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sábado, 16 de abril de 2022

Dia Mundial do Café: 13 fatos que talvez você desconheça sobre essa bebida

Imagem: Reprodução
O mundo nunca esteve tão obcecado por café.

Quer a gente tome uma xícara para acordar pela manhã, um expresso depois do almoço ou um cappuccino no fim da tarde, nunca consumimos tanto.

Como mudanças climáticas podem transformar café e chocolate em itens de luxo


Como o café se tornou o combustível do mundo

Em 1991, o consumo global foi de cerca de 90 milhões de sacas de 60 kg, segundo a Organização Internacional do Café (ICO, na sigla em inglês). No ano 2020/21, o consumo estimado foi de mais de 167 milhões de sacas.

Então, na quinta-feira (14/04) foi o Dia Mundial do Café, que tal pegar sua xícara favorita e fazer uma pausa para ler estas 13 curiosidades que talvez você não saiba sobre o café?


1. O café é, na verdade, uma cereja

O que você prepara é a semente torrada de um fruto, que é conhecido como
cereja - Imagem: Reprodução

Os grãos que você prepara são, na verdade, as sementes torradas de um fruto, que é conhecido como grão cereja ou simplesmente cereja. Se você morder a cereja, vai encontrar duas sementes que se desenvolvem com os lados achatados.

Em apenas cerca de 5% do café do mundo, de acordo com a Associação Nacional do Café (NCA, na sigla em inglês) dos EUA, há uma semente oval, chamada moca (ou peaberry).

As mocas são selecionadas manualmente e elogiadas por seu sabor mais refinado e forte.


2. Algumas pessoas comem café

O café nem sempre foi uma bebida: foi transformado em barra energética e hoje seu
pó ainda é usado nelas

As pessoas bebem café há muito tempo, mas há quem prefira comer.

Algumas empresas também têm usado a cereja do café desperdiçada para fazer farinha. Pode ser usada em muffins, pães, chocolates, molhos, etc.

Mas não tem gosto de café: dependendo da variedade, geralmente tem notas florais, cítricas ou de frutas torradas.


3. Café feito a partir de fezes pode ser caríssimo

O Kopi luwak é um dos cafés mais caros do mundo, mas enfrenta forte concorrência de
um novo produto que é parcialmente digerido por elefantes - Imagem: Reprodução


Um Paradoxurus hermaphroditus, também chamado de musang ou civeta de palmeira asiática ou um elefante? Os cafés mais caros do mundo passam pelo intestino de um destes animais.

O Kopi luwak é um café feito a partir dos excrementos da civeta de palmeira asiática, um pequeno mamífero carnívoro com pelagem manchada e focinho pontiagudo que vive em palmeiras na Indonésia.

As cerejas do café são fermentadas à medida que passam pelos intestinos destes animais e, após serem defecadas, são coletadas e vendidas.

Um pacote de 500 gramas desses grãos pode chegar a US$ 700 em lojas de varejo de luxo.

Mas agora ele enfrenta uma forte concorrência de um café chamado Black Ivory (Marfim Preto), feito de grãos cereja colhidos a dedo, após serem ingeridos e defecados por elefantes na Tailândia.

O Black Ivory foi inventado por um canadense, Blake Dinkin, e é vendido nos EUA por cerca de US$ 85 (um pacote pequeno de 35 gramas).

De acordo com a revista Toronto Life, é "quase como um chá, não amargo, com notas de cacau, tamarindo, tabaco e couro".


4. O café faz bem a você....

Imagem: Reprodução

O café é rico em antioxidantes, que evitam que nossas células sejam oxidadas por toxinas, substâncias químicas e inflamações.

Um estudo publicado na revista acadêmica Annals of Internal Medicine sugeriu que tomar três xícaras de café por dia reduz o risco de morte por várias condições importantes, incluindo doenças cardíacas.

O estudo acompanhou mais de 500 mil pessoas em dez países europeus por mais de 16 anos.

