quinta-feira, 17 de outubro de 2024

Qual o futuro do foodservice?

Imagem: reprodução

Em um setor tão competitivo como o de foodservice, manter uma marca moderna e disruptiva é essencial para se destacar no mercado. A chegada de novas tecnologias revela um vasto espaço para modelos de negócios inovadores no Brasil. Contudo, as relações humanas e a alimentação evoluíram conjuntamente, moldando um perfil de consumidor mais consciente e atento ao posicionamento das marcas, além de atualizado e que não apenas valoriza práticas sustentáveis, mas também deseja ser protagonista em suas escolhas. Nesse contexto, a tecnologia se torna uma aliada poderosa, permitindo personalização, conveniência e uma conexão diferenciada entre as marcas e seus clientes.

Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o empreendedorismo continua em alta no Brasil. O franchising, por exemplo, superou as expectativas do mercado e cresceu 13,8% e chegou a R$ 240,6 bi em 2023. Em destaque está o segmento de Alimentação-Foodservice, com alta de 17,9%, beneficiado pela retomada da vida social da população.

Isso mostra que, apesar dos obstáculos, nós, brasileiros, não paramos de ser resilientes no setor. O Brasil é muito rico e há espaço para todos os empreendedores abrirem o seu restaurante. Quando o Bob’s nasceu, há 72 anos, fomos a primeira marca de foodservice a chegar no Brasil, no coração do Rio de Janeiro, e em 1984 abrimos a primeira franquia, que este ano celebra 40 anos. Hoje, a rede soma mais de mil pontos de venda, com presença em todas as regiões e capitais do País.

Desde então, há novas gerações de consumidores chegando, com novas exigências. O impacto acelerado da transformação digital e de produtos mais sustentáveis moldam um novo foodservice.

Já é uma realidade, por exemplo, o conceito de “pick-up”, em que o cliente faz o pedido pelo celular e retira no local do restaurante, sem fricção com o colaborador do restaurante. Na outra ponta, esse mesmo consumidor espera ter refeições a qualquer hora do dia e um sanduíche personalizado ou até mesmo ter opções de produtos mais sustentáveis.

Fica claro que ele quer ser protagonista das suas escolhas. Se ele muda, nós também mudamos. Já notamos essa realidade em nossos totens de autoatendimento, em que houve um aumento da escolha dos clientes ao selecionar produtos adicionais em seu pedido. Saber ler esses dados e o que o consumidor deseja faz parte do processo de manter a marca moderna, atenta aos detalhes para fazer desta a melhor experiência em loja. O Bob’s valoriza em sua essência o sabor dos encontros, e tem investido em soluções pioneiras, como uma proteína de sanduíche 100% vegetal, pois entende a velocidade das tendências e investe na inovação completa.

Do outro lado, os bastidores exigem uma cozinha do futuro mais robótica. Atualmente, o mercado já conta com chapa ou fritadeira tecnológicas, mas podemos ir além, com robôs realizando a lavagem de alimentos ou louça, novidades que já estão em desenvolvimento no mercado. Na nossa visão, essa solução aumenta a produtividade da loja, e permite que os colaboradores façam outras atividades para poder incrementar o serviço ofertado e trazer faturamento para a loja.

O futuro do foodservice começa agora. Em breve, os totens de autoatendimento serão substituídos por comandos de voz, enquanto a Inteligência Artificial estará presente em todos os processos. Essas tendências exigem constante experimentação para que cada restaurante as adapte à sua maneira, integrando uma cultura interna que assegure a aceitação tanto pelo time quanto pelo consumidor final.

No entanto, ressalto que os restaurantes que abraçarem essas tendências e se adaptarem às novas demandas dos consumidores estarão muito mais preparados para prosperar nos próximos anos. Cabe a nós fazermos isso acontecer.

O futuro do foodservice é agora.

Por Ricardo Bomeny - CEO do Grupo BFFC


Fonte: mercadoeconsumo