Nada está e nem mesmo será como antes. A tecnologia permanece sendo a grande protagonista das mudanças que podemos esperar daqui em diante. Para os estudiosos das tendências de consumo e comportamento, essas mudanças aconteceriam de qualquer forma, mas ainda demorariam anos e seriam graduais, e a pandemia de Covid-19 acelerou todas elas.
Prédios mais vazios
Fábio Mariano Borges, professor de sociologia do consumo da ESPM, diz que é muito caro manter o espaço físico para os empregados, ao passo que prover estrutura para o trabalho remoto é mais simples e barato. Isso significa que, no mundo corporativo, já é esperado de que não será mais visto prédios inteiros ocupados por salas recheadas de funcionários.
O diretor de Análise de Políticas Públicas da FGV, Marco Aurélio Ruediger, acredita que o cenário é um legado positivo. Para ele, por ter um custo social, ambiental e de saúde muito alto, não faz sentido perder três horas por dia em deslocamento por transporte público.
O gênio da tecnologia Bill Gates, gravou um podcast com previsões sobre o mundo pós-pandemia. O fundador da Microsoft lembra que, até a pandemia, não comparecer fisicamente a uma reunião era visto como se a pessoa não se importasse. Agora, ele acredita as reuniões virtuais continuarão sendo plenamente aceitas.
Os gastos menores com moradia também foi um ponto abordado por Gates. Segundo ele, não será mais preciso pagar aluguéis caros em cidades cobiçadas por terem economias vibrantes. Ele explica que o trabalho remoto permitirá que o empregado more numa casa melhor e maior, numa cidade mais tranquila, sem o custo diário de deslocamento.
Comércio eletrônico e educação
O comércio eletrônico continuará forte, diante do aumento na agilidade de atendimento ao consumidor e da possibilidade de ampla pesquisa de preços, diz Borges, da ESPM. Contudo, as lojas físicas ainda serão valorizadas pelo encantamento que podem gerar em experiências.
Na educação, há consenso de que para crianças é preciso manter o ensino presencial em razão da importante missão que as escolas cumprem de socialização. No entanto, as reuniões de pais, por exemplo, poderão continuar sendo feitas virtualmente. Nas universidades, por outro lado, a educação à distância permanecerá forte.
O professor, entretanto, revela que notou uma queda no rendimento dos alunos. Diante da ansiedade com o futuro incerto que os espera, o professor acredita que a piora está relacionada ao volume brutal de horas em que é preciso atualmente estar em frente a um computador.
Fonte: saoluisdofuturo