quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Quais serão as tendências para a mídia global em 2026?

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Lideranças de mídia contam quais serão os meios que atrairão investimentos em mídia no ano que vem

Da tensão política nas redes sociais à renascença do áudio e transmissões interativas de esportes, os canais que compõem a combinação de mix de mídia dos clientes continua a evoluir.

Com o intuito de desmistificar qual é a próxima tendência em mídia, o Ad Age perguntou a dez lideranças de mídias homenageadas no 2025 Media Buying Power List, para prever o que o próximo ano reserva para os investimentos na área

Qual canal de mídia novo, emergente ou inesperado será mais relevante em 2026? Por quê?

Kasha Cacy, chief media officer da Known

Estou observando o espaço da social media bem de perto. Com os celulares banidos em dia de escola, políticos observando mais os perfis nas redes sociais à luz dos eventos globais recentes – e as pessoas, no geral, sentindo a necessidade de reduzir o tempo nesses plataformas –, sinto que existe um potencial para a mudança de comportamento. É de conhecimento geral que essas plataformas continuarão a atrair audiências em ascensão, mas acho que podemos ver isso mudar.

Deanna Cullen, head de investimento de mídia da Wpromote

O áudio terá um momento 2.0. Estamos mudando dos podcasts tradicionais para algo muito mais abrangente: streaming de música, conteúdo híbrido de áudio e vídeo, entretenimento em áudio em todo aspecto da vida cotidiana. O áudio oferece touchpoints múltiplos e orgânicos ao longo do dia. Estamos vendo investimentos massivos do YouTube, Netflix e Amazon construindo universos de áudio sofisticados. Conforme a segmentação e as capacidades melhoram, os investimentos também evoluirão.

John Dawson, vice-presidente de estratégia da Jellyfish

Desenvolvimentos anteriores na mídia sempre giraram em torno de um novo canal ou formato. O que é tão interessante sobre a IA é que novas experiências estão sendo inseridas em todos os canais e pontos da jornada do consumidor. Em 2026, as marcas precisarão se planejar para novos caminhos que envolvem pesquisa com LLMs, busca multimodal e mesmo tarefas que serão delegadas a agentes de IA.

Molly Finnerty, chief investment officer da Zenith

Em 2026, é provável que vejamos a ascensão do social commerce, parcerias entre varejistas e aquisições que tenham o objetivo de permitir que os varejistas ativem suas próprias redes de influenciadores. Esses esforços serão impulsionados por first-party data, permitindo uma segmentação de audiência mais precisa.

Parcerias de influência também evoluirão, com uma crescente tendência de influenciadores estabelecendo uma presença física em lojas. Isso poderia ser um jeito poderoso de conexão com consumidores GenZ conforme eles entram em novos estágios da vida. Para os varejistas, é uma oportunidade estratégica de fechar o gap entre redes de retail media e experiências na loja física.

Paul Frampton-Calero, CEO da Goodway Group

O canal mais relevante e transformador de 2026 será a busca impulsionada por IA e interações realizadas por áudio de IA. Já estamos vendo os primeiros sinais vindos de companhias como OpenAI, Perplexity e Evertune, que estão desenvolvendo soluções que reimaginam como publicidade, SEO e commerce se integram com os agentes de IA. À medida que a tecnologia da IA se torna mais acessível, podemos esperar uma onda de companhias que criarão modelos disruptivos.

A próxima fronteira é o áudio gerado por IA. Clientes cujos apps são baseados em IA já estão oferecendo experiências conversacionais e os consumidores estão cada vez mais preferindo a interação com a voz e o sotaque escolhido por eles. Com smart speakers de Amazon e Google evoluindo para hubs comerciais, o link entre escuta, interação por IA e transações está se estreitando. Acrescente a isso a ascensão dos óculos de IA, capitaneado por players como Meta, que estão sendo posicionados como copilotos da vida real.

Juan Francisco Diez, CEO do Havas Group Mexico

Conforme as plataformas de social mídia escalam suas capacidades de compras – seja por meio de lojas ou apps – existe uma grande oportunidade na convergência de social, entretenimento e commerce que os anunciantes deveriam observar. Também acredito que o live shopping, quando moldado a nuanceis culturais locais, se tornará tão relevante em nossa região quanto é na Ásia.

