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quinta-feira, 5 de outubro de 2023

Jon Fosse: 5 obras para conhecer o vencedor do Nobel de Literatura 2023

Foto: reprosução
Norueguês autor de romances, poesias e peças teve seus livros traduzidos para mais de 50 idiomas, incluindo português; editora Fósforo irá lançar uma das obras neste mês.

Nesta quinta-feira (5), a Academia Real Sueca de Ciências concedeu o Prêmio Nobel de Literatura de 2023 ao autor norueguês Jon Fosse por "suas peças e prosa inovadoras que dão voz ao indizível." Os livros dele já foram traduzidos para mais de 50 idiomas.

O escritor nascido em 1959 na comuna de Haugesund, na Noruega, redige na língua nova norueguesa, uma variante minoritária do idioma que compila dialetos falados sobretudo na costa do país escandinavo. Ele já se aventurou por diversos gêneros: romance, poesia, conto, ensaio, traduções, literatura infantil e teatro. "Embora seja hoje um dos dramaturgos mais amplamente encenados no mundo, ele também tem sido cada vez mais reconhecido por sua prosa", ressalta o comitê do Nobel.

Em uma entrevista concedida ao The Guardian em 2014, Fosse, que havia sido uma das apostas da premiação no ano anterior, admitiu que gostaria de vencê-la. “Mas a verdade é que fiquei muito satisfeito quando chegou a notícia de que não fui eu", relatou, na época. "Normalmente, eles escolhem escritores muito antigos, e há uma sabedoria nisso – você recebe [o prêmio] quando ele não for afetar sua escrita".


Retrato de Jon Fosse divulgado pelo Prêmio Nobel — Foto: Niklas Elmehed
© Nobel Prize Outreach - Imagem: reprodução

Aos 64 anos de idade, o norueguês finalmente viu sua vez chegar. Confira a seguir 5 obras para conhecer Jon Fosse.

1. Raudt, svart, de 1983

Segundo a editora Companhia das Letras, Fosse teve sua estreia literária em 1981, com a publicação do conto Han em um jornal estudantil. Mas seu romance de estreia, Raudt, svart ("Vermelho, preto", sem publicação no Brasil) só foi publicado dois anos mais tarde, em 1983.

A Academia Real Sueca de Ciências descreve o romance como "tão rebelde quanto emocionalmente cru". A obra aborda o tema do suicídio e, "de muitas maneiras, estabelece o tom para seu trabalho posterior", segundo o comitê.



2. Melancholia I; Melancholia II, de 1995 e 1996 (Melancolia, lançada no Brasil em 2015 pela editora Tordesilhas)

Melancolia narra a história de um personagem real: o pintor de paisagens Lars Hertervig, que nasceu em Hattarvågen, na costa oeste da Noruega, em 1830, em uma família de agricultores quaker muito pobre. Segundo descrição da Amazon, o protagonista recebe a ajuda de um mecenas para estudar arte em Düsseldorf, na Alemanha, "mas padece com terríveis inseguranças, obsessões sexuais e delírios incapacitantes".

A edição brasileira da obra reúne Melancholia I, de 1995, e a sequência Melancholia II, de 1996. Esta segunda parte, inclusive, é narrada pela irmã fictícia de Hertevig, Oline.


3. Det er Ales, 2004 (É a Ales, lançada no Brasil em 2023 pela Companhia das Letras)

Neste romance, o narrador onisciente costura as reminiscências de Signe, uma mulher cujo marido, Asle, desapareceu após sair de barco em um fiorde. Mas as memórias da protagonista vão além da sua vida conjugal: elas também abordam laços de família e dramas que remontam a cinco gerações, até sua trisavó.

"[O livro] oferece uma reflexão assombrosa sobre o amor, a perda e o legado de nossos antepassados", segundo texto de divulgação da Companhia das Letras, editora que lançou o livro em setembro no Brasil.

Vencedor do Norwegian Critic's Prize e finalista do International Booker Prize, É a Ales é construído com uma longa frase quase inteiramente moldada por vírgulas – outras pausas ocasionais são feitas por pontos de interrogação, quebras de linha e expressões como "eu acho" e "entendo".


4. Septologien, finalizada em 2021 (Septologia, a ser lançada no Brasil em 2025)


Dividida em três livros, Fosse completou esta obra em 2021. Ela é composta por Det andre namnet (2019); Eg er ein annan (2020) e Eit nytt namn (2021). A editora Fósforo anunciou que lançará o romance no Brasil em 2025.

Septologia tem como protagonista Asle, um velho pintor viúvo e solitário. Ele faz uma espécie de monólogo no qual fala consigo mesmo como se fosse outra pessoa. "A obra parece progredir infinitamente e sem quebras de frases, mas é formalmente mantida unida por repetições, temas recorrentes e um período de sete dias fixo. Cada uma de suas partes começa com a mesma frase e termina com a mesma oração a Deus", descreve o comitê do Nobel.

