![]() |
Imagem: Reprodução |
Empresas oferecem desde acompanhamento de ações a robôs para tarefas repetitivas
A lentidão da Justiça e burocracia regulatória fazem da indústria de advocacia uma das mais lucrativas do Brasil. Já existem no país 1 milhão de advogados, 109 milhões de processos tramitando na Justiça e as empresas gastam, em média, 1,7% de seu faturamento em litígios.
Nesse ecossistema, porém, estão surgindo empresas que prometem trazer mais eficiência e rapidez ao sistema jurídico. Conforme a Associação Brasileira de Startups, o número de empresas específicas da área do direito (lawtechs) dobrou nos últimos cinco anos, saltando de 42 empresas em 2015 para 84 de 2019.
Alexandre Pacheco, coordenador do Centro de Ensino e Pesquisa em Inovação da Fundação Getulio Vargas (FGV) Direito de São Paulo, afirmou que o direito foi uma das últimas áreas a ser alcançada pela revolução tecnológica. Segundo ele, isso é natural por se tratar de um segmento resistente a mudanças.
As inovações também estão contribuindo para que os profissionais se liberem de questões burocráticas e pesquisas para se dedicarem às teses jurídicas. Na área contenciosa, por exemplo, as inovações dão condições para as empresas visualizarem melhor o histórico de ações e então traçarem estratégias jurídicas.
Já na área consultiva, com apenas alguns cliques, é possível montar um contrato e fazer alterações, o que torna o processo bem mais rápido. E na inteligência artificial, muito empregada nos Estados Unidos, permitirá a padronização de serviços e um trabalho mais assertivo.
O professor da Escola Brasileira de Direito (Ebradi), Maurício Tamer, afirma que há dois grupos de ferramentas usadas pelos escritórios de advocacia: as voltadas para a gestão administrativa, financeira e da carteira de processos; e as de jurimetria, que fazem a análise de dados para mapear decisões judiciais por tribunal ou magistrado, por exemplo.
Esse tipo de sistema permite puxar as informações de forma automatizada e incluí-las na petição sem a necessidade de sair da tela de trabalho. Segundo o professor, com isso, a empresa economiza tempo e pode apresentar uma tese mais consistente. Um estudo da Thomson Reuters constatou que 40% dos escritórios entrevistados estão buscando uma solução de automatização de processos.
Fonte: saoluisdofuturo