Reshma Karnik, chief media officer da MissionOne Media at BarkleyOKRP

Acredito que a mídia interativa ganhará popularidade. Anunciantes e clientes querem se conectar com os consumidores em seus ambientes, querem que eles realmente vivam a experiência da marca. A mídia interativa por meio da realidade virtual ganhará muita atenção, e os anunciantes sempre procurarão por meios nos quais poderão ativar a mídia.

Com a IA se tornando parte do nosso DNA, conectar a IA com essas experiências imersivas levará a mais personalização e entregas de mensagens aos consumidores. A IA generativa ajudará a produzir e entregar melhores conteúdos, assim como a unir mídia e criatividade de forma coesa.

Katie Klein, chief investment officer do Omnicom Media Group América do Norte

Uma é a integração de elementos interativos e de social nos live sports, como a Amazon colocando o Thursday Night Football ao lado de comentários de creators e o Watch This Feature, do YouTube. Esportes e social ficarão muito próximos e isso vai acelerar com a Copa do Mundo e os Jogos de Inverno.

Alison Watson, vice-presidente sênior de global media da Just Global

Talvez inesperado e tampouco seja um “canal de mídia”, mas a óbvia ascensão da GenAI e o impacto que já exerce continuará a dominar a conversa em 2026, com consequências reais. Na superfície, a GenAI está evoluindo como mecanismo de busca e assistente de pesquisa, e a monetização da resposta da IA é iminente. Pela primeira vez desde o surgimento do Google, algo está se colocando como ameaça real à busca tradicional, com valor significativo em jogo.

Zafreen Zerilli, vice-presidente sênior de analytics e customer insights da Stella Rising

A busca está rapidamente evoluindo para além de mecanismos tradicionais como Google e Bing. Hoje, a descoberta está ocorrendo em plataformas de social, como TikTok, ecossistemas de varejo, como Amazon, e ambientes de GenAI, como ChatGPT ou LLMs. Esses novos formatos de busca estão mudando o modo com que consumidores exploram produtos e serviços. Uma estratégia de busca holísitca, abrangendo tanto o orgânico quanto o pago, e acompanhar todo ambiente em que a busca ocorre – será algo crucial para os anunciantes.

Fonte: meioemensagem


O INIMIGO DO POVO! Após avanço no STF sobre reajuste, idosos podem ter derrota para planos de saúde na Câmara

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Em 2021, segundo ano da pandemia de covid-19, os hospitais seguiam lotados e a tensão seguia firme nos lares brasileiros. Poucas vezes a preocupação era tamanha com a chegada dos boletos mensais dos planos de saúde. Não por menos, o susto chegou com peso para Célia Regina, 76 e Carlos Ramos, enfermeiro, 79, quando, no mês de setembro, o valor cobrado havia saltado de R$ 2.700 para R$ 3.350, um aumento de 24%. “Não tínhamos condições de pagar, principalmente no meio daquele surto. […] Pensamos até em cancelar”, lembra a aposentada de São Paulo.

Casos como esses são comuns no país e uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) pode pôr fim a reajustes abusivos baseados na idade. No entanto, uma nova lei no Congresso pode rever esse entendimento e beneficiar os planos de saúde. O STF formou maioria, no dia 8 de outubro, para invalidar os reajustes por faixa etária em planos de saúde assinados antes da entrada em vigor do Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003).

Isso já significa que o entendimento do tribunal é de que os planos não podem aumentar as mensalidades com base na idade, mesmo se os contratos fossem anteriores a 2003. O resultado ainda será proclamado pelo ministro Edson Fachin, mas os votos dos ministros aposentados Celso de Mello e Ricardo Lewandowski, bem como dos ministros Alexandre de Moraes, Carmen Lúcia, Gilmar Mendes e o próprio Fachin acompanharam o posicionamento da relatora do processo, a ministra aposentada Rosa Weber.

Para a advogada Thais Caldeira, especialista em direito do consumidor, a decisão do STF sobre o Tema 381 veio na esteira de um entendimento já firmado sobre o que seriam práticas abusivas, considerando que os reajustes por faixa etária só seriam válidos quando houvesse acordo prévio. “Quando há previsão clara e expressa no contrato, quando se baseiam em critérios atuariais confiáveis e, principalmente, quando não tornam o plano excessivamente caro para o consumidor”, explica.

