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A startup Visto.bio surgiu com o propósito de mudar o mundo da moda com um spray que evita mau cheiro das roupas e descarta a necessidade da lavagem com água. A startup recebeu em janeiro de 2019 um aporte de R$ 1,2 milhão e se preparava para a expansão. Com a pandemia de Covid-19, o negócio, como falam entre startups, teve que pivotar.
Sem deixar de lado seu spray carro-chefe, a Visto.bio observou uma oportunidade e lançou durante a pandemia um novo spray capaz de eliminar o coronavírus das roupas, da pele e do cabelo. Lançado em abril de 2020, o projeto foi premiado pela Singularity University, uma das mais importantes do Vale do Silício, no Pandemic Challenge, nos Estados Unidos.
Tecnologia patenteada
Criada em 2014, a Visto.Bio é dona de uma tecnologia patenteada que usa uma combinação de ativos de óleos essenciais para fazer a assepsia de tecidos. O projeto começou a partir de uma pesquisa de mestrado em Engenharia Têxtil com Bioquímica defendida na Universidade de São Paulo por Renan Serrano, fundador da startup.
Serrano criou o spray líquido para fixar no tecido sem causar manchas ou odores. À princípio, o propósito era economizar o tempo dos clientes na lavação de roupas. Com a ideia já patenteada, a Visto.Bio recebeu um aporte de 1,2 milhão de reais da Anjos do Brasil, em 2019. Os primeiros clientes foram grifes como Natalie Klein e Farm.
Nova formulação
Após ser aplicado em tecidos e no corpo, o spray mata bactérias e vírus. Com isso, a startup começou a trabalhar em uma formulação nova para obter a validação de que seu produto poderia ser utilizado para inativar o coronavírus. Em testes laboratoriais, o produto conseguiu eliminar o vírus causador da Covid-19 em cerca de 99% dos casos.
O spray, feito a partir de uma combinação entre álcool e óleo de uma erva brasileira, recebeu a certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e começou a ser vendido como antisséptico, com a proposta de ser menos prejudicial para a pele do que o álcool gel. Um frasco de 45 ml, que rende cerca de 200 aplicações, custa 150 reais.
Em 2020, a Visto.bio faturou R$ 2,5 milhões. Atualmente, a startup vende seus produtos somente no ambiente digital, com entrega para todo o Brasil. O modelo de negócio deve mudar logo, visto que a startup já fechou parcerias com empresas como Kimberly-Clark e Philip Morris para formatar o negócio e levá-lo a pontos físicos de venda.
Investimento
Segundo Serrano, o valor do faturamento foi totalmente reinvestido no negócio, na contratação de pessoas e no desenvolvimento de pesquisas, além de apoiar startups parceiras. De acordo com o empresário, duas startups foram investidas pela Visto.bio em 2020, a Crop, focada em pesquisas para a produção de insumos que reduzam riscos associados às doenças crônicas, e a Flori.tech, startup de coleta inteligente de resíduos.
Fonte: saoluisdofuturo