sábado, 26 de abril de 2025

Campanhas da Semana: famosos no mundo financeiro

Imagem: reprodução

Nubank traz o ator de Harry Potter, Tom Felton, para estrelar novo curta-metragem, enquanto Will Bank lança filme em parceria com Vini Jr.


A Nubank trouxe o ator britânico Tom Felton ao Brasil em nova campanha criada pela Wieden+Kennedy SP. O curta-metragem narra a jornada de uma fã que utiliza os benefícios do banco para encontrar seu ídolo.



Em parceria com a monkey-land, o Will Bank lança a campanha “Seu bank pode ser mais Will”, com a participação de Vini Jr., embaixador da marca. O filme transforma situações tediosas em cenas vibrantes, ao retratar a experiência de ser cliente Will.



Estrelada por Ana Paula Padrão, a nova campanha da Conta Simples leva o público a refletir se estão complicando tarefas que deveriam ser simples. A ação é idealizada pela cccaramelo e produzida pela People.



  “Efeito Hotmart” é a nova campanha da Hotmart em parceria com a Monks, que narra histórias reais de empreendedores que passaram a viver de seus negócios digitais por meio da plataforma.



O novo filme da Shark Coat acompanha surfistas em meio aos desafios do esporte, enquanto destaca como a tecnologia da marca pode transformar a prática do surfe. A ação foi criada pela Dentsu Creative.



Jeep se une a Fernanda Gentil em nova campanha voltada aos esportes. Criada pela Fbiz, a série de três filmes gira em torno do programa fictício ‘Bate-Bola com um Craque’, no qual o entrevistado é o próprio Jeep Renegade.



A ação “Viva a Música”, lançada pela Deezer em parceria com a BETC Paris, transforma uma luta de boxe em uma batalha de dança, mostrando o poder da música em transformar situações e gerar conexões.



A Sand assina o filme oficial da Tardezinha, que explora a jornada de um personagem no dia do evento, destacando a conexão entre o público e os patrocinadores desde o amanhecer até o fim do dia.



Ministério da Saúde e da Educação se unem em nova campanha de vacinação nas escolas. Criada pela agência Nova, a ação reforça a importância da vacinação em todas as idades.



A Dorflex MAX lançou uma websérie criada pela Druid Creative, que acompanha histórias de gamers que personalizaram suas cadeiras para lidar com o desconforto durante as partidas. Com apoio da equipe Shibuya Garage, a marca promove verdadeiras transformações nas cadeiras.



Em nova campanha desenvolvida pela Brivia, a CPFL Energia está sorteando um ano de conta grátis para os clientes que fizerem o pagamento da fatura via Pix.



Acompanhando a rotina agitada do dia a dia, o novo filme da Brastemp apresenta a Lavadora Brastemp Flex Wash 16kg, como uma aliada para quem precisa de flexibilidade e rapidez na rotina. A campanha foi criada pela DM9.



A Vero Internet lançou um filme 100% produzido por IA, intitulado “Memes unidos pedem Vero”. Idealizada pela agência D’OM, a produção une diferentes memes da internet em uma passeata, anunciando a expansão dos serviços digitais da marca.



Criado pela AlmapBBDO, o novo filme da Eudora Siàge reúne Grazi Massafera, Camila Pitanga e Livia Silvia no lançamento da campanha Siàge Pro Cronology.



Fonte: meioemensagem


Elon Musk e a venda do X para a xAI

Imagem: reprodução

A recente decisão de Elon Musk de vender (transferir) o controle do X (antigo Twitter) para a xAI, sua empresa de inteligência artificial, não é apenas mais um capítulo na saga de reestruturações corporativas do bilionário. Trata-se de um movimento calculado, com implicações financeiras, tecnológicas e éticas que podem redefinir o futuro da IA e do próprio ecossistema digital.  A operação, e a proposta de Musk, pode ser entendida a partir de três pilares centrais: a estratégia financeira de under holding, os desafios de gestão do X sob o comando de Musk, e o papel crucial dos dados da rede social no desenvolvimento da IA da xAI.

