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terça-feira, 10 de janeiro de 2023

Em reunião com Lula, governadores condenam atos antidemocráticos

Foto: Reprodução

Líderes dos estados se encontraram com Lula no Palácio do Planalto.

Um dia após os atos golpistas que resultaram na depredação do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), governadores e governadoras se reuniram em Brasília, na noite de segunda-feira (9), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para reafirmar a defesa da democracia e condenar tentativa de ruptura institucional no país. Participaram da reunião todos os governadores ou vices dos 26 estados e do Distrito Federal. 

Também estiveram no encontro os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado Federal em exercício, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), além da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, e de outros ministros da Suprema Corte.

"É importante ressaltar que este fórum [de governadores] se reúne respeitando as diversas matizes políticas que compõem a pluralidade ideológica e partidária do nosso país, mas todos têm uma causa inegociável, que nos une: a democracia", destacou o governador do Pará, Hélder Barbalho, que articulou o encontro, e fez uma fala representando os governadores da Região Norte.

Durante a reunião, os líderes estaduais foram unânimes em enfatizar a defesa do estado democrático de direito no país. "Essa reunião de hoje significa que a democracia brasileira vai se tornar, depois dos episódios de ontem, ainda mais forte", disse o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas, em nome da Região Sudeste.

A governadora Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte, falou da indignação com as cenas de destruição dos maiores símbolos da democracia republicana do país e pediu punição aos golpistas. "Foi muito doloroso ver as cenas de ontem, a violência atingindo o coração da República. Diante de um episódio tão grave, não poderia ser outra a atitude dos governadores do Brasil, de estarem aqui hoje. Esses atos de ontem não podem ficar impunes", afirmou, em nome da Região Nordeste.

Pela Região Sul, coube ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, destacar algumas das ações conjuntas deflagradas pelos estados, como a disponibilização de efetivos policiais para manter a ordem no Distrito Federal e desmobilização de acampamentos golpistas nos estados. "Além de estar disponibilizando efetivo policial, estamos atuando de forma sinérgica em sintonia para a manutenção da ordem nos nossos estados".

A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, disse que o governo da capital "coaduna com a democracia" e lembrou da prisão, até o momento, de mais de 1,5 mil pessoas por envolvimento nos atos de vandalismo. Celina Leão substitui o governador Ibaneis Rocha, afastado na madrugada desta segunda, por decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes. Ela aproveitou para dizer que o governador afastado "é um democrata", mas que, "por infelicidade, recebeu várias informações equivocadas durante a crise".

Desde ontem, o DF está sob intervenção federal na segurança pública. O decreto assinado pelo presidente Lula ainda precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional, o que ocorrerá de forma simbólica, assegurou o presidente da Câmara dos Deputados. "Nós votaremos simbolicamente, por unanimidade, para demonstrar que a Casa do povo está unida em defesa de medidas duras para esse pequeno grupo radical, que hostilizou as instituições e tentou deixar a democracia de cócoras ontem".

Financiadores

Em discurso aos governadores, o presidente Lula agradeceu pela solidariedade prestada e fez duras críticas aos grupos envolvidos nos atos de vandalismo.   

"Vocês vieram prestar solidariedade ao país e à democracia. O que nós vimos ontem foi uma coisa que já estava prevista. Isso tinha sido anunciado há algum tempo atrás. As pessoas não tinham pautam de reivindicação. Eles estavam reivindicando golpe, era a única coisa que se ouvia falar", disse.

O presidente também voltou a criticar a ação das forças policiais e disse que é preciso apurar e encontrar os financiadores dos atos democráticos. "A polícia de Brasília negligenciou. A inteligência de Brasília negligenciou. É fácil a gente ver os policiais conversando com os invasores. Não vamos ser autoritários com ninguém, mas não seremos mornos com ninguém. Nós vamos encontrar quem financiou [os atos golpistas]".

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que que as investigações em curso devem resultar em novos pedidos de prisão preventiva e temporária, principalmente contra os financiadores.

Unidade

Presente na reunião, a ministra Rosa Weber, presidente do STF, também fez questão de enaltecer a presença dos governadores em um gesto de compromisso democrático com o Brasil. "Eu estou aqui, em nome do STF, agradecendo a iniciativa do fórum dos governadores de testemunharem a unidade nacional, de um Brasil que todos nós queremos, no sentido da defesa da nossa democracia e do Estado Democrático de Direito. O sentido dessa união em torno de um Brasil que queremos, um Brasil de paz, solidário e fraterno".

Em outro gesto de unidade, após o encontro, presidente, governadores e ministros do STF atravessaram a Praça dos Três Poderes a pé, até a sede do STF, edifício que ontem também foi brutalmente destruído. A ministra Rosa Weber garantiu que o prédio estará pronto para reabertura do ano judiciário, em fevereiro.