Outros estudos analisaram se o café pode diminuir o risco de desenvolver diabetes tipo 2 e combater doenças neurodegenerativas, como demência e Alzheimer. Mas são necessários mais estudos nestas áreas.

O teor de cafeína do café também é uma maneira de aumentar os níveis de energia das pessoas e melhorar o desempenho atlético.


5. ...mas pega leve

A cafeína é um estimulante e apresenta riscos se consumida em excesso
- Imagem: Reprodução

Uma cafeteria no centro de Roma

Por ser um estimulante, a cafeína apresenta potenciais riscos se consumida em quantidades excessivas.

Se estiver grávida, é melhor reduzir a ingestão de cafeína, uma vez que a substância está associada a bebês com baixo peso ao nascer e, às vezes, a abortos espontâneos.

As autoridades de saúde britânicas recomendam que as mulheres grávidas não consumam mais de 200 miligramas de cafeína por dia. Isso é um pouco mais que uma caneca de café filtrado ou duas canecas de café instantâneo.


6. Há dois tipos de grãos de café

O Arábica descendente das plantas etíopes originais; já o Robusta é encontrado em
blends e no café solúvel - Imagem: Reprodução

O Arábica descende das plantas de café originais descobertas na Etiópia. Estes arbustos produzem um café refinado, suave e aromático, mais caro e que representa aproximadamente 70% da produção mundial.

O Robusta é ligeiramente mais amargo e tem o dobro de cafeína. Este tipo de grão é usado principalmente em blends e cafés instantâneos. É cultivado na África Central e Ocidental, partes do Sudeste Asiático, incluindo Indonésia e Vietnã, e no Brasil.


7. O café foi descoberto por cabras na Etiópia (reza a lenda...)

Acredita-se que a Etiópia seja o berço do café e seu ritual de consumo é
famoso - Imagem: Reprodução

Reza a lenda que, no século 9, um pastor de cabras chamado Kaldi viu seu rebanho comendo frutos de uma árvore estranha e reparou como os animais ficaram acordados a noite toda, cheios de energia.

Ele contou a um grupo de monges, que perceberam que poderiam transformar os frutos em uma bebida quente para mantê-los acordados para fazer orações.


8. A definição original de café significava vinho

No século 15, o café estava sendo cultivado no Iêmen. Seu nome original, qahwah, deriva do termo iemenita para vinho.

Um século depois, já era conhecido na Pérsia, Egito, Síria e Turquia.


9. As primeiras cafeterias surgiram no Oriente Médio

O café se tornou parte das culturas locais ao viajar da Etiópia para a Península Arábica e
outros lugares - Imagem: Reprodução

O café não era apenas apreciado em casa, mas também em cafés públicos — qahveh khaneh —, que começaram a aparecer em cidades do Oriente Médio.

Eles eram muito populares e se tornaram um espaço para atividades sociais, como botar as últimas fofocas em dia, jogar xadrez ou ouvir música.

10. Todo o café do mundo é cultivado no chamado Cinturão do Café...

O café é cultivado em mais de 50 países localizados em uma área conhecida como Cinturão do Café, entre os Trópicos de Capricórnio e Câncer. Estende-se desde o leste do México até Papua Nova Guiné.

Estes são os maiores produtores do mundo: Brasil, Vietnã, Colômbia, Indonésia, Honduras e Etiópia.


11. ... mas os maiores consumidores per capita estão na Escandinávia

Os países escandinavos consomem mais café por pessoa do que qualquer outra
região - Imagem: Reprodução

De acordo com a ICO, os finlandeses são os maiores consumidores de café per capita. Na Finlândia, cada pessoa bebe em média o equivalente a 12 kg de café por ano.

Em seguida, vem a Noruega (9,9kg per capita), Islândia (9kg), Dinamarca (8,7kg) e Suécia (8,2kg).

Os italianos, que fizeram do café um elemento essencial da la dolce vita, consomem 5,9 kg per capita por ano.


