Em seu mais recente depoimento o outrora homem mais poderoso do Brasil Marcelo Odebrecht, explica a sistemática de colaboração pelas empresas do grupo Odebrecht (Caixa 2) nas eleições brasileiras, valendo-se da filosofia do toma lá dá cá e o apadrinhamento político. A definição dos padrinhos era feita pelo presidente do grupo, cargo que Marcelo ocupou de 2008 até junho de 2015, quando foi preso pela Lava Jato.
Como era rateado os recursos da Odebrecht nos partidos políticos brasileiros
Segundo o próprio Marcelo, 3/4 eram doados para PT, PMDB e PSDB, os bambambãs do Brasil. Ele afirma que não tinha interesse em campanhas locais e sim presidenciais, o resto era delegado a administrações locais, negócios existiam em todo lugar, mas o chefão só atuava em eleições presidenciais e decisões estratégicas.
Os padrinhos eram muito importantes nos interesses da empresa, eles delegavam ao chefe (Odebrecht) questões de interesse maior. Segundo ele, até 300 pessoas tinham condições de tratar de doações, por isso era preciso haver essa figura do padrinho, ele decidia a quem doar, o chefão decidia quanto.
A Venezuela
Acertos eram feitos em campanhas políticas com a combinação da pessoa a ser cobrada, "a pessoa resolve um problema de um negócio e prejudica outro e, às vezes o peso de quem ajudou mais é que conta". O todo definia o padrinho, as vezes muda com o tempo, tudo ocorria de maneira natural, o cacique do momento mandava na agenda financeira.
Eduardo Campos
Tornou-se figura importante por ter alinhamento com diretores locais e lideranças da Odebrecht, foi financiado com dinheiro de caixa 2 e recebia atenção especial por ter importância estratégica na solução de problemas sindicais.
A Eleição de 2014
Outra forma de pagamento era por meio de acertos para que outras empresas fizessem doações. O caso mais conhecido é do grupo Petrópolis, dono da Cervejaria Itaipava. Marcelo estimou em “dezenas de milhões” os repasses feitos dessa forma e desconhecer como era feita a compensação posteriormente.
“Doei dinheiro para campanhas e o meu próprio pessoal pressionava porque o cara resolvia nossos problemas, cada caso era um caso, além da doação de caixa 2 direta, fazíamos doações através de terceiros, como o Itaipava, depois a gente compensava”. Marcelo.
Dilma 2014
Tinha várias formas de alimentar a campanha, era de interesse estratégico e o reembolso era feito de alguma maneira.
Como era rateado os recursos da Odebrecht nos partidos políticos brasileiros
Segundo o próprio Marcelo, 3/4 eram doados para PT, PMDB e PSDB, os bambambãs do Brasil. Ele afirma que não tinha interesse em campanhas locais e sim presidenciais, o resto era delegado a administrações locais, negócios existiam em todo lugar, mas o chefão só atuava em eleições presidenciais e decisões estratégicas.
Os padrinhos eram muito importantes nos interesses da empresa, eles delegavam ao chefe (Odebrecht) questões de interesse maior. Segundo ele, até 300 pessoas tinham condições de tratar de doações, por isso era preciso haver essa figura do padrinho, ele decidia a quem doar, o chefão decidia quanto.
A Venezuela
Acertos eram feitos em campanhas políticas com a combinação da pessoa a ser cobrada, "a pessoa resolve um problema de um negócio e prejudica outro e, às vezes o peso de quem ajudou mais é que conta". O todo definia o padrinho, as vezes muda com o tempo, tudo ocorria de maneira natural, o cacique do momento mandava na agenda financeira.
Eduardo Campos
Tornou-se figura importante por ter alinhamento com diretores locais e lideranças da Odebrecht, foi financiado com dinheiro de caixa 2 e recebia atenção especial por ter importância estratégica na solução de problemas sindicais.
A Eleição de 2014
Outra forma de pagamento era por meio de acertos para que outras empresas fizessem doações. O caso mais conhecido é do grupo Petrópolis, dono da Cervejaria Itaipava. Marcelo estimou em “dezenas de milhões” os repasses feitos dessa forma e desconhecer como era feita a compensação posteriormente.
“Doei dinheiro para campanhas e o meu próprio pessoal pressionava porque o cara resolvia nossos problemas, cada caso era um caso, além da doação de caixa 2 direta, fazíamos doações através de terceiros, como o Itaipava, depois a gente compensava”. Marcelo.
Dilma 2014
Tinha várias formas de alimentar a campanha, era de interesse estratégico e o reembolso era feito de alguma maneira.
Uma parte não tinha nada a ver com o italiano (Palocci), mas alguém reembolsava, mesmo que não fosse feito a doação diretamente a ela. Do montante acertado, parte teve a ver com o revés de Angola, depois se acerta, cada um dá a precisão se foi acerto específico ou geral, na conta dele a base da ilicitude tá na fonte, o caso do REFIS (foram uma contrapartida pela aprovação de uma medida provisória), o uso eu não sei, mas a ilicitude está no acerto da contrapartida específica.
A Ajudinha
Desde a década de 90 a gente gerava o caixa 2 e tudo era feito (propina ou não) por pessoas autorizadas a fazer os pagamentos, para não contaminar o balanço.
Segundo Marcelo, a doação podia ser na conta de quem fosse e para qualquer coisa, mas ele não sabia para que servia o dinheiro, na conta da empresa ou do sujeito, a pedido ou a favores, como o caso do Lula (Taiguara, sobrinho de Lula) que fez o pedido ao pai dele como sendo um favor de pai para pai, você ajuda meu filho e eu ajudo o teu filho com a Dilma.
Quando começou as investigações dois pagamentos passaram por empresas de fachada, que não era pra ter, no limite ocorreu com pagamento via contrato fictício, mas isso contaminou a contabilidade o que não era para ocorrer e ele, o Marcelo, autorizou um deles.
Segundo o ex-presidente da Odebrecht, o ex-diretor Airton Reis era padrinho do senador Edison Lobão (PMDB-MA) único que ele conhecia o codinome (esquálido - Que está muito pálido, desnutrido; depauperado ou magro), enquanto que os repasses para o ex-ministro Jaques Wagner (PT-BA), a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), o ex-senador Gim Argello (PTB-DF), passavam por Cláudio Mello Filho, ex-diretor de Relações Institucionais.
No caso do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), Cláudio era quem apadrinhava a maior parte das demandas, mas Geddel tinha interlocução direta também com Emílio Odebrecht e poderia recorrer diretamente a ele.
Marcelo complementa o depoimento relatando que muitas vezes os executivos afirmavam possuir uma relação pessoal com os políticos para se valorizar dentro das empresas. Ele afirma que as delações vão mostrar que em muitos casos vai se verificar que as relações não eram pessoais, mas apenas financeira.
E assim se davam as tratativas de grandes negócios com os caciques políticos e apadrinhados pelo grupo Odebrecht, por vias protocolares e não protocolares, pelos padrinhos e pelo chefão. Para se ter ideia do montante gasto pela Odebrecht em propina, isso representava algo entre 0,5% e 2% da receita bruta anual de suas empresas. Isso daria, na média, gastos acumulados de R$ 6,8 bilhões, de 2006 a 2014 (apesar dele não saber precisar valores). Estima-se que os subornos rendessem à Odebrecht um retorno extra e direto de 200% em saque do dinheiro público (para cada real de propina, a empresa arrancaria outros dois do governo).