Governadores e vices presentes:

  • Mailza Assis - vice-governadora do Acre
  • Paulo Dantas - governador de Alagoas
  • Clécio Luis - governador do Amapá
  • Wilson Lima - governador do Amazonas
  • Jerônimo Rodrigues - governador da Bahia
  • Renato Casagrande - governador do Espírito Santo
  • Daniel Vilela - vice-governador de Goiás
  • Carlos Brandão - governador do Maranhão
  • Otaviano Pivetta - vice-governador do Mato Grosso
  • Eduardo Riedel - governador do Mato Grosso do Sul
  • Romeu Zema - governador de Minas Gerais
  • Hélder Barbalho - governador do Pará
  • João Azevêdo - governador da Paraíba
  • Ratinho Jr. - governador do Paraná
  • Raquel Lyra - governadora de Pernambuco
  • Rafael Fonteles - governador do Piauí
  • Cláudio Castro - governador do Rio de Janeiro
  • Fátima Bezerra - governadora do Rio Grande do Norte
  • Eduardo Leite - governador do Rio Grande do Sul
  • Augusto Leonel de Souza Marques - representante do governo de Rondônia
  • Antônio Denarium - governador de Roraima
  • Jorginho Mello - governador de Santa Catarina
  • Tarcísio de Freitas - governador de São Paulo
  • Fábio Mitidieri - governador de Sergipe
  • Elmano de Freitas - governador do Ceará
  • Wanderlei Barboda - governador de Tocantins
  • Celina Leão - governadora em exercício do Distrito Federal

Fonte: Ag. Brasil


Análise Política - WW - 09/01/2023


quinta-feira, 7 de abril de 2022

Xadrez de Zelensky, o “heroico comediante” inventado pela mídia

Imagem: Reprodução

O maior especialista na ultradireita da Ucrânia lança um alerta sobre a maneira como a mídia minimiza o neonazismo da Ucrânia, para não fortalecer Putin.

A atual cobertura da guerra da Ucrânia está expondo pela primeira vez, na era Google, as vinculações entre a mídia corporativa brasileira e a internacional – e com os interesses geopolíticos do Departamento de Estado dos Estados Unidos.

Lava Jato foi uma operação de dentro para fora, da cobertura da mídia nacional sendo a fonte primária das informações. Assim, as vinculações eram identificadas através das relações óbvias entre juiz, procuradores e delegados com o Departamento de Justiça (DoJ) e do Estado.

Agora, não. Tem-se uma guerra de informações internacional, na qual o jornalismo é sacrificado, tornando-se propaganda. 

O mainstream transformou a cobertura jornalística em um roteiro da Marvel. Não consegue conceber que, de um lado, há um autocrata – Vladimir Putin – e de outro um governante autoritário – Zelensky. Ele já foi apresentado aos leitores de O Globo como o “heróico comediante”, aplaudido de pé no parlamento britânico e transformado em herói pela imprensa ocidental.

Fiquei esperando que os comentaristas internacionais da mídia nativa trouxessem mais dados sobre o Zelensky pré-guerra. Quem era ele? Como era seu governo antes da guerra? Quais suas relações com a extrema direita? 

Aguardei em vão. E, aí, fui à luta e descobri um personagem extremamente parecido com Jair Bolsonaro.

Confira os pontos de convergência:

Ponto 1 – com Departamento de Justiça e tudo

No Brasil e na Ucrânia, o primeiro movimento consistiu no impeachment de Dilma Rousseff; na Ucrânia na queda de Viktor Yanukovych, pró-Rússia. Ambos testaram a nova fórmula geopolítica, do golpe parlamentar somado ao chamado lawfare (o uso da Justiça como arma política).

Segundo a BBC,

“A crise começou em novembro quando Yanukovych recusou um acordo comercial com a União Européia (UE) que estreitaria os laços do país com o bloco em favor de uma aproximação da Rússia. Isso despertou a insatisfação de parte dos cidadãos e políticos que desejavam ver a Ucrânia mais próxima da UE”.

No Brasil, segundo palavras do próprio Michel Temer, Dilma caiu quando não aceitou a “ponte para o futuro”, o conjunto de medidas liberais preconizada pela OCDE.

À BBC, Yanukovych discordou que tenha sido deposto.

“Ninguém me derrubou. Fui forçado a sair do país porque a minha vida e a de meus entes amados estavam ameaçadas pelos vândalos fascistas que tomaram o poder”, disse.

O mesmo ocorreu por aqui. Movimentos como o MBL, sites de direita do Paraná e outros levantaram dossiês contra juízes da Suprema Corte, campanhas difamatórias contra os adversários do golpe, discursos de ódio contra a presidente, auxiliados por uma mídia propagadora do ódio. E, por trás, as parcerias do Departamento de Justiça (DoJ) com a Lava Jato.