Mesmo após tantos anos de espera, clientes idosos como Célia e Carlos, no entanto, podem não ter muito tempo para comemorar a decisão do STF. Na Câmara dos Deputados, a tramitação do projeto de lei, que propõe atualização da Lei dos Planos de Saúde, PL 7.419/2006, por ordem do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), acaba de mudar de relatoria, passando do deputado federal Duarte Júnior (PSB-MA) para o colega Domingos Neto (PSD-CE). O projeto tramita há 19 anos e atualiza regras e define limites de reajuste e de rescisão contratual, especialmente para os planos coletivos, que não têm seus aumentos regulados pela ANS.

Em entrevista à Agência Pública, o antigo relator afirmou que sua saída foi resultado direto da pressão de grupos econômicos do setor. “Não se muda uma relatoria de um projeto tão importante como esse do nada. Nada é por acaso”, criticou Duarte Júnior, conhecido por defender a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os cancelamentos unilaterais dos planos de saúde. “Quem quis me tirar, se lascou, porque agora vou com muito mais força. Como relator eu tinha que ser imparcial, agora posso lutar de forma ainda mais firme pelo que é justo”, completou.

Duarte Jr. afirma que a proposta que vinha sendo construída “equilibrava os interesses das empresas e dos consumidores”, mas acabou barrada por influência das operadoras. “Infelizmente o lobby é muito pesado. É frustrante porque a gente sabe o que precisa ser feito. […] O consumidor é refém. Recebe o boleto, paga e não entende o motivo. Falta explicação, falta regulação, falta respeito”.

Procurada para comentar sobre o julgamento do STF, que formou maioria na decisão de como tratar os contratos anteriores a 2003, a ANS ressaltou que as operadoras precificam seus produtos com base em um “pacto intergeracional”, no qual gerações mais jovens subsidiam financeiramente as mais velhas, e alertou que mudanças nessas regras “fragilizariam o sistema de saúde suplementar”.

Procurado, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, ainda não respondeu sobre o que motivou a mudança de relatoria do projeto. Assim que houver retorno, este espaço será atualizado.


Célia e Carlos Ramos procuraram a Justiça após altos ajustes consecutivos dos
planos de saúde que mantinham há vários anos - imagem: reprodução

Sem acordo, a saída é buscar a Justiça

Era 2021 quando Célia e Carlos decidiram processar o plano de saúde que os atendia. Naquele ano, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) havia fixado índice negativo de reajuste para planos individuais (-8,19%), considerando o fato de que, com a pandemia, o uso dos serviços teve redução. “Os planos alegam equilíbrio contratual, mas esses reajustes funcionam como expulsão indireta dos idosos. […] Os planos de saúde trabalham com risco. O jovem é vantajoso, porque paga e usa pouco. À medida que envelhece, o beneficiário passa a usar mais, e os reajustes aumentam justamente para forçar a saída. É uma prática comum e perversa”, afirma o advogado do casal, Lucas Villela, que processou a empresa. O caso foi julgado na vara do Foro Central de São Paulo.



Até dezembro de 2024, mais de 10 milhões de idosos eram beneficiários de planos de saúde no país, segundo dados da ANS, quase um quinto de todos os usuários. São pessoas como Antônio Ribeiro, 61, que mantém o mesmo plano desde 2001, e conta que os reajustes se tornaram mais frequentes e imprevisíveis. “Isso não deveria estar acontecendo. Fica muito difícil eu tirar de uma coisa para pagar outra, principalmente o plano, que é caríssimo”, desabafa o autônomo, que viu o compromisso mensal passar de R$ 1.270, em 2001, para os atuais R$ 3.100.

A pesquisadora Leides Barroso, da Universidade de Brasília (UnB), avalia que o problema ultrapassa o campo jurídico. “Quando um idoso precisa escolher entre comprar o remédio e pagar o plano, algo está errado. É o sistema dizendo que ele já não vale tanto”. Ela lembra ainda que a Constituição de 1988 já previa a proteção do idoso como dever do Estado, antes mesmo do Estatuto de 2003. Em nota à Pública, a ANS explicou que o reajuste por mudança de faixa etária “se justifica em razão da alteração do perfil de utilização dos serviços de saúde” e tem como objetivo “diluir o risco entre diferentes grupos de idade, proporcionando um preço mais equilibrado para todos os beneficiários” e que “controla os reajustes por faixa etária para que os idosos não sejam penalizados com aumentos excessivos, mantendo os valores dentro de limites dispostos em contratos”.

