sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

Comissão do Tribunal de Justiça vê dificuldades para implantar Juiz de Garantias

Foto: Reprodução
A Comissão constituída para analisar a criação do Juiz das Garantias, no âmbito do Poder Judiciário do Maranhão, se reuniu na terça-feira (07), na Presidência do Tribunal de Justiça, para definir as medidas a serem adotadas para o cumprimento da lei sancionada no pacote anticrime, no dia 24 de dezembro de 2019. Os membros da Comissão demonstraram preocupação relacionada à logística complexa para a implementação do juiz das garantias.

A comissão é formada pelo desembargador Lourival Serejo (vice-presidente da Corte e presidente eleito para o biênio 2020/2022), pelo corregedor-geral da Justiça, Marcelo Carvalho; pelos juízes Cristiano Simas e André Bogéa (auxiliares da Presidência), Ângelo Santos (Presidente da Associação dos Magistrados do Maranhão), Holídice Cantanhede Barros (2º vice-presidente da AMMA) e Marco Adriano Ramos Fonsêca (titular da 1ª Vara de Pedreiras).

Segundo eles, a situação é complexa, pois envolve não somente viabilidade técnica, como também recursos financeiros, um fator preocupante, já que o orçamento aprovado para o exercício 2020 não prevê os custos com a figura do juiz das garantias.

Sugestões – O presidente da AMMA apresentou um requerimento ao presidente do TJMA, José Joaquim Figueiredo, com suas sugestões. No documento Ângelo Santos expõe a necessidade de especialização de unidades jurisdicionais para atuarem como Centrais de Inquéritos, Custódias e Garantias, com cargos de juiz titular e estrutura própria.

O documento sugere a criação de polos regionais no interior do estado e a titularização de juízes na Central de Inquéritos e Custódia de São Luís. O presidente da AMMA citou os principais impasses identificados pelos magistrados para a atuação do juiz das garantias.

“As dificuldades estão relacionadas ao prazo exíguo de 30 dias, a questão orçamentária, a impossibilidade de audiências pelo juiz de garantias por videoconferência, homologação e implantação do Processo Judicial Eletrônico criminal do âmbito do TJMA”, afirmou.




Determinação – O juiz Cristiano Simas, coordenador da Assessoria de Gestão Estratégica e Modernização do TJMA, destacou o fato de ter sido criada uma nova figura jurisdicional não prevista no orçamento, com prazo muito curto para implementação.

Ele afirmou que há discussões no âmbito do Supremo Tribunal Federal quanto à constitucionalidade ou não dessa lei. “Independentemente da manifestação do STF, o TJMA, por determinação do presidente da Corte, desembargador Joaquim Figueiredo, já está trabalhando no sentido de implementar o mais rápido possível”, frisou.

Fonte: MAHOJE