No caso da Ucrânia, a participação americana ficou nítida em vários momentos, conforme o bem documentado fio do perfil @historia_pensar do Twitter

Havia o envolvimento direto do vice-presidente americano Joe Biden.

Foi firmado um acordo anticorrupção com o Departamento de Justiça norte-americano nos moldes da Lava Jato. O acordo dava ao DoJ o direito de indicar conselheiros de justiça, promotores e juízes para atuar diretamente no judiciário da Ucrânia, além de financiar a formação de advogados e quadros do judiciário ucraniano em Washington.

Em 2018, o Relatório Anual da OCDE detalhou o trabalho efetuado na Ucrânia.

“Em 2018, o Projeto Anticorrupção da OCDE para a Ucrânia recebeu novo apoio financeiro dos Estados Unidos e da Polônia, o que contribuiu para a capacitação aprofundada para lidar com a corrupção de alto perfil. (…)

O Projeto, em cooperação com a Embaixada dos EUA na Ucrânia (OPDAT e INL), organizou dois treinamentos em 2018, um dos quais realizado nas instalações da International Law Enforcement Academy (ILEA) em Budapeste, Hungria. O uso da experiência nacional se expandiu ainda mais: um dos analistas da NABU (o Gabinete Nacional Anticorrupção) atuou como um dos oito instrutores permanentes; especialistas da FIU (Serviço de Acompanhamento Financeiro, o COAF de lá), da Suprema Corte, do State Property Fund, da TI Ucrânia e da academia nacional contribuíram em suas respectivas áreas do módulo”. 

A consequência foi o cerco às grandes empresas ucranianas e um processo rápido de privatização. Participou do processo o mesmo escritório Baker McKenzie que a Lava Jato brasileiro enfiou em várias estatais para instituir processos de compliance.

Em ambos os casos – Brasil e Ucrânia – o novo governo foi assumido por políticos impopulares e com reputação duvidosa, Michel Temer no Brasil, Pedro Poroschenko na Ucrânia. Criou-se um vácuo. De um lado, a opinião pública, ainda anestesiada pela campanha do impeachment; do outro, governos impopulares.

Teve então a busca e a criação de “mitos”, capazes de dar viabilidade a uma frente que, tanto no Brasil quanto na Ucrânia, juntou mercado, empresariado e movimentos de ultra-direita.

Ponto 2 -a fabricação do mito

A imagem de ambos – Bolsonaro e Zelensky – foi construída com discurso anti-sistema, anti-corrupção, parceria com órgãos de repressão e amparados por uma enorme polarização política: Bolsonaro contra qualquer cheiro de esquerda, Zelensky explorando o sentimento anti-Rússia. E apoiados fortemente pelo aparato de mídia e pelos algoritmos da rede.

Até então,  Zalensky era apenas um comediante que valeu-se da era digital para montar esquetes que conseguiram um bom mercado na Rússia. Quando estourou a guerra da Crimeia, o mercado se fechou. Aí, abriram-se para ele as portas da maior rede de televisão da Ucrânia, de propriedade do oligarca Ihor Kolomoisk, um ucraniano que rompeu com Putin.

Zelensky surgiu para a política após uma série, na qual interpretava um professor contra a corrupção, e que se tornou presidente após sua imagem viralizar na rede. 

A série de TV viralizou.

Kolomoisky viu, a exemplo de Robert Civita e dos irmãos Marinho, no Brasil, a grande oportunidade de assumir o poder. 

No Brasil, a Associação Nacional dos Jornais se autodenominava a verdadeira oposição. Na Ucrânia, Kolomoisky financiou um novo partido político, o Servos do Povo – nome do programa -, bancou uma milícia de ultra direita, o Batalhão Azov, e trabalhou na criação do mito Zelensky.

O humorista foi submetido, então, a um curso rápido de lero-lero de campanha, no qual surpreendeu seus professores pela profunda ignorância não apenas sobre política mas sobre questões básicas de direito, conforme reportagem de Franklin Foer na revista The Atlantic. Nada diferente do mito Bolsonaro.

Lançou-se candidato escondendo do distinto público sua fortuna, de mais de US $15 milhões, e mansão comprada fora da Ucrânia.

Segundo Foer, quatro dias antes da posse de Zelensky, o oligarca Kolomoisky embarcou em um jato particular, voltando de um exílio auto imposto em Israel, para escapar de vários processos, um dos quais o de ordenar assassinatos contratados, e quebrar um banco nacional.

Nesse ponto há uma diferença em relação aos Bolsonaro: não consta que tivessem quebrado um banco.