Fonte: apublica.org


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Em vias de ser votada no Congresso, PEC da Segurança Pública levanta questionamentos entre autoridades

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Pontos específicos do texto têm gerado críticas abertas; um deles é a mudança da Polícia Rodoviária Federal para Polícia Viária Federal

As mudanças propostas pela PEC da Segurança Pública (PEC 18/2025), encaminhadas para votação no Congresso Nacional, estão longe de agradar parlamentares e autoridades ligadas à área da segurança no país. Mesmo com ideias elogiadas pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o projeto enfrenta resistência dentro das Secretarias de Segurança Pública — em especial em São Paulo, onde se concentra a maior população carcerária do país e onde nasceu uma das principais facções criminosas do mundo, o PCC.

Segundo o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, a PEC, embora tenha incorporado propostas dos governadores dos 26 estados e do Distrito Federal, não tem priorizado essas contribuições, dando preferência ao que vier a ser determinado pelo Conselho Nacional de Segurança Pública. O posicionamento do secretário foi exposto durante a reunião da Comissão Especial sobre Competências Federativas em Segurança Pública, na Câmara dos Deputados.

“A PEC carece de garantias quanto à sua eficácia prática, diante de desafios operacionais, políticos e orçamentários. O ponto de maior preocupação é a redefinição de competências entre a União, os Estados e os Municípios, bem como das atribuições dos órgãos de segurança — ou seja, ‘quem deve ou pode fazer o quê’ nessa área. A questão não é tão simples quanto alguns imaginam”, aponta André Santos Pereirapresidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (ADPESP).

Para ele, “qualquer alteração que trate de atribuições trará efeitos colaterais imprevisíveis, com maior possibilidade de desestabilizar a estrutura existente do que de aprimorá-la, como ocorre nas atividades de policiamento ostensivo e de apuração das infrações penais. O cenário agrava-se pela ausência de diálogo interinstitucional e pela polarização política. O caminho dos consensos é o mais seguro neste momento, a exemplo da constitucionalização dos fundos e de seu não contingenciamento. Pautas de conflito devem ser rejeitadas. ”

Na reunião, Derrite também destacou que a PEC apresenta riscos de centralização, submissão e sobreposição de forças, além de não prever contrapartidas financeiras. Ele criticou, ainda, a proposta de redesignação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que passaria a se chamar Polícia Viária Federal, sem a devida capacitação para o combate ao crime.

Em paralelo, durante audiência pública sobre a PEC, parlamentares reforçaram que a criminalidade é comandada de dentro para fora dos presídios e defenderam mudanças na nomenclatura dos detentos ao ingressarem no sistema prisional.

André Santos Pereira – Delegado de Polícia do Estado de São Paulo, especialista em Inteligência Policial e Segurança Pública (Escola Superior de Direito Policial/FCA) e presidente da ADPESP - Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo.   




Fonte: M2 Comunicação - Bruna Ferrão


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CAS destaca necessidade de rastrear bebidas adulteradas

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A circulação de bebidas alcoólicas adulteradas — especialmente pela adição de metanol — mobilizou a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado: o colegiado promoveu uma audiência pública na quarta (15) para discutir as ações que vêm sendo adotadas e sugestões de aperfeiçoamentos, como o fortalecimento do sistema de rastreabilidade e fiscalização.

O debate aconteceu a pedido do senador Nelsinho Trad (PSD-MS), que fez a solicitação por meio de um requerimento: o REQ 88/2025 - CAS. Participaram da audiência autoridades e representantes do setor produtivo, entre outros.

A audiência foi conduzida pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI), que é o presidente da Comissão de Assuntos Sociais.

Rastreabilidade e fiscalização

Segundo Nelsinho Trad, "levantamentos da imprensa e a análise de organismos independentes apontam que o mercado ilegal de bebidas movimentou algo em torno de R$ 88 bilhões no ano passado, sendo 36% dos destilados falsificados e adulterados". Ele defendeu, entre as possíveis soluções para o problema, o fortalecimento do sistema de rastreabilidade e fiscalização.

Em seu requerimento, o senador observa que esse sistema poderia ser "semelhante ao antigo Sicobe, mas desta vez modernizado, com recursos tecnológicos que permitam ao consumidor verificar, por meio de seu celular, a procedência e a regularidade do produto adquirido".

O Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe) foi criado pela Receita Federal para monitorar a produção de bebidas — como cervejas, refrigerantes e águas. O sistema utilizava equipamentos instalados nas fábricas para registrar o volume produzido, o tipo de produto, a embalagem e a marca. Mas seu objetivo não era conferir a qualidade das bebidas, e sim o controle tributário. Sob o argumento de que seus custos eram muito altos, o Sicobe foi desativado em 2016.

