quinta-feira, 28 de novembro de 2019

PDT tenta se aproximar do PSB para fortalecer Ciro como alternativa a Lula

Foto: Ana Paula Paiva
No ano passado, o PSB ficou perto de fechar aliança com o ex-governador do Ceará, mas acabou ficando neutro após o PT apoiar à reeleição de Paulo Câmara

Com a saída do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) da prisão, o PDT tenta se aproximar do PSB para fortalecer o projeto do ex-governador Ciro Gomes (PDT) como alternativa à candidatura presidencial petista em 2022. Os pedetistas também conversam com PV, Rede e até o DEM do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Os presidentes do PDT, Carlos Lupi, e do PSB, Carlos Siqueira, se reuniram na terça-feira (19), em Brasília para uma primeira conversa. “Fui a ele propor que a gente começasse a discutir um caminho de centro-esquerda para o país, uma alternativa fora do ódio, para romper essa polarização que é conveniente para os dois lados [Lula e o presidente Jair Bolsononaro]”, disse Lupi. Num segundo momento, projetou, se somariam Rede e PV a esse projeto.


"Temos que construir uma alternativa que saia do ódio. Ódio mais ódio só multiplicação do ódio, não é como negativo com negativo que dá positivo. A gente tem que começar a pensar no Brasil e encontrar uma saída que saia da política do ódio", declarou Lupi.


PDT quer aliança com PSB para isolar PT - Foto: Reprodução

A negociação de um programa eleitoral passaria, primeiro, pelo apoio mútuo a candidaturas nas capitais e cidades com mais de 200 mil eleitores, onde há segundo turno. O PSB tem interesse especial em fortalecer duas candidaturas: a do ex-governador Márcio França para a Prefeitura de São Paulo e a do deputado federal João Campos à Prefeitura de Recif

Siqueira evita falar em alternativa ao PT e afirmou que está à disposição para conversar com Lula, mas diz que o primeiro discurso do ex-presidente logo após sair da cadeia sinalizou que os petistas não estariam dispostos a abrir mão para aliados nos principais colégios eleitorais. “Conversamos com todos, mas aliança não é só adesão, precisa de reciprocidade”, cobrou.

Em 2018, o PSB ficou perto de fechar aliança com o Ciro Gomes, mas acabou ficando neutro após o PT apoiar à reeleição do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). Em 2020, os petistas sinalizam de novo com a possibilidade de abrir mão da candidatura em Recife para fechar aliança com João Campos, filho do ex-governador Eduardo Campos, morto em 2014.

Ciro busca ampliar ainda mais o arco de alianças, ao conversar com Rodrigo Maia e o presidente do DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto. “Isso é início de uma costura. A paróquia não pode falar mais alto que a catedral. Não pode a discussão do municípios ser mais importante que a do Brasil e estamos conversando sobre um programa para desenvolvimento do país”, afirmou Lupi, que se reuniu com os líderes do DEM duas vezes recentemente.





Siqueira defendeu também que uma proximidade seja buscada com partidos fora do espectro ideológico da esquerda.


"É uma conversa de dois partidos políticos que têm muito em comum em matéria de história e ideias. O combate que temos que fazer hoje é a defesa da democracia, direitos sociais e da construção de um futuro diferente para o país. Temos várias coisas em comum e sempre pregamos a ideia de uma frente muito mais ampla que a esquerda, o momento exige a criação de uma frente que pode congregar setores de centro e de esquerda", declarou.

Embora esteja reforçando a posição do PSB como partido de esquerda, Siqueira também defendeu a aproximação com o DEM. “Na nossa visão é que o partido não está acima dos problemas do país e que precisamos juntar forças para além da esquerda para frear a grave ameaça à democracia e o retrocesso dos direitos sociais”, afirmou o presidente do PSB.

Fonte: valoreconomico / via congressoemfoco