Em uma entrevista em 2022 ao site do jornal The New Yorker, o autor norueguês disse acreditar que os três volumes são universos únicos. "Mas, ao mesmo tempo, eles estão conectados. É isso que faz dele um romance, essas três novelas juntas", ele afirmou.


5. Kvitleik, 2023 (Brancura, que será lançado em outubro pela editora Fósforo)

Com lançamento no Brasil previsto para o próximo dia 26 de outubro pela editora Fósforo, Brancura é um breve romance de tom onírico. Nele, um homem começa a dirigir sem rumo e, desconhecendo as próprias motivações por trás desse comportamento, acaba conduzindo seu carro até uma floresta. Então escurece, e a neve começa a cair.

"Obedecendo à lógica trágica e misteriosa que opera nos pesadelos — ou no encontro inescapável com o destino —, em vez de procurar ajuda, ele decide se aventurar pela mata escura, onde se depara com um ser de brancura reluzente", descreve a Fósforo em comunicado.


Fonte: revistagalileu


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sexta-feira, 2 de junho de 2023

REVOLUCIONÁRIO! e-Fuel, conheça a gasolina que não depende do preço do petróleo

Foto: reprodução

Com o vai e vem no preço da gasolina, cresce em todo o mundo um movimento preocupado em criar alternativas mais sustentáveis (e baratas) para o combustível proveniente do petróleo. Uma empresa chilena, por exemplo, desenvolveu o e-Fuel, que promete ser um substituto viável para a gasolina convencional.

Inclusive, ele pode ser utilizado em motores de carros, navios e aviões atuais, sem a necessidade de modificações tecnológicas.

O novo combustível é uma criação da HIF (Highly Innovative Fuels). A produção da gasolina sintética é feita sem utilizar o petróleo, tendo como matéria-prima apenas o ar e a água.

Para isso, são utilizados eletrolisadores, responsáveis por dividir a água em oxigênio e hidrogênio, por meio do uso de energia eólica. A partir daí, o dióxido de carbono capturado da atmosfera é filtrado e combinado com o hidrogênio da água para produzir o metanol sintético, que é convertido no eFuel. O processo é explicado no vídeo abaixo.



A gasolina que não vem do petróleo

Por enquanto, a produção do combustível é considerada cara demais. Porém, ela surge como uma potencial alternativa, por não depender das oscilações da cotação internacional do petróleo. E, no futuro, quando as reservas do combustível fóssil baixarem, o e-Fuel pode dar uma sobrevida aos carros movidos a combustão.

A Fórmula 1, por exemplo, já avalia a adoção do e-Fuel nos seus carros de corrida já a partir de 2025. A ideia é manter a propulsão híbrida de motores já adotada, porém com o novo combustível e mais eletrificação.

A migração para o eFuel também seria interessante sob o ponto de vista ambiental, pois ajuda a frear as emissões de carbono e reduzir os efeitos das mudanças climáticas.

Segundo a startup, outra vantagem é que os postos de gasolina convencionais não precisariam ser alterados, pois, os consumidores podem simplesmente acessar as bombas existentes e encher seus tanques da maneira tradicional. Além disso, o eFuel pode ser transportado pelo mundo da mesma forma que outros combustíveis de hoje em dia.


Imagem: reprodução

Startup quer produzir 550 milhões de litros de eFuel até 2027

Por mais que as grandes montadoras estejam empenhadas em desenvolver carros elétricos, marcas como Volkswagen, Audi e Bosch estão apostando no desenvolvimento de combustíveis sintéticos e de zero carbono. Recentemente, a Porsche e outras empresas anunciaram o investimento de US$ 260 milhões na produtora chilena.

No final do ano passado, a HIF iniciou oficialmente a produção do eFuel. A expectativa é alcançar durante a fase piloto uma produção de cerca de 130 mil litros da gasolina sintética por ano. A ideia é capturar mais de 25 milhões de toneladas por ano de CO2 da atmosfera, produzindo cerca de 150 mil barris por dia de e-Fuel.


Foto: reprodução

Para os próximos anos, esse montante deve subir até 55 milhões de litros de eFuel até 2025, e alcançar 550 milhões de litros até 2027.

A startup escolheu o norte do Chile para iniciar o projeto, pois esta região conta com ventos que sopram durante cerca de 270 dias por ano. Isso permite manter as turbinas eólicas em plena capacidade. A fábrica também está localizada próximo do Estreito de Magalhães, o que facilita a exportação do combustível.

[O eFuel] é a nossa resposta ao desafio global das mudanças climáticas e descarbonização, que exige uma solução global, tornando nossa expansão em mercados internacionais uma parte crucial da nossa estratégia”, afirmou César Norton, Presidente e CEO da HIF Global.

