quinta-feira, 19 de março de 2020

Surto de coronavírus pode destruir até 25 milhões de empregos, diz OIT e Ministério da Saúde desaconselha Ibuprofeno para tratar Covid-19

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Organização pediu medidas urgentes, em larga escala e coordenadas

A pandemia de coronavírus pode desencadear uma crise econômica global, destruindo até 25 milhões de empregos em todo o mundo, se os governos não agirem rapidamente para proteger os trabalhadores do impacto, alertou a Organização Internacional do Trabalho (OIT) na quarta-feira (18).

"No entanto, se virmos uma resposta coordenada internacionalmente, como aconteceu na crise financeira global de 2008/9, o impacto no desemprego global poderá ser significativamente menor", afirmou a OIT.

A organização pediu medidas urgentes, em larga escala e coordenadas para proteger os trabalhadores em seu local de trabalho, estimular a economia e apoiar empregos e renda.

Tais medidas devem incluir a extensão da proteção social e apoio à retenção de empregos por meio de jornada reduzida ou licença remunerada, além de benefícios financeiros e fiscais, inclusive para micro, pequenas e médias empresas, acrescentou a OIT.

Com base em diferentes cenários para o impacto da pandemia sobre o crescimento econômico global, o desemprego global estimado pela OIT aumentaria entre 5,3 milhões (cenário "baixo") e 24,7 milhões (cenário "alto"). Em comparação, a crise financeira global de 2008/9 aumentou o desemprego global em 22 milhões de pessoas.

"Isso não é mais apenas uma crise global de saúde, é também uma grande crise no mercado de trabalho e econômica que está causando um enorme impacto nas pessoas", disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder.

"Em 2008, o mundo apresentou uma frente unida para lidar com as consequências da crise financeira global, e o pior foi evitado. Precisamos desse tipo de liderança e resolução agora", acrescentou.

 Ibuprofeno desaconselhado para tratar Covid-19


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OMS indica medicações analgésicas como paracetamol e dipirona

Nota técnica divulgada pelo Ministério da Saúde recomenda “o não uso” de ibuprofeno e outros anti-inflamatórios não esteroidal (AINE) para pessoas com sintomas do novo coronavírus.

A orientação do ministério segue recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) que desde terça (17) indica medicações analgésicas, tais como paracetamol e dipirona.

Os anti-inflamatórios não esteroidal, como ibuprofeno, costumam ser utilizados em casos de dor, febre, inflamações e cólicas menstruais. Apesar de muito difundidos, autoridades sanitárias questionam a eficácia dos medicamentos.

Desde o ano passado, conforme noticiado pela Agência Brasil, a Agência Nacional de Segurança do Medicamento e dos Produtos de Saúde da França alerta que esse tipo de fármaco pode agravar infecções durante tratamentos.

A nota técnica também trata do uso de Inibidores de Enzima Conversora de Angiotensina (IECA), prescritos para tratamento da hipertensão arterial, e dos Bloqueadores de Receptores de Angiotensina (BRA), usados no tratamento de insuficiência cardíaca, entre pacientes que tenham contraído a Covid-19.

Conforme o documento, em linha com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, não há “evidências definitivas” que esses medicamentos possam ser “fator de risco de gravidade” para pessoas com o novo coronavírus e que já sofram com hipertensão, insuficiência cardiáca e também diabetes. Dessa forma, a nota recomenda que “os pacientes não interrompam seus tratamentos de medicamentos IECA ou BRA, principalmente sem recomendação médica”.

Fonte: Ag. Brasil