Foto: Reprodução |
Não faz sentido articular qualquer projeto de aliança visando 2022 quando a prioridade é cuidar das eleições municipais deste ano, cujos resultados terão influência decisiva na disputa para governador e presidente da República.
Agora, é momento para conversar a sério sobre o Brasil e não sobre sucessão presidencial. Foi essa a grande mensagem passada pelo governador Flávio Dino (PCdoB) nos espaços que ocupou nas edições do último domingo de O Globo, ao qual concedeu entrevista sobre o cenário político nacional, e de O Estado de S. Paulo, que publicou densa reportagem interpretativa sobre sua cruzada política pregando a unidade das esquerdas e propondo que esses segmentos saiam do isolamento e abram diálogo com setores do centro, para combater a direita.
O governador confirmou que tem conversado com personalidades não-esquerdistas, como o apresentador Luciano Huck e o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por exemplo, enfatizando, porém, que essas conversas tiveram como pauta o Brasil e seus problemas, descartando, “por razões práticas”, qualquer abordagem sobre a corrida presidencial de 2022. “Seria um debate destituído de objetividade, uma vez que daqui até lá há inúmeros caminhos a serem percorridos”, disse o governador a O Globo.
Com esse posicionamento, o governador do Maranhão demonstra que não se deixa contaminar pela precipitação e que se movimenta no cenário nacional impulsionado pela racionalidade política. Essa postura ganha sentido prático quando coloca as eleições municipais como prioridade, não fazendo sentido antecipar articulações para 2022 antes que os brasileiros elejam mais de 5.500 prefeitos e mais de 57 mil vereadores. Os eleitos em 2020 para prefeituras e Câmaras Municipais serão a base do processo político que desembocará nas urnas em 2022. Eles definirão o poder de fogo político e eleitoral dos partidos e, principalmente, dos candidatos a governador, senador e presidente. Um grande resultado poderá turbinar um partido e seu candidato, um mau desempenho nessas eleições poderá até mesmo liquidar as pretensões de um partido e do seu candidato presidencial, o mesmo acontecendo nas eleições para governador e senador.
Em suas respostas à entrevista a O Globo, Flávio Dino exibe consciência de como funciona esse processo. Sabe que o projeto de poder que desenvolve com seu grupo só terá futuro tranquilo se mantiver os 16 partidos na aliança que construiu e que lhe dá sustentação, e se mostrar força nas urnas municipais. Para ele, é importante que os partidos aliados, a começar pelo PCdoB, repitam, ou até mesmo melhorem em 2020 o desempenho que tiveram nas eleições municipais de 2016.
Naquele pleito, o seu partido, o PCdoB saiu das urnas com 46 prefeitos, cacife que foi reforçado pelo PDT, aliado de primeira hora, com 28 prefeitos e o PSDB, que à época era da base e comandado pelo vice-governador Carlos Brandão, que elegeu 29 prefeitos, muitos dos quais migraram com ele para o PRB, depois que o senador Roberto Rocha tomou o controle do ninho dos tucanos no Maranhão. A aliança governista elegeu também a maioria dos mais de 2,4 mil vereadores naquele pleito.
Naquele pleito, o seu partido, o PCdoB saiu das urnas com 46 prefeitos, cacife que foi reforçado pelo PDT, aliado de primeira hora, com 28 prefeitos e o PSDB, que à época era da base e comandado pelo vice-governador Carlos Brandão, que elegeu 29 prefeitos, muitos dos quais migraram com ele para o PRB, depois que o senador Roberto Rocha tomou o controle do ninho dos tucanos no Maranhão. A aliança governista elegeu também a maioria dos mais de 2,4 mil vereadores naquele pleito.
Além do recado, Flávio Dino revelou que vai jogar duro nas eleições municipais, avisando que participará ativamente das campanhas de candidatos aliados, sinalizando fortemente que ele e seu grupo não darão moleza para a Oposição na briga por prefeituras e vagas em Câmaras Municipais. Em entrevistas a programas de rádio em São Luís, há cerca de duas semanas, o governador foi enfático ao afirmar que só não participará da campanha eleitoral onde houver dois aliados disputando, e que no caso de São Luís, diante da certeza de que haverá aliados em confronto, aguardará para se posicionar no segundo turno, prevendo, com visível segurança, que a eleição do sucessor do prefeito Edivaldo Holanda Júnior (PDT) não acontecerá em turno único.
Seus movimentos no cenário nacional, que há até pouco tempo eram vistos com reservas por analistas da chamada Grande Imprensa, agora são avaliados como uma ação política saudável, que já fazem parte do grande debate prévio sobre o Brasil que será discutido na corrida eleitoral de 2022.
Fonte: Notícia dos Blogs