Durante a audiência, a coordenadora-geral de Fiscalização da Receita Federal, Vandreia Mota Rocha, negou que haja relação entre o problema atual das bebidas adulteradas e o fim do antigo Sicobe.

Esse sistema controlava a quantidade produzida para fins tributários, sem avaliação da qualidade. A questão do metanol ocorre na clandestinidade, não dentro das empresas sérias — ressaltou ela. 

A questão da clandestinidade também foi enfatizada pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária, Carlos Goulart.

Tudo que é produzido, registrado e fiscalizado pelo Ministério da Agricultura é seguro. O metanol é um problema de clandestinidade — frisou ele. 

Representante da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Diogo Penha Soares disse que a Anvisa regula a rotulagem e o uso de aditivos e contaminantes nas bebidas, mas que a fiscalização desses produtos cabe às vigilâncias estaduais e municipais.

— O metanol não é um aditivo autorizado nem um contaminante permitido no produto final — frisou.

Logística reversa

O presidente da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos, Doreni Caramori, e a presidente-executiva da Associação Brasileira de Bebidas, Cristiane Foja, defenderam a logística reversa do vidro como forma de combate ao mercado de bebidas adulteradas.

De acordo com o governo federal, "a logística reversa é um sistema que possibilita o retorno de embalagens para o ciclo produtivo, o que contribui para o aumento da reciclagem de vidro no país e, consequentemente, para a redução do descarte inadequado no meio ambiente".

— Precisamos de um choque de credibilidade e de estímulo à logística reversa, para reduzir a reutilização irregular de garrafas e lacres — disse Doreni Caramori.  

Cristiane Foja destacou o programa Glass is Good, que segundo ela está presente em 24 estados, que promove a logística reversa do vidro e o combate ao mercado ilegal.

Sala de situação 

O diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública do Ministério da Saúde, Edenildo Baltazar Barreira Filho, destacou que o governo federal criou uma "sala de situação" para, entre outros objetivos, monitorar as intoxicações com bebidas adulteradas com metanol e a distribuição do antídoto contra essa intoxicação (o medicamento fomepizol).

A sala de situação é um espaço físico ou virtual temporário em que uma equipe técnica analisa e monitora informações sobre um problema específico (que neste caso são as intoxicações por metanol), para a coordenação de respostas rápidas à situação.

Edenildo informou que já foram distribuídas 2,5 mil ampolas desse antídoto aos estados. 

Hoje há 36 casos confirmados, sete óbitos e 156 suspeitos. O fomepizol impede que o metanol se transforme em ácido fórmico, o que evita a acidose metabólica — explicou.

Publicidade e defesa do consumidor

O diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, Osny da Silva Filho, informou que a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) determinou a remoção de anúncios on-line de insumos usados para falsificação. 

Osny também ressaltou que os estabelecimentos que venderam bebidas adulteradas poderão ser responsabilizados. 

— Seguimos em contato com as plataformas e os Procons para garantir um mercado mais seguro e sustentável — afirmou ele.

Risco à saúde e prejuízo fiscal 

Nelsinho Trad salientou que o problema vai além das estatísticas oficiais e atinge tanto a saúde pública quanto a arrecadação. 

— Na condição de médico, eu digo que para cada caso notificado há cinco não notificados. O número é maior do que o apresentado — declarou o senador.

Além disso, observou ele, a adulteração de bebidas alcoólicas resulta em "um enorme prejuízo fiscal". Nelsinho afirmou que, de acordo com levantamentos da imprensa e a análise de organismos independentes, o mercado ilegal de bebidas movimentou cerca de R$ 88 bilhões no ano passado, e que desse total 36% seriam de destilados falsificados e adulterados".

— Isso pode representar um prejuízo fiscal da ordem de R$ 24 bilhões — estima ele.

Fonte: Agência Senado


Câmara aprova política de prevenção e enfrentamento da violência nas escolas

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Projeto segue para o Senado

A Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que cria uma política de prevenção e enfrentamento da violência no âmbito escolar (Prever), a ser coordenada pela União em cooperação e colaboração com os estados e municípios. A proposta foi aprovada em Plenário na madrugada desta quinta-feira (16) e será enviada ao Senado.