A estratégia financeira: valuation questionável e a lógica do under holding

A estratégia financeira adotada por Musk se baseia no conceito de under holding, que consiste em consolidar empresas sob uma holding controladora, possibilitando sinergias internas e valorações estratégicas. Ao transferir o X para a xAI, Musk estabelece valores referenciais para suas empresas: a xAI é avaliada em US$ 80 bilhões, enquanto o X, considerando uma dívida de US$ 12 bilhões, chega a US$ 45 bilhões. Esses números, porém, são alvo de ceticismo no mercado.

A valoração da xAI em quase o dobro do X reflete não apenas o potencial da inteligência artificial, mas também a prioridade de Musk em posicionar a empresa como líder tecnológica. Já a avaliação reduzida do X — inferior aos US$ 44 bilhões pagos em outubro de 2022 — sinaliza a admissão tácita da desvalorização acelerada sob sua gestão.

Analistas questionam se os critérios usados por Musk são compatíveis com os padrões de mercado. A transação interna, embora legal, pode enfrentar escrutínio regulatório, especialmente se for interpretada como manobra para inflacionar artificialmente o valor da xAI (improvável no momento, dada sua influência política durante o segundo mandato de Donald Trump).

2. Os desafios de gestão: a queda do X e a gestão errática de Musk

Desde que Musk adquiriu o Twitter, a gestão da plataforma tem sido marcada por decisões polêmicas: demissões em massa, relaxamento na moderação de conteúdo e a introdução de assinaturas pagas.

O resultado foi a fuga de anunciantes — que representam cerca de 90% da receita — e a queda de no valor da empresa, que chegou perto dos 80% antes do novo valuation e incorporação pela xAI. A monetização, antes sustentada por publicidade, entrou em colapso após medidas como a reinserção de contas banidas por desinformação e um universo de polêmicas das mais distintas naturezas, o que afastou marcas preocupadas com reputação.

A tentativa de diversificar receitas por meio do X Premium (assinaturas para verificação) mostrou-se insuficiente. Além disso, Musk divide seu tempo com Tesla, SpaceX e outros projetos, e ainda se envolve na controversa gestão do DOGE, Departamento de Eficiência Governamental dos EUA, para o qual foi nomeado pelo presidente Donald Trump, defendendo visões alinhadas a setores ultraconservadores. Sua recente ação política sugere uma estratégia de influência, mas também levanta dúvidas sobre sua capacidade de administrar múltiplas frentes de forma eficaz.

Além disso, sua gestão no DOGE vem gerando críticas até entre os partidários de Trump e uma onda de repúdio a Musk nos EUA e em todo o planeta, que vem se materializando em protestos da população nas ruas e boicote a produtos ligados a Musk, como os veículos da Tesla.

3. A integração de dados e o futuro da xAI

O aspecto mais revolucionário da transação reside na integração dos dados do X com a xAI. Com acesso a bilhões de interações diárias — incluindo localização, preferências e comportamentos de usuários por meio do aplicativo instalado em celulares — a xAI pode alimentar seu chatbot Grok com informações absolutamente minuciosas em tempo real e volumes quase infinitos de dados.

Isso representa um diferencial inédito entre os modelos atuais de IA que estão na vanguarda dos usuários. Enquanto rivais como o ChatGPT dependem de dados estáticos ou menos dinâmicos, o Grok poderá analisar tendências sociais, humor coletivo e eventos globais à medida que ocorrerem, hipoteticamente em tempo real no futuro próximo. Isso não apenas melhora a precisão do modelo, mas também o torna valioso para aplicações em finanças, política, saúde e segurança, por exemplo. No entanto, a coleta massiva de dados levanta sérias preocupações éticas e regulatórias. Amparados pelo GDPR (Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados), reguladores europeus já sinalizaram possíveis investigações, e usuários criticam a falta de transparência na utilização dessas informações.

O futuro do conglomerado Musk

A fusão entre X e xAI não ocorre em um vácuo regulatório. Autoridades antitruste dos EUA e da União Europeia podem questionar se a concentração de dados sob uma única empresa representa risco de monopólio digital. Além disso, a dívida de US$ 12 bilhões do X pressiona a xAI a gerar lucros rapidamente, o que pode acelerar a comercialização do Grok antes da realização de testes robustos.