Ponto 3 – o defensor do mercado

Assim como Bolsonaro, Zelensky surgiu como candidato preferencial de forças pró-mercado. E usando como retórica primária o combate à corrupção – Ucrânia consegue superar o Brasil nos rankings internacionais de corrupção.

No poder, seguiram caminhos semelhantes.

Bolsonaro perdeu apoio dos “reformadores” depois dos desastres continuados de Paulo Guedes. Zelensky perdeu apoio após a renúncia do gabinete liderado por Olesksiy Honcharuk, em março de 2020. 

Segundo o OSW, Centre of Eastern Studies, desde este episódio Zelensky abandonou seu plano de realizar uma reconstrução abrangente da elite política da Ucrânia, substituindo suas principais figuras por ‘novos rostos’ imaculados, conforme promessa de campanha. Passou a indicar pessoas da sua confiança para todos os cargos estratégicos.

Em julho de 2019, antes da grande virada, havia nomeado Maksym Nefodov como vice-ministro da Economia e Desenvolvimento, chefe do Serviço de Alfândega, a maior fonte de receita do país.

Nefodov tentou implementar um sistema de contratação pública conhecido como ProZorro – uma plataforma eletrónica para garantir a transparência dos concursos públicos, que desencadeou uma série de ataques lançados contra ele na mídia. 

Seguiu-se a sua demissão a pretexto de insuficiência de receitas transferidas pelo serviço aduaneiro para o Orçamento do Estado. Nada diferente do afastamento de fiscais da Receita e policiais federais que atrapalhavam o movimento de contrabando do porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro.

Nos nove meses seguintes, o chefe do SCS foi substituído quatro vezes e a reforma da instituição foi interrompida. 

A demissão de Nefodov fez com que quadros técnicos se afastassem do governo, já que os critérios para avaliação de seu trabalho passaram a ser a obediência às ordens emanadas da presidência. 

Na nova etapa, uma das estrelas em ascensão foi Oleh Tatarov, nomeado no dia 20 de agosto de 2020 vice-chefe do Gabinete da Presidência, responsável por supervisionar as agências de aplicação da lei. Tatarov era um colaborador próximo de Andriy Portnov, o vice-chefe da administração do presidente Viktor Yanukovych, responsável por perseguir ativistas do Euromaidan (leia mais sobre ele no capítulo sobre corrupção).

Ponto 4 – o aparelhamento dos órgãos de controle

Com o tempo, a face mais polêmica de Zelensky foi a maneira como passou a usar a polícia e os poderes judiciários para promover os interesses de seu grupo e intimidar os rivais políticos. 

Para tanto nomeou um velho amigo de escola, Ivan Bakanov, como chefe do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU). 

O SBU tem histórico de suspeita de usar sua jurisdição sobre crimes econômicos para facilitar a corrupção e a invasão de empresas. Zelensky acenou com um projeto de reforma do SBU. A Human Rights Watch e mais de 20 outros grupos de direitos humanos alertaram que o projeto, no fundo, representava uma tomada de poder por ele. Segundo o alerta, o projeto dá ao SBU “poderes excessivamente amplos nas esferas de inteligência e aplicação da lei, enquanto faltam as salvaguardas essenciais necessárias contra o abuso desses poderes”.

A reforma do Ministério Público, outra das promessas de campanha, acabou em poucos meses. Em março de 2020, o procurador Rusian Riabonhapka foi demitido e substituído por Irina Venediktova, apontado como suscetível a sugestões do Gabinete da Presidência. 

Uma de suas primeiras decisões foi reintegrar procuradores demitidos no processo de reformas. E retomar o padrão anterior, de sabotar investigações contra representantes da elite política e empresarial.

Foi assim com o abrandamento das investigações no caso da fórmula de Rotterdam+, que resultou na perda do tesouro de US $1,4 bilhão. O principal beneficiário da jogada foi o homem mais rico da Ucrânia, Rinat Akhmetov. 

Outros casos conhecidos foi amenizar a investigação contra ex-executivos do PrivatBank (que até 2016 pertencia a Ihor Kolomoysky, o padrinho político de Zelensky e depois foi nacionalizado) e a extradição de Oleh Bakhmatiuk  (um oligarca acusado de desviar US$ 49 milhões do VAB Bank). O dinheiro era um empréstimo de estabilização oferecido pelo Banco Nacional da Ucrânia. 

O caso mais ostensivo ocorreu em março de 2020, quando um irmão de Andriy Yermak foi gravado oferecendo emprego no Ministério da Infraestrutra e no Serviço de Alfândega em troca de propinas.

Andriy Borisovich Yermak é um produtor de cinema ucraniano, advogado e atual chefe da administração presidencial. A alegação de Zelensky é que ninguém foi nomeado para os cargos, logo a corrupção não se consumou. Assim como no caso Marielle, com a Polícia Federal de Sérgio Moro perseguindo o porteiro do condomínio de Bolsonaro, a SBU deteve um parlamentar que divulgou as gravações.

