domingo, 29 de setembro de 2019

Dinamarca e Singapura, países que estão revolucionando a educação


Escolas da Dinamarca ensinam empatia para crianças: desestímulo à competição


Foto: Reprodução
Em vez de ensinar os jovens a serem melhores que os colegas, o currículo dinamarquês se concentra no desenvolvimento e aprimoramento das habilidades e talentos.

A Dinamarca é um dos países mais felizes do mundo e um dos segredos para isso é que, desde 1993, o sistema educacional do país escandinavo inclui no currículo dos alunos aulas obrigatórias de empatia – a capacidade de se colocar no lugar de outra pessoa.

As aulas são recheadas com três matérias da disciplina: empatia afetiva, cognitiva e reguladora de emoções.

Os alunos aprendem nas aulas de empatia afetiva a partilhar e a compreender o estado emocional dos outros; no componente cognitivo, sobre a capacidade de deliberar sobre os estados mentais das outras pessoas.

Os professores dedicam uma hora do dia ao “Klassens tic”, no qual estudantes de 6 a 16 anos são incentivados a ter e praticar empatia. Os pedagogos acreditam que isso ajudará os alunos a construírem relacionamentos, evitar o assédio moral e obter sucesso.

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Aconselhamento

As escolas estimulam que os alunos conversem sobre seus problemas pessoais, sem tabus. Além disso, ao lado do professor, há discussões sobre como resolver o problema.

Nas aulas de ‘Klassens’, o estudante pode ser ouvidos e aconselhados sem julgamentos.

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Empatia e motivação como cultura escolar

Segundo um estudo conduzido pelos pesquisadores Iben Sandahl e Jessica Alexander, um casal de psicólogos e autores do livro “Crianças Dinamarquesas”, existem duas maneiras de ensinar empatia: a importância do trabalho em equipe (60% das tarefas da escola já são realizadas desta maneira) e o desenvolvimento e aprimoramento das habilidades e talentos, em detrimento do currículo.

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Desestímulo à competição

O sistema educacional da Dinamarca desencoraja a entrega de prêmios ou troféus. Ao invés disso, as escolas se concentram na chamada “cultura da motivação para melhorar em relação a si mesmo”.

Iben Sandahl e Jessica Alexander afirmam considerar a educação como o ‘segredo da felicidade’.

Assim, quando discorrem sobre o assunto, os psicólogos indicam que uma sociedade mais humana e coesa é o objetivo final da educação como um todo.

Pode-se dizer que o segredo da felicidade dinamarquesa está intrinsecamente relacionada à excelência educacional. Os pais dinamarqueses criam filhos felizes crescendo como adultos felizes, que por sua vez também vão criar seus filhos felizes… e o ciclo se repete.






Singapura elimina ranking de notas entre alunos: “aprender não é uma competição”


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Uma das menores, porém mais prósperas nações do Ásia, Singapura possui um dos melhores sistemas educacionais do planeta.

Há alguns dias, em comunicado à imprensa, o Ministro da Educação, Ong Ye Kung, anunciou mais uma medida para melhorar ainda mais o sistema educacional do país: o fim do ranking de notas entre os estudantes, com o objetivo de mostrar que “a aprendizagem não é uma competição”.

O novo sistema classificará os alunos em “faixas de aproveitamento”, que variam de um estudante para outro – isto é, as faixas se adequarão às capacidades da criança e do jovem, não sendo um sistema fixo, mas variável.

Boletins bimestrais, trimestrais e semestrais serão abolidos, bem como os chamados “relatórios de notas”. A ideia é que não haja mais uma hierarquização dos alunos entres “melhores” e “piores”, o que apenas contribui para segregá-los e impedi-los de alcançar um melhor desempenho prático.

“Queremos retirar essa ênfase exagerada nas notas e quantificar o nível de realização da criança e do jovem, descobrir se eles realmente estão aprendendo, independentemente dos seus números”, disse o Ministro.

Em um discurso para 1.700 líderes, ONG disse: “Eu sei que chegar em primeiro ou segundo lugar tem sido tradicionalmente um reconhecimento orgulhoso da conquista de um estudante. Mas remover esses indicadores é por uma boa razão, de modo que a criança compreenda desde jovem que aprender não é uma competição, mas uma autodisciplina que eles precisam dominar para a vida”.

O Ministro da Educação disse que os professores continuarão a reunir informações sobre a aprendizagem dos alunos através de discussões, trabalhos de casa e questionários.

“Este é um momento em que o sistema educacional está passando por uma reforma significativa, não por uma única medida, mas por todo um pacote de iniciativas que implementaremos sistematicamente ao longo do tempo. Sob este sistema, poderemos preparar melhor nossos filhos para o futuro”, disse Ong.

“Eles podem se concentrar em suas próprias realizações, ao invés de ficarem sendo comparados aos outros”, concluiu.

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Obs: Grafia - Na nova ortografia, é Singapura. O novo Acordo Ortográfico (obrigatório a partir de 1º de janeiro de 2016) manda expressamente grafar “Singapura”, “com S” – “e não com C” >>. O Dicionário Aurélio, o mais vendido no Brasil, já eliminou as formas com "c" - "cingapurense", "cingapuriano" de seus dicionários, passando a registrar e atestar apenas as formas "singapurano" e "singapurense" para aquilo ou aquele que é nativo de "Singapura".


Fonte: SNB  / Sunny Skyz / via razoesparaacreditar.com - Foto: Reuters