Portanto, a venda do X para a xAI encapsula a ambição de Musk de liderar a revolução da inteligência artificial e demonstra parte de seu entendimento sobre esse business. Se, por um lado, a gestão conturbada do X revela suas fragilidades como administrador de redes sociais, por outro, sua visão de integrar dados sociais à IA é pioneira. O sucesso dependerá de sua capacidade de navegar pelos desafios regulatórios, recuperar a confiança de anunciantes e transformar o Grok em uma ferramenta não apenas inovadora, mas ética.

Enquanto o mercado especula sobre os valuations, uma coisa está clara: Musk está disposto a sacrificar o presente para moldar o futuro. Se a aposta der certo, a xAI poderá se tornar a espinha dorsal de uma nova internet, onde redes sociais e IA coexistem em simbiose. Extrapolando ainda mais, talvez de uma concentração sem precedentes de poder nas mãos de uma única pessoa, que controlará satélites, meios de transporte, comunicação entre as pessoas e muito mais. Se falhar, servirá como alerta sobre os limites da concentração de poder tecnológico. Se der certo... deixo com cada um de vocês a imaginação sobre que espécie de futuro poderá estar sendo agora construído.

Vejamos o que virá.

Por Fernando Moulin - Partner da Sponsorb, empresa boutique de business performance, professor e especialista em negócios, transformação digital e experiência do cliente e coautor dos best-sellers "Inquietos por natureza", "Você brilha quando vive sua verdade" e “Foras da curva” (todos da Editora Gente, 2024). - E-mail: fernandomoulin@nbpress.com.br.

Fonte: Nbpress / Deborah Fecini



Neoconsig lidera jornada de conformidade com a LGPD e reforça cultura de proteção de dados

Imagem: reprodução

Empresa é a única do setor de gestão de consignados com cinco certificações ISO, incluindo as voltadas à segurança e privacidade da informação.

Desde que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrou em vigor no Brasil, em 2020, o tratamento de informações pessoais deixou de ser apenas uma questão tecnológica e passou a ocupar um lugar estratégico nas organizações. A exigência por conformidade legal e segurança jurídica transformou profundamente a forma como empresas públicas e privadas lidam com dados, especialmente em setores sensíveis como a gestão de benefícios e consignados.

Em meio a esse novo cenário, a Neoconsig Tecnologia, referência em soluções inovadoras para o mercado financeiro, destaca-se quando o assunto é governança de dados. A empresa é a única do setor a conquistar cinco certificações internacionais ISO, entre elas a ISO 27001, focada em segurança da informação, e a ISO 27701, voltada à privacidade de dados pessoais. Um diferencial que evidencia o compromisso da Neoconsig com a integridade, a transparência e a conformidade regulatória.

De acordo com o relatório IT Trends Snapshot 2023, da consultoria Logicalis, apenas 36% das empresas brasileiras se consideram totalmente aderentes à LGPD. Outras 43% ainda estão em processo de adequação, enquanto 6% sequer iniciaram iniciativas estruturadas. Entre os principais obstáculos apontados estão a adequação de processos e sistemas (26%), o engajamento de usuários e colaboradores (18%) e a garantia da segurança dos dados (17%) (Logicalis).

Para Juliana Selenko, diretora operacional da Neoconsig, o segredo para vencer esses desafios está no olhar contínuo para inovação e governança. “A segurança da informação não é um projeto com início e fim, é uma jornada permanente. Nossas certificações ISO são resultado de um modelo de gestão que garante não apenas conformidade com a LGPD, mas também agilidade, confiabilidade e responsabilidade no tratamento dos dados de milhões de usuários”, afirma.

Ela destaca ainda que a LGPD deve ser encarada como um motor de transformação cultural dentro das organizações. “Não basta adequar sistemas. É preciso criar uma cultura organizacional que valorize a ética no uso dos dados. Aqui na Neoconsig, levamos esse compromisso para todas as áreas da empresa, da tecnologia ao atendimento ao cliente. A proteção de dados é um valor que orienta nossas decisões e nosso relacionamento com o mercado”.