O caso mais chocante envolveu Oleh Tatarov, o vice-chefe do Gabinete do Presidente. Ele já havia sido investigado nas operações contra o ex-deputado Maksym Mykytas (acusado de desviar fundos destinados à construção de apartamentos para funcionários da Guarda Nacional da Ucrânia). Em 2017, ele trabalhou como advogado de Mykytas e supostamente subornou um funcionário do Ministério do Interior em troca de um parecer falso. 

Ai entrou o PGR Venediktova ordenando que as investigações fossem transferidas para a SBU. Em seguida, os promotores do Gabinete do Procurador-Geral retiraram sua moção e Tatarov permaneceu em liberdade.  Na sequência, o Tribunal acusou Mykytas de ordenar um sequestro e emitiu um mandado de prisão contra ele, afastando de cena uma testemunha inconveniente que poderia depor contra Tatarov.

O prefeito de Kiev, Vitaliy Klitschko, acusou Zelensky de tentar “pressioná-lo” em maio, quando oficiais armados da SBU invadiram seu bloco de apartamentos .

Pacto 5 – os oligarcas de Zelensky

O portal Euobserver relatou que, no começo do terceiro ano de sua presidência, Volodymyr Zelensky tinha um índice Jair Bolsonaro de impopularidade. Apenas 21,8% dos ucranianos votariam nele em reeleição, contra 73% que o elegeram. Mais da metade da população era contra sua candidatura.

Para tentar recuperar popularidade, Zelensky proibiu três estações de televisão controlada por Viktor Medvedchuk e a subsequente prisão do oligarca por suspeita de traição. Seria uma inequívoca prova de independência não fosse o fato de Medvedchuk ser o principal concorrente do oligarca Ihor Kolomoisky, dono da rede de TV que lançou Zelensky e principal financiador de sua campanha.

Medvedchuk foi acusado de colaborar com a Rússia para ocultar sua propriedade de ativos de energia na Crimeia. Mas, o patrono de Zelensky, está sob investigação nos EUA por fraude e lavagem de dinheiro.

O jogo e o enfraquecimento políticos de Zelensky ficaram nítidos em dezembro de 2020, quando foi demitida a Ministra da Energia, e Kolomoysky tentou emplacar Yuri Vitrenko, ex-diretor executivo da Naftogaz. Zelensky empenhou-se pessoalmente em sua nomeação, mas ele obteve apenas 186 votos, 153 dos quais do Servo do Povo, insuficientes para sua aprovação.

O enfraquecimento político de Zelensky, com o enfraquecimento do Partido do Povo, levou-o a se valer de dois recursos para pressionar os parlamentares: o chicote, ou seja, ameaças de que podem ser iniciadas investigações contra deputados individuais;  e “a cenoura” na forma de maiores bônus financeiros informais pagos em troca da participação na votação.

Nada diferente do padrão Bolsonaro.

Pacto 6 – a OTAN e a União Europeia 

Em crise com seus principais padrinhos, Estados Unidos e União Europeia, é bastante provável que Zelensky tentasse sua última grande tacada: a adesão à OTAN e à União Europeia. 

Nada justifica a invasão russa e os danos da ofensiva contra a população civil da Ucrânia, emulando presidentes americanos que destruíram países do Oriente Médio. Esse é o grande nó de uma cobertura jornalística que ultrapassou os limites do jornalismo para enveredar pelo da propaganda, a incapacidade de condenar Putin sem esconder os vícios do outro lado.

Recentemente, Michel Colborne, o maior especialista na ultradireita da Ucrânia lançou seu alerta sobre a maneira como a mídia minimiza o neonazismo da Ucrânia, para não fortalecer Putin:

O silêncio não fará a extrema direita ucraniana ir embora – Agir como se qualquer menção ao problema alimentasse a propaganda do Kremlin só o torna pior.

Mas, como pontifica o inacreditável Carlos Alberto Sardenberg, em uma demonstração que, pior que a insuficiência de análise é a soma da insuficiência de informação:

“Chega de comparar a invasão da Ucrânia com Iraque, Líbia, Síria, Afeganistão — Estados incentivadores de terrorismo. EUA e Europa têm seus pecados, mas não se pode compará-los à Rússia de Putin. Por que Putin simplesmente não deixou essa integração prosseguir? A melhor hipótese: ele temia que a ligação “excessiva” com o Ocidente mostrasse aos russos onde a vida é melhor”.

Como se sabe, o terrorismo na região surgiu a partir do desmonte dos Estados pelos EUA e das armas colocadas em seus primeiros aliados. Tal como os EUA e a OTAN com o Batalhão Azov.