Por Hemerson Brandão


Fonte: gizmodo


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quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Cientistas dos EUA atingem ignição por fusão nuclear pela 1ª vez; entenda

Imagem: Reprodução

Pesquisadores do Laboratório Lawrence Livermore produziram mais energia no processo de junção de átomos do que a usada para impulsioná-lo, atingindo equilíbrio inédito.

A fusão nuclear é a reação que alimenta o Sol e funciona fundindo dois átomos. O Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE) e a Administração Nacional de Segurança Nuclear (NNSA) anunciaram na terça-feira (13) um feito inédito na área, que abrirá o caminho para avanços de energia limpa e defesa nacional.

De acordo com a transmissão ao vivo sobre o avanço, os cientistas do Laboratório Nacional Lawrence Livermore (LLNL), nos Estados Unidos, conduziram, no último dia 5 de dezembro, o primeiro experimento de fusão controlada da história a atingir o chamado equilíbrio de energia científico, isto é, o ponto de ignição por fusão nuclear, quando essa fusão se torna autossuficiente.

Isso significa que o experimento produziu mais energia a partir da fusão do que a própria energia do laser usada para impulsioná-la. Assim, a reação energética não precisa de estímulos externos para se manter estável.

Em termos técnicos, os pesquisadores obtiveram uma base científica fundamental para a energia de fusão inercial (IFE), embora ainda faltem avanços para alimentar residências e empresas com a abordagem. O resultado ultrapassou o limite conhecido anteriormente ao fornecer 2,05 megajoules (MJ) de energia ao alvo, resultando em 3,15 MJ de saída de energia.

A ideia de fusão de confinamento inercial é perseguida há 60 anos por cientistas. Na década de 1960, um grupo de pesquisadores pioneiros do LLNL levantou a hipótese de que lasers poderiam ser usados ​​para induzir a fusão em laboratório. A teoria foi liderada pelo físico John Nuckolls, que mais tarde atuou como diretor da instituição de 1988 a 1994.

Em busca do conceito, o LLNL construiu uma série de sistemas de laser cada vez mais poderosos, levando à criação da National Ignition Facility (NIF) — maior e mais energético sistema do tipo no mundo, localizado em Livermore, na Califórnia. O aparato usa raios laser poderosos para criar temperaturas e pressões como as dos núcleos de estrelas, planetas gigantes e armas nucleares explosivas.

Anúncio sem precedentes

O novo marco na fusão nuclear foi divulgado por Jennifer M. Granholm, secretária de Energia dos EUA, e Jill Hruby, administradora da NNSA; acompanhadas de Arati Prabhakar, diretora de ciência, tecnologia e política na Casa Branca; Marvin Adams, administrador dos programas de defesa da NNSA; e Kim Budil, diretora do LLNL.

Segundo anunciou Budil, apesar de muito ceticismo rondando o experimento, em agosto de 2022 os cientistas atingiram a marca recordista de 1,35 MJ de energia. Na semana passada, previsões melhoradas por aprendizado de máquina e uma rica base de dados coletados indicaram haver mais que 50% de chance de sucesso.

Em comunicado, o Departamento de Energia dos EUA informou que a conquista histórica e inédita fornecerá capacidade sem precedentes para apoiar o Programa de Gerenciamento de Estoque da NNSA e fornecerá informações valiosas sobre as perspectivas de energia de fusão limpa.

A previsão de aplicação da tecnologia em plantas de energia é somente para daqui a algumas décadas, de acordo com Budil. Mas a diretora acredita que a espera desta vez deva ser menor do que 60 ou 50 anos.

“Tivemos uma cápsula de ignição uma única vez. Para ter fusão comercial é preciso muitas coisas, você tem que produzir muitos eventos de ignição por fusão a cada minuto, você tem que ter um sistema robusto de drivers para permitir isso”, explica a especialista.

Fonte: revistagalileu

quarta-feira, 13 de abril de 2022

Conheça a lista das 100 empresas mais influentes de 2022 pela revista TIME

Empresas como Sony, Amazon, Pfizer e Ford ganham destaque.

A TIME, revista internacional de notícias semanais, divulgou a lista das 100 empresas mais influentes de 2022. A lista é dividida em cinco categorias, sendo elas: Pioneiros, Titãs, Líderes, Inovadores e Disruptores.

A TIME solicita indicações em todos os setores, incluindo assistência médica, entretenimento, tecnologia e muito mais, de uma rede global de editores e correspondentes, bem como de especialistas do setor. Em seguida, avaliam cada um em fatores-chave, incluindo relevância, impacto, inovação, liderança, ambição e sucesso. O resultado é um conjunto diversificado de 100 empresas que ajudam a traçar um caminho essencial a seguir.

