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| Imagem: reprodução |
O cientista político Elias Tavares avalia que a megaoperação deflagrada hoje nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, recoloca a segurança pública como eixo central do debate político nacional, com efeitos diretos no cenário eleitoral de 2026.
Segundo Elias, o episódio revela mais uma vez que o país vive uma polarização de narrativas. “De um lado, o governador Cláudio Castro busca afirmar o protagonismo do Estado do Rio no enfrentamento às facções e já posiciona o tema como bandeira de gestão. Do outro, lideranças de esquerda criticam o modelo repressivo e responsabilizam o abandono histórico dos territórios — como disse o ministro Guilherme Boulos, ‘o problema não é o barraco, é a Faria Lima’.”
Para o analista, não há neutralidade possível quando o assunto é violência no Rio:
“Quando o Estado entra em guerra, a política entra junto.”
Elias destaca que a operação, embora letal, encontra apoio majoritário numa população exausta do avanço das facções e da falta de controle territorial:
“Se chegamos ao ponto de precisar invadir comunidades e ceifar vidas, é porque as políticas públicas falharam lá atrás. Mas, no palco em que estamos, há uma guerra em curso. E, nesse contexto, é natural que a sociedade enxergue a ação como necessária.”
O cientista político ressalta que a operação fortalece a pauta conservadora da segurança pública, que volta a ter mais apelo que temas como a anistia de 8 de janeiro — reforçando o campo da direita e dando fôlego ao PL no Rio de Janeiro.
Para ele, Cláudio Castro — já reeleito e mirando seu próximo passo político — criou um fato político de grande alcance:
“Castro se coloca como o governador que não se acovarda. Se a operação for percebida como eficaz, ele sai maior e se credencia para disputas nacionais, como o Senado. Se der errado, tentará dividir o custo com o Governo Federal.”
Tavares conclui que o episódio simboliza o drama histórico do Rio:
“O Rio transforma segurança em eleição e eleição em segurança. Quem controla o território controla a política. E o eleitor não tem mais paciência para teorias: quer resultado.”
Fonte: ET Eventos - Elias Tavares
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