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A Petrobras já perdeu R$ 102 bilhões em valor de mercado e registrou 26,75% de desvalorização, em dois pregões, conforme dados levantados pelo Valor PRO, serviço de informações em tempo real, durante a manhã desta última segunda-feira (22). As ações permanecem impactadas com uma onda de vendas dos investidores.
À vista disso, os riscos de recuo continuam e podem ficar ainda maiores. No fechamento de quinta-feira (18), antes da disparada da crise, a estatal saiu de R$ 383 bilhões para ser negociada a R$ 280 bilhões. A queda aconteceu após o anúncio de que o general Joaquim da Silva e Luna irá substituir Roberto Castello Branco na presidência da companhia.
A mudança, indicada pelo presidente Jair Bolsonaro, aumentou as preocupações em relação a independência da estatal e sua política de preços, que acompanha as cotações do dólar e do petróleo no mercado internacional. Além disso, foi provocada uma série de rebaixamentos de recomendação por parte de bancos e corretoras.
Na terça-feira (23), os preços do petróleo subiam perto de 1%, sustentados pela expectativa de alívio em restrições associadas à Covid-19 pelo mundo, perspectivas econômicas positivas e menor oferta nos Estados Unidos. O mercado aguarda os resultados da reunião do Conselho de administração agendada para hoje.
Ações
No Brasil, as ações ordinárias da estatal fecharam a segunda-feira em queda de 20,48%, aos R$ 21,55, com giro de R$ 2,886 bilhões. Enquanto as preferenciais caíram 21,51%, a R$ 21,45 e volume de R$ 10,8 bilhões. Já o Ibovespa fechou em queda de 4,87%, a 112.667 pontos, com os investidores temendo uma maior interferência na gestão das estatais e colocando em dúvida a agenda liberal do governo Bolsonaro.
Com o tombo, a Petrobras encolheu R$ 74,2 bilhões em valor de mercado em um único pregão. As perdas só se comparam ao recuo de 21,08% e 20,50%, respectivamente, marcados em março de 2020, quando as preocupações e incertezas em relação a oferta global de petróleo estavam maiores em razão pandemia de Covid-19.
Ações de outras estatais também sofreram sob efeito da ameaça de mais medidas intervencionistas por parte do governo federal. O Banco do Brasil, por exemplo, tomba 10,45%, já a Eletrobras, cuja ações ON e PNB têm queda de cerca de 4%.
Gestores afirmam que há um claro movimento de zeragem de posição por parte do fundos, tanto nos papéis da Petrobras quanto nos das outras estatais. Segundo um especialista, posições serão ajustadas. Ele ressalta que a incerteza sobre a tese de investimentos aumentou significativamente, e não faz mais sentido manter as mesmas posições.
Fonte: saoluisdofuturo