Com forte atuação no segmento de crédito consignado, a Neoconsig mantém auditorias internas frequentes, programas de capacitação contínua para colaboradores e investimentos em infraestrutura digital. A empresa também oferece uma plataforma que alia inteligência tecnológica, usabilidade e segurança para instituições financeiras, órgãos públicos e empresas privadas.

Mais do que cumprir a legislação, a Neoconsig enxerga a LGPD como uma oportunidade de agregar valor aos negócios. Ao garantir transparência, respeito ao cidadão e segurança da informação, a empresa reforça sua missão de oferecer soluções financeiras com excelência, exclusividade e confiança.

Sobre Neoconsig - Empresa que oferece soluções para mercado financeiro, com foco em inovação na área de tecnologia e segurança de dados. É referência na gestão de sistemas consignados para servidores públicos, com propriedade e agilidade em segurança por meio de benefícios das folhas de pagamento e agilidade de informações administrados pelo aplicativo Meu Consignado.

Fonte: SmartCom / Julia Abdul-Hak


General Motors será fornecedora de motores na Fórmula 1 a partir de 2029

Imagem: reprodução

A fabricante irá equipar a Cadillac, futura equipe que estará no grid do torneio a partir da temporada de 2026.

A Federação Internacional de Automobilismo (FIA) aprovou, na última quarta-feira (23), a entrada da General Motors como fornecedora de motores da Fórmula 1 a partir da temporada de 2029.

A marca produzirá as unidades de potência para a Cadillac, que entrará no grid da principal categoria do automobilismo já em 2026. A empresa já está realizando testes com o protótipo do motor da equipe americana, que, até 2029, deve utilizar motores da Ferrari.

“Há mais de dois anos, a FIA aprovou a entrada de uma décima primeira equipe na Fórmula 1, guiada pela minha visão de expandir o grid e trazer novos talentos e oportunidades para o esporte. Embora o processo tenha sido desafiador em alguns momentos, o progresso que vemos hoje afirma que a jornada valeu a pena” comentou o Presidente da FIA, Mohammed ben Sulayem,

“Dar as boas-vindas à GM Performance Power Units LLC. como uma fornecedora de unidades de potência aprovada marca mais um passo na expansão global da Fórmula 1 e evidencia o crescente interesse de fabricantes automotivas de classe mundial, como a General Motors”, completou.

A entrada da marca na F1 foi anunciada em março, e a empresa vem se movimentando para estrear com força na competição. A cidade de Concord, no estado norte-americano da Carolina do Norte, pode receber em breve uma fábrica da Cadillac, com um centro focado na fabricação dos motores da equipe.

Além da décima primeira escuderia no torneio, a temporada de 2026 pode trazer outras novidades, como veículos menores, mais rápidos e sustentáveis, além da possível remoção do DRS, que poderá ser substituído por um dispositivo de ultrapassagem manual.

Fonte: MKTESPORTIVO



PEC da Segurança Pública: o que muda e por que causa polêmica?

Imagem: reprodução

A segurança pública é a maior preocupação dos brasileiros, segundo pesquisa da Quaest divulgada no dia 2 de abril. O tema ganhou a dianteira no ranking de principais inquietações da população no início deste ano e segue em ascensão na série histórica do instituto. 

Diante desse cenário, o governo federal apresentou uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para reformular a gestão da segurança pública no Brasil. Na quarta-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou o texto aos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. No início do mês, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, já havia antecipado a minuta da proposta para líderes partidários do Congresso. 

A iniciativa propõe a constitucionalização do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), criado em 2018 pela Lei 13.675. O objetivo é reforçar a atuação federal na segurança, ampliando o papel da União na formulação de políticas nacionais e no combate ao crime organizado. Serão sugeridas mudanças significativas na estrutura da segurança pública no Brasil que redefinirão as competências da União, estados, Distrito Federal e municípios. Caso seja aprovado, o texto representará uma das maiores reformas do setor nas últimas décadas.


A proposta, no entanto, divide opiniões entre parlamentares e especialistas. Um dia depois do encontro com deputados, Lewandowski veio ao Senado participar de audiência na  Comissão de Segurança Pública (CSP). Na ocasião, o ministro defendeu a PEC, mas reconheceu que ela não será uma "bala de prata" para acabar com o crime organizado no país. De acordo com ele, elevar o SUSP à condição constitucional vai garantir maior estabilidade ao sistema e proteção contra mudanças políticas de curto prazo.

