quarta-feira, 13 de maio de 2020

Câmara reunirá especialistas nesta quinta-feira para debater o pós-isolamento

Foto: Reprodução
Objetivo de seminário virtual é discutir os parâmetros e procedimentos para o retorno das atividades econômica e social quando terminar o isolamento

A Câmara dos Deputados realizará nesta quinta-feira (14) um seminário virtual para debater os parâmetros e procedimentos para o retorno das atividades econômica e social depois do período de isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19.

O debate será realizado pelo sistema de teleconferência do Plenário, a partir das 11h, com duração prevista de duas horas, com transmissão ao vivo pela TV Câmara, pelo canal da Câmara no YouTube e outras mídias sociais da Câmara.

O evento é promovido pela Comissão Externa de Ações Contra o Coronavírus e pela Presidência da Casa.

Foram convidados para o debate:

- Armínio Fraga (moderador): economista, doutor pela Universidade de Princeton (EUA). Atuou como professor na FGV/RJ e PUC/RJ. Já foi diretor do Banco Central na gestão do Ministro Marcílio Marques Moreira e também presidente no período 1999-2002. Tem experiência como economista e gestor de empresas do mercado financeiro. Conselheiro da Universidade de Colúmbia foi também membro de diversas instituições internacionais. Além de ter publicado diversos artigos em periódicos especializados brasileiros e internacionais, escreve regularmente na imprensa sobre temas políticos e econômicos;

- Nísia Trindade Lima: tem formação em Ciências Sociais, com mestrado em Ciência Política e Doutorado em Sociologia pelo IUPERJ/RJ. Presidente da Fundação Oswaldo Cruz, eleita para a gestão 2017-2020. Servidora da Fiocruz desde 1987, tem longa experiência na área de ensino e divulgação científica e foi agraciada em sua trajetória com vários prêmios de importância nacional. Ao longo das últimas décadas integrou esforços de expansão das atividades da Fiocruz para as regiões Norte e Nordeste do Brasil. Em sua plataforma de trabalho para a atual gestão destacam-se o compromisso com o SUS e a produção e divulgação da ciência em benefício da instituição e da sociedade;

- Marcia Castro: estatística, com mestrado e doutorado em demografia, UFMG e Princeton (EUA). Atualmente pesquisadora da Universidade de Harvard (EUA), onde integra grupos de estudo sobre o Brasil e a América Latina. Suas áreas de atuação são saúde, população e urbanização, com larga experiência na Amazônia e África, em que se destacam a pesquisa sobre malária e a aplicação de metodologias de georreferenciamento e análise espacial;

- Paulo Chapchap: médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Research Fellow e Visiting Assistant Professor in liver transplantation pela Universidade de Pittsburgh (1986 e 1987). Doutor em Clínica Cirúrgica pela Faculdade de Medicina da USP. Membro do Conselho da International Liver Transplantation Society (2007 a 2011). Coordenador do Programa de Transplante de Fígado do Hospital Sírio-Libanês e Presidente do Conselho e Pró-Reitor dos Cursos Stricto sensu do Sírio-Libanês Ensino e Pesquisa. Atualmente é Diretor Geral do Hospital Sírio-Libanês..

Dinâmica

Nísia Trindade e Marcia Castro terão 15 minutos para suas apresentações, seguidas de 15 minutos de comentários por Paulo Chapchap. O moderador (Armínio Fraga) terá a palavra por até 25 minutos, divididos entre a apresentação do debate e dos participantes, ao início, e, após as expositoras e o comentador, para uma primeira consolidação das apresentações, organizando as questões postas e oferecendo uma perspectiva de como elas podem ser assimiladas no debate sobre a retomada das atividades socioeconômicas. Posteriormente, haverá até 50 minutos para interação dos parlamentares com os convidados por meio de perguntas escritas dirigidas à Mesa.

Fonte: Agência Câmara de Notícias



Comentário

É impensável como esses parlamentares podem sequer cogitar reabertura econômica enquanto mesmo em quarentena, os números de contágio e de mortes pelo coronavírus no Brasil, só crescem exponencialmente.

Ao invés de aprenderem com os casos de nações como Espanha, Itália e França que adotaram saídas precoces da quarentena e tiveram um recrudescimento dos números de contágios e mortes, para só então, adotaram protocolos de contenção mais rigorosos visando diminuir o aumento de casos de contaminação,  no Brasil cogitam começar do zero e pensar em novas medidas, para nesse momento de extremo avanço do contágio e do número de mortos a cada dia, pensar em salvar a economia, antes de pensar nas vidas das pessoas.

Não existe pensar em sair de quarentena sem vacina ou sem testagem em massa da população. Ainda não se sabe como combater esse vírus, não existe tratamento específico definido, médicos e enfermeiros tratam sintomas, amenizam efeitos administrando diferentes medicações de acordo com o quadro do paciente e, se tiver sorte, se recupera. Não existe uma fórmula coletiva, cada caso é um caso.

É irresponsável por parte do presidente da república ficar fazendo propaganda, ainda hoje, de cloroquina, que é um medicamento utilizado para tratamento de malária e lúpus com efeitos colaterais gravíssimos apresentados pelo uso do medicamento, inclusive cegueira. Mesmo havendo publicações atestando a ineficácia da cloroquina, sem estudos contrários.

Deveriam se reunir com especialistas de outros países, especialmente da China, que tiveram sucesso no tratamento e contenção dos casos que levam o paciente a UTI, com o tratamento dos sintomas iniciais do vírus para viabilizar aplicabilidade no país, nos postos de saúde e hospitais, pois pessoas muitas das vezes, estão sendo liberadas para isolamento em casa, mesmo com detecção do covid-19, morrendo em suas residências. Há ainda um número expressivo de subnotificação, e os números divulgados, podem ser bem maiores do que os informados oficialmente.

Não há possibilidade de abertura econômica em um momento como este e sim manter as pessoas saudáveis em casa para que não se contaminem e espalhem ainda mais o contágio do vírus.

O País está em estado de guerra, as baixas são muitas, o inimigo é invisível e as perdas econômicas inevitáveis. O que se deve fazer é disponibilizar o, "R$ 1 Trilhão", disponível no caixa do tesouro, para de uma vez, financiar as pessoas, a economia e as medidas de combate a pandemia.

A melhor decisão é, "manter as pessoas em casa", não tem outro jeito!

Qualquer alternativa de saída do isolamento, sem vacina e sem testes em massa, é genocídio da população.


Subnotificação