quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Filho de Lira negocia publicidade com a caixa, que será presidida por indicado pelo Centrão

Foto: reprodução

Reportagem da Folha de S.Paulo desta quinta-feira (26) destaca a relação de Arthur Lira Filho, de 23 anos, com a Caixa Econômica Federal. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pai do jovem empresário, indicou o novo presidente do banco, Carlos Antônio Vieira Fernandes. A Caixa negocia verbas de publicidade com o filho do deputado.

Arthur Filho é sócio da Omnia 360, empresa que representa veículos de mídia que participam de campanhas da Caixa e outros órgãos públicos. De acordo com reportagem de Mateus Vargas, a OPL Dikgital e a RZK Digital, ambas clientes da Omnia, estão na lista de veículos que atuaram na publicidade do banco em 2022 e 2023. A Caixa não divulga os valores pagos a cada veículo.

A Rocket Digital também é fornecedora do banco. A empresa tem como donos Maria Cavalcante, que é sócia da Omnia, e Rodolfo Maluf Darakdjian, proprietário da OPL.

Maria Cavalcante é filha de Luciano Cavalcante, ex-assessor de Lira que foi alvo de operação da Polícia Federal sobre desvios na compra de kits de robótica — o inquérito foi suspenso em julho pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A relação de Arthur Filho com representação de veículos publicitários que prestam serviço para órgãos públicos foi revelada em 2021 pelo Congresso em Foco, em reportagem de Amanda Audi e Guilherme Mendes.

Segundo a Folha, a Omnia não tem contratos diretamente com a Caixa ou órgãos públicos. A empresa ganha uma comissão dos veículos que representa, quando essas empresas exibem anúncios, por exemplo, em outdoors ou na internet. A empresa do filho do presidente da Câmara representa e acompanha os veículos clientes em reuniões. A Caixa registra 26 entradas de sócios da Omnia no banco entre 2021 e 2022, sendo quatro delas de Arthur Filho.

O jovem dá nome ao parque de vaquejada de propriedade de Lira no interior de Alagoas, mas o bem foi omitido da declaração de bens do deputado por uma década, como mostrou o Congresso em Foco.


Fonte: congressoemfoco


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