12. Quem vence a batalha café versus chá?

A produção de café é maior do que a de chá em peso —mas é preciso mais quantidade de
café para preparar uma xícara do que de chá - Imagem: Reprodução

A Associação Britânica de Café diz que o café é "a bebida mais popular do mundo", com cerca de dois bilhões de xícaras consumidas todos os dias, mas não é tão simples.

Os dois países mais populosos do mundo — China e Índia — tendem fortemente para o lado do chá. O café predomina nas Américas e na Europa continental, enquanto há preferência pelo chá na maior parte da Ásia e na antiga União Soviética.

O geógrafo David Grigg, da Universidade de Sheffield, no Reino Unido, tentou resolver esta disputa em um artigo de 2006 publicado no GeoJournal.

Ele disse que a comparação precisa ser feita por litro, porque embora seja consumido cerca de 80% mais café do que chá no mundo a cada ano por peso, são necessários apenas dois gramas de chá para preparar uma xícara, em comparação com 10 gramas de café.

Com base nesta matemática, ele concluiu: "Três xícaras de chá são consumidas para cada uma de café".


13. Você também pode preparar a xícara perfeita de café

Você pode impressionar seus convidados com uma boa xícara de
café - Imagem: Reprodução

Aqui estão algumas dicas para você preparar a xícara de café perfeita na sua casa, de acordo com a NCA:

- Certifique-se de que o equipamento esteja limpo, livre de qualquer sedimento antigo que possa tornar o café amargo e rançoso.

- Escolha seu grão favorito: Arábica ou Robusta? Um blend ou de origem única? Levemente torrado ou escuro?

- Aposte no frescor: moa os grãos o mais próximo possível da hora de preparar o café.

- Certifique-se de moê-los com a finura necessária para o método utilizado — máquina, filtro, cafeteira, etc.

- Use água filtrada ou mineral. Não superaqueça: a água deve estar entre 90 e 95 °C quando você despejar nos grãos.

- A quantidade de tempo que seu pó deve ficar em contato com a água depende do método utilizado. Pode variar de 30 segundos para um expresso a uma noite para um café gelado, extraído a frio.


Fonte: BBC Brasil


sexta-feira, 15 de abril de 2022

ESPECIAL BBC - Páscoa: as razões políticas por trás da condenação de Jesus à cruz

Imagem: Reprodução
Quadro do século 17, de autor desconhecido, mostra Jesus sendo provocado pouco antes da crucificação.

A condenação à morte na Roma Antiga, em regra, era também uma condenação ao esquecimento — algo desafiado firmemente pela memória de Jesus Cristo, quase 2 mil anos após sua execução.

"Entre os romanos, havia três mortes semelhantes [para os sentenciados à pena capital]. O indivíduo podia ser queimado, amarrado a um poste; o indivíduo podia ser colocado em uma arena para lutar contra animais selvagens até a morte; o indivíduo podia ser crucificado, como ocorreu com Jesus", explica o historiador André Leonardo Chevitarese, autor de 'Jesus de Nazaré: Uma Outra História' e professor do Programa de Pós-Graduação em História Comparada do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

"Por que essas mortes são parecidas? Porque não deixam memória sobre o corpo. Em todas, o corpo não existe. Ou é queimado, ou é devorado pelas feras, ou é comido por aves de rapina e animais selvagens", prossegue o historiador. "São três mortes brutais que significam apagar o memória de alguém, fazer com que não haja no entorno um sepultamento que preserve a memória de alguém."

Chevitarese vai além: não existiam também processos jurídicos documentando essas condenações. "Senão existiria memória", conclui.

"Jesus nunca foi julgado, nunca", diz o pesquisador.

Mesmo que não tenha havido um julgamento de fato, são sabidas as causas mundanas que levaram à morte do ser humano Jesus. E as razões foram políticas. Sim, Jesus foi um preso político, sentenciado à morte por, na visão das autoridades, atentar contra a ordem estabelecida pelo poder romano.

