terça-feira, 25 de junho de 2019

Embrapa apresenta protótipo de equipamento para extração mecânica da amêndoa do babaçu

Várias já foram as tentativas para tornar a extração da amêndoa de babaçu menos sacrificante para quem desempenha esta atividade, porém o processo manual, que é um desafio diário para muitas pessoas, principalmente mulheres, continua sendo o mais eficaz. Apesar das invenções que não trouxeram os resultados esperados, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuário (Embrapa), pela sua unidade no Maranhão, a Embrapa Cocais, apresentou o protótipo de mais um equipamento com esse objetivo.

O pesquisador da Embrapa Cocais José Mário Frazão e o engenheiro Ivanildo Madeira Albuquerque são os responsável pelo invento. Os recursos para a invenção vieram da Fundação de Amparo e Desenvolvimento Científico do Maranhão (Fapema), e do Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), por meio do Projeto Bem Diverso, fruto da parceria entre Embrapa e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

O protótipo é resultado da parceria entre os inventores e as quebradeiras de coco. “Juntos, fizemos adaptações de acordo com as necessidades e contribuições das quebradeiras de coco. O resultado foi uma ferramenta ergométrica que propicia que a extração da amêndoa seja feita com a pessoa sentada em uma cadeira, sem uso do facão e com uma força menor que a empregada anteriormente para quebrar o coco”, explicou Frazão.

José Frazão observa Ivanildo Madeira
 testando o equipamento para extração da
amêndoa do babaçu.
Ivanildo Madeira Albuquerque ressalta os benefícios da ferramenta para as quebradeiras de coco. “Pensamos em um modelo para melhorar as condições de trabalho e de vida das mulheres, que garantisse mais proteção à saúde delas. Fizemos muitos protótipos até chegarmos nesse protótipo atual, que reduz o emprego da força na quebra do coco, pois tem mais potência no corte, que é acionado via alavanca. Acredito que o produto tenha potencial de deixar um legado bastante positivo para o extrativismo do coco babaçu”.

Frazão lembra que durante uma edição do Babaçutec, evento da Embrapa Cocais que discute temas de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P&D&I), para a cadeia de valor do babaçu, e em oficinas regionais realizadas com agroextrativistas, obteve-se das quebradeiras a demanda para desenvolver equipamento de uso individual, mecanizado e acionado manualmente.

Em uma próxima etapa, a ferramenta passará por um processo de validação pelas quebradeiras. Essa etapa será iniciada quando começar a safra do coco nas regiões do Vale do Itapecuru-Mirim, Pindaré-Mirim e Médio Mearim. “Nesse momento, as quebradeiras irão testar a nova tecnologia e fazer sugestões de ajustes e adequações às suas necessidades de trabalho e de rendimento da produção”, explicou Frazão.

Fonte: Notícia dos Blogs