Por Luis Nassif (Isto sim é jornalismo!)

Fonte: jornalggn


terça-feira, 21 de dezembro de 2021

ELEIÇÕES 2022: Felipe Camarão desiste dos Leões, reforçando nome para Câmara, Weverton perde apoio de políticos de peso e Edivaldo Holanda JR segue com candidatura ao governo consolidada

Foto: Reprodução
Felipe Camarão desiste de disputar o comando do Palácio dos Leões em 2022. O secretário de Educação do Maranhão seguirá a decisão pessoal do governador Flávio Dino (PSB) de apoiar a reeleição de Carlos Brandão (PSDB) ao governo do Estado.

Nas redes sociais, embora sem declarar abertamente que já saiu da disputa, Camarão reforçou o esperado: vai concorrer à uma vaga na Câmara dos Deputados. “Que tal o federal da educação?”, questionou aos seguidores.

A declaração pública de apoio a Brandão deve ocorrer até o início do próximo mês, após finalização de acerto interno com o PT.

O partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda não bateu o martelo no Maranhão, se continuará encastelado no Palácio dos Leões com Brandão, sob articulação de Dino, ou se juntará forças com a oposição, liderada pelo senador Weverton Rocha (PDT), que traiu o grupo e ambiciona voo solo e, do jeito que a coisa está indo, "vai ser solo mesmo!"

Pré-candidatura de Weverton perde apoio de políticos de peso e partidos aliados

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O pré-candidato do PDT ao Governo do Estado, senador Weverton Rocha, enfrenta momento de muita dificuldade para tentar se manter vivo na corrida ao Palácio dos Leões. Políticos de peso, a exemplo dos prefeitos de Porto Franco, Deoclides Macedo, e Bacabal, Edvan Brandão, ambos do PDT, declararam apoio ao vice-governador Carlos Brandão (PSDB) e abriram a porteira para a debandada de chefes de Executivos municipais.

Além de enfrentar dificuldade para manter o alinhamento dos prefeitos do PDT ao seu projeto político pessoal, parlamentares de legendas consideradas aliadas, como o DEM, também estão pulando fora do foguete do senador, temerosos que venha explodir ainda na base de lançamento. Dos cinco deputados do partido Democratas, apenas Neto Evangelista continua com o candidato pedetista.

O deputado Antonio Pereira, além de declarar apoio ao vice-governador Carlos Brandão, anunciou sua saída do DEM e está se filiado ao PSB, partido do governador Flávio Dino; Andrea Resende, Daniela Tema e Paulo Neto ainda permanecem filiados, mas anunciaram seu apoio ao candidato tucano. Para complicar ainda mais a fragilizada pré-candidatura do pedetista, o DEM está em fase de fusão com o PSL e o futuro é incerto.

No Republicanos, comandado no Maranhão pelo deputado federal Cleber Verde, enfrenta problemas na Assembleia Legislativa e vai perder os deputados Ariston Ribeiro e Fábio Macedo para o PSB ou PSDB. “Estou avaliando para qual dessas duas siglas vou transferir minha filiação, pois vou deixar o Republicanos, meu candidato é Brandão”, disse Ariston.

Como se não bastasse a derrota interna que sofreu no grupo governista e os aliados que pularam fora do foguete, Weverton vê agora escapar outra sigla com a qual vinha flertando: o MDB da ex-governadora Roseana Sarney. A declaração de apoio do deputado Adriano Sarney (PV), neto do ex-presidente José Sarney, de apoio a Brandão, está sendo visto nos bastidores da sucessão como um forte indicativo de que os emedebistas estarão no palanque do tucano. O PV já declarou apoio na festa de confraternização semana passada.

Eleito pelas mãos do governador, assim como Roberto Rocha (sem partido), Weverton também achou que os votos recebidos em 2018 seriam fruto de uma suposta liderança que nunca teve e pode acabar como seu colega de plenário que foi humilhado nas urnas e ainda saiu da campanha com o carimbo de traidor.

Diante dessa possibilidade real, alguns aliados mais lúcidos ainda tentam convencer o parlamentar a desistir da aventura e se reagrupar enquanto há tempo, pois se deixar escapar a oportunidade que estão oferecendo agora de indicar o vice na chapa de Brandão, quando perceber que seu projeto não tem futuro, será tarde.

É entendimento no grupo governista que o PDT tem a preferência de indicar o vice, caso resolva recompor, caso contrário o PT está pronto para assumir o posto com Felipe Camarão ou Zé Inácio. Final de janeiro é o prazo limite para a tomada de decisão.

