sábado, 9 de janeiro de 2021

Pfizer diz ter oferecido 70 milhões de doses de vacina a governo brasileiro para entrega a partir de dezembro de 2020

Imagem: Reprodução

Em comunicado, farmacêutica afirma não poder divulgar detalhes de negociações por contrato de confidencialidade, mas diz ter feito três propostas desde agosto, com mesmos termos aceitos por outros países que já receberam e estão aplicando o imunizante.

A Pfizer divulgou na quinta-feira (7) uma nota na qual diz que ofereceu ao governo brasileiro a possibilidade de comprar um lote de 70 milhões de doses de sua vacina contra a Covid-19 em 15 de agosto, com entrega prevista a partir de dezembro de 2020.

A empresa diz ter realizado uma série de tratativas para o fornecimento do imunizante ao Brasil, mas até o momento nenhum contrato foi assinado. Além da proposta de agosto, outras duas já foram apresentadas.

Segundo a farmacêutica, detalhes sobre as negociações não podem ser revelados por causa de um contrato de confidencialidade assinado entre as duas partes em 31 de julho.

No entanto, a empresa diz que os termos do acordo oferecido foram os mesmos aceitos por outros países que já receberam e estão aplicando a vacina desenvolvida pela Pfizer/BioNTech.

“Países como Estados Unidos, Japão, Israel, Canadá, Reino Unido, Austrália, México, Equador, Chile, Costa Rica, Colômbia e Panamá, assim como a União Europeia e outros países, garantiram um quantitativo de doses para dar início à imunização de suas populações, por meio de acordo que engloba as mesmas cláusulas apresentadas ao Brasil”, diz trecho do comunicado.

A nota da Pfizer foi divulgada após coletiva de imprensa com ministro da saúde, Eduardo Pazuello, nesta quinta. Ele disse que "ela [Pfizer] fez campanha forte para vender a vacina".

"Fomos procurados há dois meses. Nesta discussão que estamos tendo desde então, tentamos demover a empresa das exigências que não permitem na no nossa contratação", disse. Pazuello citou alguns pontos em negociação, assuntos relacionados à Justiça - como a não responsabilidade da empresa por eventos adversos -, ao transporte da vacina e o fornecimento de insumos.

"Vocês pararam de negociar com a Pfizer? Nem um dia. Queremos que ela dê tratamento compatível com nosso país, que ela amenize as cláusulas. Não podemos assinar desta forma", disse.

Até o final de 2021, a Pfizer deve produzir cerca de 1,3 bilhão de doses de sua vacina, em cinco fábricas nos Estados Unidos e na Europa.

Segundo estudo publicado em dezembro na revista científica “New England Journal of Medicine”, o imunizante tem eficácia de 95% na prevenção ao Covid-19.

Na sexta, um estudo clínico conduzido pela Pfizer e pela University of Texas Medical Branch, ainda não revisado, apontou que ela mostrou eficácia na prevenção às mutações do coronavírus altamente transmissíveis descobertas no Reino Unido e na África do Sul.

Fonte: G1