Um incômodo político

"Uma figura como Jesus era um barril de pólvora em uma região dominada pelos romanos", diz Chevitarese. "A revolta estava para acontecer. E antes disso, as autoridades romanas, em conluio com alguns setores da elite judaica, alinhados com os romanos, identificavam essas lideranças populares e as retiravam do convívio, colocando-as à morte."

"Basicamente, ele foi acusado de ser um impostor. Essa acusação veio dos líderes religiosos dos judeus que viviam ali nessa época que o apresentavam como um inimigo de César, como alguém que se apresentava como 'rei'", argumenta o vaticanista Filipe Domingues, vice-diretor do instituto católico Lay Centre de Roma. "Assim, fizeram uma acusação política, para que ele fosse condenado pelo império romano, que ali governava fazendo parcerias com líderes locais."

Para entender o que ocorreu, é preciso retroceder no tempo e contextualizar o que era essa região do Oriente Médio naquela época — e mesmo antes. "Aquele entorno era convulsionado há muito tempo, com crises políticas e opressão dos dominadores", diz o historiador, filósofo e teólogo Gerson Leite de Moraes, professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie.


Jesus crucificado, em pintura de Rubens - Imagem: Reprodução

Ele pontua que quando Roma "resolve estabelecer seu domínio de maneira imperial", isso ocorria com dominação de territórios e imposição de "pesadas obrigações aos povos dominados". "Logicamente que isso pesa muito sobre as populações mais pobres, porque há um povo dominado e as elites fazendo acordos com os dominadores, inclusive acordos políticos, por vezes acordos econômicos bastante satisfatórios", acrescenta ele. "Mas a população pobre vinha sofrendo desgastes."

Ao mesmo tempo, pelo menos 500 anos antes de Cristo, ali se desenvolvia uma mentalidade messiânica: a crença de que um salvador nasceria para redimir aquele povo do sofrimento. "A ideia de que virá alguém para libertar, um enviado de Deus", explica o professor.

Jesus nasceu com esse contexto já efervescente. Cresceu, viveu, pregou e cumpriu sua missão nesse ambiente. "Quando Jesus apareceu, seu movimento existia no tempo", sentencia Moraes. "Teologicamente era alimentada a ideia, por uma visão apocalíptica, de que em algum momento esse enviado seria trazido aos homens e Israel seria restaurada enquanto reino, enquanto nação, enquanto povo escolhido. A dignidade seria restaurada. Isso criou o imaginário de um messias político, poderoso, que poderia mobilizar as forças dos céus e da terra para expulsar a dominação estrangeira que oprimia o povo de Israel naquele momento."

Para muitos, pouco adiantava Jesus enfatizar, conforme passagens bíblicas, que seu reino não era deste mundo, mas sim o da vida eterna. E que era certo dar a César o que é de César, reservando a Deus o que é de Deus. Para muitos, Jesus encarnava essa figura de líder político, de ativista, de agitador.

"Ele era o único assim? Não. A Palestina nos dias de Jesus é uma Palestina cheia de movimentos populares, movimentos de rebelião", ressalta Moraes. "Então havia, além de fariseus e saduceus que eram os partidos políticos religiosos mais conhecidos, outros grupos mais radicais. Havia os zelotes, que representavam os insatisfeitos, revolucionários. Havia grupos que agiam de maneira violenta como os sicários que usavam um punhal e cometiam assassinatos, atos terroristas, causando medo na população e nas autoridades. Havia uma espécie de banditismo social."

O julgamento segundo a Bíblia

Segundo a Bíblia, depois de preso Jesus foi apresentado às autoridades. Pôncio Pilatos, que era o governador da província romana da Judeia, teria então apresentado Jesus para uma assembleia popular — e a condenação teria sido assim, por aclamação. Pilatos, então, teria lavado as mãos indicando não ter qualquer responsabilidade pela execução.

No capítulo 23 do evangelho de Lucas, o texto diz que "começaram a acusá-lo, dizendo: havemos achado este pervertendo a nação, proibindo dar o tributo a César, e dizendo que ele mesmo é Cristo, o rei". Segundo a Bíblia, portanto, são duas as acusações contra Jesus, e ambas de cunho político.