VEJA A LISTA COMPLETA

Fonte: ADNEWS

terça-feira, 12 de abril de 2022

Barça x Real: a consolidação da presença feminina no futebol

Foto: Reprodução
Ainda temos um longo caminho rumo à tão almejada igualdade de gênero no futebol, mas começamos a ter boas histórias para contar e exemplos relevantes.

Noventa e uma mil pessoas lotaram o Camp Nou no último dia 30 para ver Barcelona e Real Madrid pelas oitavas de final da UEFA Champions League Feminina em um jogo sensacional, vencido pela equipe catalã por 5 a 2, que garantiu a vaga nas semifinais da competição. Além do feito em campo, o que se espalhou também foram as lindas imagens de um estádio lotado em uma partida de futebol feminino, com direito a “More than empowement” em mosaico, brincadeira com o tradicional “Més que un club” exibido nas arquibancadas nos jogos do masculino.

Tal feito deve realmente ser celebrado. O recorde anterior de público em uma partida feminina era a final da Copa do Mundo de 1999 entre EUA e China, com 90 mil pessoas no Rose Bowl. A marca atual é tão expressiva que supera inclusive os 86 mil espectadores registrados no último Barça x Real masculino em outubro do ano passado. Um grande momento para as jogadoras, que cumprem as mesmas rotinas de treino e de dedicação dos jogadores do masculino, porém com muito menos reconhecimento. Inclusive no aspecto financeiro.

Mas esse jogo está realmente virando e começamos a ver sinais claros de incentivo ao futebol feminino. A Conmebol, por exemplo, organizadora da Copa Libertadores masculina e feminina, anunciou em dezembro do ano passado o aumento considerável da premiação do time vencedor para 1,5 milhão de dólares a partir de 2022, contra os 85 mil dólares pagos até então.

O aumento das premiações em torneios é só um dos fatores que contribui para a expansão do futebol feminino. Com mais recursos, pode-se valorizar os talentos que jogam no clube e, é claro, investir em melhores condições para que os estádios lotados sejam cada vez mais uma realidade.

O futebol feminino começa a despertar o interesse das marcas e passa a ser visto também como negócio relevante. Ainda há uma longa estrada, mas vemos boas iniciativas em prática. Um bom exemplo é a Heineken, tão reconhecida por seu tradicional apoio a UEFA Champions League masculina, que depois do clássico com recorde de público exibiu outdoors pela Europa celebrando a conquista da equipe feminina do Barcelona. Um pequeno passo, mas de um significado enorme para mostrar como as mulheres vêm encontrando o seu lugar no futebol. A Nike, tradicional patrocinadora de atletas do futebol masculino, começa a ter cada vez mais esportistas mulheres e, em parceria com o Corinthians, lançou pela primeira vez uma camisa inspirada no time feminino, com os dizeres #respeitaasmina nas costas.

Ainda são cifras expressivamente menores, mas cada dia testemunhamos a mudança de uma realidade, abraçada por marcas que acreditam em um propósito de transformação para além de terem apenas um discurso.

E podemos ver essas mudanças dentro e fora de campo. O exemplo mais recente e emblemático foi a final do mundial de clubes da FIFA, em que vimos duas mulheres à frente dos dois melhores clubes do planeta. De um lado, Leila Pereira, presidente eleita do Palmeiras, e, do outro, Marina Granovskaia, diretora do Chelsea e conhecida como “Dama de Ferro”, em uma referência direta a Margaret Thatcher. Duas mulheres que lideram o futebol em clubes de expressão, um território até então visto como estritamente masculino. Sinal de mudança dos tempos.

Ainda temos um longo caminho rumo à tão almejada igualdade de gênero no futebol, mas começamos a ter boas histórias para contar e exemplos relevantes. Esperando que em um futuro não tão distante, esses exemplos façam parte da nossa realidade e que não sejam apenas ações pontuais. Seguimos assim na torcida pelo espaço da mulher no futebol. E lotando as arquibancadas.

Fonte: meioemensagem

sexta-feira, 8 de abril de 2022

Ralph Moeller surge como Poseidon e se junta a Arnold Schwarzenegger como Zeus e Salma Hayek como Hera em comercial da BMW no Super Bowl LVI

Imagem: Divulgação

O objetivo da montadora foi utilizar o alcance do evento promover o seu SUV elétrico, o BMW iX.

Um pôster de Schwarzenegger como Zeus chamou a atenção do grande público para a nova propaganda comercial do astro. Trata-se de um teaser para a campanha da BMW no Super Bowl LVI.