De autoria da deputada Luisa Canziani (PSD-PR) e outros, o Projeto de Lei 5669/23 foi aprovado na forma do substitutivo do relator, deputado Daniel Barbosa (PP-AL).

O texto determina que a União preste apoio técnico a estados e municípios na elaboração de diagnósticos, protocolos e planos de enfrentamento dessa violência.

Ampliação do sistema atual

Ao aproveitar a Lei 14.463/23, que autorizou o Poder Executivo a criar o Sistema Nacional de Acompanhamento e Combate à Violência nas Escolas (Snave), o relator ampliou a atuação prioritária do sistema, propondo o desenvolvimento de uma plataforma para integrar dados sobre convivência e proteção escolar.

Esses dados poderão ser produzidos pelos entes federativos e pelas instituições da sociedade civil nas áreas de educação, saúde, assistência social e segurança pública.

Os dados consolidados terão caráter sintético e orientador. Não haverá coleta direta de dados sensíveis por parte da União e haverá garantia de anonimização (ausência de vínculo entre o dado e a identificação da pessoa que gerou o dado).

Outras prioridades serão:

  • criação de protocolos obrigatórios de prevenção e resposta em caso de violência extrema contra escolas, assegurada a participação da comunidade escolar;
  • formação continuada de profissionais da educação e de setores correlatos (saúde, assistência e segurança pública) para prevenir as violências, inclusive bullying, cyberviolências e ataques de violência extrema; e
  • promover, no âmbito escolar, valores e práticas pedagógicas de convivência democrática, resolução pacífica de conflitos, comunicação não violenta, práticas restaurativas, participação cidadã e respeito à dignidade da pessoa humana.

Catálogo de violências

O projeto cria, no âmbito do Snave, um catálogo para categorizar os diferentes tipos de violências que impactam o ambiente escolar. Os dados, enviados por estados e municípios após coleta e tratamento com garantia de anonimato das fontes, serão consolidados pelo sistema.

Esse catálogo deverá compilar, no mínimo, situações de violência que incidam sobre a escola ou seu entorno, como:

  • trabalho infantil;
  • abuso e exploração sexual;
  • tráfico de drogas;
  • roubos e ameaças à segurança;
  • insegurança nos trajetos casa-escola; e
  • ataques de violência extrema contra as escolas.

A partir dos dados, o monitoramento dessas violências deverá ter caráter pedagógico e preventivo, voltado à promoção da convivência e ao fortalecimento da cultura de paz e de proteção integral.

Será proibido expor ou identificar pessoas, escolas ou territórios.

Currículo

Segundo o texto aprovado, as ações do Snave terão de observar a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs).

A intenção é incluir nos projetos político-pedagógicos das escolas conteúdos e práticas de educação em direitos humanos, de prevenção de violências (incluindo bullying e cyberbullying), de cultura de paz e de convivência democrática.

Assim, juntamente com conteúdo de direitos humanos e de prevenção de todas as formas de violência contra a criança, o adolescente e a mulher, devem ser abordados os protocolos de prevenção e reação a episódios de violência ou incidentes com múltiplas vítimas no âmbito escolar.

Caberá às escolas promover ações de promoção de convivência cidadã no ambiente escolar, especialmente aquelas que estimulem a participação dos estudantes em projetos de cooperação, empatia e ajuda entre pares.



Material e assessoramento

O Executivo federal deverá regulamentar com orientações a formulação de planos territoriais de enfrentamento da violência nas escolas. Deverá oferecer formação continuada e materiais técnico-pedagógicos, além de organizar mecanismos de assessoramento preventivo e reativo aos ataques de violência extrema contra as escolas, com equipes especializadas, inclusive psicossociais, e cooperação com estados e municípios.

Relatório bienal

Com a proibição de expor pessoas ou escolas, o Snave deverá publicar a cada dois anos um relatório nacional de caráter pedagógico, preventivo e formativo.

O relatório trará análises agregadas e sem identificação para aprimorar as políticas de prevenção, resposta e reconstrução. O documento deverá conter:

séries históricas e representações territoriais de tendências e fatores associados às diferentes expressões de violências no ambiente escolar;

sistematização de experiências e boas práticas de prevenção, mediação e reconstrução desenvolvidas;

indicadores de acompanhamento e apoio psicossocial prestado a escolas e comunidades escolares vitimadas por ataques de violência extrema.