"O que interessava para Roma era o teor político. Ou seja: se alguém se negava a pagar impostos, esse alguém estimularia outras pessoas a também não pagarem impostos e a se rebelarem contra o pagamento de tributos. Isso poderia acabar sendo um problema para Roma", analisa o historiador.

"Se ele se declarava rei dos judeus, ele poderia de repente levar esse povo a se levantar, em um ato de resistência, contra o império romano", prossegue Moraes.

"Ou seja: o império romano olhou para Jesus como um líder revolucionário, o líder de um bando que pode trazer problemas. A acusação era política", afirma.

O texto religioso apresenta então o episódio de Barrabás. Segundo a narrativa, por conta do período da Páscoa, a tradição mandava absolver um dos condenados. E quem decidia era o povo, por aclamação. Jesus teria sido apresentado junto a Barrabás — e este último teria se safado da pena capital.

"Barrabás é um bandido social. Um salteador. A forma como Jesus foi colocado entre bandidos, mostra a acusação que pesava sobre ele: a de um líder revolucionário, um agitador social, o líder de um bando que estava, de alguma forma, incomodando o império romano porque, em última instância, ele estaria liderando uma revolta política contra a dominação dos romanos", analisa Moraes.


Jesus apresentado a Pilatos, em pintura do século 19 - Imagem: Reprodução

Paz obtida com violência

Nesse contexto, é preciso lembrar que Roma vivia o período conhecido como Pax Romana. Esse período de dominação de outros territórios, com garantias de segurança e cobrança de altos impostos, mostrava em episódios assim sua mais sangrenta face. "Qualquer tentativa de rebelião era combatida com uma mostra clara do poder de Roma, intimidando futuros rebeldes. A violência era a marca dessa paz romana, uma paz de cemitério, conseguida por meio de violência, de imposição da dominação. Assim Roma apagava os focos de residência", diz Moraes.

"Jesus parecia um problema político muito sério para o poder instituído. Roma sabia que a Palestina era foco de resistência e era preciso debelar isso", resume ele.

Se existiu ou não algo parecido, com esse tribunal popular, fato é que não foi realizado, de forma alguma, um julgamento conforme a lógica contemporânea, ou seja, com registros escritos do ocorrido e direito de defesa. Chevitarese argumenta que, caso a prática fosse assim, alguma coisa das milhares de crucificações havidas teria sobrevivido ao crivo do tempo.

"Vamos esquecer por um minuto o caso Jesus de Nazaré e pensar nas grandes revoltas de escravos que sacudiram o final da república romana. Talvez a mais famosa seja a Revolta de Espártaco [que teria mobilizado cerca de 70 mil escravos por volta do ano 71 a.C.]", exemplifica. "A documentação literária diz que, depois de derrotado aquele exército de escravos, todos eles foram crucificados. E onde estão as atas de julgamento deles? Não estão em lugar nenhum porque nunca foram feitos julgamentos", sustenta Chevitarese.

"Para esses indivíduos, não existia julgamento. As pessoas eram presas e imediatamente levadas para morrer", acrescenta ele.

"[O 'crime' de Jesus] era ser ele alguém que atentava contra o Estado romano", pontua o pesquisador. "Como ele atentava? O império romano era um reino de Deus, os imperadores eram lidos como divinos, isso era uma antiga tradição. Jesus, ao instaurar o reino de Deus, se colocou em oposição ao reino de César, que era uma divindade. No caso, o César da época era Tibério", contextualiza.

Nesse sentido, ele não poderia anunciar o reino de Deus, já que o reino de Deus já existia — se o imperador romano era deus, aquele era o reino de um deus, portanto.


Jesus sendo preso, em pintura do século 16 - Imagem: Reprodução

Incongruências históricas

Chevitarese demonstra ceticismo ao analisar as passagens dos evangelhos que relatam os episódios relacionados à morte de Jesus. "Os evangelistas vão explicar a informação que eles já têm, ou seja, que Jesus foi crucificado. Mas, quando escrevem, também têm uma segunda informação, que é o ponto de vista da fé deles: Jesus teria ressuscitado", reflete. "Mas nenhum dos evangelistas foi testemunha ocular."