No vídeo, Schwarzenegger está em uma cafeteria pedindo um “macchiato”. A embalagem tem um nome escrito: Zeus. O atendente se atrapalha um pouco para pronunciar a palavra ao chamar o cliente. Neste momento, surge o deus grego para receber a sua bebida. Até pela escolha de Zeus como protagonista, o objetivo da BMW é utilizar o alcance do evento promover o seu SUV elétrico, o BMW iX.

Além de Arnold, a estrela hollywoodiana Salma Hayek também fez parte do elenco da campanha. Ela participou como Hera, esposa de Zeus. Já o ator Ralph Moeller, apareceu interpretando Poseidon. Confira as imagens compartilhadas pelos astros em suas redes sociais.




Para quem não o conhece, Moeller já atuou em ‘Gladiator‘, ‘Soldado Universal‘ e, assim como Schwarzenegger , já deu vida ao bárbaro Conan, só que na série de TV.

O comercial foi exibido durante os intervalos do Super Bowl, que aconteceu dia 13 de fevereiro nos EUA

No filme, eles deixam o Monte Olimpo para uma vida tranquila em Palm Springs, Califórnia, nos Estados Unidos. No entanto, a monotonia da aposentadoria rapidamente pesa sobre Zeus, que fica frustrado com constantes pedidos de seus vizinhos mortais para carregar seus equipamentos. Enquanto isso, Hera, em um esforço para trazer um pouco de emoção de volta à vida de Zeus, o presenteia com um BMW iX elétrico, que rapidamente ajuda a reacender seu marido.


Como se sabe, montadoras tem um longo histórico de investimento dentro do evento. Além da alemã, Kia, General Motors, Nissan e Toyota também tiveram comerciais durante a partida.


Fonte: mktesportivo / cinepop


quinta-feira, 7 de abril de 2022

Xadrez de Zelensky, o “heroico comediante” inventado pela mídia

Imagem: Reprodução

O maior especialista na ultradireita da Ucrânia lança um alerta sobre a maneira como a mídia minimiza o neonazismo da Ucrânia, para não fortalecer Putin.

A atual cobertura da guerra da Ucrânia está expondo pela primeira vez, na era Google, as vinculações entre a mídia corporativa brasileira e a internacional – e com os interesses geopolíticos do Departamento de Estado dos Estados Unidos.

Lava Jato foi uma operação de dentro para fora, da cobertura da mídia nacional sendo a fonte primária das informações. Assim, as vinculações eram identificadas através das relações óbvias entre juiz, procuradores e delegados com o Departamento de Justiça (DoJ) e do Estado.

Agora, não. Tem-se uma guerra de informações internacional, na qual o jornalismo é sacrificado, tornando-se propaganda. 

O mainstream transformou a cobertura jornalística em um roteiro da Marvel. Não consegue conceber que, de um lado, há um autocrata – Vladimir Putin – e de outro um governante autoritário – Zelensky. Ele já foi apresentado aos leitores de O Globo como o “heróico comediante”, aplaudido de pé no parlamento britânico e transformado em herói pela imprensa ocidental.

Fiquei esperando que os comentaristas internacionais da mídia nativa trouxessem mais dados sobre o Zelensky pré-guerra. Quem era ele? Como era seu governo antes da guerra? Quais suas relações com a extrema direita? 

Aguardei em vão. E, aí, fui à luta e descobri um personagem extremamente parecido com Jair Bolsonaro.

Confira os pontos de convergência:

Ponto 1 – com Departamento de Justiça e tudo

No Brasil e na Ucrânia, o primeiro movimento consistiu no impeachment de Dilma Rousseff; na Ucrânia na queda de Viktor Yanukovych, pró-Rússia. Ambos testaram a nova fórmula geopolítica, do golpe parlamentar somado ao chamado lawfare (o uso da Justiça como arma política).

Segundo a BBC,

“A crise começou em novembro quando Yanukovych recusou um acordo comercial com a União Européia (UE) que estreitaria os laços do país com o bloco em favor de uma aproximação da Rússia. Isso despertou a insatisfação de parte dos cidadãos e políticos que desejavam ver a Ucrânia mais próxima da UE”.

No Brasil, segundo palavras do próprio Michel Temer, Dilma caiu quando não aceitou a “ponte para o futuro”, o conjunto de medidas liberais preconizada pela OCDE.

À BBC, Yanukovych discordou que tenha sido deposto.

“Ninguém me derrubou. Fui forçado a sair do país porque a minha vida e a de meus entes amados estavam ameaçadas pelos vândalos fascistas que tomaram o poder”, disse.

O mesmo ocorreu por aqui. Movimentos como o MBL, sites de direita do Paraná e outros levantaram dossiês contra juízes da Suprema Corte, campanhas difamatórias contra os adversários do golpe, discursos de ódio contra a presidente, auxiliados por uma mídia propagadora do ódio. E, por trás, as parcerias do Departamento de Justiça (DoJ) com a Lava Jato.

