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Foto: Reprodução |
Subsidiária do Google na Rússia entrou em pedido de falência após ter suas contas confiscadas pelas autoridades do país, impedindo o funcionamento da companhia, segundo um porta-voz da empresa. Ao Financial Times, o porta-voz disse que o confisco tornou insustentável o funcionamento do escritório na Rússia, incluindo pagar funcionários, fornecedores e vendedores, e cumprir outras obrigações financeiras.
Não é de hoje que a reação entre o Google e as autoridades russas está tensa. Em abril, a unidade local do Google foi multada em 11 milhões de rublos (US$ 173.000) por não excluir vídeos da Ucrânia do YouTube, o que Moscou considerou “conteúdo proibido”. Além de ter se recusado a apagar conteúdos que o governo considera ilegal, a empresa também restringiu alguns canais governamentais no YouTube, no contexto do conflito com a Ucrânia.
Segundo a Reuters, o banco de dados do Serviço Federal de Oficiais de Justiça da Rússia mostra duas apreensões vinculadas ao Google desde meados de março. O serviço confirmou à agência de notícias que havia confiscado os ativos e propriedades do Google.
O Google não confirmou imediatamente se outros confiscos ocorreram. Em nota, publicado no Fedresurs, registro oficial da Rússia, na quarta-feira, 18, a subsidiária enviou “um aviso da intenção de se declarar insolvente”. “Desde 22 de março de 2022, (a empresa) prevê a sua própria insolvência e incapacidade de cumprir obrigações”, disse.
Apesar disso, a empresa afirmou que vai continuar a oferecer seus serviços gratuitos, que incluem a busca, YouTube, Gmail, Maps, Android e Play aos usuários russos.
Big Techs adotam medidas em reação à guerra na Ucrânia
Empresas como Google e Apple já haviam anunciado medidas de bloqueio e suspensão na Rússia.
A invasão russa na Ucrânia, que teve início na última semana de fevereiro de 2022, fez com que mercados recuassem, como consequência e resposta à situação, impactando marcas como o McDonald’s, por exemplo. Gigantes da tecnologia já apresentam medidas contra o país responsável pela invasão.
Alegando estar ao lado de “todas as pessoas que sofrem como resultado da violência”, a Apple interrompeu a exportação e venda de produtos da marca na Rússia. A companhia também limitou o Apple Pay e desativou recursos de tráfego incidentes no país. Além disso, a big tech também removeu o RT e o Sputnik News — veículos controlados e financiados pelo governo russo — de sua loja de aplicativos.
A mesma medida foi tomada pelo Google. Também, desde o dia, (01/03), a empresa anunciou o bloqueio dos canais do YouTube ligados ao Russia Today e ao Sputnik em toda a Europa. A iniciativa dá continuidade a uma série de medidas já anunciadas anteriormente, como a suspensão da monetização da imprensa estatal em suas plataformas.
Seguindo a tendência de interromper de dados de tráfego, o Google ainda desativou o Google Maps temporariamente na Ucrânia. Segundo a empresa, a medida foi tomada após consulta a autoridades regionais, para garantir a segurança dos ucranianos. As informações são da agência Reuters.
Contas de redes de fake news no Facebook também foram afetadas. A Meta diz ter feito a remoção de cerca de 40 perfis que espalhavam informações falsas sobre a invasão. Ainda, as contas tinham alguma conexão com sites que se passavam por agências de notícias independentes. Os veículos estatais russos também tiveram acesso bloqueado no Facebook.
Redes sociais como o Twitter se manifestaram ao rotular conteúdos da mídia russa e reduzir a visibilidade de conteúdos relacionados à invasão, bem como a sinalização de informações do tipo. Já o TikTok bloqueou canais apoiados pela Rússia na plataforma. Na semana passada, a plataforma emitiu orientações a usuários nas zonas de conflito.
Gigante do streaming, a Netflix interrompeu a adição de canais russos em seus serviços, contrariando regulamento que exige que serviços audiovisuais com mais de 100 mil assinantes no país distribuam 20 canais de notícias, esportes e entretenimento de forma gratuita.