Recursos e condições

Embora não defina quais seriam as ações de proteção e segurança escolar, o projeto de lei permite o uso de recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) para essa finalidade, assim como para a prestação de assistência técnica a fim de implantar a Prever.

O PL 5669/23 inclui novas condições para esse repasse: a existência de programas de proteção e segurança escolar; e o desenvolvimento e a implementação de planos de prevenção e combate à violência em ambiente escolar.

Assistência social

No Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o projeto permite que os diretores das escolas comuniquem a órgão socioassistencial casos de exposição de criança ou adolescente a outros fatores de risco que geram violência. Atualmente, o comunicado é apenas ao conselho tutelar.

Já na Lei Orgânica de Assistência Social (Suas), o texto inclui como novo objetivo a prevenção da exposição de crianças e adolescentes a fatores de risco que geram violência, determinando a criação de programas de amparo a esse público.

O monitoramento e a avaliação das políticas de assistência social previstas nessa lei considerarão dados e informações sobre a incidência e a quantidade de crianças e jovens expostos a fatores de risco em cada localidade e atendidas pela rede socioassistencial.

Caberá à União consolidar e divulgar os números em formato aberto.

Maus-tratos

A comunicação ao conselho ou a órgão socioassistencial competente também envolverá quaisquer entidades de educação e saúde quanto a suspeitas ou casos de maus-tratos praticados contra crianças e adolescentes ou quanto à exposição desse público a outros fatores de risco que geram violência.

Sem estigmas

Por meio de atuação articulada, os governos federal, estaduais e municipais deverão executar ações e formular políticas para enfrentar fatores de risco que geram violência.

Também deverão ter como foco a proteção integral da criança e do adolescente, proibida a exposição a estigmas ou rotulações sociais que possam reforçar os fatores de risco.

Serviços de saúde

Na lei sobre a regulação dos serviços de saúde (Lei 8.080/90), o projeto acrescenta como nova atribuição da União, de estados e municípios a promoção de ações de saúde mental e apoio emocional no âmbito das comunidades escolares.

A intenção é reduzir os índices de violência e de sofrimento psíquico nesses ambientes. Entre as ações listadas no texto estão:

  • atendimento psicossocial e psicopedagógico a estudantes, com o envolvimento de pais e responsáveis no acompanhamento;
  • atendimento psicossocial de professores e demais profissionais da educação;
  • atendimento psicossocial priorizado para vítimas de incidentes com múltiplas vítimas em âmbito escolar; e
  • criação de canais que facilitem o acesso da comunidade escolar a profissionais que prestam apoio psicossocial com garantia de privacidade do usuário.

Cultura

No Plano Nacional de Cultura, o projeto inclui novo objetivo relacionado ao tema para estimular o desenvolvimento de ações e iniciativas culturais de promoção de cultura de paz e prevenção e combate à violência em âmbito escolar.

Para facilitar isso, permite a dedução, no Imposto de Renda das pessoas físicas e jurídicas, de doações a projetos de atividades culturais desenvolvidas em escolas com esse objetivo.

Esporte

De modo semelhante, na Lei do Esporte, o projeto inclui nas diretrizes do Sistema Nacional do Esporte (Sinesp) atenção especial à promoção da cultura de paz e à prevenção e ao combate à violência em âmbito escolar nas ações vinculadas à educação.

Medidas necessárias

Para o relator, deputado Daniel Barbosa, o projeto propõe medidas necessárias e importantes para prevenir, combater e sanear ações de violência de várias naturezas que ocorrem em estabelecimentos escolares. "A proposta conjuga medidas relacionadas aos direitos de crianças e adolescentes sob o ponto de vista educacional, de saúde e de segurança pública, propiciando enfrentar com profundidade e amplitude essa violação sistêmica", disse.

A proposta oferece à sociedade, segundo Barbosa, políticas "sólidas, ramificadas e robustas" para um novo nível de atuação de agentes públicos e privados na prevenção de casos de violência em ambiente escolar.

Segundo a deputada Soraya Santos (PL-RJ), que apresentou o relatório sobre o projeto em Plenário, é importante pensar na responsabilização quando esses crimes acontecerem na escola. "Tem responsabilidade do professor regente, do diretor. Não podemos ter decisões tão díspares como vêm acontecendo", afirmou.