No caso da Ucrânia, a participação americana ficou nítida em vários momentos, conforme o bem documentado fio do perfil @historia_pensar do Twitter

Havia o envolvimento direto do vice-presidente americano Joe Biden.

Foi firmado um acordo anticorrupção com o Departamento de Justiça norte-americano nos moldes da Lava Jato. O acordo dava ao DoJ o direito de indicar conselheiros de justiça, promotores e juízes para atuar diretamente no judiciário da Ucrânia, além de financiar a formação de advogados e quadros do judiciário ucraniano em Washington.

Em 2018, o Relatório Anual da OCDE detalhou o trabalho efetuado na Ucrânia.

“Em 2018, o Projeto Anticorrupção da OCDE para a Ucrânia recebeu novo apoio financeiro dos Estados Unidos e da Polônia, o que contribuiu para a capacitação aprofundada para lidar com a corrupção de alto perfil. (…)

O Projeto, em cooperação com a Embaixada dos EUA na Ucrânia (OPDAT e INL), organizou dois treinamentos em 2018, um dos quais realizado nas instalações da International Law Enforcement Academy (ILEA) em Budapeste, Hungria. O uso da experiência nacional se expandiu ainda mais: um dos analistas da NABU (o Gabinete Nacional Anticorrupção) atuou como um dos oito instrutores permanentes; especialistas da FIU (Serviço de Acompanhamento Financeiro, o COAF de lá), da Suprema Corte, do State Property Fund, da TI Ucrânia e da academia nacional contribuíram em suas respectivas áreas do módulo”. 

A consequência foi o cerco às grandes empresas ucranianas e um processo rápido de privatização. Participou do processo o mesmo escritório Baker McKenzie que a Lava Jato brasileiro enfiou em várias estatais para instituir processos de compliance.

Em ambos os casos – Brasil e Ucrânia – o novo governo foi assumido por políticos impopulares e com reputação duvidosa, Michel Temer no Brasil, Pedro Poroschenko na Ucrânia. Criou-se um vácuo. De um lado, a opinião pública, ainda anestesiada pela campanha do impeachment; do outro, governos impopulares.

Teve então a busca e a criação de “mitos”, capazes de dar viabilidade a uma frente que, tanto no Brasil quanto na Ucrânia, juntou mercado, empresariado e movimentos de ultra-direita.

Ponto 2 -a fabricação do mito

A imagem de ambos – Bolsonaro e Zelensky – foi construída com discurso anti-sistema, anti-corrupção, parceria com órgãos de repressão e amparados por uma enorme polarização política: Bolsonaro contra qualquer cheiro de esquerda, Zelensky explorando o sentimento anti-Rússia. E apoiados fortemente pelo aparato de mídia e pelos algoritmos da rede.

Até então,  Zalensky era apenas um comediante que valeu-se da era digital para montar esquetes que conseguiram um bom mercado na Rússia. Quando estourou a guerra da Crimeia, o mercado se fechou. Aí, abriram-se para ele as portas da maior rede de televisão da Ucrânia, de propriedade do oligarca Ihor Kolomoisk, um ucraniano que rompeu com Putin.

Zelensky surgiu para a política após uma série, na qual interpretava um professor contra a corrupção, e que se tornou presidente após sua imagem viralizar na rede. 

A série de TV viralizou.

Kolomoisky viu, a exemplo de Robert Civita e dos irmãos Marinho, no Brasil, a grande oportunidade de assumir o poder. 

No Brasil, a Associação Nacional dos Jornais se autodenominava a verdadeira oposição. Na Ucrânia, Kolomoisky financiou um novo partido político, o Servos do Povo – nome do programa -, bancou uma milícia de ultra direita, o Batalhão Azov, e trabalhou na criação do mito Zelensky.

O humorista foi submetido, então, a um curso rápido de lero-lero de campanha, no qual surpreendeu seus professores pela profunda ignorância não apenas sobre política mas sobre questões básicas de direito, conforme reportagem de Franklin Foer na revista The Atlantic. Nada diferente do mito Bolsonaro.

Lançou-se candidato escondendo do distinto público sua fortuna, de mais de US $15 milhões, e mansão comprada fora da Ucrânia.

Segundo Foer, quatro dias antes da posse de Zelensky, o oligarca Kolomoisky embarcou em um jato particular, voltando de um exílio auto imposto em Israel, para escapar de vários processos, um dos quais o de ordenar assassinatos contratados, e quebrar um banco nacional.

Nesse ponto há uma diferença em relação aos Bolsonaro: não consta que tivessem quebrado um banco.

Ponto 3 – o defensor do mercado

Assim como Bolsonaro, Zelensky surgiu como candidato preferencial de forças pró-mercado. E usando como retórica primária o combate à corrupção – Ucrânia consegue superar o Brasil nos rankings internacionais de corrupção.

