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Restauração florestal do Parque Nacional Guaricana é exemplo de projeto que contribui com os objetivos do Dia Nacional da Mata Atlântica.
O Dia Nacional da Mata Atlântica, comemorado em 27 de maio, tem como objetivo conscientizar sobre a importância da conservação, recuperação e uso sustentável desse bioma que sofre com o crescente desmatamento. No Paraná, indígenas da comunidade Tupã Nhe´é Kretã vêm atuando ativamente na restauração florestal do Parque Nacional Guaricana, na Serra do Mar paranaense, a cerca de 70 km de Curitiba (PR).
O objetivo do projeto é restaurar a cobertura florestal de uma área de 100 hectares, que foi uma antiga fazenda de exploração madeireira. Até dezembro de 2023, foram plantadas 14 mil mudas de 22 espécies nativas, como Pinheiro do Paraná, Guabiroba, Canela Sassafrás, Aroeira, Bracatinga e Ipê Amarelo.
O projeto coordenado pelo Lactec em parceria com o Fundo Brasileiro para Diversidade (Funbio) teve início em 2022 e envolve a capacitação dos indígenas para o uso de ferramentas tecnológicas como drones, tablets e notebooks que serão utilizadas na fase de monitoramento da restauração realizada. Os equipamentos serão utilizados para a aquisição de imagens dos plantios, registro das áreas de nucleação e enriquecimento, georreferenciamento de imagens, elaboração de mapas e organização de um sistema. O projeto conta com o apoio do NGI Curitiba ICMBio, FUNAI, IAT, COPEL e Sociedade Chauá.
Empreendedorismo
Além da capacitação para o uso dos equipamentos, foram realizados treinamentos de diversos temas voltados à restauração, entre eles uma oficina com noções sobre empreendedorismo da cadeia de negócio da restauração florestal de áreas degradadas. O foco foi orientar sobre a possibilidade de comercialização de mudas e sementes de espécies nativas cultivadas em um viveiro idealizado e montado durante a realização do projeto.
Desta forma, a comunidade será capaz de gerenciar e alinhar as tecnologias existentes com os conhecimentos tradicionais dos Tupã Nhe’é Kretã, ressalta o coordenador do projeto, o pesquisador do Lactec, Juliano Santos. “Com as propostas desenvolvidas em conjunto, será possível, além de restaurar a cobertura florestal, incentivar as famílias a desenvolver uma atividade sustentável com geração de renda”, explica. “Além disso, a baixa variabilidade e oferta de mudas e sementes de espécies nativas no mercado se configura como uma oportunidade para a comunidade”, completa.
Mata Atlântica
No Brasil, menos de um quarto da área da Mata Atlântica (24%) está preservada, de acordo com levantamento feito pela Fundação SOS Mata Atlântica. A pesquisa mostra que houve redução no desmatamento entre 2022 e 2023, porém com aumento em áreas de transição com o Cerrado e a Caatinga.
A Mata Atlântica é uma das regiões mais ricas em biodiversidade do mundo com uma relevante importância ambiental, já que contribui para a regulação do clima e do abastecimento de água na região e arredores. O ecossistema ainda colabora no desenvolvimento econômico por meio do turismo e produção de fibras, madeiras, óleos e outros recursos.
Além disso, possui um valor histórico-cultural muito rico, pois abriga diversas comunidades tradicionais carregadas de história. Neste contexto, a conservação dos remanescentes de Mata Atlântica e a recuperação da sua vegetação nativa são fundamentais, especialmente as áreas protegidas, como Unidades de Conservação e Terras Indígenas.
Fonte: PG1 Comunicação / Paula Melech