Fonte: Agência Câmara de Notícias


JERRYSGATE! O loroteiro, Márcio Jerry, de novo, pego com a boca na botija

Jerry, Galdino, Rubens Jr. e, o 'Garganta Profunda' - Imagem: reprodução
 

Na segunda-feira (13), o deputado Marcio Jerry (PC do B), se adiantou a uma eminente denúncia a ser publicada pela revista Veja, se utilizando da 'estratégia esquerdista' de se vitmizar para tentar remediar, a bomba de áudios vazados, que serão publicados pela Veja, onde a mesma, teria contatado o deputado, antes de publicar os fatos, no intuito de ouvir a versão do deputado  federal Márcio Jerry, que em uma ação desesperada, tenta vender uma narrativa de arapongagem atribuída ao Governo de Carlos Brandão.

Jerry tenta desviar o assunto, e abafar o caso, que envolve uma trama de conversas vazadas em torno  de negociatas, ainda no âmbito das eleições de 2024, onde teriam sido citados supostos acordos relacionadas a disputa em Colinas-MA, Barreirinhas-MA  e São Luís-MA. Vagas no TCE-MA - Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, envolvendo o grupo dinista e seu ainda, ativo líder, agora, com 'poder supremo'! Detalhe, em 2024, o irmão de Márcio Jerry, Joao Haroldo Saraiva Gomes Barroso, concorreu e perdeu a disputa para a prefeitura de Colinas, terra natal dele, Jerry, e do governador do Maranhão, Carlos Brandão.

Na trama, que será destaque da revista Veja, ESPERO! Se não for censurada, a matéria deverá abordar, supostas conversas entre Jerry, Diego Galdino e Rubens Pereira Jr, as gravações. revelariam as pressões exercidas por Jerry sobre o governador em exercício do Maranhão, Carlos Brandão, no sentido de ceder mais espaços de poder, bem como a manipulação judicial em torno de vagas para o TCE-MA, em troca de cumprimento de supostos acordos  entre ele, familiares e seu grupo político.

Jerry se antecipou em vídeo, com narrativa de 'arapongagem', onde denuncia suposta ação e envolvimento da Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, exigindo do presidente da Câmara Federal, Hugo Motta,  o acionamento da Polícia Federal para apurar suposto envolvimento do Governo Estadual, no que ele considera ter sido, grampos ilegais.

Fica óbvio, que tudo não passa de uma cortina de fumaça, sendo lançada pelo deputado federal, para tentar mais uma vez, quando pego, 'com a boca na botija', de se livrar de vexames que colocam em evidência, sua moral duvidosa e ações rasteias de bastidores.

A tropa

Esta semana na Assembleia Legislativa, mais especificamente na última quarta-feira, tivemos a atuação do advogado e deputado estadual dinista, Carlos Lula (PSB). Obviamente se utilizando da mesma tática jurídica e psicológica que utilizou para defender o vice-governador no caso dos PRINTS, transformar o agressor ou culpado, em vítima.

Tanto no direito como na psicologia, existem técnicas para contra-argumentar situações e  atitudes de adversários e opositores, quando encurralados.

Na psicologia há o que se chama de; Projeção: um termo psicológico que se refere à tendência de atribuir nossos próprios pensamentos, sentimentos ou comportamentos a outra pessoa. 

No direito há o que se chama de; Culpabilização: atribuir culpa a alguém por algo que não fez ou que foi responsabilidade de outra pessoa.

Aqui vemos o que o deputado federal Márcio Jerry fez, 'culpabilizou' o Governo, por uma circunstância em que ele foi flagrado, ou melhor 'gravado', e, tal gravação foi vazada, mas Jerry trata a situação como tendo sido, uma 'arapongagem' do Governo. Fato que não houve, e não poderia ser possível, de ser realizado pela polícia civil, em face da falta de prerrogativa de foro, pois trata-se de um deputado federal, que só poderia ser alvo de grampo, pela Polícia Federal, ainda assim, mediante ordem judicial.

Já o dinista Carlos Lula, tenta 'projetar' no Governo, com métodos e táticas utilizadas por eles, em 2015, como bem lembrou o deputado Yglésio Moyses (PRTB), em discurso de contra-argumentação, na tribuna da Assembleia, no dia 15.10.25. Lula fez uso da mesma tática de 'culpabilização', lançada por Jerry, na última segunda, 13.10.25, reforçando e reafirmando a narrativa de grupo.

Mas a pergunta que não quer calar é: 'QUEM VAZOU OS ÁUDIOS ???'

Aguardemos a VEJA!


Por Daniel Braz


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