quarta-feira, 3 de abril de 2019

Guedes enfrenta artilharia da oposição em audiência sobre reforma

Foto: Reprodução
O ministro da Economia, Paulo Guedes, enfrenta uma artilharia da oposição no início da audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre a proposta de reforma da Previdência encaminhada pelo governo Bolsonaro. Os deputados da oposição não dão trégua ao ministro na fase de sequência de perguntas. O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) disse que Guedes é mais perverso do que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso quando fez mudanças no sistema de Previdência.

Lopes afirmou que o ministro "faltou com a verdade" ao afirmar que o governo gasta R$ 700 bilhões com a Previdência Social. Para o deputado, parte desses recursos foi para pagamento da seguridade social. Aos gritos e batendo na mesa, Lopes disse que Guedes mentira: "É seguridade social". O presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), teve que conter mais um início de bate-boca e pediu respeito ao ministro.

O deputado do PT acusou a mídia de tratar o ministro da Economia como último "gatorade do deserto" e afirmou que esperava uma apresentação mais técnica de Guedes.

O deputado Silvio Costa Filho (PRB-PE) interrompeu a audiência dizendo que os parlamentares não davam um bom exemplo ao atacar Paulo Guedes de forma desrespeitosa. Foi vaiado e aplaudido.

A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) aumentou o tom contra o ministro: "Pare de mentir para o povo, seu ministro. Essa reforma é um desmonte da Previdência, e não é para acabar com privilégios. Mas ataca a maioria dos trabalhadores mais precarizados. Entendemos que é uma proposta inconstitucional, porque fere cláusula pétrea da Constituição"

O deputado Alencar Santana Braga (PT-SP) disse que o governo "vive com base na mentira" e questionou a intenção de Guedes de propor o sistema de capitalização. "Se o sistema atual que tem três financiando (trabalhador, empregador e governo) está falido, como vai ficar a capitalização em que só o trabalhador contribui?", indagou. Ele anda provocou o ministro sobre a proposta dos militares, que foi apresentada separadamente. "Por que os militares não vão para a capitalização se ela é tão boa?", questionou.

Fonte: JB