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Novo campo obrigatório pretende dar ao júri uma visão mais completa do trabalho a ser avaliado.
Pela primeira vez, o Cannes Lions introduz um campo obrigatório do uso de inteligência artificial (IA) nas inscrições dos trabalhos. Os participantes devem informar usarem ferramentas de IA na concepção, coleta de informações ou produção visual de uma ideia. E, em caso afirmativo, como utilizaram.
“Introduzimos essa nova pergunta sobre IA para dar ao júri uma visão completa do trabalho, para que possam focar sua discussão e decisões na criatividade do trabalho e no impacto que ele teve para a marca”, revela Marian Brannelly, diretora global de prêmios do Cannes Lions. A executiva ainda pontuou que a questão é obrigatória e que é compartilhada com o júri para que a usem ao discutir os méritos das peças.
Presença da IA no festival
Mesmo sendo a primeira iniciativa institucional do festival neste sentido, a IA já estava presente em trabalhos inscritos no festival em edições passadas. Segundo relatório da agência Kurio, a IA generativa já constava em 5% dos trabalhos vencedores da edição de 2023 do Cannes Lions, que marcou os 70 anos do festival.
Segundo avaliação da agência, essa é uma percentagem significativa, uma vez que as inscrições do Cannes Lions 2023 acabaram em abril de 2023, e o lançamento do ChatGPT – que popularizou a inteligência artificial generativa – ocorreu em novembro de 2022.
Ainda de acordo com o levantamento, dentro desses 5%, 3% usaram IA generativa para criar imagens. Entre as ferramentas específicas de geração de imagem as mais utilizadas estavam: Stable Diffusion, seguido pelo DALL-E 2 e Midjourney.
Além disso, o relatório indicou que 10% dos trabalhos vencedores do Cannes Lions 2023 utilizaram IA de forma geral. Essa é a mesma percentagem de 2019 e 2018, quando Kurio publicou seus últimos relatórios de IA com Cannes Lions.
“Em 2023, batemos um recorde de inscrições que mencionaram o uso de IA na sinopse escrita, e os vencedores do ano passado demonstraram as diversas maneiras como a IA pode ser usada para ajudar a criar trabalhos premiados”, pontua Marian.
Alguns dos principais pontos de aprendizagem que surgiram de discussões do festival com membros do júri em 2023 giravam em torno de como as marcas podem usar a IA para cocriar e impulsionar experiências de marca, além de permitir que pacientes e profissionais de saúde visualizem sintomas e se expressem, diz a diretora. “Há pouca dúvida de que isso só aumentará este ano e devemos esperar ver mais marcas e agências usando essa tecnologia para dar vida a ideias brilhantes”, complementa.
Fonte: meioemensagem