No poder, seguiram caminhos semelhantes.

Bolsonaro perdeu apoio dos “reformadores” depois dos desastres continuados de Paulo Guedes. Zelensky perdeu apoio após a renúncia do gabinete liderado por Olesksiy Honcharuk, em março de 2020. 

Segundo o OSW, Centre of Eastern Studies, desde este episódio Zelensky abandonou seu plano de realizar uma reconstrução abrangente da elite política da Ucrânia, substituindo suas principais figuras por ‘novos rostos’ imaculados, conforme promessa de campanha. Passou a indicar pessoas da sua confiança para todos os cargos estratégicos.

Em julho de 2019, antes da grande virada, havia nomeado Maksym Nefodov como vice-ministro da Economia e Desenvolvimento, chefe do Serviço de Alfândega, a maior fonte de receita do país.

Nefodov tentou implementar um sistema de contratação pública conhecido como ProZorro – uma plataforma eletrónica para garantir a transparência dos concursos públicos, que desencadeou uma série de ataques lançados contra ele na mídia. 

Seguiu-se a sua demissão a pretexto de insuficiência de receitas transferidas pelo serviço aduaneiro para o Orçamento do Estado. Nada diferente do afastamento de fiscais da Receita e policiais federais que atrapalhavam o movimento de contrabando do porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro.

Nos nove meses seguintes, o chefe do SCS foi substituído quatro vezes e a reforma da instituição foi interrompida. 

A demissão de Nefodov fez com que quadros técnicos se afastassem do governo, já que os critérios para avaliação de seu trabalho passaram a ser a obediência às ordens emanadas da presidência. 

Na nova etapa, uma das estrelas em ascensão foi Oleh Tatarov, nomeado no dia 20 de agosto de 2020 vice-chefe do Gabinete da Presidência, responsável por supervisionar as agências de aplicação da lei. Tatarov era um colaborador próximo de Andriy Portnov, o vice-chefe da administração do presidente Viktor Yanukovych, responsável por perseguir ativistas do Euromaidan (leia mais sobre ele no capítulo sobre corrupção).

Ponto 4 – o aparelhamento dos órgãos de controle

Com o tempo, a face mais polêmica de Zelensky foi a maneira como passou a usar a polícia e os poderes judiciários para promover os interesses de seu grupo e intimidar os rivais políticos. 

Para tanto nomeou um velho amigo de escola, Ivan Bakanov, como chefe do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU). 

O SBU tem histórico de suspeita de usar sua jurisdição sobre crimes econômicos para facilitar a corrupção e a invasão de empresas. Zelensky acenou com um projeto de reforma do SBU. A Human Rights Watch e mais de 20 outros grupos de direitos humanos alertaram que o projeto, no fundo, representava uma tomada de poder por ele. Segundo o alerta, o projeto dá ao SBU “poderes excessivamente amplos nas esferas de inteligência e aplicação da lei, enquanto faltam as salvaguardas essenciais necessárias contra o abuso desses poderes”.

A reforma do Ministério Público, outra das promessas de campanha, acabou em poucos meses. Em março de 2020, o procurador Rusian Riabonhapka foi demitido e substituído por Irina Venediktova, apontado como suscetível a sugestões do Gabinete da Presidência. 

Uma de suas primeiras decisões foi reintegrar procuradores demitidos no processo de reformas. E retomar o padrão anterior, de sabotar investigações contra representantes da elite política e empresarial.

Foi assim com o abrandamento das investigações no caso da fórmula de Rotterdam+, que resultou na perda do tesouro de US $1,4 bilhão. O principal beneficiário da jogada foi o homem mais rico da Ucrânia, Rinat Akhmetov. 

Outros casos conhecidos foi amenizar a investigação contra ex-executivos do PrivatBank (que até 2016 pertencia a Ihor Kolomoysky, o padrinho político de Zelensky e depois foi nacionalizado) e a extradição de Oleh Bakhmatiuk  (um oligarca acusado de desviar US$ 49 milhões do VAB Bank). O dinheiro era um empréstimo de estabilização oferecido pelo Banco Nacional da Ucrânia. 

O caso mais ostensivo ocorreu em março de 2020, quando um irmão de Andriy Yermak foi gravado oferecendo emprego no Ministério da Infraestrutra e no Serviço de Alfândega em troca de propinas.

Andriy Borisovich Yermak é um produtor de cinema ucraniano, advogado e atual chefe da administração presidencial. A alegação de Zelensky é que ninguém foi nomeado para os cargos, logo a corrupção não se consumou. Assim como no caso Marielle, com a Polícia Federal de Sérgio Moro perseguindo o porteiro do condomínio de Bolsonaro, a SBU deteve um parlamentar que divulgou as gravações.