Para ele, toda a narrativa de um suposto julgamento por aclamação popular conduzido por Pilatos é um relato teológico, e não histórico.

E ele começa desconstruindo a ideia de que houve um bandido, Barrabás, que foi libertado por tradição pascoal. Ele chama atenção para o fato de que primeiro foram dois os apresentados para essa escolha popular: Jesus e Barrabás. Em seguida, Jesus foi crucificado ao lado de outros dois condenados. "Por que esses outros dois também não foram perfilados com Jesus e Barrabás para que o povo pudesse escolher entre os quatro. Tem algo que não bate nessa conta", afirma.

"Nunca existiu uma lei qualquer que fosse produzida pelo império romano de liberar um prisioneiro durante um período de festa qualquer que fosse onde quer que fosse", sintetiza Chevitarese.

"Eu entendo que a Páscoa [cristã] baseia-se na centralidade da prisão, julgamento, morte, sepultamento e ressurreição de Jesus. Mas isso é um relato teológico, que precisa ser lido e assumido como relato teológico.

Fonte: BBC Brasil


sexta-feira, 8 de abril de 2022

Ralph Moeller surge como Poseidon e se junta a Arnold Schwarzenegger como Zeus e Salma Hayek como Hera em comercial da BMW no Super Bowl LVI

Imagem: Divulgação

O objetivo da montadora foi utilizar o alcance do evento promover o seu SUV elétrico, o BMW iX.

Um pôster de Schwarzenegger como Zeus chamou a atenção do grande público para a nova propaganda comercial do astro. Trata-se de um teaser para a campanha da BMW no Super Bowl LVI.





No vídeo, Schwarzenegger está em uma cafeteria pedindo um “macchiato”. A embalagem tem um nome escrito: Zeus. O atendente se atrapalha um pouco para pronunciar a palavra ao chamar o cliente. Neste momento, surge o deus grego para receber a sua bebida. Até pela escolha de Zeus como protagonista, o objetivo da BMW é utilizar o alcance do evento promover o seu SUV elétrico, o BMW iX.

Além de Arnold, a estrela hollywoodiana Salma Hayek também fez parte do elenco da campanha. Ela participou como Hera, esposa de Zeus. Já o ator Ralph Moeller, apareceu interpretando Poseidon. Confira as imagens compartilhadas pelos astros em suas redes sociais.




Para quem não o conhece, Moeller já atuou em ‘Gladiator‘, ‘Soldado Universal‘ e, assim como Schwarzenegger , já deu vida ao bárbaro Conan, só que na série de TV.

O comercial foi exibido durante os intervalos do Super Bowl, que aconteceu dia 13 de fevereiro nos EUA

No filme, eles deixam o Monte Olimpo para uma vida tranquila em Palm Springs, Califórnia, nos Estados Unidos. No entanto, a monotonia da aposentadoria rapidamente pesa sobre Zeus, que fica frustrado com constantes pedidos de seus vizinhos mortais para carregar seus equipamentos. Enquanto isso, Hera, em um esforço para trazer um pouco de emoção de volta à vida de Zeus, o presenteia com um BMW iX elétrico, que rapidamente ajuda a reacender seu marido.


Como se sabe, montadoras tem um longo histórico de investimento dentro do evento. Além da alemã, Kia, General Motors, Nissan e Toyota também tiveram comerciais durante a partida.


Fonte: mktesportivo / cinepop


terça-feira, 15 de março de 2022

Graça Aranha e a Semana de Arte Moderna

Foto: Reprodução

Há exatamente 100 anos, o Brasil vivia a Semana da Arte Moderna, um cenário que contribuía para a realização de grandes eventos artístico e cultural realizado no Teatro Municipal de São Paulo, entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922. A ideia era apresentar uma nova cara para a arte nacional, inspirada nas obras que eram produzidas na Europa diante da contramão do tradicionalismo e favor da liberdade estética, assim se fortaleceu a Corrente do Modernismo brasileiro.

