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Embora o G20 reúna as maiores economias do mundo e trate de temas cruciais, ainda enfrenta desafios na implementação de políticas práticas
Na próxima semana, o Rio de Janeiro será palco de um dos eventos mais importantes da diplomacia internacional: a cúpula do G20. Pela primeira vez, o Brasil organizará o encontro que reunirá as maiores economias do mundo para debater temas cruciais como inclusão social, transição energética e reforma das instituições de governança global. Representando aproximadamente 85% do PIB global e dois terços da população mundial, as nações presentes no G20 têm em suas mãos o potencial para influenciar questões de escala global.
Para o cientista político Elias Tavares, o G20 é uma plataforma essencial para o diálogo entre países com interesses variados e realidades econômicas específicas, mas desafios estruturais que desafiam sua eficácia. “O G20 tem um grande potencial de influência em políticas globais, mas muitas vezes as discussões ficam no nível das intenções, sem que haja um mecanismo obrigatório de implementação”, comenta Tavares.
Sob a liderança brasileira, o evento abordará três eixos prioritários:
Inclusão Social e Combate à Fome e à Pobreza – O Brasil propõe a criação de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, com a meta ambiciosa de retirar 500 milhões de pessoas da pobreza até 2030.
Transição Energética e Desenvolvimento Sustentável – Com as mudanças climáticas no centro das preocupações globais, a transição para uma economia de baixo carbono será um tema de destaque na cúpula.
Reforma das Instituições de Governança Global – Defendendo uma restrição do FMI e do Banco Mundial, o Brasil busca aumentar a representatividade dos países no desenvolvimento dessas instituições.
Entre os líderes confirmados para o evento estão figuras-chave como Joe Biden (Estados Unidos), Xi Jinping (China), Emmanuel Macron (França), Olaf Scholz (Alemanha) e Narendra Modi (Índia). No entanto, a ausência de Vladimir Putin, presidente da Rússia, destaca as dificuldades geopolíticas que permeiam o contexto atual.
Além de seu impacto global, a cúpula também afeta a dinâmica local. Com o evento, a cidade do Rio de Janeiro decretou feriado nos dias 18 e 19 de novembro, resultando em um “megaferiadão” de seis dias para os cariocas, que traz tantas expectativas quanto aos desafios.
“O G20 continua sendo um espaço específico de articulação global, mas é necessário evoluir em direção a um modelo que garanta a melhoria das resoluções discutidas. Esse é o próximo passo para que o fórum possa de fato gerar mudanças concretas”, afirma Tavares.
Fonte: ET Eventos / Elias Tavares