O senador, que viu a maioria dos partidos da base governista apoiar a decisão de Flávio Dino e declarar apoio à pré-candidatura do seu vice, a debandada de deputados do DEM, enfrenta dificuldades com prefeitos do próprio partido e assiste agora uma revoada de parlamentares e prefeitos rumo ao ninho dos tucanos.

Edivaldo Holanda JR chega ao final de 2021 com candidatura ao governo consolidada

Foto: Reprodução
Lançado pré-candidato ao governo do estado em agosto deste ano pelo presidente nacional do PSD, ex-ministro Gilberto Kassab, o ex-prefeito de São Luís Edivaldo Holanda Junior está concluindo o ano de 2021 com saldo positivo em sua caminhada rumo ao Palácio dos Leões.

Com a candidatura consolidada e tendo como referência a transformação urbana realizada em São Luís, Edivaldo em silêncio vem conquistando apoios de lideranças por onde passa e a tendência desse engajamento é crescer ainda mais à medida que mantém contato mais direto com as comunidades do interior do Maranhão.

“Não lhe conhecia pessoalmente, mas conheço seu trabalho na capital e sua capacidade administrativa”, essa tem sido as declarações que ele mais tem ouvido nos municípios visitado neste curto espaço de tempo, o que tem lhe deixado ainda mais otimista em relação ao sucesso da campanha.

Testado e aprovado pela população de São Luís, as viagens que fez pelo interior do Maranhão, serviu como incentivo pelo carinho com que foi recebido nas regiões Tocantina, Baixo Parnaíba, Sul do Maranhão, Mearim e Baixada Maranhense onde conquistou apoios importantes.

Sem grade estrutura nesta pré-campanha, mas como muita fé e esperança em dias melhores para o Maranhão, Edivaldo vai concluir o ano que antecede a eleição com a certeza de que está no caminho certo para suceder Flávio Dino no Palácio dos Leões.

Credenciado pela excelente gestão realizada na capital, o pré-candidato do PSD não tem enfrentado dificuldade para conversar com lideranças. Nesta pré-campanha, seu alvo preferido tem sido ex-prefeitos, presidentes de Câmaras Municipais, vereadores e líderes comunitários que veem nele a melhor opção para governar o Maranhão a partir de janeiro de 2023.

Com a humildade de sempre, comunicação fácil, muito carisma e bem situado nas pesquisas, Edivaldo Holanda Junior respira otimismo e confiança no sucesso do projeto de governar o Maranhão.

Fonte: Política Local / Via Atual7 e blog do Jorge Vieira


Comentário: 

Este sim, seria um vice de respeito a ser considerado para fazer chapa com Brandão, caso Felipe Camarão se decida pela Câmara Federal. Leal a Flávio Dino, colocou como condição a sua pré-candidatura ao Palácio dos Leões pelo PSD, o apoio inegociável a candidatura de Dino para o Senado Federal.

Atitudes desse tipo, devem ser não somente valorizadas na política, como também merecem o respeito e a consideração por parte de seus pares, ao invés de priorizarem alianças politiqueiras com traíras e corruptos.

Edivaldo se demonstrou um fiel aliado de Flávio Dino, do começo ao fim dos seus dois mandatos como prefeito da capital maranhense, e seria um gesto mais que louvável por parte do grupo político de Dino, uma sinalização de reciprocidade na convergência de objetivos.

Fica a torcida!

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Terceira via no Maranhão? Analisando a corrida para o Executivo estadual

Foto: Reprodução

Tenho dito algo há algum tempo, e entendo que isto se refere ao momento que o Maranhão vive politicamente, sobre sucessão. É o grande problema das democracias ocidentais: quem assume depois que eu levantar da cadeira? Como continuar um projeto eleitoral que vigorou por oito anos? A classe política quebra a cabeça para tentar a todo custo resolver esta equação e hoje há uma nuvem que acompanha cada passo do atual governador Flávio Dino.

Vou tentar, de maneira breve, colocar em perspectiva tudo o que está em jogo na disputa pelo Palácio dos Leões (sede do executivo estadual) que vai ocorrer em menos de 12 meses. A despeito das análises que li, entendo que é um momento agudo não somente para a figura de Dino, mas para uma maneira de governar a máquina pública.

Em primeiro lugar, parece-me que a coalizão heterogênea montada por Dino em 2014 já foi suficientemente explicada, mas me remeto a ela mais uma vez, porque é dela – e de suas fraturas – que nascem as disputas mais imediatas sobre a sucessão. De um lado o senador pedetista Weverton Rocha, que em 2018 consolidou uma vitória expressiva nas urnas e conta, sobretudo, com a estrutura partidária mais madura e capilarizada do Estado.

