sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

"Não há previsão de adiarmos o Enem", diz presidente do Inep

Foto: Reprodução
Realização do exame em outras datas não pode ser assegurada, afirmou.

O presidente do Inep, Alexandre Lopes, disse ontem (14) que, até o momento, não há previsão de adiamento da aplicação do Enem em nenhum município. Sobre a possibilidade de adiar a aplicação do exame em Manaus (AM), onde os níveis de contaminação pela covid-19  apresentam alta, Lopes disse que não há, até o momento, nenhuma decisão. “Há apenas discussão.”

“A situação do Amazonas é diferenciada. Durante a semana entramos em contado com governador e outras autoridades. O diálogo é aberto. Um bom ambiente de discussão para chegarmos a uma solução”, informou o presidente por meio de áudio enviado à Agência Brasil.

Segundo ele, o Inep recorrerá de eventuais decisões judiciais contrárias à aplicação da prova. Sobre a possibilidade de decretos locais, proibindo a realização do exame, Lopes disse que os prefeitos têm de saber que é grande o risco de não se conseguir realizar o exame em outras datas.

“Não podemos assegurar isso a todas cidades. Se as autoridades proibirem a realização das provas, não poderemos assegurar que vai conseguir aplicar a prova em outras datas. E se não for possível fazer a reaplicação, [os candidatos] vão perder o Enem 2020. Só vão poder fazer o Enem 2021”, disse ele referindo-se às várias etapas de impressão e logística necessárias para a realização do Enem. 

Além disso, “o Enem é base para as políticas de acesso a universidades privadas por meio de bolsas e de financiamento estudantil”, complementou.

Fonte: Ag. Brasil


Comentário

É uma completa falta de sensatez desse desgoverno e do Inep, não adiar as provas do Enem que ocorrerão no próximo domingo (17), especialmente nas condições em que se encontra a cidade de Manaus. Isso é o que podemos chamar de definição de "genocídio", pura e simplesmente. A falta de capacidade de análise e ineficiência, durante essa pandemia, simplesmente não condiz com as decisões de pessoas sensatas e capacitadas. É colocar em risco quase 6 milhões de estudantes, professores e demais profissionais.

O Brasil já apresenta novamente média de 1000 casos de mortes diárias (Brasil tem 3ª maior alta de mortes por covid-19 entre países mais letais no pós-festas) e promover aglomeração de pessoas, que terão que ficar 5h e 30 minutos confinadas em salas, muitas das vezes, sem condições adequadas de ventilação e com máscaras, é um ato criminoso que deve ser interrompido, e se levado adiante, responsabilizado, pois não há medidas de segurança que sejam 100% eficazes.

Vejam a questão da nova variante do covid-19, mais contaminante ainda, isso, a beira de entrarmos no início do plano de imunização nacional. É uma questão de humanidade e razoabilidade. Não se pode sacrificar a vida das pessoas por conta de processos logísticos e financeiros que podem, e devem ser adiados. Estamos em meio a uma pandemia que não acabou, não diminuiu, ou muito menos chegou na segunda onda como na Europa.

Alguém tem que ter o bom senso nesse país de deter as desvairadas decisões desse desgoverno insano. Ao STF caberia tomar novamente a decisão pelo executivo, frente a incapacidade do “GENOCIDA DA REPÚBLICA”, pois foi ao STF que coube delegar aos governadores e prefeitos, as medidas de quarentena adequadas, em caso de omissão Federal.

Ao Congresso e suas casas, a Câmara e o Senado, deveriam se preocupar menos com as eleições da presidência de ambas, e adiar a pauta, como foi feito com as eleições municipais dos estados, para priorizar a vida dos brasileiros que estão morrendo aos milhares depois de uma alta considerável do número de mortes após as aglomerações de fim de ano. 

As aglomerações que serão promovidas por esse desgoverno e pelo Inep, para a realização das provas do Enem, "são um ato de genocídio", quem promove aglomerações por todo o país em tempos de pandemia, deveria ser considerado um "criminoso." E o Inep ainda pretende recorrer de eventuais decisões judiciais que impeçam tamanho absurdo, como foi o caso do Estado do Amazonas. É a velha questão histórica aqui:

"O mal triunfa sempre que os bons não fazem nada." Edmund Burke

E só há duas razões para isso: ou porque não querem fazer nada, ou porque querem ver o circo pegar fogo, mas não pensam nas vidas que estão sendo ceifadas pela pandemia de covid-19, diariamente.

Vejam o que diz a especialista em políticas 

educacionais da FGV - Cláudia Costin