Entre os artistas envolvidos na Semana da Arte, estava o maranhense Jose Pereira da Graça Aranha, advogado, diplomata, escritor, viveu pouco em São Luís e foi estudar em Recife. Já formado, mudou-se para o Rio de janeiro e, depois, Espírito Santo. Morou na Europa e de volta ao Brasil, fundando a Academia Brasileira de Letras, em 1897.

Graça é visto como único fundador e escritor que teve relação com a ABL sem ao menos ter publicado uma obra. A primeira só saiu em 1902, ‘Canaã’, romance naturalista, carregado de realismo e regionalismo, sendo um pontapé para a arte moderna.

Além da obra ‘Canaã’, que serviu como palco para a consolidação da arte, Graça foi autor de apenas mais seis livros. Mesmo assim, o escritor pré-modernista tornou-se um dos grandes precursores da arte moderna no Brasil. No mesmo ano, passou a ter contato direto com os artistas de São Paulo. No ano seguinte, estava na turma que organizou a Semana de Arte Moderna, onde proferiu o discurso de abertura: “A emoção estética na arte moderna”.

 Embora tenho sido um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, Graça deixou a ABL em 1924. Graça Aranha não voltou a morar mais no Maranhão. Morreu em 1931 no Rio de Janeiro. Uma das suas últimas obras foi “Meu próprio romance”, um livro de memorias.

Fonte: ALMA

terça-feira, 1 de março de 2022

Pesquisas demonstram impactos positivos de games na visão e atenção dos usuários

Imagem: Reprodução

Os games de ação oferecem benefícios cognitivos significativos para desenvolvimento dos jogadores.

Pesquisas recentes sugerem que certos jogos podem tornar a mente mais afiada, reforçar a memória de trabalho, melhorar o foco, ashabilidades espaciais e até mesmo a visão.

Mas, para obter esse tipo de resultados positivos, o tipo de jogo é fundamental. Os games de ação — aqueles que envolvem tomar decisões rápidas, navegar em diferentes ambientes e encontrar alvos visuais — parecem oferecer os benefícios cognitivos mais significativos.

Um estudo de 2003 descobriu não apenas que jogadores de videogame eram melhores em resolver quebra-cabeças visuais do que aqueles que não jogavam — como foram necessários apenas 10 dias de prática de videogame para melhorar o desempenho destes últimos.

Em outro estudo, por exemplo, participantes foram convidados a jogar um game que envolvia resolver enigmas e coletar moedas como recompensa. Eles jogaram 30 minutos por dia durante 3 meses. Ao final do estudo, o hipocampo, a parte do cérebro que é vital para a memória, havia sido aprimorado.

Fonte: saoluisdofuturo

sábado, 26 de fevereiro de 2022

Ranking dos melhores lutadores do UFC da atualidade: Top 7

Foto: Reprodução
É possível apostar de diversas formas. Você pode apostar em quem vai vencer a luta, em que round a luta vai acabar, como a luta vai terminar e etc.

Algo similar com o que acontece no futebol, onde é possível apostar no número de escanteios, no placar e muito mais.  Tudo o que envolve o UFC está em alta, desde o site de apostas UFC até os canais que fazem a transmissão. Isso é verdade para o Brasil e para boa parte do mundo. Mas no caso do Brasil, há motivos especiais para o UFC fazer tanto sucesso. Acontece que o ranking dos melhores lutadores do UFC tem sempre vários lutadores brasileiros. 


Foto: Reprodução

A seguir você vai ler sobre: quais são os melhores lutadores do UFC da atualidade. Note que não estamos falando necessariamente dos melhores lutadores de wrestling do UFC, mas dos melhores no geral.  

