sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Movimento 65 pode vir a ser a nova identidade visual da sigla PCdoB com o verde e amarelo como cores oficiais

Foto: Reprodução
A direção nacional do PCdoB atribuiu à “escassez de notícias políticas entre o Natal e o Ano Novo” a informação divulgada no sábado (28) sobre uma mudança de identidade do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). De acordo com notícias do portal Vermelho, que é alinhado ideologicamente ao partido,  houve apenas, na reunião da direção nacional, o lançamento do Movimento 65.

Trata-se de “um lugar para os lutadores e lutadoras das causas da classe trabalhadora e do povo, intelectuais e agentes culturais progressistas, líderes da sociedade civil”, descreve o portal comunista.

Ainda de acordo com O Vermelho, a iniciativa não chega a ser uma novidade “na centenária trajetória dos comunistas do Brasil, sempre inventivos em buscar saídas para as situações mais complexas da luta política”. Foi assim, acrescenta, que surgiu a Aliança Nacional Libertadora, a ANL, “instrumento amplo para enfrentar a ditadura do Estado Novo agregando uma diversidade maior de segmentos da sociedade brasileira com base na defesa da democracia e dos interesses nacionais”.

Na resistência à ditadura militar, diz o portal, “os comunistas atuaram no MDB, depois PMDB, buscando agregar setores mais avançados daquele partido de frente em articulações como Bloco Popular e Tendência Popular. O objetivo era sempre o mesmo, agregar o máximo de força para obter avanços e defender a democracia. 

Com o Movimento 65, o PCdoB deve deixar de usar a expressão comunista, o símbolo da foice e o martelo e ainda trocará a cor vermelha pelo verde e o amarelo (antes atribuídos à direita) em suas peças de propaganda.

O movimento “se direciona a acolher filiações democráticas de lideranças de feições políticas e ideológicas amplas e comprometidas com uma plataforma patriótica, democrática e progressista para as cidades e o país”, explica a presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, ao negar boatos de que o partido renegaria sua identidade.

“O PCdoB, neste momento, se movimenta para crescer e se fortalecer visando à sua participação nas eleições de 2020 e para defender o Brasil e a classe trabalhadora em face do desastroso governo Bolsonaro”.

Ao anunciar o Movimento 65, o PCdoB conclamou “que todos e todas venham compartilhar conosco a legenda 65 como símbolo democrático, patriótico e popular, destinado a dar pluralidade à esquerda, atender aos anseios do povo por uma vida melhor e defender o nosso país”.

A identidade dos comunistas do Brasil: unir forças para obter avanços, como expressa o mesmo documento ao afirmar que “o Brasil precisa de uma oposição forte, ampla e vigorosa”, diz a direção da legenda.

A nova marca já foi encomendada e faz parte dos planos da legenda de lançá-la em janeiro de 2020. A data, no entanto, ainda não foi marcada.

A ideia é a mesma que foi defendida nas eleições de 2018 pela então candidata a vice, na chapa do petista Fernando Haddad, Manuela D’Ávila: a criação de uma frente ampla de esquerda, contra o bolsonarismo.







A ex-deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), que integra a executiva nacional do partido e foi candidata a vice-governadora de Minas Gerais na chapa encabeçada pelo petista Fernando Pimentel, explica que a intenção do partido é driblar o cenário artificial propagado principalmente pelo governo de Jair Bolsonaro, que insiste na ideia de uma “ameaça comunista” sobre o país.


“Eu não chamaria nem de ‘nome fantasia’ mas de uma nova expressão para melhor dialogar com a sociedade e deixar mais claro o sentido do nosso partido, que vai completar 100 anos e que tem a cara do Brasil”, explicou.

A ex-parlamentar defende a mudança e acredita se tratar de apenas uma forma de se desvencilhar dos “inimigos” inventados por parte dos detratores do partido e das esquerdas.


“Parte da elite desse país faz a sua política criar inimigos, criar adversários e parte dessa mesma elite de tendências fascista tem o hábito de criar uma fantasia de que há uma ameaça comunista, criando um cenário artificial. Isso aconteceu durante a ditadura militar. Não é de hoje que isso acontece. Hoje se intensificou com o Bolsonaro. Com essa nova marca, nós queremos afirmar a visão democrática, nacionalista e libertária que PCdoB sempre representou”. 

Comentário

Se é verdade ou não, o fato é que a única forma do partido agregar simpatia nacional é mudando sua identidade visual ultrapassada, "SE LEVARMOS EM CONSIDERAÇÃO UM CENÁRIO NACIONAL",  e mostrar que não tem a mesma ideologia radical do passado que estigmatiza e polui a mentalidade da população do país e torna a sigla alvo fácil de desconstrução do governo atual. 

Fonte: mahoje / via: O Vermelho e Metrópoles