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Imagem: reprodução |
O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros em 0,25% na reunião desta quarta-feira, 18 de junho. De acordo com a nova definição, a taxa básica de juros passou a ser de 15% ao ano.
Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital, fez uma análise sobre a decisão:
"Como esperávamos, em decisão unânime, o Banco Central elevou a Selic em 25 pontos-base, para 15% ao ano – o maior nível desde 2006 – e sinalizou uma pausa no ciclo de alta para avaliar os efeitos acumulados do aperto já implementado. Em nossa leitura, esta foi a última elevação do ciclo, que totalizou 450 pontos-base desde setembro. A taxa real ex-ante Swap-DI de 1 ano menos expectativa de inflação 12 meses à frente) está em 9,5%, bem acima do juro neutro estimado pelo próprio Bacen (5%), caracterizando um aperto monetário relevante. Em nossa opinião a comunicação adotou um tom duro, ao reforçar a estratégia de manter os juros elevados por um período “bastante” prolongado, além do compromisso com a convergência da inflação à meta de 3%, quando explicita nova alta de juros se o cenário divergir do esperado por eles. Com relação aos riscos para a inflação, a avaliação é de que tanto os de alta quanto de baixa seguem mais elevados do que o usual, sem mencionar assimetria ou simetria. Em nossa opinião, o Copom vê os riscos ainda assimétricos, porém em menor grau do que em decisões anteriores.
Dito isso, apesar do encerramento do ciclo, o cenário atual permanece desafiador: expectativas desancoradas, projeções de inflação ainda elevadas, economia resiliente e mercado de trabalho pressionado. Isso implica que, principalmente, a atividade econômica será avaliada com profundidade a cada dado divulgado até que a inflação corrente dê sinais contundentes de convergência à meta no horizonte relevante. Acreditamos que os efeitos da política monetária começarão a se materializar ao longo do segundo semestre, com desaceleração da atividade e recuo da inflação corrente contribuindo para a reancoragem das expectativas. A projeção do Banco Central para 2026, em 3,6%, ainda está acima da meta, mas tende a recuar nos próximos meses. O cenário externo seguirá complexo no curto prazo e o impacto desinflacionário sobre os emergentes das novas tarifas comerciais impostas pelos EUA também deve ocorrer apenas na segunda metade do ano. Com isso, reforçamos a necessidade de prudência na condução de política monetária no curto prazo para a configuração da nossa previsão de início de cortes em dezembro de 2025, com uma redução inicial de 50 pontos base. Projetamos uma trajetória gradual de afrouxamento, com Selic atingindo 10,5% até julho de 2026."
Tatiana Pinheiro, economista-chefe da Galapagos Capital
Comentário do economista-chefe do Bmg sobre a definição do Copom
O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros em 0,25% na reunião desta quarta-feira, 18 de junho. De acordo com a nova definição, a taxa básica de juros passou a ser de 15% ao ano.
Flávio Serrano, economista-chefe do Banco Bmg, fez uma análise sobre a decisão:
“O Copom decidiu elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 15,00% a.a., contrariando nossas expectativas. Acreditávamos que o BC manteria a taxa estável em 14,75% a.a. nesse encontro de junho.
Apesar da alta, a sinalização prospectiva aponta para uma interrupção no ciclo de elevação da Selic, em se confirmando o cenário esperado daqui até a próxima reunião. Os membros querem agora examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado e, assim, avaliar se o nível atual é suficiente para assegurar a convergência da inflação para a meta. O comitê, como sempre, enfatizou que seguirá vigilante e que a taxa básica poderá ser ajustada e não hesitará em prosseguir no ajuste caso julgue apropriado. Acreditamos que esse movimento marcou o final do processo de ajuste da taxa básica de juros, que seguirá estável provavelmente até o final de 2025.”
Fonte: Nova PR - Stephanie Van Sebroeck