— É um problema muito sério, não é uma ação que vai resolver isso. A PEC não é a solução, é um início de solução e conjugação de esforços. É apenas uma tentativa de organizar o jogo para depois darmos uma nova partida — afirmou.

Segundo Lewandowski, o texto da PEC foi apresentado aos parlamentares antes da sua formalização para que já receba contribuições. A versão final do Executivo deverá ser protocolada ainda neste mês de abril.

Depois de apresentada, a proposta precisa do apoio de pelo menos 308 deputados e 49 senadores, em dois turnos de votação em cada uma das Casas, para ser aprovada. Em seguida, o texto é promulgado pelo Congresso Nacional e entra em vigor, sem precisar passar pela sanção do presidente da República.

Estrutura

A proposta se baseia em alguns pilares principais:

Constitucionalização do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP)

Já previsto em lei, o SUSP passaria a ser referendado pela Constituição Federal, fortalecendo seu status. A União passaria a coordenar um sistema nacional para integrar e padronizar a atuação das forças de segurança em todo o território nacional, inclusive polícias militares, civis e penais, além do sistema penitenciário.

Constitucionalização de fundos para financiamento

O Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) e o Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), que financiam projetos e ações dos setores, também ingressariam no texto da Constituição. Os recursos dos fundos são distribuídos entre os entes da federação e não podem ser contingenciados.

Fortalecimento das atribuições da União

A União passaria a ser responsável pela definição da política e do plano nacional de segurança pública e defesa social e pelo estabelecimento de normas gerais sobre segurança pública e sistema penitenciário.

Criação da Polícia Viária Federal (PVF)

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) seria convertida, em um novo órgão, a Polícia Viária Federal (PVF), com a atribuição de patrulhar todas as vias federais — estradas, ferrovias e hidrovias. A PVF poderia ser empregada emergencialmente para proteger bens federais e apoiar forças estaduais e distritais. A nova corporação não interferiria nas funções e atividades das polícias judiciárias.

Ampliação do papel das guardas municipais

As guardas municipais, que hoje existem apenas para fazer a proteção de bens e instalações municipais, seriam autorizadas a fazer policiamento ostensivo e comunitário. Essas corporações ficariam sujeitas ao controle interno, através de ouvidorias, e externo, pelo Ministério Público.

Autonomia para corregedorias e ouvidorias

As corregedorias das forças de segurança teriam autonomia na investigação de condutas funcionais. Além disso, os estados e os municípios teriam a obrigação de instituir ouvidorias independentes para o tema da segurança pública.

Argumentos

A proposta busca estabelecer maior integração e eficiência no combate à criminalidade, ao mesmo tempo em que fortalece o controle e a transparência sobre as forças de segurança. Acima de tudo, ela coloca mais responsabilidade e poder de iniciativa no colo da União.

O Brasil teve, por um curto período, um ministério dedicado somente à segurança pública. A área foi desmembrada do Ministério da Justiça entre fevereiro de 2018 e janeiro de 2019. O ex-deputado federal Raul Jungmann foi o único titular dessa pasta. Ele reforça a necessidade de mudanças na gestão do setor, integrando o nível federal.

— Não há perspectiva de saída para a crise da segurança sem dotar a União de meios para dividir com os estados a responsabilidade pela formulação e aplicação de uma política nacional capaz de reverter a supremacia do crime organizado — defende ele, que era ministro da Defesa até assumir a pasta da Segurança Pública.

Outro que defende a PEC é o chefe da Defensoria Pública da União (DPU), Leonardo Magalhães. A DPU é o órgão responsável pela defesa legal gratuita de cidadãos que não conseguem pagar advogados. Para Magalhães, a falta de coordenação entre estados dificulta o combate a crimes interestaduais e internacionais.

— Cada estado conduz a segurança pública de maneira independente, o que dificulta o enfrentamento de crimes que ultrapassam as fronteiras estaduais e até internacionais. A PEC visa estruturar uma política nacional para garantir um mínimo de padronização nas ações.

Debates

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), presidente da Comissão de Segurança Pública (CSP), defende que a proposta seja debatida "sem nenhum viés político ou partidário".