A força do PDT não pode ser ignorada e Weverton (e seus adversários) sabem disto. Hoje ele faz um movimento semelhante ao que vimos em 2018, quando viabilizou sua candidatura à câmara alta: apoio antecipado e sistemático de prefeituras pelo interior do Estado. Aquilo que chamo de “candidatura irreversível” é o grande trunfo do senador, uma vez que a continuidade do projeto dinista parece uma condição cada vez mais delicada, principalmente depois do que aconteceu nas eleições municipais de 2020.

Do outro lado o vice-governador Carlos Brandão (PSDB) figura como candidato orgânico, por assim dizer, por carregar consigo algo que Dino valoriza: lealdade política. Entre os termos que comporiam uma eventual gestão de Brandão a frente do governo estadual, a defesa das principais plataformas de centro-esquerda que marcaram os oito anos de mandato até aqui permanece como uma incógnita. Sua eleição significaria uma continuidade ruptura? Há quem diga que o vice precisa melhorar muito para ser um player com fôlego para os debates do ano que vem, mas independente disto, se Brandão for o candidato com suporte integral de Dino, o cenário fica favorável ao seu desempenho na corrida até outubro.

A preocupação maior, além de ter de escolher entre um e outro deve ser o cálculo do tamanho da fratura dentro da coalizão. Uma vez que as forças políticas já se sacodem dentro da estrutura montada, o apagar das luzes da era Dino lembra aquele último gole de café no fundo da xícara. Entendo que a sua candidatura a única vaga para o senado disponível vai dar o tom de qual tamanho sua personalidade vai adquirir nas próximas décadas. Como contarão a história de Dino: como um governador que dominou o Estado por “apenas” oito anos ou como uma liderança política que aglutinou uma classe com mentalidades tão diferentes em direção à melhoria de indicadores sociais?

Essa resposta passa por uma decisão difícil, mas necessária, de conduzir o voo final do governo, em direção a uma renovação das bases políticas debaixo de um mesmo signo. Sob o território maranhense ainda paira um fantasma oligárquico, de mando familiar por anos a fio. É com esta sede de nostalgia que Roseana Sarney, uma postulante improvável ao cargo, lidera as intenções de voto. Difícil imaginar que ela bancará uma candidatura nestas condições, ainda mais porque tem a maior rejeição entre os candidatos.

No entanto, a última semana trouxe um elemento diferente para a escolha dicotômica governista: o anúncio da pré-candidatura do secretário estadual de educação Felipe Camarão (PT) à disputa pelo Palácio dos Leões.

Camarão lidera uma frutífera aposta que Dino fez na administração pública durante seu mandato. Montou um perfil de secretariado na expectativa de oxigenar a máquina pública e, na minha avaliação, colheu bons frutos desta escolha.

Uma eventual terceira via com Camarão, tendo apoio do ex-presidente Lula e a contraposição ao governo Bolsonaro seria suficiente para uma vitória? Muito cedo para dizer, mas ainda assim é um movimento interessante, pois além de oferecer a Dino a possibilidade de desviar da escolha entre os dois postulantes anteriormente mencionados, ofereceria um palanque puro sangue a Lula no Estado, traria para a disputa um candidato alinhado ideologicamente com o seu projeto político e de quebra garantiria ao atual governador a chance de emplacar um sucessor resultado de uma aposta genuinamente sua.

Quando Dino cruzar a avenida Pedro II, se despedindo da residência oficial do governo, ficará marcado para sempre como o político que extinguiu as escolas de taipa no Estado, modernizando uma estrutura educacional que, em um curto espaço de tempo, trouxe avanços significativos no IDEB. Será lembrado, por óbvio, por ter derrotado a família Sarney de maneira repetida e consistente, será lembrado pelas escolhas que fez durante as duas primeiras ondas da pandemia do coronavírus, mas será lembrado (e este feito ele divide com o secretário Camarão) pela maneira com que mostrou que investimento público significativo na educação traz benefícios para uma geração inteira.

As condições de sucessão nunca são fáceis, mas a história recente da política nacional mostra que quanto menos imposta for uma coalizão, mais sucesso e espaço ela terá para evitar retrocessos. Os louros de um governo exitoso podem ser divididos com muitos atores, mas o peso de um eventual fracasso geralmente encontra só um ou dois sobrenomes.

Assim como, no século passado, a chegada de Vitorino Freire ao poder, a posse de José Sarney em 1966, e as vitórias de Epitácio Cafeteira e Jackson Lago, em 2022 o Maranhão vai testemunhar mais um momento crucial de sua história política: quer vejamos a consolidação de um grupo vitorioso pela terceira vez nas urnas, quer vejamos o sucesso da fratura de uma nova força do Estado, o próximo ano trará um cenário emblemático. O seu desenrolar começa hoje.

Por Hesaú Rômulo, Doutorando em Ciência Política (IPOL/UnB) e Professor de Ciência Política da UFT

Fonte: Estadão