seletiva".

A Polícia Federal identificou movimentações suspeitas envolvendo o saque de um alvará expedido em um processo com indícios de fraude, com prejuízo ao Banco do Nordeste. A ação em questão envolvia a execução de um título extrajudicial e foi movida por um ex-advogado do banco.

O advogado em questão, que é investigado, pedia o pagamento de suposta verba honorária. A solicitação teria sido acolhida e o valor distribuído entre os integrantes da suposta organização criminosa.

COM A PALAVRA, O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO MARANHÃO

O Tribunal de Justiça do Maranhão comunica que tem colaborado com a "Operação 18 minutos", realizada pela Polícia Federal, cumprindo determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na manhã desta quarta-feira (14/08), em algumas unidades do prédio sede do TJMA e do Fórum de São Luís.

Com fundamento nos princípios da transparência e da governança, o TJMA atende à determinação do STJ, que expediu mandados de busca e apreensão para a realização da operação pela PF. A gente sabe...


Fonte: UOL / Via ESTADÃO


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quinta-feira, 13 de junho de 2024

DE NOVO! Ministro das Comunicações de Lula é indiciado pela PF por corrupção

Imagem: reprodução

Juscelino Filho (União Brasil-MA) é suspeito de participação em organização criminosa e crime de corrupção passiva, segundo a PF.

A Polícia Federal (PF) indiciou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho (União Brasil-MA), por suspeita de participação em organização criminosa e crime de corrupção passiva, envolvendo desvios de, no mínimo, R$ 835,8 mil referentes a obras de pavimentação custeadas com dinheiro público da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). O indiciamento foi revelado pela Folha de S.Paulo e confirmado pelo Metrópoles.

O inquérito investiga suposto desvio de emendas parlamentares para a pavimentação de ruas de Vitorino Freire, no interior do Maranhão, cidade que é comandada pela irmã de Juscelino, Luanna Rezende. A prefeita chegou a ser afastada do cargo no ano passado, mas depois retomou o mandato. Um dos elementos utilizados pela PF é um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre uma obra que beneficiou propriedades da família do ministro de Lula. O relatório final do caso foi enviado para o ministro Flávio Dino, relator do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF), segundo o site da Corte.

A investigação tinha, inicialmente, o objetivo de apurar possíveis desvios em obras da Codevasf, em especial as executadas pela empresa Construservice, cujo sócio oculto, de acordo com a PF, é o empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo DP. O ministro Juscelino Filho passou a ser investigado após mensagens entre ele e Eduardo DP serem encontradas no celular do empresário, apreendido pela Polícia Federal na primeira fase da Operação Odoacro.

Para a PF, as mensagens analisadas no inquérito reforçam a “atuação criminosa de Juscelino Filho” e demonstram que a “sua função na Orcrim (organização criminosa) era conhecida por todos os membros” do suposto grupo chefiado por Eduardo DP. “Resta cristalina a relação criminosa pactuada entre Juscelino Filho e Eduardo DP”, diz um trecho de um relatório da corporação, segundo a Folha de São Paulo.

O ministro Juscelino Filho respondeu às acusações em nota divulgada à imprensa. Segundo ele, o “indiciamento é uma ação política e previsível, que parte de uma apuração que distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquérito”. O ministro das Comunicações afirmou, também, que confia na Justiça. “A Justiça é a única instância competente para julgar, e confio plenamente na imparcialidade do Poder Judiciário”, afirmou.

“Minha inocência será comprovada ao fim desse processo, e espero que o amplo direito de defesa e a presunção de inocência sejam respeitados”, concluiu a nota.

Desvio de dinheiro

Ao longo das diligências, a PF mapeou três caminhos utilizados pelo ministro Juscelino Filho para desviar cerca de R$ 835,8 mil de contratos da Codevasf: pavimentação de estrada, que beneficiava as propriedades dele; indicações de pagamentos a terceiros; e contratação da empresa Arco, que a Polícia Federal suspeita ser do próprio Juscelino. Os investigadores ainda identificaram transações entre a Arco e Eduardo DP.

Indiciamento

Juscelino Filho foi indiciado com base na legislação penal. Veja abaixo:

  • Código Penal, arts. 299, 317, 337-F e 337-J: corrupção passiva, falsidade ideológica, frustração do caráter competitivo de licitação e violação de sigilo em licitação;
  • Lei nº 12.850/13, art. 2º: promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa;
  • Lei nº 9.613/98, art. 1º: ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal;
  • Lei nº 8.666/93, arts. 90, 94 e 95.

Fonte: metropoles

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terça-feira, 26 de março de 2024

INVESTIGAÇÕES ENCERRADAS! PF prende suspeitos de mandar matar Marielle Franco

Imagem: reprodução

Foram presos o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ); o irmão dele, Domingos Brazão; e o ex-chefe da PCRJ Rivaldo Barbosa.

A Polícia Federal prendeu, na manhã deste domingo (24/03), três suspeitos de mandar matar Marielle Franco. A Operação Murder Inc. apura os assassinatos da vereadora e do motorista Anderson Gomes e a tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves.

Foram presos o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ); o irmão dele, Domingos Brazão, que é conselheiro do Tribunal de Contas do Rio; e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa. A ação acontece 10 dias após o crime completar seis anos.

O trio foi transferido no domingo para a Penitenciária Federal de Brasília, unidade prisional onde está preso o líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.

