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No ano passado, a Agência Pública revelou essa informação de notório interesse público. E ele é tão grave que Arthur Lira, um dos políticos mais poderosos do país, começou uma cruzada contra a Agência Pública na Justiça para impedir todo mundo de saber que ______________________________
Primeiro, Lira pediu que nossa reportagem fosse tirada do ar e que a Pública fosse impedida de falar sobre o assunto – o pedido foi negado em primeira instância por duas vezes, mas acatado em segunda por um desembargador do Distrito Federal. Agora, em nova investida contra a Pública, a defesa do deputado exigiu que um episódio do podcast Pauta Pública e uma coluna da diretora executiva Marina Amaral que comentavam as acusações de ______________________________ ____também fossem removidos do nosso site.
Só existe um nome possível para isso: censura. Pra deixar bem claro o que isso significa, decidimos tarjar nesse texto tudo aquilo que a Justiça nos proibiu de dizer.
Antes eu achava que censura era coisa do passado, lá da época da ditadura. Era algo que artistas driblavam com poesia, que os jornais escancaravam com receitas de bolo publicadas no lugar de textos censurados pelo regime militar. Não poder saber algo que é de interesse público é incômodo, é revoltante, é inaceitável. E é exatamente isso que está acontecendo diante dos nossos olhos, em pleno 2024.
Quando a Agência Pública descobriu que Arthur Lira tinha ______________________________ ____, não corremos para publicar aquela informação, como fazem os sites de fofoca e sensacionalismo. Antes, a gente precisava ter certeza absoluta de que aquilo era verdade.
Mesmo assumindo o risco de que outro veículo publicasse as acusações antes de nós, fizemos o que manda a ética jornalística: buscamos documentos judiciais que comprovassem aqueles fatos, checamos com variadas fontes, nos certificamos de que a ex-esposa de Arthur Lira, Jullyene Lins, estava segura para compartilhar aquelas informações com o público de demos total espaço para o outro lado. Escrevemos e editamos o texto com todo o cuidado do mundo. E só depois de tudo isso publicamos nossa reportagem.
A revelação de que Arthur Lira tinha ______________________________ ____ repercutiu durante algumas semanas. Quando a poeira baixou, o presidente da Câmara acionou a Justiça para varrer tudo aquilo de volta para debaixo do tapete.
Não tivemos escolha se não cumprir a ordem da Justiça, pois do contrário teríamos que pagar uma multa muito alta. Mas enquanto nossos advogados se empenham em preparar nossa defesa, você pode demonstrar a sua solidariedade à Agência Pública.
Poste nas suas redes sociais sobre a censura contra a liberdade de expressão a pedido de Arthur Lira, comente na mesa do almoço de família nesse fim de semana. E, se puder, faça uma doação para fortalecer o jornalismo da Pública.
Por Giulia Afiune - Editora de Audiências da Agência Pública
Fonte: Agência Pública