— É um assunto que atinge a todos diretamente, sem nenhuma distinção de classe, cor, sexo. Todos no país passamos por dificuldades nessa área. É tema comum de todos nós aqui buscarmos soluções para que a população tenha o legítimo direito à segurança pública.

O senador Fabiano Contarato (PT-ES), que foi delegado da Polícia Civil do Espírito Santo, se posiciona a favor dos termos da proposta.

— Esse é um passo importante para consolidar uma política de segurança coordenada nacionalmente, mas com respeito à autonomia dos estados. A integração das forças e o intercâmbio de informações são essenciais.

Na avaliação de Contarato, o tema exigirá diálogo e construção de consensos. Para o senador, a segurança pública deve unir o Parlamento, acima das disputas ideológicas.

— As preocupações relacionadas ao temor de que a União avance sobre a autonomia dos estados certamente será superada no decorrer das discussões. Importante é que tenhamos como prioridade a construção de um sistema mais eficiente, moderno e justo — avalia.

O senador Sergio Moro (União-PR) foi o autor do requerimento para a audiência com Lewandowski e reclamou da postura do Executivo diante do tema da segurança pública. Para ele, o governo tem se omitido. Moro felicitou Lewandowski pela elaboração da proposta, mas criticou as ideias que o ministério tem esposado.

— Há uma certa percepção de que o crime está sendo escalado no Brasil, tanto a criminalidade violenta como o crime organizado. Do outro lado, há uma certa percepção, com todo o respeito, de que faltam iniciativas mais contundentes por parte do Ministério da Justiça. Os exemplos que nós temos, pelo menos aqueles a que foi dada ampla publicidade, não são exatamente um consenso dentro da sociedade — apontou Moro, que também foi ministro da Justiça (2019-2020).

Opinião semelhante manifestou, também durante a audiência, a senadora Margareth Buzetti (PSD-MT).

— Ouvimos relatos pesados e vemos pessoas cada vez mais inseguras, amedrontadas. Sentimos a ausência do governo nessas discussões. No ano passado, apresentei um pacote com quatro medidas para enfrentar o crime organizado. Até hoje não consegui sequer discutir as propostas — lamentou.

Para a senadora Zenaide Maia (PSD-RN), a PEC é uma medida ainda insuficiente. Ela acredita que o SUSP precisa ser melhor financiado e também chama a atenção para o déficit de efetivo policial.

— Todos sabemos que a maioria dos estados brasileiros não tem Polícia Civil nem Militar suficiente. E menos ainda a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Federal para combater o crime de fronteira.

Cadeias

Entre as mudanças propostas, o texto prevê maior controle da União sobre o sistema penitenciário. O ex-ministro Jungmann alerta para o "colapso" desse sistema.

— O Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo, com 888 mil presos, dos quais 216 mil sem condenação. Muitas dessas prisões são dominadas por facções criminosas.

Leonardo Magalhães, da Defensoria Pública, defende uma justiça "mais equitativa".

— O problema não é a falta de leis rigorosas, mas a aplicação seletiva. É essencial garantir que apenas aqueles que realmente necessitam de prisão sejam privados de liberdade.



O senador Sergio Moro, por sua vez, diz ver com ressalvas a entrada mais ativa da União na política penitenciária. Ele cita como exemplo o Plano Pena Justa. Lançado em fevereiro, ele tem por objetivo abordar as condições de alojamento e a gestão processual da população carcerária. O plano é uma parceria entre o Ministério da Justiça e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

— O Plano Pena Justa soa mais como uma política de desencarceramento: é prender menos e progredir mais rapidamente de regime os criminosos. [Isso] traz algum receio para nós. Se a União quer ter atribuições mais amplas na segurança pública e coordenar a ação dos estados e municípios, não haveria aí um risco de atribuirmos à União um direcionamento que leva a um enfraquecimento da segurança pública?

Polícias

O advogado criminalista Bruno Henrique de Moura acredita que a PEC mostra que o governo está apostando em um direcionamento equivocado no tema da segurança pública. Ele também é pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA/USP).