Foram cumpridos ainda 12 mandados de busca e apreensão, todos na cidade do Rio de Janeiro. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.

Fontes da PF e do Ministério da Justiça afirmaram ao colunista Igor Gadelha que a operação foi antecipada para evitar o risco de vazamento. As prisões foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes nos últimos dias e tiveram aval da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A ação deste domingo contou com a participação da PGR e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Houve ainda o apoio da Polícia Civil fluminense e da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Irmãos Brazão

Chiquinho e Domingos Brazão têm o reduto político e eleitoral em Jacarepaguá, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, historicamente dominado pela milícia.

Chiquinho Brazão foi citado na delação de Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle Franco. O político foi vereador na Câmara Municipal do Rio de Janeiro pelo MDB por 12 anos, inclusive durante os dois primeiros anos de mandato de Marielle, entre 2016 e março de 2018, quando foi assassinada.

Em 2018, Brazão foi eleito para a Câmara dos Deputados pelo Avante e, em 2022, foi reeleito pelo União Brasil.

Chiquinho nunca havia sido citado no caso Marielle e chegou a afirmar à coluna de Guilherme Amado que tinha um boa relação e convívio com ela.

Entretanto, o nome do irmão dele, Domingos Brazão, apareceu no depoimento que o miliciano Orlando Curicica deu sobre o crime à Polícia Federal.


Orlando Curicica - Imagem: reprodução

No início do ano, a principal hipótese levantada para que Domingos Brazão ordenasse o atentado contra Marielle seria vingança contra Marcelo Freixo, ex-deputado estadual pelo PSol, hoje no PT e atual presidente da Embratur.

Isso porque, quando era deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Brazão entrou em diversas disputas com Freixo, com quem Marielle trabalhou por cerca de 10 anos antes de ser vereadora.

Agora, a classe política do Rio considera uma nova hipótese, como mostrou o colunista Paulo Cappelli: que, talvez, a família Brazão tenha se sentido atacada por Marielle, de alguma forma, no campo pessoal. Não no legislativo.

Fotos com pais de Marielle e promessa

O delegado Rivaldo Barbosa assumiu a chefia da Polícia Civil do Rio em 13 de março de 2018, véspera das execuções.



Suspeito de travar as investigações do crime, o delegado dava diversas entrevistas prometendo investigar o caso a fundo. “Estamos diante de um caso extremamente grave e que atenta contra a dignidade da pessoa humana e contra a democracia”, disse em 15 de março de 2018, no dia seguinte ao crime.

Como mostrou o colunista Guilherme Amado, em 16 de abril de 2018, pouco mais de um mês após o assassinato de Marielle e de Anderson Gomes, Rivaldo Barbosa recebeu a família da vereadora para uma reunião.

Estavam presentes os pais de Marielle, Marinete e Antônio; a viúva dela, Monica Benicio; Luyara, filha da vereadora; e Marcelo Freixo. Barbosa apareceu em fotos na reunião em um sofá ao lado dos pais de Marielle.

Freixo disse neste domingo que Rivaldo foi a primeira pessoa para quem ligou quando soube do crime.

A mãe de Marielle também expressou perplexidade ao descobrir o envolvimento do delegado. “A minha filha confiava nele e no trabalho dele. E ele falou que era questão de honra dele elucidar [o caso]”, afirmou Marinete da Silva em entrevista à GloboNews.

Delegados afastados

Outros dois delegados da Polícia Civil responsáveis pela investigação do caso Marielle foram alvo de busca e apreensão neste domingo. Giniton Lages e seu subordinado, Marcos Antônio de Barros Pinto, estão usando tornozeleira eletrônica.


Giniton Lages - Foto: reprodução

Apesar de não terem sido presos, ambos foram afastados de suas funções por ordem de Moraes.

O crime

Marielle Franco era socióloga e vereadora do Rio de Janeiro. Ela foi morta a tiros na noite de 14 de março de 2018, após participar de um evento para a juventude negra na Lapa, zona central. O ataque aconteceu na Rua Joaquim Palhares, também no centro do Rio.

Antes da operação da PF deste domingo, apenas os executores do assassinato tinham sido presos: os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz e o ex-sargento do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Corrêa, o Suel.


Lessa, Queiroz e Maxwell Simões - Foto: reprodução

Élcio confessou que dirigia o Cobalt prata utilizado no crime e afirmou que Ronnie fez os disparos com uma submetralhadora. Ambos assinaram acordo de delação premiada.



Irmã de Marielle celebra

No X (antigo Twitter), a irmã de Marielle, Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, celebrou as prisões. “Só Deus sabe o quanto sonhamos com esse dia! Hoje é mais um grande passo para conseguirmos as respostas que tanto nos perguntamos nos últimos anos: quem mandou matar a Mari e por quê?”, afirmou.

Ela também cumprimentou nominalmente o ministro Alexandre de Moraes e completou: “Estamos mais perto da Justiça!”.


Dino fala em fé e justiça

O ministro do STF Flávio Dino citou “fé e justiça” em publicação nas redes sociais minutos após a operação da PF.

“Domingo de Ramos, domingo de celebração da Fé e da Justiça. Livro dos Salmos: ‘Ainda que floresçam os ímpios como a relva, e floresçam os que praticam a maldade, eles estão à perda eterna destinados’”, escreveu Dino, que também é ex-ministro da Justiça.


Fonte: metropoles


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