sábado, 6 de junho de 2020

Maranhão tem mais de 45 mil casos de coronavírus e Governo Federal tenta dar invisibilidade aos mortos por covid-19

Foto: Reprodução
Mais 2.157 casos do novo coronavírus foram registrados no Maranhão

De acordo com o novo boletim epidemiológico divulgado na sexta-feira (05), mais 2.157 casos do novo coronavírus foram registrados no Maranhão. Somando, já são contabilizados 45.470 casos, além de 1.132 óbitos registrados.

Segundo as informações, existem 26.427 casos ativos da doença, desses, 25.178 pacientes estão em isolamento domiciliar, 778 estão internados em leitos de enfermaria e 471 em leitos de UTI.

Dos novos casos registrados, a grande maioria são dos interiores, somando 1.871 pessoas que atestaram positivo para a doença, em Imperatriz foram 127 e na Ilha de São Luís 157 casos.

Segundo o boletim, nesta sexta-feira (05) mais 37 óbitos foram contabilizados nas seguintes cidades: São Mateus (1), Esperantinópolis (1), Zé Doca (1), Timon (1), Paço do Lumiar (1), Bacabal (2), Imperatriz (2), Coelho Neto (2), Mata Roma (3), Carutapera (3), São Luís (5) e Santa Inês (5) e Açailândia (10).

A SES informou também que mais 2.282 pessoas obtiveram a recuperação e estão de alta da quarentena, desses, 15 são profissionais da saúde. Agora, em todo o estado são 1.159 os casos que tiveram total recuperação do quadro.

Governo Federal tenta dar invisibilidade aos mortos por covid

Imagem: Reprodução
A declaração é assinada pelo presidente do Conass, após o secretário Carlos Wizard ter dito que o ministério vai rever os dados de coronavírus, sob alegação de que os gestores locais estariam aumentando o número de mortos a fim de receber maior repasse federal.

Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), divulgou uma nota neste sábado (6/6) em que aponta que o governo de Jair Bolsonaro tenta dar “invisibilidade” aos mortos pelo novo coronavírus. A declaração é assinada pelo presidente da pasta, Alberto Beltrame e ocorreu após o secretário Carlos Wizard ter dito em entrevista ao O Globo que os dados atuais seriam “fantasiosos ou manipulados”.

Segundo Wizard, o ministério vai rever os dados de coronavírus, sob alegação de que os gestores locais estariam aumentando o número de mortos a fim de receber maior repasse federal. “Ao afirmar que Secretários de Saúde falseiam dados sobre óbitos decorrentes da Covid-19 em busca de mais “orçamento”, o secretário, além de revelar sua profunda ignorância sobre o tema, insulta a memória de todas aquelas vítimas indefesas desta terrível pandemia e suas famílias. A tentativa autoritária, insensível, desumana e antiética de dar invisibilidade aos mortos pela Covid-19, não prosperará”, diz um trecho do documento.

Beltrame afirma ainda que a posição de Wizard ofende a todos os profissionais de saúde que estão envolvidos no combate ao coronavírus. “Wizard menospreza a inteligência de todos os brasileiros, que num momento de tanto sofrimento e dor, veem seus entes queridos mortos tratados como ‘mercadoria’. Sua declaração grosseira, falaciosa, desprovida de qualquer senso ético, de humanidade e de respeito, merece nosso profundo desprezo, repúdio e asco. Não somos mercadores da morte. A vida é nosso valor maior, com ela não se negocia, relativiza ou transige”. 

Bolsonaro diz que mudança nos dados visa retratar melhor o momento do país 

O presidente Jair Bolsonaro postou nas redes sociais na manhã deste sábado (6/6) uma nota do Ministério da Saúde para justificar a mudança ocorrida na divulgação de dados sobre covid. Além de não informar o total de mortes e o total de casos confirmados do novo coronavírus desde o início da pandemia, a pasta não mais divulga o total de casos em investigação para o vírus. A divulgação que ocorria às 17h durante o comando do ex-ministro Mandetta, passou a sair às 19h após a saída do mesmo.

A partir do meio desta semana, o boletim passou a sair apenas às 22 horas. O portal do Ministério da Saúde com as informações consolidadas também foi tirado do ar. Segundo a nota, o modelo anterior, além de não indicar que a maior parcela já não está com a doença, ‘não retratam o momento do país’. Ainda segundo nota divulgada pelo presidente, as informações estão sendo adequadas para evitar subnotificação e inconsistência dos dados.

Coincidentemente, a medida foi adotada após o Brasil registrar dois dias seguidos de recorde de mortes por covid-19 em 24 horas. Na última quarta-feira (3), a pasta registrou 1.349 óbitos.

Fonte: oimparcial