O caso mais chocante envolveu Oleh Tatarov, o vice-chefe do Gabinete do Presidente. Ele já havia sido investigado nas operações contra o ex-deputado Maksym Mykytas (acusado de desviar fundos destinados à construção de apartamentos para funcionários da Guarda Nacional da Ucrânia). Em 2017, ele trabalhou como advogado de Mykytas e supostamente subornou um funcionário do Ministério do Interior em troca de um parecer falso. 

Ai entrou o PGR Venediktova ordenando que as investigações fossem transferidas para a SBU. Em seguida, os promotores do Gabinete do Procurador-Geral retiraram sua moção e Tatarov permaneceu em liberdade.  Na sequência, o Tribunal acusou Mykytas de ordenar um sequestro e emitiu um mandado de prisão contra ele, afastando de cena uma testemunha inconveniente que poderia depor contra Tatarov.

O prefeito de Kiev, Vitaliy Klitschko, acusou Zelensky de tentar “pressioná-lo” em maio, quando oficiais armados da SBU invadiram seu bloco de apartamentos .

Pacto 5 – os oligarcas de Zelensky

O portal Euobserver relatou que, no começo do terceiro ano de sua presidência, Volodymyr Zelensky tinha um índice Jair Bolsonaro de impopularidade. Apenas 21,8% dos ucranianos votariam nele em reeleição, contra 73% que o elegeram. Mais da metade da população era contra sua candidatura.

Para tentar recuperar popularidade, Zelensky proibiu três estações de televisão controlada por Viktor Medvedchuk e a subsequente prisão do oligarca por suspeita de traição. Seria uma inequívoca prova de independência não fosse o fato de Medvedchuk ser o principal concorrente do oligarca Ihor Kolomoisky, dono da rede de TV que lançou Zelensky e principal financiador de sua campanha.

Medvedchuk foi acusado de colaborar com a Rússia para ocultar sua propriedade de ativos de energia na Crimeia. Mas, o patrono de Zelensky, está sob investigação nos EUA por fraude e lavagem de dinheiro.

O jogo e o enfraquecimento políticos de Zelensky ficaram nítidos em dezembro de 2020, quando foi demitida a Ministra da Energia, e Kolomoysky tentou emplacar Yuri Vitrenko, ex-diretor executivo da Naftogaz. Zelensky empenhou-se pessoalmente em sua nomeação, mas ele obteve apenas 186 votos, 153 dos quais do Servo do Povo, insuficientes para sua aprovação.

O enfraquecimento político de Zelensky, com o enfraquecimento do Partido do Povo, levou-o a se valer de dois recursos para pressionar os parlamentares: o chicote, ou seja, ameaças de que podem ser iniciadas investigações contra deputados individuais;  e “a cenoura” na forma de maiores bônus financeiros informais pagos em troca da participação na votação.

Nada diferente do padrão Bolsonaro.

Pacto 6 – a OTAN e a União Europeia 

Em crise com seus principais padrinhos, Estados Unidos e União Europeia, é bastante provável que Zelensky tentasse sua última grande tacada: a adesão à OTAN e à União Europeia. 

Nada justifica a invasão russa e os danos da ofensiva contra a população civil da Ucrânia, emulando presidentes americanos que destruíram países do Oriente Médio. Esse é o grande nó de uma cobertura jornalística que ultrapassou os limites do jornalismo para enveredar pelo da propaganda, a incapacidade de condenar Putin sem esconder os vícios do outro lado.

Recentemente, Michel Colborne, o maior especialista na ultradireita da Ucrânia lançou seu alerta sobre a maneira como a mídia minimiza o neonazismo da Ucrânia, para não fortalecer Putin:

O silêncio não fará a extrema direita ucraniana ir embora – Agir como se qualquer menção ao problema alimentasse a propaganda do Kremlin só o torna pior.

Mas, como pontifica o inacreditável Carlos Alberto Sardenberg, em uma demonstração que, pior que a insuficiência de análise é a soma da insuficiência de informação:

“Chega de comparar a invasão da Ucrânia com Iraque, Líbia, Síria, Afeganistão — Estados incentivadores de terrorismo. EUA e Europa têm seus pecados, mas não se pode compará-los à Rússia de Putin. Por que Putin simplesmente não deixou essa integração prosseguir? A melhor hipótese: ele temia que a ligação “excessiva” com o Ocidente mostrasse aos russos onde a vida é melhor”.

Como se sabe, o terrorismo na região surgiu a partir do desmonte dos Estados pelos EUA e das armas colocadas em seus primeiros aliados. Tal como os EUA e a OTAN com o Batalhão Azov.

Por Luis Nassif (Isto sim é jornalismo!)

Fonte: jornalggn