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O sistema oficial utilizado pelo governo federal para receber informações sobre os testes chama-se GAL, sigla para Gerenciador de Ambiente Laboratorial. É nele que os profissionais de saúde registram uma amostra quando atendem um paciente com suspeita de doença respiratória. Nessa fase, o exame é colhido e entra no sistema com o status de triagem. É responsabilidade do laboratório que recebe a amostra informar por meio do GAL que o material coletado passou para a fase de análise e, posteriormente, teve o resultado liberado.
O problema começa no fato de que nem todas as unidades de saúde e Estados são obrigados a utilizar o GAL. Com isso, nas estatísticas oficiais do Ministério da Saúde sobre o número de testados não entram exames feitos por laboratórios privados nem por Estados que, por livre escolha ou falta de opção, não utilizam o sistema.
É o caso do Distrito Federal e do Acre. No balanço federal enviado ao Estado na última quinta-feira, o DF aparecia com apenas 104 exames realizados. No levantamento do próprio Distrito Federal, porém, já tinham sido registrados naquela data mais de 15 mil – 5.100 do tipo RT-PCR (biologia molecular) e 10.508 testes rápidos.
A defasagem se dá por problemas de comunicação entre os sistemas utilizados pelo ministério e pela unidade da federação. “Com relação ao GAL, a não utilização dele é por conta de uma incompatibilidade com os sistemas já utilizados pela secretaria de Saúde. No entanto, a área técnica está trabalhando para realizar a migração o mais rápido possível”, informou a Secretaria da Saúde do DF.
No Acre, o GAL não está sendo usado porque o Laboratório Central do Estado (Lacen) está com equipamentos quebrados e não tem condições de processar as amostras dos casos suspeitos de covid-19.
Diante do problema, o governo estadual fez uma parceria emergencial com o laboratório Charles Mérieux para análise dos testes, mas, como a instituição não utiliza o sistema GAL, os exames realizados não estão entrando no balanço oficial do ministério. Enquanto a pasta federal afirmou que apenas 260 exames foram feitos no Acre, o Estado já diz ter realizado 1.443.
Outra razão para a divergência nos números de alguns Estados brasileiros é a falta de contabilização dos dados da rede privada. A diferença fica clara com a análise das estatísticas do Ceará. Enquanto o Ministério da Saúde registrava 9.733 exames feitos no Estado até o dia 23 de abril, a Secretaria da Saúde cearense já computava 13.381 diagnósticos, uma vez que seu balanço inclui os exames dos laboratórios particulares.
Fonte: MSN News