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O novo diretor-geral da PF (Polícia Federal), Rolando Alexandre de Souza, fez uma troca indireta na chefia da superintendência da PF no Rio de Janeiro, ao convidar o atual chefe do órgão no estado para um novo cargo na instituição. O novo nome para o posto ainda não foi anunciado.
Carlos Henrique Oliveira, que ocupava o cargo no Rio de Janeiro desde 2019, foi convidado para ser diretor executivo da PF em Brasília, segundo cargo mais importante na hierarquia da corporação, subordinado diretamente ao diretor-geral.
Com a troca, o ex-superintendente da PF em São Paulo, Disney Rossetti, que ocupava a função, deixa o cargo, e a chefia da superintêndencia no Rio de Janeiro passa a ficar vago, dando espaço para que Rolando Souza indique alguém para o posto.
A expectativa, segundo delegados federais, é de que seja um nome próximo de Alexandre Ramagem, atendendo um critério de que a nova pessoa que chefiará a instituição no Rio de Janeiro seja alinhada com o presidente Jair Bolsonaro. Outra hipótese levantada é que Alexandre Saraiva, atual superintendente da PF no Amazonas, também possa assumir o posto no estado fluminense.
Troca polêmica
A troca no comando da Polícia Federal no Rio de Janeiro, estado que é base política do presidente Jair Bolsonaro e de seus filhos, foi um dos motivos de divergência que resultaram na saída do então ministro da Justiça Sérgio Moro, combinado com a troca do diretor-geral da instituição, sem uma justificativa por parte do presidente da República.
Essa insistência na troca foi apontada por Moro como uma interferência política na Polícia Federal e virou alvo de um processo na Justiça para investigar a ação.
Com a saída de Moro, Bolsonaro conseguiu fazer a troca no comando da instituição, nomeando inicialmente Alexandre Ramagem, então diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que foi impedido de tomar posse pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
No domingo, Jair anunciou que nomearia um novo diretor-geral, o que foi feito na manhã desta segunda-feira (4), em uma decisão de portas fechadas no Palácio do Planalto, que levou ao cargo Rolando Alexandre de Souza, considerado braço-diretor de Ramagem na Abin.
Fonte: R77
Comentário
Isto é o que se chame de manobra estratégica na política e na indicação de cargos públicos. Recentemente aqui no Maranhão vimos algo parecido, o Governo declarou o “lockdown”, via decisão judicial. Entenda, o próprio governador poderia tê-lo feito, mas para evitar maiores desgastes a sua imagem, a questão foi resolvida perfeitamente através de solicitação do MP via poder judiciário com determinação judicial, e ordem judicial não se discute, se cumpre!
Algo parecido ocorre em Brasília, com a negativa do STF a nomeação de Ramagem, amigo íntimo do número 02 de Jair, o novo indicado Rolando Souza, ao invés de exonerar (demitir) o superintendente da PF no Rio, o promove, deixando assim o cargo vago para que ele possa nomear alguém da preferência de Jair! Sem levantar grandes alardes da imprensa e nem do STF.
No caso do Maranhão, que diga-se de passagem vem fazendo um excelente trabalho no combate a pandemia, e onde a manobra do governo foi para o bem comum da população, a manobra do novo indicado de Jair, para diretor-geral da Polícia Federal e superintendência do Rio, foi uma verdadeira politicagem, o cara como primeira medida logo depois que assume o cargo, na cara dura, promove o superintendente do Rio para deixar o cargo vago para que Jair, através dele, Souza, indique alguém que vá defender os interesses dos filhos dele e dos aliados investigados lá no Rio.
O correto, já que a PF é um órgão de justiça, seria que o diretor-geral fosse indicado por alguém da confiança do presidente do STF ou pelo próprio e não pela presidência da república, nem mesmo um ministro do STF, acredito eu, deveria ser indicado pelo presidente da república, mas essa é uma celeuma democrática e constitucional a ser desenvencilhada pelo Congresso Nacional.
E tem gente que acha toda essa situação do desgoverno de Jair, uma coisa absolutamente normal!