— O objetivo primário do governo é dar uma resposta para uma sensação de insegurança que não necessariamente se reflete nos números. O Atlas da Violência mostra uma redução de homicídios por 100 mil habitantes. Mas as mortes de jovens e adolescentes por intervenções policiais aumentaram. O governo federal adota um discurso de fortalecimento da militarização das polícias, mas pouco fala sobre controle da atividade dessas forças, enquanto os números nos mostram que a violência que cresce decorre do mau uso do aparato repressivo do Estado.

Moura chama a atenção para os riscos de uma política que procure compensar essa impressão ignorando as nuances das estatísticas.

— Isso pode resultar em uma alta concentração de recursos no financiamento da militarização das forças de segurança — alerta.

O defensor público-geral, Leonardo Magalhães, acredita que a PEC terá o condão de padronizar práticas essenciais para a otimização e fiscalização do trabalho policial, como o uso de câmeras corporais pelos agentes.

— Hoje, o uso de câmeras varia muito entre estados e até entre corporações dentro do mesmo estado. Isso compromete a transparência e dificulta a fiscalização de abusos — observa.

Já o senador Sergio Moro reclamou do que entende ser uma "insistência" com a adoção de câmeras policiais. Durante a audiência da CSP com o ministro Ricardo Lewandowski, Moro questionou o foco nessa medida.

— É uma política pública que pode ser válida, pode ser discutida, mas não se pode resumir a política de segurança pública à colocação de câmeras nos uniformes.

Fonte: Agência Senado



Câmara pode votar nesta segunda-feira projeto que facilita combate a incêndios florestais

Imagem: reprodução

Entre as propostas em pauta está também a que cria uma política de prevenção à violência nas escolas.

Na última semana de abril, a Câmara dos Deputados pode votar o projeto de lei sobre normas de facilitação do combate a incêndios florestais e queimadas. Por causa do feriado de 1º de maio, as sessões do Plenário serão de segunda-feira (28) a quarta-feira (30).

De autoria do deputado José Guimarães (PT-CE), o Projeto de Lei 3469/24 já teve sua discussão concluída pelo Plenário. O texto do relator, do deputado Nilto Tatto (PT-SP), aglutina cinco medidas provisórias sobre o tema e sobre reconstrução de infraestrutura destruída por eventos climáticos.

O texto altera a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo (Lei 14.944/24) para manter o grau de proteção original de uma vegetação nativa primária ou secundária existente antes de incêndio ou de qualquer outra forma de degradação florestal não autorizada ou licenciada (como derrubada, por exemplo).

A oposição apresentou um destaque para votar esse trecho em separado do restante do texto, pretendendo derrubar a regra.

Violência nas escolas

Outro projeto em pauta é o PL 5669/23, da deputada Luisa Canziani (PSD-PR) e outros, que cria a Política de Prevenção e Combate à Violência em Âmbito Escolar (Prever), a ser implementada pela União em cooperação e colaboração com estados e municípios.

A prioridade será para as escolas públicas da educação básica. As ações deverão fazer parte de planos estaduais e municipais orientados por um plano nacional.

Um regulamento definirá parâmetros para a adoção de um protocolo nacional de avaliação de fatores de risco e de proteção relacionados à violência nas escolas, a ser criado pelas autoridades competentes responsáveis pelas políticas de proteção à criança e ao adolescente e de direitos humanos.

Jogos e rede social

Já o Projeto de Lei 3224/24, do deputado Dorinaldo Malafaia (PDT-AP), cria uma campanha nacional sobre a utilização consciente da tecnologia digital, inclusive jogos eletrônicos e rede social.

O texto conta com parecer preliminar da relatora, deputada Duda Salabert (PDT-MG), que prevê a realização da campanha em todo mês de abril. Além das redes e dos jogos, o tema abrangerá a utilização de programas computacionais, softwares e similares conectados à internet ou a outra rede de comunicações.

Durante a campanha, deverão ser realizadas ações e atividades de conscientização nas instituições de ensino, de saúde, de comunicação e de proteção à criança e ao adolescente.

O objetivo é partilhar informações sobre o uso responsável e moderado da tecnologia digital e sobre os riscos potenciais do seu uso excessivo na saúde mental, física e emocional dos indivíduos.

Fonte: Agência Câmara de Notícias