  • Quem são os melhores lutadores do UFC 
  • Como o UFC se sai nas casas de apostas
  • Algumas dicas para apostadores 
  • E muito mais 

Francis Ngannou 

Por incrível que pareça,  Ngannou já foi derrotado duas vezes na carreira, mas isso é uma memória distante se comparado com o que esse lutador tem feito recentemente. Além de ter ganhado o título de campeão peso-pesado nocauteando o seu adversário,  Ngannou já defendeu seu título contra o campeão interino da divisão. 

De qualquer forma, não podemos deixar de mencionar que a situação contratual de  Ngannou é um tanto confusa. Aparentemente o lutador não está feliz com os valores que lhe estão sendo pagos. Se ele vai continuar no UFC nos próximos anos é um assunto ainda em aberto. 

Glover Teixeira 

Glover Teixeira já foi chamado de Rocky Balboa da vida real. Sua história é tão incrível quanto as histórias dos filmes de lutadores. Glover passou cerca de 20 anos trabalhando como lutador profissional até chegar no posto de campeão do UFC. O brasileiro é o atual campeão da divisão meio-pesado e já tem um oponente quase que definido para sua próxima luta. 

Israel Adesanya 

O que falar de Adesanya? Ele tem sido o rei da divisão peso médio. Um verdadeiro substituto à altura de Anderson Silva, antigo campeão da divisão. É bem verdade que Israel Adesanya tentou subir de categoria e falhou, mas no que diz respeito a divisão peso médio, é difícil de imaginar qualquer lutador dando trabalho para ele. 

Adesanya já conta com vitórias notáveis contra excelentes lutadores brasileiros, como o próprio Anderson Silva e Paulo Costa. 

Kamaru Usman 

Kamaru Usman não é um lutador muito popular no Brasil, mas ele certamente merece estar no ranking dos melhores lutadores do UFC. Este lutador simplesmente limpou sua divisão tendo vencido nomes importantes como Gilbert Burns e Jorge Masvidal. 

Algumas pessoas já sugeriram que Kamaru Usman deveria subir de categoria pois já não há nada mais para provar na sua divisão. O problema com essa ideia é que a divisão de cima é a divisão de Israel Adesanya, um nigeriano, como Kamaru Usman. A ideia de lutar um compatriota é um tabu para os dois lutadores que são amigos. 

Charles Oliveira  

Não podemos fazer uma lista como essa sem mencionar o brasileiro. Charles Oliveira é sem dúvida uma figura carimbada entre os melhores lutadores de wrestling do UFC. Mas desde que se tornou campeão, as pessoas começaram a acordar para o fato de que Charles é um excelente lutador no geral, não só no chão.

Deiveson Figueiredo 

Outro excelente lutador brasileiro. Deiveson Figueiredo é também conhecido como Deus da Guerra. É bem verdade que este lutador teve problemas para bater peso, o que certamente prejudicou algumas de suas performances. Mas quando ele está 100%, nada pode superá-lo. 

Valentina Shevchenko 

Agora você deve estar se perguntando porque a Amanda Nunes não apareceu aqui. Bom, Amanda perdeu sua última luta e Valentina Shevchenko é muito mais consistente como lutadora. Portanto, decidimos deixar a última vaga da nossa lista para Valentina Shevchenko. 

O UFC e as casas de apostas

Foto: Reprodução
O UFC faz sucesso nas casas de apostas? Você pode apostar que sim! Alguns apostadores já fizeram loucuras como apostar mais de 1 milhão de dólares em um lutador. Talvez o fato de Las Vegas ser um dos locais favoritos para eventos do UFC não seja por acaso. 

No Brasil, os apostadores podem apostar em eventos do UFC através das casas de apostas como a bet365 e muitas outras.  

Considerações finais 

Bom, esse foi nosso resumo dos melhores lutadores do UFC da atualidade. Há alguns campeões que não apareceram nessa lista, mas levamos fatores em conta, não só quem está com o cinturão na mão. Lembre-se, não fique chateado se o seu lutador ou lutadora favorito(a) não apareceu aqui. 

Fonte: publicitarioscriativos