quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Professores de universidades se dedicam a estudar o blockchain

Imagem: Reprodução

A ideia é mostrar que, diante da tecnologia, as instituições tradicionais ainda permanecem bastante céticas.

Blockchain: o tema que invadiu grandes e renomadas universidades e começa a fazer parte de pesquisas de céticos da tecnologia. Alguns professores buscam respostas para entender por qual motivo pessoas de diferentes classes sociais, que sejam formadas em grandes universidades ou não, podem e estão investindo no mundo cripto.

A lista conta com Emin Gun Sirer, da Universidade de Cornell e um dos fundadores da Avalanche, blockchain de primeira camada que busca concorrer com a Ethereum. Dawn Song, da Universidade de Berkeley na Califórnia e do blockchain focado em privacidade Oasis.

Além dos nomes citados acima, também integram a lista David Mazieres, professor titular da Universidade de Stanford, ajudou na construção da Ripple e Stellar. O brasileiro Alex Nascimento, que dá aulas na UCLA, onde fundou o Blockchain@UCLA Lab, além de ser sócio da 7CC Blockchain Investments.

Criar do zero

Segundo Song, se você quer desenvolver novas capacidades, então você precisa trabalhar dentro dessas limitações, como a escalabilidade ou problemas culturais dos blockchains pré-existentes, ou então criar o seu do zero.

Pessoas que constroem protocolos e ferramentas de código aberto podem ser influenciados a se manter céticas quanto às instituições centralizadas, incluindo bancos, governos e mídia.

Song, além de estudar sobre, leva aos outros o que aprende, ele conta que gasta seu tempo fazendo pesquisa, escrevendo artigos, aperfeiçoando a teoria da privacidade de dado e ainda dá aulas.

Ainda que as faculdades exijam conhecimentos internos, é possível que esteja nascendo uma geração que ultrapassa esses portões.

Jardins fechados

Para Mazieres, a academia é contra sistema, hoje em dia, grandes companhias de tecnologia, como Apple e Facebook representam “jardins fechados” da computação. Se quiser fazer algo que é diferente do que essas companhias fazem, ou que não é bom para as diretrizes deles, então você vai ter que fazer isso na academia.

Por trás de cada commodity, existem fundações econômicas, isso facilita pesquisa e desenvolvimento. Para Mazieres, a academia representa outro caminho para construtores que buscam reinventar o mundo por meio de criptomoedas.

O processo de peer-review pode ser lento, mas a cadeira de professor promove o isolamento da volatilidade do mercado, a garantia de trabalho e o benefício de estar cercado de algumas das pessoas mais inteligentes do planeta.

Pulando portões da faculdade

Mazieres diz que é muito difícil imaginar a possibilidade de deixar Stanford antes de se aposentar. Certamente um dos motivos é o fato de que pode fazer qualquer coisa em código aberto e publicar tudo.

Gun Sirer, fundador da Ava Labs, está deixando seu cargo na Cornell, onde é professor há duas décadas e, ali, deu início às suas primeiras investigações sobre a economia blockchain, descobrindo o “ataque da mineração egoísta” na rede Bitcoin e outros bugs na rede Ethereum.

Outro exemplo de professor que deixa a sala de aula para se aprofundar sua pesquisa em cripto é Aaron Whight, fundador de Cardozo, dá um “até logo” para a Escola de Direito de Cardozo para focar em sua incubadora de organizações autônomas descentralizadas (DAOs).

Wright deixa as salas de aula para monetizar a The LAO, segundo ele, foi essencialmente pesquisa e desenvolvimento no último ano.

Fonte: saoluisdofuturo